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A prática do amor a Jesus Cristo

Santo Afonso Maria de Ligório

Capítulo I - Quanto Jesus Cristo, por sua Paixão, merece ser amado

Uma loucura

Quem pôde, alguma vez, levar Deus a morrer condenado em uma cruz no meio de dois criminosos, com tanta vergonha para sua grandeza de Deus? Quem fez isto? Pergunta São Bernardo. E responde:

– “Foi o amor, que esqueceu sua dignidade” (S. Bernardo, Tractatus de caritate, c. 6, n. 29: ML 184-599 - In Cantica, Sermo 64, n. 10: ML 183-1088)

O amor, quando procura fazer-se conhecido, não leva em conta aquilo que mais convém à dignidade da pessoa que ama, mas o que mais conduz a manifestar-se à pessoa amada. Com muita razão exclamava São Francisco de Paula, olhando um crucifixo: “Ó caridade, ó caridade, ó caridade” (Isidoro Toscano di Paola, Vita, 1. 4, c. 7). Vendo Jesus na Cruz, deveremos, entusiasmados, exclamar: ó amor, ó amor, ó amor!

Se a fé não nos garantisse, quem poderia crer que Deus onipotente, Senhor de tudo, quis amar tanto o homem, parecendo até ficar fora de si, por amor de nós? São Lourenço Justiniano dizia: “Vimos a própria sabedoria, o Verbo Eterno enlouquecido por excessivo amor pelos homens” (S. Lourenço Justiniano, Sermo in Nativ. Domini, n. 4).

Tomando nas mãos um crucifixo, Santa Maria Madalena de Pazzi exclamava admirada: “Sim Jesus, vós estais louco de amor. Eu o digo e sempre direi, estais louco de amor” (Sta. M. Madalena de Pazzi, cit. de Puccini, Vita, p. 1, c. 11).

Mas Dionísio Areopagita dizia: “Não, não é uma loucura. O amor de Deus tem como efeito fazer sair fora de si aquele que ama, e se dar inteiramente à pessoa amada” (Dionísio Areopagita, De divinis nominibus, c. 4 § XIII. MG3-711).

Oxalá os homens considerassem, olhando Jesus Crucificado, o afeto que Ele teve a cada um de nós! São Francisco de Sales dizia: “Ficaríamos abrasados à vista das chamas que se encontram em nosso Redentor! Que felicidade poder arder naquele fogo em que arde nosso Deus! Que alegria estarmos unidos a Deus com cadeias de amor” (Gallizia, Vita, 1.6, c. 2: Massime e detti spirituali, Massime pergli ecclesiastici, n. 5). São Boaventura dizia que as chagas de Jesus Cristo ferem os corações mais duros e aquecem as almas mais frias (S. Boaventura, Stimulus amoris, p. 1, c.1). Quantas flechas de amor saem dessas chagas e ferem oscorações mais insensíveis! Quantas chamas saem do Coração ardente de Cristo e aquecem os corações mais frios! Quantas cadeias saem do lado ferido e prendem os corações mais endurecidos!


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(Santo Afonso Maria de Ligório)
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