Deus

DEPRESSÃO, VAZIO INTERIOR E ORFANDADE ESPIRITUAL

por Marcos A. Fiorito • Você e mais 24 pessoas leram este artigo Comentar

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Vão, vazio, vaidade… Sabia que essas palavras possuem a mesma origem? O que é estar cheio de si e vazio de Deus? Em post recente em torno da morte do comediante norte-americano Robin Williams (clique aqui para ver!), tratamos sobre vaidade, envelhecimento e desapego. A vida de qualquer homem que experimentou riqueza, fama e luxúria pode ser comparada às palavras do Rei Salomão no Eclesiastes (Cf. Ecl 1, 1-11).

Dando continuidade ao assunto, vale refletir sobre um problema que afeta a humanidade há milênios: o vazio interior. A necessidade de explicar de onde viemos, quem somos e para onde vamos intrigou os filósofos gregos durante séculos. Já o povo eleito entendia a origem do universo e do homem através da explicação criacionista e na crença de um único Deus. Egípcios, babilônios, assírios, persas e romanos, cada um com sua religião, encontravam uma forma de explicar nossa existência e dar um sentido à vida.

Roma, com suas legiões, fez-se senhora de boa parte do Ocidente e Oriente, mas com as constantes invasões bárbaras e a decadência de seus costumes, o Império Romano, por fim, ruiu como tudo que é erguido por mãos humanas. Com ele encerrou-se a Idade Antiga, dando origem à Idade Média, que apesar de muitos a intitularem de idade das trevas, foi nela que o cristianismo alcançou o seu auge. A Europa vivia o teocentrismo (Deus no centro do universo): “Era necessário para a salvação dos homens que houvesse uma doutrina revelada por Deus, além das disciplinas filosóficas que investigam a razão humana” (São Tomás de Aquino).

Porém, com o movimento humanista e renascentista, veio a Idade Moderna, que pretendeu desbancar a Deus e valorizar o homem. Deus foi removido do centro e o homem posto no lugar dele (antropocentrismo): “Deus, arquiteto do universo, proibiu o homem de provar os frutos da árvore da ciência, como se a ciência fosse um veneno para a felicidade” (Erasmo de Roterdã).

Com a Revolução Francesa, a “deusa” razão foi posta no altar da sabedoria humana, pondo fim também à união da Igreja e do Estado. Nasce a Idade Contemporânea, sob as “bênçãos” de um mundo voltado não mais para a fé, mas para o gozo da vida e prazeres de todo gênero. A ciência e a tecnologia avançaram de tal forma, que a religião parecia vencida, e como resultado, surge o ateísmo.

Porém, livre de Deus e seus mandamentos, da Igreja e seus dogmas, veio também a angústia e orfandade. Aquele vazio sentido pelo homem desde a sua origem só aumentou. Daí termos cifras alarmantes no número de pessoas que sofrem de depressão, síndrome do pânico e solidão – apesar de estarem rodeadas de gente… Pessoas que após terem feito carreiras brilhantes, abreviam suas vidas pela profunda insatisfação em que vivem.

É tão comum na vida dos famosos histórias de vícios, prisões, crimes e outros desvarios… O que lhes falta? Ou melhor, o que nos falta? A resposta é simples: Deus! Todo homem nasceu para Deus e deve retornar a Ele. Quando não alimentamos nossas almas com o divino, em vão procuramos fora dele a paz e serenidade interior. Na verdade, iremos nos atirar nos braços insanos da vida cheia de prazeres, entretanto completamente ausente de sobrenaturalidade.

Marcos A. Fiorito

Teólogo e historiador

(Autoriza-se reprodução do artigo com citação da fonte e autor.)

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