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Os Dogmas Marianos: O Que Todo Católico Deve Saber

por Thiago Zanetti em 24/02/2025 • Você e mais 796 pessoas leram este artigo Comentar

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Tempo de leitura: 5 minutos

Os dogmas marianos são verdades de fé sobre Maria proclamadas oficialmente pela Igreja e que devem ser aceitas por todos os católicos. Eles refletem o papel especial de Maria no plano da salvação e estão fundamentados tanto na Sagrada Escritura quanto na Tradição e no Magistério da Igreja. Atualmente, a Igreja reconhece quatro dogmas marianos: Maternidade Divina, Imaculada Conceição, Virgindade Perpétua e Assunção. Vamos entender melhor cada um deles e suas bases bíblicas e teológicas.

1. Maria, Mãe de Deus

O primeiro dogma mariano é a Maternidade Divina, proclamado pelo Concílio de Éfeso em 431 d.C. Esse dogma ensina que Maria é verdadeiramente Mãe de Deus (Theotokos), pois gerou em seu ventre Jesus Cristo, que é Deus e homem. Essa verdade já era reconhecida desde os primeiros séculos do cristianismo, mas foi formalmente definida no Concílio:

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“Se alguém não confessar que Deus é verdadeiramente Emanuel, e que por isso a Santíssima Virgem é a Mãe de Deus (pois segundo a carne ela deu à luz o Verbo de Deus feito carne pelo nascimento), seja anátema” (Denzinger 252).

A base bíblica está no Evangelho de Lucas, quando Isabel, cheia do Espírito Santo, reconhece Maria como Mãe do Senhor:

“Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe do meu Senhor?” (Lc 1,43)

Se Jesus é Deus e Maria é sua mãe, então ela é verdadeiramente Mãe de Deus. Esse dogma confirma a identidade divina de Cristo e a importância de Maria em seu plano de salvação.

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2. Imaculada Conceição

O segundo dogma mariano é a Imaculada Conceição, proclamado pelo Papa Pio IX em 1854 na bula Ineffabilis Deus. Esse ensinamento afirma que Maria foi preservada do pecado original desde sua concepção, por um privilégio único concedido por Deus. O Papa declarou:

“A doutrina sustenta que a beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante da sua Conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha de pecado original, essa doutrina foi revelada por Deus, e por isto deve ser crida firme e inviolavelmente por todos os fiéis”. (Ineffabilis Deus, 1854)

A Bíblia sustenta esse dogma ao chamar Maria de “cheia de graça” durante a saudação do Anjo Gabriel:

“Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo!” (Lc 1,28)

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A expressão “cheia de graça” indica que Maria já estava em um estado especial de santidade desde o início de sua existência, sendo preservada de todo pecado para ser a Mãe do Salvador. Esse dogma ressalta o papel singular de Maria no plano divino, como a nova Eva, livre da mancha do pecado original para gerar o Redentor.

3. Virgindade Perpétua

O terceiro dogma mariano é a Virgindade Perpétua de Maria, que ensina que Maria permaneceu virgem antes, durante e após o parto de Jesus Cristo. Esse dogma já era reconhecido desde os primeiros séculos do cristianismo e foi reafirmado pelos Concílios da Igreja. O Catecismo da Igreja Católica ensina:

“O aprofundamento de sua fé na maternidade virginal levou a Igreja a confessar a virgindade real e perpétua de Maria, mesmo no parto do Filho de Deus feito homem” (CIC 499).

A Bíblia confirma a concepção virginal de Jesus:

“Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e lhe chamará Emanuel.” (Is 7,14)

Maria permaneceu virgem não apenas fisicamente, mas também em sua total consagração a Deus. Esse dogma demonstra a santidade única de Maria e sua total dedicação ao plano divino.

4. Assunção de Maria

O quarto dogma mariano é a Assunção de Maria, proclamado pelo Papa Pio XII em 1950 na constituição apostólica Munificentissimus Deus. Esse dogma ensina que Maria, ao término de sua vida terrena, foi assunta ao Céu em corpo e alma, sem passar pela corrupção da morte. O Papa Pio XII declarou:

“A imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial” (Munificentissimus Deus, 1950, 44).

A Bíblia atesta essa verdade no livro do Apocalipse:

“Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida de sol, a lua debaixo de seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas”. (Ap 12,1)

Essa visão representa Maria glorificada no Céu, reafirmando seu papel único na história da salvação. A Assunção de Maria demonstra a recompensa dada a ela por sua total fidelidade a Deus e serve como um modelo para todos os cristãos, que também esperam a glorificação final no Céu.

A Importância dos Dogmas Marianos

Os dogmas marianos não apenas exaltam Maria, mas também reforçam aspectos essenciais da fé cristã. Eles confirmam verdades sobre Cristo, como sua divindade e sua missão redentora, e mostram como Deus preparou Maria para ser um instrumento perfeito na obra da salvação. O Catecismo da Igreja Católica ensina:

“O papel de Maria para com a Igreja é inseparável da sua união com Cristo, decorrendo diretamente dela (dessa união)” (CIC 964)

Portanto, conhecer e aceitar os dogmas marianos é essencial para compreender melhor o plano de Deus para a humanidade e aprofundar a devoção a Maria, que sempre nos conduz a Cristo.

A Igreja continua a ensinar e celebrar esses dogmas, fortalecendo a fé dos fiéis e ressaltando a missão única de Maria. Sua intercessão e exemplo de fé, humildade e obediência continuam a inspirar católicos de todo o mundo.

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Thiago Zanetti

Por Thiago Zanetti
Jornalista, copywriter e escritor católico. Graduado em Jornalismo e Mestre em História Social das Relações Políticas, ambos pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). É autor dos livros Deus é a resposta de nossas vidas (Palavra & Prece, 2012) e O Sagrado: prosas e versos (Flor & Cultura, 2012).
Acesse o Blog: www.thiagozanetti.com.br
Siga-o no Instagram: @thiagozanetti11

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