6ª feira da 7ª Semana da Páscoa
Memória Facultativa
São Noberto, Bispo
Antífona de entrada
Vernáculo:
Ó Deus, quando saístes com o povo caminhando à sua frente, habitando no meio deles, a terra estremeceu e orvalhou o próprio céu, aleluia. (Cf. MR: Sl 67, 8-9. 20). Sl. Eis que Deus se põe de pé, e os inimigos se dispersam! Fogem longe de sua face os que odeiam o Senhor! (Cf. LH: Sl 67, 2)
Coleta
Ó Deus, pela glorificação do vosso Cristo e pela iluminação do Espírito Santo nos abristes as portas da eternidade. Concedei, nós vos pedimos, que a participação em tão grande dom aumente o nosso fervor e faça crescer a nossa fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — At 25, 13b-21
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Naqueles dias, 13bo rei Agripa e Berenice chegaram a Cesareia e foram cumprimentar Festo. 14Como ficassem alguns dias aí, Festo expôs ao rei o caso de Paulo, dizendo: “Está aqui um homem que Félix deixou como prisioneiro. 15Quando eu estive em Jerusalém, os sumos sacerdotes e os anciãos dos judeus apresentaram acusações contra ele e pediram-me que o condenasse. 16Mas eu lhes respondi que os romanos não costumam entregar um homem antes que o acusado tenha sido confrontado com os acusadores e possa defender-se da acusação.
17Eles vieram para cá e, no dia seguinte, sem demora, sentei-me no tribunal e mandei trazer o homem.
18Seus acusadores compareceram diante dele, mas não trouxeram nenhuma acusação de crimes de que eu pudesse suspeitar. 19Tinham somente certas questões sobre a sua própria religião e a respeito de um certo Jesus que já morreu, mas que Paulo afirma estar vivo. 20Eu não sabia o que fazer para averiguar o assunto. Perguntei então a Paulo se ele preferia ir a Jerusalém, para ser julgado lá. 21Mas Paulo fez uma apelação para que a sua causa fosse reservada ao juízo do Augusto Imperador. Então ordenei que ficasse preso até que eu pudesse enviá-lo a César”.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 102(103), 1-2. 11-12. 19-20ab (R. 19a)
℟. O Senhor pôs o seu trono lá nos céus.
— Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e todo o meu ser, seu santo nome! Bendize, ó minha alma, ao Senhor, não te esqueças de nenhum de seus favores! ℟.
— Quanto os céus por sobre a terra se elevam, tanto é grande o seu amor aos que o temem; quanto dista o nascente do poente, tanto afasta para longe nossos crimes. ℟.
— O Senhor pôs o seu trono lá nos céus, e abrange o mundo inteiro seu reinado. Bendizei ao Senhor Deus, seus anjos todos, valorosos que cumpris as suas ordens. ℟.
℣. O Espírito Santo, o Paráclito, haverá de lembrar-vos de tudo o que tenho falado. (Jo 14, 26) ℟.
Evangelho — Jo 21, 15-19
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo João
℟. Glória a vós, Senhor.
Jesus manifestou-se aos seus discípulos 15e, depois de comerem, perguntou a Simão Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes?” Pedro respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo”. Jesus disse: “Apascenta os meus cordeiros”.
16E disse de novo a Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas?” Pedro disse: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo”. Jesus disse-lhe: “Apascenta as minhas ovelhas”. 17Pela terceira vez, perguntou a Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas?” Pedro ficou triste, porque Jesus perguntou três vezes se ele o amava. Respondeu: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo”. Jesus disse-lhe: “Apascenta as minhas ovelhas. 18Em verdade, em verdade te digo: quando eras jovem, tu te cingias e ias para onde querias. Quando fores velho, estenderás as mãos e outro te cingirá e te levará para onde não queres ir”.
19Jesus disse isso, significando com que morte Pedro iria glorificar a Deus. E acrescentou: “Segue-me”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Meditábor in mandátis tuis, quae diléxi valde: et levábo manus meas ad mandáta tua, quae diléxi, allelúia. (Ps. 118, 47. 48)
Vernáculo:
Muito me alegro com os vossos mandamentos, que eu amo, amo tanto, mais que tudo! Elevarei as minhas mãos para louvar-vos e com prazer meditarei vossa vontade. (Cf. LH: Sl 118, 47. 48)
Sobre as Oferendas
Senhor, olhai compassivo as oferendas do vosso povo e, para que elas vos sejam agradáveis, a vinda do Espírito Santo purifique as nossas consciências. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes? Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo. Aleluia. (Cf. MR: Jo 21, 15. 17)
Depois da Comunhão
Ó Deus, que nos purificais e alimentais com vossos mistérios, concedei, nós vos pedimos, que a força desta refeição nos conduza à vida eterna. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 06/06/2025
Deus nos amou com um Coração humano
O Sagrado Coração de Cristo, a quem nos voltamos especialmente no mês de junho, é a prova cabal de que o amor de Deus por nós não é frio nem distante, não é indiferente nem “intelectual”, mas muito concreto, cheio de ternura, de afeto e compaixão.
A tríplice confissão de Pedro (v. 15-19). — Depois da pesca milagrosa, Cristo, já plenamente reconhecido pelos Apóstolos, confere a Pedro a dignidade suprema na hierarquia eclesiástica e confirma solenemente a promessa que lhe fizera antes (cf. Mt 16, 17). Antes porém de o constituir príncipe dos Apóstolos, exige-lhe uma solene profissão de amor; e porque Pedro o negara três vezes, era necessário que reparasse a tripla negação com uma tríplice confissão.
V. 15-17. “Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes”, isto, é com um amor singularíssimo? Com esta interrogação, três vezes reiterada, quer o Senhor gravar no ânimo do Apóstolo que não lhe será possível cumprir o múnus de governar a Igreja sem um grande amor a Cristo. — Pedro, lembrando-se talvez tanto de sua passada jactância (cf. Mt 26, 33) como de sua recente queda (cf. Mt 26, 69ss.), professa humildemente seu amor a Jesus, sem preferir-se aos demais. Como porém o Senhor insistisse na pergunta, entristeceu-se Pedro, temendo talvez que Ele o considerasse suspeito ou, possivelmente, que lhe estivesse anunciando uma nova queda; por isso, respondeu com certa ansiedade à terceira pergunta: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo”. — Cristo ajunta a cada resposta do Apóstolo o mandato de cuidar do seu rebanho: 1.º) “Apascenta os meus cordeiros” (Βόσκε τὰ ἀρνία μου); 2.º) “Apascenta as minhas ovelhas” (Ποίμαινε τὰ πρόβατά μου); 3.º) “Apascenta as minhas ovelhas” (Βόσκε τὰ πρόβατά μου). — Há quem veja nos cordeiros os fiéis menos perfeitos, e nas ovelhas os mais adiantados na vida espiritual; outros, seguindo diferente interpretação, distinguem aqui entre os simples fiéis (“cordeiros”) e os mestres e pastores (“ovelhas”); outros afirmam que, seja pelos cordeiros, seja pela ovelhas, se quer significar simplesmente a totalidade do rebanho de Cristo, isto é, da Igreja. Seja como for, todos os católicos estão de acordo em ver nesta passagem a entrega a S. Pedro do governo de toda a Igreja, com um poder tanto sobre os fiéis como sobre os outros pastores (cf. S. Bernardo, De consid. II, 8; PL 182, 751).
V. 18-19. Após outorgar a Pedro a glória do primado, o Senhor lhe anuncia logo em seguida uma outra glória, a saber, o triunfo do martírio: “Em verdade, em verdade te digo: quando eras jovem, tu te cingias e ias para onde querias” (isto é, vestias-te sem a ajuda de outrem e eras livre para ir aonde quisesses); mas “quando fores velho, estenderás as mãos e outro te cingirá e te levará para onde não queres ir”. Trata-se de uma mensagem parabólica, como o próprio evangelista S. João nota no v. seguinte: “Jesus disse isso, significando com que morte Pedro iria glorificar a Deus”; portanto, sob aquelas expressões parabólicas “estenderás as mãos” quis o Senhor insinuar o suplício da cruz com que Pedro morreria, em testemunho da fé e do amor a Cristo que acabara de professar.
Propósito. — Que neste mês de junho saibamos repetir com S. Pedro nosso amor a Jesus Cristo, Deus que se fez carne e assumiu um Coração humano, a fim de nos amar com seus afetos e suspiros e para mostrar, por meio de suas dores e tristezas, que a caridade de Deus para conosco é tão radical, que Ele não recusou fazer-se pequeno como nós e sofrer conosco nossa própria miséria. Repetindo, não três, mas várias vezes por dia atos de caridade para com Cristo, reparemos as infidelidades com que tantas vezes o traímos, preferindo os bens do mundo aos do espírito, temendo mais os juízos humanos que os divinos e deitando a perder, por tão pouco, a salvação que o Senhor nos alcançou ao preço elevadíssimo de sua vida. — Ó Sagrado Coração de Jesus, dai-nos o amor com que quereis que vos amemos!
Deus abençoe você!
Nesta primeira sexta-feira de junho, mês dedicado ao Sagrado Coração, o Evangelho que a Igreja proclama nos narra a tríplice confissão de amor com que São Pedro pôde reparar a tríplice negação com que tinha traído Jesus na véspera da Paixão. A exemplo do príncipe dos Apóstolos, a cujos cuidados fomos confiados como cordeiros e ovelhas, repitamos, não uma nem três, mas várias vezes por dia atos de amor e entrega a Nosso Senhor, que de tanto nos amar quis um Coração como o nosso, capaz de sofrer e se entristecer, para que não tivéssemos mais dúvidas de que o amor de Deus por nós não é indiferente nem distante.Ouça a homilia do Padre Paulo Ricardo para esta sexta-feira, dia 6 de junho, e reparemos ao longo deste mês os ultrajes, ofensas e indiferenças com que é alvejado todos os dias o Sagrado Coração de Jesus Cristo.
Santo do dia 06/06/2025
São Norberto, Bispo (Memória Facultativa)
Local: Magdeburgo, Alemanha
Data: 06 de Junho † 1134
Norberto, nascido em Xanten (Alemanha) da nobre família dos Gennep, em 1080, como era destino de todo cadete da nobreza, teria de seguir a carreira militar ou eclesiástica. Norberto escolheu a segunda, não porque sentisse vocação, mas por simples oportunidade. Uma vez ordenado subdiácono pôde gozar muitos privilégios na corte do grande príncipe de Colônia e do imperador Henrique V, que o designou à importante sede episcopal. Mas os desígnios de Deus eram outros. Durante uma cavalgada no bosque, surpreendido por violento furacão, Norberto ficou aterrado com um relâmpago brilhante e como Saulo no caminho de Damasco repetiu a pergunta: “Senhor, que queres que eu faça?”
Eis a resposta que determinou mudança radical em sua pouco edificante vida: “Abandone o caminho do mal e faça o bem”. Aquele episódio foi o início da sua conversão. Desertou dos encontros mundanos e se pôs na escola do abade beneditino de Siegburgo e dos cônegos de Klosterrath, depois seguiu o exemplo do ermitão Lindolfo passando três anos em penitência e oração. Em 1115 foi ordenado sacerdote pelo arcebispo de Colônia e iniciou sua atividade missionária itinerante.
Quis dar o exemplo despojando-se de tudo e dando aos pobres. Para si conservou uma mula e dez moedas de prata, de que logo se privou também para prosseguir a pé, descalço, suas peregrinações. Na França, perto de Nimes, encontrou o papa Calisto II e foi encorajado a seguir pelo caminho que se havia proposto. O bispo de Laon, para fazê-lo permanecer em sua diocese, propôs-lhe a guia dos Cônegos regulares que estavam sob a regra de santo Agostinho, aos quais fora designado o convento de Praemonstratum (Prémontré). Nascia assim a Ordem dos premonstratenses. A essas alturas Norberto retomou a sua atividade de pregador ambulante.
Encontrava-se em Magdeburgo assistindo aos funerais do bispo daquela cidade, quando por aclamação popular foi escolhido para suceder-lhe. Foi bispo que incomodou muita gente. O imperador Lotário nomeou-o chanceler do império para a Itália e o papa Inocêncio II estendeu sua jurisdição até a Polônia. Mas Norberto não esqueceu a regra monástica da pobreza e do exercício do apostolado entre a gente humilde do campo e viveu integralmente o ideal de vida ativa e contemplativa dos premonstratenses também no esplendor dos altos cargos. Morreu em Magdeburgo, de volta de uma missão de paz na Itália, a 6 de junho de 1134. Foi canonizado em 1582. São Norberto é padroeiro da Boêmia.
Referência:
SGARBOSSA, Mario; GIOVANNI, Luigi. Um santo para cada dia. São Paulo: Paulus, 1983. 397 p. Tradução de: Onofre Ribeiro. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
São Norberto, rogai por nós!