Antífona de entrada
Coleta
Concedei-nos, Deus todo-poderoso que, tendo conhecido a graça da ressurreição do Senhor, possamos, pelo amor do vosso Espírito, ressurgir para uma vida nova. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura (At 9, 1-20)
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Naqueles dias, 1Saulo só respirava ameaças e morte contra os discípulos do Senhor. Ele apresentou-se ao Sumo sacerdote 2e pediu-lhe cartas de recomendação para as sinagogas de Damasco, a fim de levar presos para Jerusalém os homens e mulheres que encontrasse seguindo o Caminho. 3Durante a viagem, quando já estava perto de Damasco, Saulo, de repente, viu-se cercado por uma luz que vinha do céu. 4Caindo por terra, ele ouviu uma voz que lhe dizia: “Saulo, Saulo, por que me persegues?”
5Saulo perguntou: “Quem és tu, Senhor?” A voz respondeu: “Eu sou Jesus, a quem tu estás perseguindo. 6Agora, levanta-te, entra na cidade, e ali te será dito o que deves fazer”. 7Os homens que acompanhavam Saulo ficaram mudos de espanto, porque ouviam a voz, mas não viam ninguém. 8Saulo levantou-se do chão e abriu os olhos, mas não conseguia ver nada. Então pegaram nele pela mão e levaram-no para Damasco. 9Saulo ficou três dias sem poder ver. E não comeu nem bebeu.
10Em Damasco, havia um discípulo chamado Ananias. O Senhor o chamou numa visão: “Ananias!” E Ananias respondeu: “Aqui estou, Senhor!” 11O Senhor lhe disse: “Levanta-te, vai à rua que se chama Direita e procura, na casa de Judas, por um homem de Tarso chamado Saulo. Ele está rezando”. 12E, numa visão, Saulo contemplou um homem chamado Ananias, entrando e impondo-lhe as mãos para que recuperasse a vista. 13Ananias respondeu: “Senhor, já ouvi muitos falarem desse homem e do mal que fez aos teus fiéis que estão em Jerusalém. 14E aqui em Damasco ele tem plenos poderes, recebidos dos sumos sacerdotes, para prender todos os que invocam o teu nome”.
15Mas o Senhor disse a Ananias: “Vai, porque esse homem é um instrumento que escolhi para anunciar o meu nome aos pagãos, aos reis e ao povo de Israel. 16Eu vou mostrar-lhe quanto ele deve sofrer por minha causa”. 17Então Ananias saiu, entrou na casa, e impôs as mãos sobre Saulo, dizendo: “Saulo, meu irmão, o Senhor Jesus, que te apareceu quando vinhas no caminho, ele me mandou aqui para que tu recuperes a vista e fiques cheio do Espírito Santo”.
18Imediatamente caíram dos olhos de Saulo como que escamas e ele recuperou a vista. Em seguida, Saulo levantou-se e foi batizado. 19Tendo tomado alimento, sentiu-se reconfortado. Saulo passou alguns dias com os discípulos de Damasco, 20e logo começou a pregar nas sinagogas, afirmando que Jesus é o Filho de Deus.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial (Sl 116)
℟. Ide, por todo o mundo, a todos pregai o Evangelho.
— Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes, povos todos, festejai-o! ℟.
— Pois comprovado é seu amor para conosco, para sempre ele é fiel! ℟.
Evangelho (Jo 6, 52-59)
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo João
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 52os judeus discutiam entre si, dizendo: “Como é que ele pode dar a sua carne a comer?” 53Então Jesus disse: “Em verdade, em verdade vos digo, se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. 54Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. 55Porque a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue, verdadeira bebida. 56Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. 57Como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo por causa do Pai, assim o que me come viverá por causa de mim. 58Este é o pão que desceu do céu. Não é como aquele que os vossos pais comeram. Eles morreram. Aquele que come este pão viverá para sempre”. 59Assim falou Jesus, ensinando na sinagoga em Cafarnaum.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Lauda ánima mea Dóminum: laudábo Dóminum in vita mea: psallam Deo meo, quámdiu ero, allelúia. (Ps. 145, 2)
Sobre as Oferendas
Senhor, nós vos pedimos, santificai com benevolência estes dons e, aceitando a oblação do sacrifício espiritual, fazei de nós uma eterna oferenda para vós. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Depois da Comunhão
Alimentados, Senhor, com os dons deste sagrado mistério, nós vos pedimos humildemente que nos faça crescer na caridade a Eucaristia que vosso Filho nos mandou celebrar em sua memória. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 19/04/2024
Fé e Eucaristia
Porque a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue, verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele.
No Evangelho de hoje, Cristo alude do modo o mais claro e explícito ao mistério da Eucaristia: "A minha carne é verdadeira comida", diz o Senhor, "e o meu sangue, verdadeira bebida". Aqui, o Senhor se nos oferece como o alimento que fará o gérmen da vida eterna, que foi plantado em nós por ocasião do Batismo, ir crescendo e amadurecendo pouco a pouco, conforme a nossa cooperação e docilidade à Graça, até chegarmos, se Deus assim o quiser, à plenitude da bem-aventurança celeste: "Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia".No entanto, para que as nossas comunhões se tornem verdadeiras e eficazes refeições espirituais, precisamos achegar-nos a Jesus com profundos sentimentos de fé; temos, por assim dizer, de O tocar com aquela mesma confiança da hemorroíssa. Com efeito, de que valeu tantos e tantos judeus e a tão numerosos guardas romanos o haver tocado e apalpado a carne do Verbo humanado, se não era a fé e o amor, senão a curiosidade e o despeito que lhes dominava o coração? "Minha filha", disse Jesus à mulher que padecia dum fluxo de sangue, "a tua fé te salvou; vai em paz" (Lc 8, 48).Por isso, a nossa comunhão deve ser acompanhada sempre por uma fé viva, ardente, fervorosa. Se não crermos, de nada nos adiantará tocar e ser tocados por Cristo. De fato, como lemos em São Lucas, uma multidão O comprimia de todos os lados; mas somente a fé daquela pobre doente foi capaz de fazer sair do Senhor uma força: "Alguém me tocou", quer dizer, tocou-me com a fé e com a caridade que Eu desejo de vós (cf. Lc 8, 46). Que as nossas Missas sejam docemente temperadas com mais atos de fé e amor ao Senhor Sacramentado. Confiemo-nos, por fim, aos cuidados da nossa Mãe Santíssima, que decerto nos há de ajudar a receber o Corpo e o Sangue do seu Filho cada dia com mais amor, humildade e devoção.
Deus abençoe você!
Não há talvez, entre todos os artigos da nossa fé, outro que seja tão negado e distorcido, e não só hoje, mas desde os inícios da Igreja, do que a presença real de nosso Senhor no santíssimo sacramento da Eucaristia. Jesus mesmo, ao ensinar a seus ouvintes em Cafarnaum o mistério de seu amor eucarístico, quis reforçar não uma, mas duas vezes, que a sua carne é verdadeira comida e o seu sangue, verdadeira bebida, para que não tivessem justificativa os que, querendo acomodar o mistério aos seus sistemas de pensamento, insistem em negá-lo não uma, mas duas mil vezes.Ouça a homilia do Padre Paulo Ricardo para esta sexta-feira, dia 19 de abril, e que Deus nos conceda graça e luz para crermos que, depois da consagração, Nosso Senhor Jesus Cristo está contido verdadeira, real e substancialmente sob a aparência do pão e do vinho.
Santo do dia 19/04/2024
Santo Alfege de Cantuária, Bispo e Mártir (Memória Facultativa)
Local: Greenwich, Inglaterra
Data: 19 de Abril† 1012
Santo Alfege nasceu no ano de 954, em uma nobre familia saxá, Primeiro, tornou-se monge no mosteiro de Deerhurst, próximo a Tewkesbury, na Inglaterra, e depois foi viver como eremita perto de Bath, onde fundou uma comunidade sob a regra de S. Bento, tornando-se seu primeiro abade. Aos 30 anos, foi eleito bispo de Winchester, e 22 anos depois tornou-se o arcebispo de Cantuária.
Em 1011, quando os dinamarqueses aportaram em Kent e tomaram a cidade de Cantuária, passando a todos no fogo e na espada, S. Alfege foi capturado e levado com a expectativa de um enorme preço de resgate. Não queria que se impusessem tamanhas despesas à sua igreja e a seu povo arruinado, e foi mantido em um repugnante cativeiro em Greenwich durante sete meses. Enquanto se encontrava ali confinado, alguns amigos foram incitá-lo a cobrar imposto de seus inquilinos para angariar o valor exigido pelo resgate. "O que poderei esperar em troca", disse em resposta, "se gastar comigo o que se destina aos pobres? Melhor dar aos pobres o que nos pertence do que tomar-lhes o pouco que têm". Como ainda se recusasse a ceder ao resgate, os enfurecidos dinamarqueses caíram sobre ele, espancaram-no com as pranchas das armas e cobriram-no de pedras, até que um deles, batizado um pouco antes pelo santo, pôs fim a tais sofrimentos com o golpe de um machado.
O santo faleceu em um Sábado de Aleluia, a 19 de abril de 1012, com suas últimas palavras sendo uma oração pelos próprios assassinos. Seu corpo foi enterrado primeiramente na Igreja de São Paulo, em Londres, mas depois foi trasladado a Cantuária pelo Rei Canuto. Uma igreja dedicada a S. Alfege ainda se encontra no local do seu martírio, em Greenwich.
REFLEXÃO
Aqueles em altos postos da sociedade devem se considerar guardiões, e não donos da riqueza ou do poder a eles confiado para beneficio dos pobres e frágeis. S. Alfege preferiu morrer ao invés de arrancar dos pobres inquilinos das terras da Igreja o valor de seu resgate.
BUTLER, Alban. Vida dos Santos: para todos os dias do ano. Dois Irmãos, RS: Minha Biblioteca Católica, 2021. 560 p. Tradução de: Emílio Costaguá. Adaptação: Equipe Pocket Terço.
Santo Alfege de Cantuária, rogai por nós!