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Santo Ambrósio, Bispo e Doutor da Igreja, Memória

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Antífona de entrada

No meio da Igreja o Senhor abriu os seus lábios, encheu-o com o espírito de sabedoria e inteligência e o revestiu com um manto de glória. (Cf. Eclo 15, 5)
In médio Ecclésiae apéruit os eius: et implévit eum Dóminus spíritu sapiéntiae, et intelléctus: stolam glóriae índuit eum. Ps. Bonum est confitéri Dómino: et psállere nómini tuo, Altíssime. (Sir. 15, 5; Ps. 91)
Vernáculo:
No meio da Igreja o Senhor abriu os seus lábios, encheu-o com o espírito de sabedoria e inteligência e o revestiu com um manto de glória. (Cf. MR: Eclo 15, 5) Sl. Como é bom agradecermos ao Senhor e cantar salmos de louvor ao Deus Altíssimo! (Cf. LH: Sl 91)

Coleta

Ó Deus, que fizestes o bispo Santo Ambrósio doutor da fé católica e exemplo de fortaleza apostólica, despertai na vossa Igreja homens segundo o vosso coração, que a governem com firmeza e sabedoria. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

Primeira Leitura — Is 30, 19-21. 23-26


Leitura do Livro do Profeta Isaías


Assim fala o Senhor, o Santo de Israel: 19“Povo de Sião, que habitas em Jerusalém, não terás motivo algum para chorar: ele se comoverá à voz do teu clamor; logo que te ouvir, ele atenderá.

20O Senhor decerto dará a todos o pão da angústia e a água da aflição, não se apartará mais de ti o teu mestre; teus olhos poderão vê-lo 21e teus ouvidos poderão ouvir a palavra de aviso atrás de ti: O caminho é este para todos, segui por ele, sem desviar-vos à direita ou à esquerda.

23Ele te dará chuva para a semente que tiveres semeado na terra, e o fruto da terra será abundante e rico; nesse dia, o teu rebanho pastará em vastas pastagens, 24teus bois e os animais que lavram a terra comerão forragem salgada, limpa com pá e peneira.

25Haverá em toda montanha alta e em toda colina elevada arroios de água corrente, num dia em que muitos serão mortos com o desabamento de seus torreões.

26A lua brilhará como a luz do sol e o sol brilhará sete vezes mais, como a luz de sete dias, no dia em que o Senhor curar a ferida de seu povo e fizer sarar a lesão de sua chaga”.

— Palavra do Senhor.

— Graças a Deus.


Salmo Responsorial — Sl 146(147A), 1-2. 3-4. 5-6 (R. Is 30, 18)


℟. Felizes são aqueles que esperam no Senhor!


— Louvai o Senhor Deus, porque ele é bom, cantai ao nosso Deus, porque é suave: ele é digno de louvor, ele o merece! O Senhor reconstruiu Jerusalém, e os dispersos de Israel juntou de novo; ℟.

— ele conforta os corações despedaçados, ele enfaixa suas feridas e as cura; fixa o número de todas as estrelas e chama a cada uma por seu nome. ℟.

— É grande e onipotente o nosso Deus, seu saber não tem medida nem limites. O Senhor Deus é o amparo dos humildes, mas dobra até o chão os que são ímpios. ℟.

℟. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
℣. É o Senhor nosso juiz e nosso Rei. O Senhor legislador nos salvará (Is 33, 22) ℟.

Evangelho — Mt 9, 35–10, 1. 6-8


℣. O Senhor esteja convosco.

℟. Ele está no meio de nós.


℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 

℟. Glória a vós, Senhor.


Naquele tempo, 35Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando o evangelho do Reino, e curando todo tipo de doença e enfermidade.

36Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. Então disse a seus discípulos: 37“A Messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. 38Pedi pois ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!”

10, 1E, chamando os seus doze discípulos deu-lhes poder para expulsarem os espíritos maus e para curarem todo tipo de doença e enfermidade.

Enviou-os com as seguintes recomendações: 6“Ide, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel! 7Em vosso caminho, anunciai: ‘O Reino dos Céus está próximo’. 8Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar!”

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.


Antífona do Ofertório

Veritas mea et misericórdia mea cum ipso: et in nómine meo exaltábitur cornu eius. (Ps. 88, 25)


Vernáculo:
Minha verdade e meu amor estarão sempre com ele, sua força e seu poder por meu nome crescerão. (Cf. LH: Sl 88, 25)

Sobre as Oferendas

Celebrando os divinos mistérios, nós vos pedimos, Senhor, que o Espírito Santo infunda em nós aquela luz da fé que iluminou Santo Ambrósio para difundir sempre a vossa glória. Por Cristo, nosso Senhor.



Antífona da Comunhão

Quem medita dia e noite na lei do Senhor dará seu fruto no devido tempo. (Cf. Sl 1, 2-3)
Semel iurávi in sancto meo: semen eius in aetérnum manébit: et sedes eius sicut sol in conspéctu meo, et sicut luna perfécta in aetérnum: et testis in caelo fidélis. (Ps. 88, 36. 37. 38; ℣. Ps. 88, 2. 6. 7. 21. 25. 29. 34)
Vernáculo:
Eu jurei uma só vez por minha própria santidade, e portanto, com certeza, a Davi não mentirei! Eis que a sua descendência durará eternamente e seu trono ficará à minha frente como o sol; como a lua que perdura sempre firme pelos séculos, e no alto firmamento é testemunha verdadeira. (Cf. LH: Sl 88, 36. 37. 38)

Depois da Comunhão

Senhor, reconfortados com a força deste sacramento, fazei-nos progredir de tal modo nos ensinamentos de Santo Ambrósio que, percorrendo corajosamente os vossos caminhos, nos preparemos para a alegria do eterno convívio. Por Cristo, nosso Senhor.

Homilia do dia 07/12/2024


Um bom pastor é um advento de Cristo


Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. Então disse a seus discípulos: “Pedi ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!”

1. O Pastor de Israel. — O Evangelho de hoje nos mostra a compaixão de Jesus para com o seu povo, feito como “ovelhas sem pastor” (v. 36). É importante lembrar que Deus, no Antigo Testamento, preparou o seu povo, e Ele, como Pastor dos pastores, nos recorda no salmo: “O Senhor é o pastor que nos conduz” (cf. Sl 22). Ora, por que o pastor é necessário? Porque as ovelhas são animais indefesos que podem desviar-se facilmente, cair em perigos, abismos, ser atacados por lobos. Daí ser necessário um pastor disposto a colocar a vida em risco para protegê-las dos perigos, estar com elas e orientá-las. A voz do pastor é importante, e a ovelha tem a capacidade de distinguir a voz e o chamado dele e ir ao lugar em que o pastor a convoca. Pois bem, essa realidade é um símbolo para dizer que “Deus é o verdadeiro pastor de Israel”. No entanto, no Antigo Testamento Deus instituiu certos ungidos, “cristos” seus encarregados de conduzir o mesmo povo. Quem eram esses “cristos”? Eram os sacerdotes, os profetas e os reis. Eram três classes, três funções de ungidos pelo Espírito Santo, ungidos por Deus para guiar o povo: o sacerdote na santificação, nos sacrifícios, na oração e na intercessão; os profetas, dando ao povo a palavra que vinha diretamente de Deus; e os reis, governando, pondo a todos em ordem e protegendo-os dos perigos que tinham de enfrentar. Ora, acontece que esses ungidos, esses “cristos” do Antigo Testamento, foram quase todos caducando pouco a pouco, porque não corresponderam ao chamado de Deus. O profeta Ezequiel traduz claramente a lamentação de Deus pelos pastores de Israel, que, ao invés de servir as ovelhas, se serviam delas. Jesus, aqui, vê essa mesma realidade: os líderes religiosos de sua época maltratavam o povo, disperso como ovelhas sem pastor, presas de Satanás. Jesus é o arquipastor, para usar a linguagem da Primeira Carta de São Pedro, o Pastor supremo que vem cuidar do seu povo e dar a vida pelas ovelhas. É isso que diz o próprio Jesus no capítulo 10 do Evangelho de S. João.

2. É preciso pedir bons pastores. — No entanto, Jesus nos recorda no Evangelho de hoje que Ele não quer desempenhar essa função sozinho: Ele quer instrumentos, novos pastores, ou seja, os sacerdotes do Novo Testamento. Ele diz: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos; pedi, pois, ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita” (v. 38). E chamando os Doze, “deu-lhes poder, enviou-os para ensinar” (cf. Mt 10, passim). Notemos como Jesus instituiu esses novos pastores. Ao longo dos séculos, a Igreja que, com a providência de Cristo, sempre teve pastores, também teve seus momentos de crise, principalmente quando os pastores falham na sua missão. Estamos vivendo um período semelhante, em que, infelizmente, os que deveriam ser pastores não têm a intimidade e a amizade com Cristo necessárias ao seu serviço. Assim, o povo termina sem quem lhes oriente, aponte o caminho, diga o que é o certo e errado, ensine o que fazer para salvar a própria alma… Parece que, de fato, vivemos um tempo de castigo, com ausência de pastores e muitas ovelhas tresmalhadas. Como resolver o problema? Nosso Senhor no-lo diz no Evangelho: “Pedi, pois, ao Senhor da messe”. Peçamos a Deus, insistentemente, sacerdotes segundo o S. Coração de Jesus e o Imaculado Coração de Maria. Sim, porque o sacerdote é uma forma da presença de Deus, é um advento de Deus. Um bom padre é um advento de Deus, é uma parousia do Senhor, é uma presença divina na vida dos outros. Rezemos, supliquemos, peçamos sacerdotes conforme o Coração de Deus!

Deus abençoe você!

Nossa Missão
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Santo do dia 07/12/2024

Santo Ambrósio de Milão (Memória)
Local: Milão, Itália
Data: 07 de † 397


Santo Ambrósio é uma das figuras mais empolgantes da Igreja ao findar do Império Romano. Nascido de uma nobre família romana, em Tréveris, Alemanha, cerca do ano 340, quando o pai era governador das Gálias. Ambrósio foi educado em Roma junto com o irmão Sátiro e a irmã Marcelina, virgem consagrada.

Formou-se Ambrósio na mais rígida tradição romana que cultuava as virtudes cívicas e morais: a retidão, o amor à justiça e probidade, o sentido prático, a doação à causa pública. Recebeu também aprimorada formação retórica que o tornou um escritor latino correto e elegante.

Na idade de 35 anos, Ambrósio foi nomeado governador da província romana da Itália do norte com sede em Milão, cargo de grande importância na administração do Império. Pouco depois veio a falecer o bispo de Milão, Aussêncio, adepto do arianismo. A fim de se evitarem conflitos na eleição do novo bispo, devido às duas facções, católica e ariana, Ambrósio se dirigiu à igreja onde se efetuava a escolha, com o objetivo exclusivo de manter a ordem pública. Sendo ele muito conhecido e apreciado por suas qualidades de homem público, Ambrósio teve a surpresa de ouvir sua aclamação como Bispo em plena assembleia de clero e fiéis: "Queremos Ambrósio bispo".

De nada adiantaram os protestos de Ambrósio, que ainda não era nem batizado e era funcionário do Império. O povo insistiu. No fim, surpreso e atemorizado, Ambrósio acabou se submetendo. Preparou-se para o batismo, foi ordenado sacerdote e ordenado Bispo alguns meses depois, a 7 de dezembro de 374, quando contava com cerca de 36 anos de idade.

A escolha do bispo Ambrósio mostrou-se providencial. Sua atuação no campo pastoral, político, doutrinal e litúrgico foi tão marcante que a Igreja, mais tarde, o canonizaria dando-lhe o título de Grande Santo Padre da Igreja. De 1298 em diante ele é celebrado como um dos quatro doutores da Igreja do Ocidente, sendo os outros três Agostinho, Jerônimo e Gregório Magno.

Ambrósio desempenhou papel político relevante, visto que Milão era uma das sedes dos imperadores do Ocidente e ele tinha relações continuas com os soberanos. Por seus dotes pessoais, foi conselheiro dos imperadores Graciano em Tréveris, Valentiniano II em Sirmio e de Teodósio II, sabendo, porém, opor-se com firmeza também à imperatriz Justina, simpatizante do arianismo. Ficou marcada na história, sobretudo, sua atitude firme de bispo frente ao imperador Teodósio. Santo Ambrósio tratou o imperador como qualquer outro fiel, impondo-lhe, segundo o costume, penitência pública por ter tolerado que seus legionários devastassem a cidade de Tessalônica. Foi muito grande também a influência dele na extirpação dos últimos resquícios do velho paganismo do Império Romano. Conseguiu, outrossim, acabar com o arianismo no norte da Itália. A forma literária dos seus sermões atraiu a curiosidade do jovem professor de Retórica, Agostinho que, do estilo, passou a gostar do conteúdo, chegando à conversão.

Guia reconhecido na Igreja ocidental, à qual transmite também a riqueza da tradição oriental, estendeu sua influência a todo o mundo latino. Em época de grandes transformações culturais e sociais, sua personalidade se impõe como símbolo de liberdade e de pacificação.

Ambrósio foi um escritor fecundo: deixou escritos ascéticos, tratados sobre as obrigações do clero e deveres dos fiéis; foi também pocta, compondo hinos para servir à Liturgia, alguns dos quais ainda se conservam na Liturgia das Horas.

Merecem menção os dois livros sobre a iniciação cristã, "Os Sacramentos" e "Os Mistérios". Escreveu quatro obras sobre a virgindade, virtude totalmente ignorada pela moral romana e que revelam nele uma delicada espiritualidade, pois enaltece nestes escritos a mística de uma doação total a Deus em corpo e alma. Faleceu no dia 4 de abril, na Páscoa de 394, com 23 anos de episcopado e 60 anos de idade.

O hino de Laudes apresenta Ambrósio como forte e santo prelado. A Oração coleta exalta Santo Ambrósio como doutor da fé católica e exemplo de intrépido pastor. Pede que Deus desperte, na sua Igreja, homens que a governem com força e sabedoria. A Oração sobre as oferendas pede que Deus faça com que o Espírito Santo acenda em nós a mesma fé que iluminava Santo Ambrósio. A Oração depois da Comunhão pede que, reconfortados pelo sacramento da Eucaristia, possamos, pelos ensinamentos de Santo Ambrósio, progredir e, percorrendo corajosamente os caminhos do Senhor, preparar-nos para o eterno convívio.

Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.

Santo Ambrósio de Milão, rogai por nós!


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