5ª feira da 1ª Semana do Advento
Antífona de entrada
Vernáculo:
A vós, meu Deus, elevo a minha alma, e confio em vós. Que eu não seja envergonhado, nem se riam de mim os meus inimigos! Pois não será desiludido quem em vós espera. (Cf. MR: Sl 24, 1-3) ℣. Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos, e fazei-me conhecer a vossa estrada! (Cf. LH: Sl 24, 4)
Coleta
Despertai, Senhor, o vosso poder e socorrei-nos com a vossa força, para que vossa misericórdia apresse a salvação que nossos pecados retardam. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Is 26, 1-6
Leitura do Livro do Profeta Isaías
1Naquele dia, cantarão este canto em Judá: “Uma cidade fortificada é a nossa segurança; o Senhor cercou-a de muros e antemuro. 2Abri as suas portas, para que entre um povo justo, cumpridor da palavra, 3firme em seu propósito; e tu lhe conservarás a paz, porque confia em ti. 4Esperai no Senhor por todos os tempos, o Senhor é a rocha eterna. 5Ele derrubou os que habitam no alto, há de humilhar a cidade orgulhosa, deitando-a por terra, até fazê-la beijar o chão. 6Hão de pisá-la os pés, os pés dos pobres, as passadas dos humildes”.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 117(118), 1. 8-9. 19-21. 25-27a (R. 26a)
℟. Bendito é aquele que vem vindo em nome do Senhor!
— Dai graças ao Senhor, porque ele é bom! “Eterna é a sua misericórdia!” É melhor buscar refúgio no Senhor, do que pôr no ser humano a esperança; é melhor buscar refúgio no Senhor, do que contar com os poderosos deste mundo!” ℟.
— Abri-me vós, abri-me as portas da justiça; quero entrar para dar graças ao Senhor! “Sim, esta é a porta do Senhor, por ela só os justos entrarão!” Dou-vos graças, ó Senhor, porque me ouvistes e vos tornastes para mim o Salvador! ℟.
— Ó Senhor, dai-nos a vossa salvação, ó Senhor, dai-nos também prosperidade! Bendito seja, em nome do Senhor, aquele que em seus átrios vai entrando! Desta casa do Senhor vos bendizemos. Que o Senhor e nosso Deus nos ilumine! ℟.
℣. Buscai o Senhor, vosso Deus, invocai-o enquanto está perto! (Is 55, 6) ℟.
Evangelho — Mt 7, 21. 24-27
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Mateus
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 21“Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos Céus, mas o que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus. 24Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática, é como um homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha. 25Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos deram contra a casa, mas a casa não caiu, porque estava construída sobre a rocha. 26Por outro lado, quem ouve estas minhas palavras e não as põe em prática, é como um homem sem juízo, que construiu sua casa sobre a areia. 27Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos sopraram e deram contra a casa, e a casa caiu, e sua ruína foi completa!”
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Ad te Dómine levávi ánimam meam: Deus meus, in te confído, non erubéscam: neque irrídeant me inimíci mei: étenim univérsi qui te exspéctant, non confundéntur. (Ps. 24, 1-3)
Vernáculo:
A vós, meu Deus, elevo a minha alma, e confio em vós. Que eu não seja envergonhado, nem se riam de mim os meus inimigos! Pois não será desiludido quem em vós espera. (Cf. MR: Sl 24, 1-3)
Sobre as Oferendas
Aceitai, Senhor, os dons que vos oferecemos dente os bens que nos destes; e os santos mistérios, que nos dais celebrar no tempo, se convertam para nós em prêmio de redenção eterna. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
O Senhor nos dará tudo o que é bom, e a nossa terra nos dará suas colheitas. (Cf. MR: Sl 84, 13)
Depois da Comunhão
Fazei frutificar em nós, Senhor, a participação nos vossos mistérios; eles nos levem a amar desde agora os bens do céu e, caminhando entre as coisas que passam, abraçar as que não passam. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 05/12/2024
Ai de quem reza, mas não muda!
“Quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática, é como um homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha. Por outro lado, quem ouve estas minhas palavras e não as põe em prática, é como um homem sem juízo, que construiu sua casa sobre a areia”.
Guardai-vos das ilusões (cf. Lc 6,43; 13,26s). — V. 21ss. Cristo condena o sentir dos que creem ter o reino dos céus garantido, 1) ou porque o invocaram (somente) com os lábios (: Senhor, Senhor, outros o interpretam como invocação frequente mas afetada do Senhor; outros, o que é mais congruente, como fé sem obras; outros, o que é menos provável, como fé simulada, tal qual a dos pseudo-profetas); 2) ou porque, em nome de Cristo, i.e. invocado o nome de Cristo, (muitos), ou (melhor) impetrando o poder dele, expeliram demônios ou pensam tê-los expelido e realizado outros milagres. Com essa interpelação, Jesus lamenta-se dos falsos fiéis, que se fiam mais de títulos e práticas exteriores de religião que do valor das boas obras.
— Mas naquele dia (no dia do juízo, que é o dia do Senhor, cf. Lc 17,24; 1Cor 1,8 etc.), eu lhes confessarei, i.e. abertamente, diante de todos, direi deles: Nunca vos conheci, i.e. não os tive como uns dos meus nem mesmo quando fazíeis estes milagres; apartai-vos, pois, de mim, vós que obrais a iniquidade (τὴν ἀνομίαν = a transgressão da lei). São palavras tiradas do Sl 6,9. — O mesmo se lê em Lc 13,26s: Então começareis a dizer: Comemos e bebemos em tua presença, i.e. fomos teus discípulos, familiares e, por assim dizer, comensais, e tu ensinaste nas nossas praças, i.e. ouvimos frequentemente tuas palavras. E ele vos dirá: Não sei donde sois, i.e. não sei quem sois, não vos reconheço como uns dos meus; apartai-vos de mim etc.
‘Assim entendemos que nos são necessárias a fé e uma vida que brilhe pelas virtudes: somente esta nos pode salvar’ (Crisóstomo, in Ioh. ii, hom. 20).
Conclusão. — V. 24-27. a) Imagem. O sábio, i.e. o que tem cuidado por suas coisas, edifica sua casa sobre a pedra, de forma que possa resistir às chuvas, tempestades e torrentes. Pelo contrário, o insensato, que edifica sua casa sobre a areia, no tempo das chuvas (que são mais intensas na Palestina do fim de outubro até o início de abril), quando irrompem os ventos, as tempestades e os rios (torrentes), perderá todo o edifício.
b) Sentido espiritual. É sábio o homem que ouve estas minhas palavras (as ditas no sermão da montanha) e as observa; mas é insensato quem as ouve, e não as pratica. Edificar sobre pedra é confirmar a fé com boas obras. A chuva, os ventos e os rios, para muito intérpretes antigos, significam alegoricamente três coisas distintas (e.g. a chuva, as tentações da concupiscência carnal; os rios, as da cupidez e da avareza; os ventos, as da vaidade e da soberba: cf. 1Jo 2,16). Outros dizem que esses três elementos designam as tribulações e calamidades da vida humana, ou gêneros indeterminados de tentações; para outros ainda, trata-se do dia do juízo, representado como uma terrível tempestade. Entre os intérpretes mais recentes, é quase unânime que as três imagens nada mais são do que simples comparações sem nenhum significado particular, embora possam ser acomodadas a diversas coisas.
Quem perseverar na observância da regra de vida cristã será, com a ajuda de Deus, mais forte do que toda tribulação e tentação. Cf. Is 26,16; Pr 10,25: O justo fica em fundamento eterno. Este pode dizer com São Paulo: Quem nos separará, pois, do amor de Cristo? A tribulação? a angústia? a perseguição? a fome? a nudez? o perigo? a espada? . . . Estou certo de que nem a morte, nem a vida etc. (Rm 8,35ss). Com isso se nos manifesta igualmente não haver outro nome sob o céu e sobre a terra pelo qual possamos ser salvos, a não ser o de Jesus Cristo, o qual propõe sua doutrina como fonte única de vida. Se alguém dela se apartar, sofrerá grande ruína. Há portanto somente dois fins possíveis: ou a casa permanece de pé, i.e. o homem vive para sempre na mansão celeste, ou vem inteiramente abaixo, i.e. o homem se condena à perdição eterna. Não há meio-termo.
Deus abençoe você!
Santo do dia 05/12/2024
São Sabas (Memória Facultativa)
Local: Jerusalém, Israel
Data: 05 de † 532
Sabas é o fundador da chamada Grande Laura ao lado do vale de Cedron, às portas de Jerusalém. Nasceu em Mutalasca, perto de Cesareia de Capadócia, em 439. Após ter passado alguns anos no mosteiro da sua cidade, em 457 passou ao de Jerusalém, fundado por Passarião, que não julgou todavia condizente com suas aspirações. Mas ao contrário de muitos monges, que abandonavam o próprio convento para correr às cidades grandes, antes que viver uma vida edificante, Sabas, desejoso de solidão, durante uma estada em Alexandria, pediu e obteve a licença de retirar-se para uma gruta, comprometendo-se a voltar todos os sábados e domingos para fazer vida comum no mosteiro.
Cinco anos mais tarde, voltando a Jerusalém, fixou o seu domicílio no vale do Cedron, em uma gruta inacessível, aonde só por meio de cordas se chegava. Aquela escadinha (de cordas), ao que parece, revelou seu esconderijo a outros monges, desejosos como ele de solidão, e em breve, como um enxame, as grutas inóspitas, na parede rochosa, povoaram-se de solitários mas não ociosos habitantes.
Nascia assim a Grande Laura, isto é, um dos mais originais mosteiros da antiguidade cristã. Sabas, com grande paciência e ao mesmo tempo com indiscutível autoridade, governou aquele crescente exército de eremitas organizando-o segundo as regras de vida cenobita, já fixada por são Pacômio, um século antes. Para que a autoridade do santo abade tivesse um ponto de referência na autoridade do bispo, o patriarca de Jerusalém ordenou-o sacerdote em 491. Sabas, não obstante a predileção pelo absoluto isolamento do mundo, não se subtraiu às suas tarefas sacerdotais. Fundou outros mosteiros, entre os quais um em Emaús e tomou parte ativa na luta contra os monofisitas, chegando a ponto de mobilizar seus monges numa expedição para opor-se ao estabelecimento de um bispo herege, enviado a Jerusalém pelo imperador Anastácio.
Diante do imperador de Constantinopla, são Sabas encenou uma verdadeira representação de mímicas para mostrar com a evidência da imagem coreográfica as tristes condições do povo palestinense oprimido por pesadas taxas e, em particular, por uma taxa que atingia os pequenos comerciantes. Quando morreu, a 5 de dezembro de 532, toda a região quis honrá-lo com esplêndidos funerais. Em Roma, no século VII, surgiram no Aventino, por meio de monges gregos, um mosteiro e uma basílica a ele dedicados, que deram nome a todo o bairro.
Referência:
SGARBOSSA, Mario; GIOVANNI, Luigi. Um santo para cada dia. São Paulo: Paulus, 1983. 397 p. Tradução de: Onofre Ribeiro. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
São Sabas, rogai por nós!