6ª feira da 1ª Semana do Advento
Memória Facultativa
São Nicolau, Bispo
Antífona de entrada
Vernáculo:
O Senhor é minha luz e salvação, de quem eu terei medo? O Senhor é a proteção da minha vida; perante quem eu tremerei? São eles, inimigos e opressores, que tropeçam e sucumbem. (Cf. MR: Sl 26, 1-2) ℣. Se os inimigos se acamparem contra mim, não temerá meu coração. (Cf. LH: Sl 26, 3)
Coleta
Despertai, Senhor, vosso poder e vinde, para que vossa proteção afaste os perigos a que nossos pecados nos expõem, e a vossa salvação nos liberte. Vós, que sois Deus, e viveis e reinais com o Pai, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Is 29, 17-24
Leitura do Livro do Profeta Isaías
Assim fala o Senhor Deus: 17Dentro de pouco tempo, não se transformará o Líbano em jardim? E não poderá o jardim tornar-se floresta? 18Naquele dia, os surdos ouvirão as palavras do livro e os olhos dos cegos verão, no meio das trevas e das sombras. 19Os humildes aumentarão sua alegria no Senhor, e os mais pobres dos homens se rejubilarão no Santo de Israel; 20fracassou o prepotente, desapareceu o trapaceiro, e sucumbiram todos os malfeitores precoces, 21os que faziam os outros pecar por palavras, e armavam ciladas ao juiz à porta da cidade e atacavam o justo com palavras falsas. 22Isto diz o Senhor à casa de Jacó, ele que libertou Abraão: “Agora, Jacó não mais terá que envergonhar-se nem seu rosto terá que enrubescer; 23quando contemplarem as obras de minhas mãos, hão de honrar meu nome no meio do povo, honrarão o Santo de Jacó, e temerão o Deus de Israel; 24os homens de espírito inconstante conseguirão sabedoria e os maldizentes concordarão em aprender”.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 26(27), 1. 4. 13-14 (R. 1a)
℟. O Senhor é minha luz e salvação.
— O Senhor é minha luz e salvação; de quem eu terei medo? O Senhor é a proteção da minha vida; perante quem eu tremerei? ℟.
— Ao Senhor eu peço apenas uma coisa, e é só isto que eu desejo: habitar no santuário do Senhor por toda a minha vida; saborear a suavidade do Senhor e contemplá-lo no seu templo. ℟.
— Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver na terra dos viventes. Espera no Senhor e tem coragem, espera no Senhor! ℟.
℣. Eis que virá o nosso Deus com poder e majestade, e ele há de iluminar os olhos dos seus servos! ℟.
Evangelho — Mt 9, 27-31
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Mateus
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 27partindo Jesus, dois cegos o seguiram, gritando: “Tem piedade de nós, filho de Davi!” 28Quando Jesus entrou em casa, os cegos se aproximaram dele. Então Jesus perguntou-lhes: “Vós acreditais que eu posso fazer isso?”
Eles responderam: “Sim, Senhor”. 29Então Jesus tocou nos olhos deles, dizendo: “Faça-se conforme a vossa fé”. 30E os olhos deles se abriram. Jesus os advertiu severamente: “Tomai cuidado para que ninguém fique sabendo”. 31Mas eles saíram, e espalharam sua fama por toda aquela região.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Ad te Dómine levávi ánimam meam: Deus meus, in te confído, non erubéscam: neque irrídeant me inimíci mei: étenim univérsi qui te exspéctant, non confundéntur. (Ps. 24, 1-3)
Vernáculo:
A vós, meu Deus, elevo a minha alma, e confio em vós. Que eu não seja envergonhado, nem se riam de mim os meus inimigos! Pois não será desiludido quem em vós espera. (Cf. MR: Sl 24, 1-3)
Sobre as Oferendas
Aceitai, Senhor, com bondade as nossas humildes preces e oferendas; e como não podemos invocar os nossos méritos, socorrei-nos com o remédio da vossa misericórdia. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
O Senhor nos dará tudo o que é bom, e a nossa terra nos dará suas colheitas. (Cf. MR: Sl 84, 13)
Depois da Comunhão
Nós vos suplicamos, Senhor, que saciados com o alimento espiritual, pela participação nestes santos mistérios, nos ensineis a apreciar com sabedoria as coisas terrenas e colocar nossas esperanças nos bens eternos. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 06/12/2024
Sim, Deus se importa conosco!
O Eterno fez-se temporal e o Invisível, visível, a fim de manifestar aos homens que o seu amor não é indiferente, mas chega ao extremo de esvaziar-se de suas prerrogativas para, em sua carne, tomar parte em nossas dores.
1. Deus não é indiferente. — Estamos no tempo do Advento e temos a alegria de comemorar hoje, primeira sexta-feira do mês, o S. Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo, uma devoção de que nunca nos devemos esquecer e que, neste “ambiente” de Advento, se reveste de uma coloração bem distinta e específica. Deus é amor e é o amor infinito, amor eterno, amor perfeito. Essa é a realidade própria de Deus: ser amor. No entanto, nós temos dificuldade de compreender o amor de Deus. Por quê? Porque Deus, sendo perfeitíssimo, não está submetido a fragilidades, próprias de nossa natureza. Deus, por exemplo, não tem “emoções” como nós temos: Deus não sofre, não padece, pois Ele é impassível. Mas quando ouvimos que Deus é imutável e impassível, que Ele não padece nem tem emoções e paixões como nós, isso nos soa como certa “indiferença”, como se Deus mesmo fosse indiferente. Como é possível que Deus nos ame e, vendo-nos sofrer, não sofra também? Como é possível que Ele se importe conosco, mas permaneça inalterável? Ora, para que nós víssemos o quanto Ele nos ama e como meio de nos salvar, Deus assumiu nossa humanidade. Foi a Encarnação. Deus tomou para si uma humanidade, para que este amor infinito que Ele é pudesse manifestar-se também de forma humana. Deus veio — digamos assim — falar “na nossa língua”, para que nós o compreendêssemos. Deus desceu até nós, como uma mãe que se reclina sobre o berço e a fragilidade da criança; como a mãe, inclinada sobre o berço, põe o rosto bem perto do da criança, para que esta, vendo o da mãe, sorria e fique com o seu iluminado.
2. O Amor feito carne. — Foi isso que Deus fez por nós. Ele, que ama de modo infinito e perfeitíssimo lá no alto dos céus, quis que nós soubéssemos o quanto somos amados, e por isso assumiu nossa natureza humana: para nos amar humanamente, de um modo que enfim o compreendêssemos. Eis o grande mistério que iremos celebrar no Natal. No Natal, nós iremos celebrar o mistério de Deus que se fez homem, do amor infinito que se pôs num Coração humano. Eis a grande alegria de ver um Coração humano, o de Jesus, que é capaz de amar de forma infinita, que é capaz de amar de forma perfeitíssima, tão próximo de nós e, ao mesmo tempo, tão próximo de Deus. Pronto! Transpôs-se enfim o muro de separação, o abismo que havia entre Deus e o ser humano: agora, estamos unidos, porque temos um Pontífice, isto é, alguém que seja a ponte entre Deus e o homem. Durante o Advento, tempo em que vamos preparando o nosso coração para a vinda e a presença de Deus em nossas almas, olhemos para o Coração bondoso de Cristo, para aquele Menino no presépio, Deus feito tão frágil, tão amoroso, tão pequenino, para manifestar a sua onipotência e o seu amor na impotência do presépio, na miséria e na pobreza. Ali, sabemos que Ele se importa conosco, sim; Ele quer que saibamos o quanto somos amados. Esta é notícia que nos redime, este é o conhecimento redentor: saber que dele sou amado, saber que o Céu é meu amigo.
Deus abençoe você!
Santo do dia 06/12/2024
São Nicolau de Mira (Memória Facultativa)
Local: Mira, Turquia
Data: 06 de † s. IV
Como em outros casos, estamos diante de um santo de intensa devoção popular, envolto nas brumas do legendário. Sobre a história do culto a São Nicolau se poderia escrever com facilidade um livro. Sobre sua vida a única coisa que se sabe de certo é que foi bispo de Mira, atual Dembre Maritima na Turquia, durante o século IV. Consta que, como Bispo, participou do Concilio de Niceia em 325.
São Nicolau é conhecido e venerado, sobretudo, pela extrema caridade para com os pobres. Teria distribuído entre eles a fortuna herdada de seus pais. Em sua vida registra-se o caso de três moças, cujo pai pobre, não podendo fornecer dotes para o casamento, aconselhava as filhas a se entregarem à prostituição. Nicolau, ao saber disso, jogou pela janela da casa das moças três bolsas com o dinheiro suficiente para os dotes das jovens.
Ele é particularmente venerado na Rússia e em todo o Oriente. É padroeiro de incontáveis localidades e igrejas; é também padroeiro dos marinheiros e navegantes. Seu culto difundiu-se também na Itália no século XI, quando em Bári lhe foi dedicada uma basílica. Para lá, anos mais tarde, foram trasladadas suas relíquias.
Em lendas surgidas no século VI, São Nicolau aparece realizando estupendos milagres. No século XII, surgiu o costume de representar São Nicolau dando doces às crianças, na vigília de sua festa, talvez numa transposição do milagre do bispo que, conforme a lenda, teria ressuscitado três meninos assassinados e salgados, ou do dote providenciado para as três jovens. Mais tarde, esse costume se desenvolveu por influência dos mitos germânicos da natureza.
E no século IX, no norte da Alemanha, o folclore pagão substituiu São Nicolau pelo "Homem do Natal" (Weihnachtsmann), mudando seu nome para "Santa Klaus", Sint Klaeg ou para o velho e ridículo "Papa Noël" dos franceses. Nos países nórdicos europeus ou de origem nórdica, Sankt Nikolaus, Santa Klaus, é o santo bispo de barbas brancas, que traz presentes às crianças no dia 6 de dezembro. Aos poucos ele é travestido de "Papa Noël" e, mais tarde, comercialmente instrumentalizado para promoção da festa do Natal, sobretudo, nos Estados Unidos da América. Hoje o personagem principal não é mais Jesus Cristo, o Messias que nasce, mas o "Papai Noel", uma deturpação da figura de São Nicolau.
A Oração coleta não entra nos meandros das lendas. São Nicolau é invocado contra todo perigo, para que se abra diante de nós, sem obstáculo, o caminho da salvação. Estamos, portanto, diante de um bispo que exerceu a função de bom pastor.
Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
São Nicolau de Mira, rogai por nós!