Nome: São Cornélio e São Cipriano (Memória)
Local: Roma, Itália; Cartago, Tunísia
Data: 16 de Setembro † 252; 258

A Igreja celebra juntamente a memória de Cornélio e de Cipriano, mortos em anos distintos, mas unidos por grande amizade e pelas mesmas preocupações pastorais. Nos dois santos são realçados os pastores dedicados e os mártires invencíveis. Cornélio foi o Papa que governou a Igreja de 251 a 253 e Cipriano foi bispo de Cartago de 249 a 258. Viveram no mesmo tempo difícil das perseguições e tiveram que enfrentar, tanto em Roma como em Cartago, a questão da reconciliação dos cristãos que tinham cedido às perseguições, os chamados lapsi (os que caíram), bem como a defesa da unidade da Igreja.

Cornélio: Nada se sabe sobre sua origem. Tornou-se Papa imediatamente depois da perseguição de Décio, que, além de muitas vítimas, deixou um saldo negativo muito grande de apostasias. A readmissão de tais apóstatas na comunidade cristã suscitou vivas polêmicas. Cornélio procurou facilitar a volta dos apóstatas arrependidos, usando sobretudo de misericórdia. Contra tal atitude compreensiva voltou-se o presbítero rigorista Novaciano, chefe da ala que excluía para sempre da comunhão eclesial os que haviam fraquejado na perseguição, constituindo-se como antipapa.

Depois da peste que se abateu sobre o Império Romano, da qual os cristãos foram incriminados, acusados de terem provocado a cólera dos deuses, o imperador Galo, que sucedeu a Décio, desencadeou nova perseguição. O papa Cornélio foi mandado para o exílio em Civitavecchia, perto de Roma, onde veio a falecer em 253. Não se sabe se Cornélio foi morto ou se morreu em consequência do exílio. No entanto, a começar por São Cipriano, ele sempre foi considerado e cultuado como mártir.

Cecilio Cipriano, popularmente conhecido como Tácio: Nasceu provavelmente em Cartago em torno de 210. Muito pouco se sabe de sua vida antes de sua conversão cristã. Era orador público, professor de Retórica e advogado nas cortes. Foi batizado na Páscoa de 246, tornando-se um novo homem e, em 249, foi eleito para a cátedra episcopal de Cartago.

Durante a perseguição foi envolvido na questão dos lapsi (os que tinham renegado a fé), tanto em Roma como na África. Tratava-se dos que tinham retornado à Igreja, mas não queriam submeter-se à penitência. São Cipriano lutou contra o sacerdote Novato, defensor do antipapa Novaciano, em Roma, e o diácono Felicíssimo, que elegera Fortunato como antibispo, enquanto Cipriano se mantinha oculto durante a perseguição, dirigindo por cartas a sua Igreja. Cessada essa perseguição, voltou a Cartago. Não demorou e foi exilado e, a 14 de setembro de 258, foi preso e decapitado em Sesti, perto de Cartago.

Entre os expoentes máximos, juntamente com Tertuliano, da primeira latinidade cristã, em seu magistério deu notável contribuição à doutrina sobre a unidade da Igreja reunida em torno da Eucaristia sob a direção do bispo. Na Carta 62 Cipriano mostra que o sacrifício da Eucaristia é sacrifício de Cristo e da Igreja. Ele expõe o sentido das gotas de água no vinho, no caso dos "aquaristas", que insistiam em celebrar a Eucaristia com pão e água, sem o vinho. Cipriano diz que devem por ao menos um pouco de vinho na água, pois senão nós estamos sozinhos sem o Cristo. Além das numerosas cartas pelas quais ele governava a Igreja em sua ausência, Cipriano escreveu vários tratados. Entre eles podemos citar o Tratado sobre a Unidade da Igreja, Tratado sobre os lapsi, Tratado sobre a mortalidade e um belo Tratado sobre a Oração do Senhor.

Cornélio e Cipriano, ambos pastores, ambos mártires, ambos incansáveis promotores da unidade da Igreja e defensores da reconciliação dos penitentes, embora sob condições diversas.

Estas características são expressas nas orações da Missa. Fé, coragem e promoção da unidade da Igreja, na Oração coleta. A Oração sobre as oferendas pede que, celebrando a paixão dos mártires, a Eucaristia nos torne firmes na adversidade, como os fez corajosos na perseguição. A Oração depois da Comunhão pede que pela Eucaristia que recebemos e pelos exemplos de São Cornélio e São Cipriano, sejamos fortalecidos pelo Espírito para dar testemunho do Evangelho.

Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.

São Cornélio e São Cipriano, rogai por nós!

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