Doutrina Católica

NÃO HÁ CRIATURA MAIS EXCELSA QUE MARIA SANTÍSSIMA

por Marcos A. Fiorito • Você e mais 24 pessoas leram este artigo Comentar

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De Maria nunquam satis é uma expressão de autoria de São Bernardo de Claraval, porém desde a Idade Média é repetida por muitos santos e devotos. Essa frase em latim afirma que nunca iremos, por mais que tentemos, dizer tudo a respeito de Nossa senhora; nunca iremos esgotar o que a Teologia tem a dizer sobre Ela. A começar por sua conceição imaculada, por onde a Santíssima Trindade fez valer os méritos da Redenção de Jesus Cristo antes de Ela ser concebida. Maria foi predestinada desde toda eternidade para ser a Mãe de Deus, algo que por si só já a faria distinta de todas as criaturas humanas.

Quando o Arcanjo Gabriel anunciou que Ela havia concebido de Jesus, naquele momento ímpar da história Maria se tornou plena de graça: “Ave, ó cheia de graça, o senhor é contigo!” (Lc. 1, 28). Nenhum ser humano, jamais, receberá uma abundância da graça tão grande quanto Maria Santíssima. Por sinal, Ela é a única criatura que conserva o dom da graça nos Céus, pois todos os outros mortais, ao alcançarem o triunfo celeste, tem o dom da graça transformado em glória. Entretanto, Ela, por ser medianeira de todas as graças, conserva este dom em grau máximo. Por isso a Igreja a venera como “Tesoureira e dispensadora das Graças do Senhor”[1] e a Ladainha Lauretana a invoca sob o título de “Mãe da Divina Graça”.

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Esposa fidelíssima do Espírito Santo, n’Ela operou-se ainda o milagre de permanecer virgem antes, durante e depois do parto. Por isso é louvada como Virgem Perpétua. A excelsitude de Maria a fez pairar sobre todas as criaturas, até mesmo sobre os Anjos, por isso recebe, com todo merecimento e justiça, o título de “Rainha dos Anjos”.

Há um belo hino de louvor à Santíssima Virgem composto por Santo Efraim, doutor da Igreja do século IV. Nele encontram-se citações referentes aos profetas que previram a vinda do Messias:

“Vinde, sábios, admiremos a Virgem Mãe, a filha de David, esta flor de beleza que deu à luz a maravilha. Admiremos a fonte donde brota o princípio, a embarcação completamente carregada de alegrias que nos traz a mensagem vinda do Pai. No seu seio puríssimo, recebeu e trouxe este grande Deus que governa a criação, este Deus por Quem a paz reina na terra e nos céus. Vinde, admiremos a Virgem puríssima, maravilhosa em si mesma, a única criatura que deu à luz sem ter conhecido homem. A sua alma estava cheia de assombro, e todos os dias glorificava a Deus na alegria, por estes dons que parecia não poderem unir-se: a sua integridade virginal e o seu Filho bem-amado. Sim, abençoado seja Quem dela nasceu! […]

Ela tem-No dentro de si e canta os Seus louvores com suaves cânticos […]: ‘O Teu lugar, meu Filho, é acima de todas as coisas; mas, porque assim o desejaste, vieste repousar em mim. Os céus são demasiado estreitos para a Tua majestade, e eu, que sou tão pequena, trago-Te dentro de mim! Que venha Ezequiel e Te veja no meu regaço; que ele se prostre e adore; que reconheça em Ti aquele que viu sentar-Se no carro dos querubins (Ez 1) e que me proclame bem-aventurada, graças a Quem trago dentro de mim! […] Isaías, que proclamaste: ‘Eis, a Virgem concebeu e deu à luz um filho’ (7,14), vem, contempla, congratulate comigo. […] Eis que dei à luz mantendo intacto o selo da minha virgindade. Contempla o Emanuel, que permaneceu escondido para ti’. […]”

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Retornando ao pensamento inicial deste artigo, é tarefa impossível dizer tudo a respeito de Nossa Senhora, pois Deus a fez superior a todas as criaturas, a ornou com os mais belos dons e a tornou a mais digna Rainha. Ela é Filha dileta de Deus Pai, Mãe admirável de Deus Filho e Esposa fidelíssima do Espírito Santo. Por isso foi gloriosamente coroada pela Santíssima Trindade após a sua assunção. “De Maria nunquam satis… Ainda não se louvou, exaltou, amou e serviu suficientemente a Maria, pois muito mais louvor, respeito, amor e serviço ela merece.”[2]

Uma das formas mais perfeitas de manifestar o nosso amor à Santíssima Virgem é na oração do Rosário. Ela própria assim o revelou a São Domingos de Gusmão (algo que foi muitas vezes reforçado e repetido por outros santos) e aos três pastorinhos de Fátima, Francisco, Jacinta e Lúcia. Vamos rezá-lo agora?

[1] “E como é a tesoureira e a dispensadora dos dons e das graças do Altíssimo, ela toma uma boa porção, a melhor, para alimentar e sustentar seus filhos e servos” (Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem – São Luís Maria Grignion de Montfort).

[2] Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem – São Luís Maria Grignion de Montfort.

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Marcos A. Fiorito

Teólogo e historiador

(Autoriza-se reprodução do artigo com citação da fonte e autor.)

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