Proclamação da Páscoa (Forma Longa) Missal Romano
18. Chegando ao altar, o sacerdote vai para a sua cadeira, entrega sua vela ao ministro, impõe o incenso e o abençoa, como antes do Evangelho. O diácono aproxima-se do sacerdote e, dizendo:
Dá-me a tua bênção, pede e recebe a bênção do sacerdote, que diz em voz baixa:
O Senhor esteja em teu coração e em teus lábios,
para que possas proclamar dignamente a sua Páscoa:
em nome do Pai e do Filho ✠ e do Espírito Santo.
O diácono responde: Amém.
Omite-se esta bênção se a Proclamação da Páscoa não for feita por um diácono.
19. O diácono, tendo incensado o livro e o círio, proclama a Páscoa do ambão ou do púlpito, estando todos de pé e com as velas acesas nas mãos.
Na ausência do diácono, a Proclamação da Páscoa pode ser feita pelo próprio sacerdote ou outro presbítero concelebrante. Se por necessidade um cantor leigo proclama a Páscoa, ele omite as palavras: E vós, que estais aqui até o fim do convite, como também a saudação O Senhor esteja convosco.
A proclamação da Páscoa pode ser cantada também na forma mais breve (p. 286-293), ®ou em outra versão aprovada pela Conferência Nacional dos Bispos, podendo-se acrescentar aclamações da assembleia.
Exulte o céu, e os anjos triunfantes,
mensageiros de Deus, desçam cantando;
façam soar trombetas fulgurantes,
a vitória de um Rei anunciando.
Alegre-se também a terra amiga,
que em meio a tantas luzes resplandece;
e, vendo dissipar-se a treva antiga,
ao sol do eterno Rei brilha e se aquece.
Que a mãe Igreja alegre-se igualmente,
erguendo as velas deste fogo novo,
e escute, reboando de repente,
o júbilo cantado pelo povo.
(E vós, que estais aqui, irmãos queridos,
em torno desta chama reluzente,
erguei os corações e, assim unidos,
invoquemos a Deus onipotente.
Ele, que por seus dons nada reclama,
quis que entre os seus levitas me encontrasse:
para cantar a glória desta chama,
de sua luz um raio me traspasse!)
℣. (O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.)
℣. Corações ao alto.
℟. O nosso coração está em Deus.
℣. Demos graças ao Senhor, nosso Deus.
℟. É nosso dever e nossa salvação.
Sim, verdadeiramente é bom e justo
cantar ao Pai de todo o coração,
e celebrar seu Filho Jesus Cristo,
tornado para nós um novo Adão.
Foi ele quem pagou do outro a culpa,
quando por nós à morte se entregou:
para apagar o antigo documento,
na cruz todo o seu sangue derramou.
Pois eis agora a Páscoa, nossa festa,
em que o real Cordeiro se imolou:
marcando nossas portas, nossas almas,
com seu divino sangue nos salvou.
Esta é, Senhor, a noite em que do Egito
retirastes os filhos de Israel,
transpondo o Mar Vermelho a pé enxuto,
rumo à terra onde correm leite e mel.
Ó noite em que a coluna luminosa
as trevas do pecado dissipou,
e aos que creem no Cristo em toda a terra
em novo povo eleito congregou!
Ó noite em que Jesus rompeu o inferno,
ao ressurgir da morte vencedor:
de que nos valeria ter nascido,
se não nos resgatasse em seu amor?
Ó Deus, quão estupenda caridade
vemos no vosso gesto fulgurar:
não hesitais em dar o próprio Filho,
para a culpa dos servos resgatar.
Ó pecado de Adão indispensável,
pois o Cristo o dissolve em seu amor;
ó culpa tão feliz que há merecido
a graça de um tão grande Redentor!
Só tu, noite feliz, soubeste a hora
em que o Cristo da morte ressurgia;
e é por isso que de ti foi escrito:
A noite será luz para o meu dia!
Pois esta noite lava todo crime,
liberta o pecador dos seus grilhões;
dissipa o ódio e dobra os poderosos,
enche de luz e paz os corações.
Ó noite de alegria verdadeira,
que prostra o Faraó e ergue os hebreus,
que une de novo ao céu a terra inteira,
pondo na treva humana a luz de Deus.
Na graça desta noite o vosso povo
acende um sacrifício de louvor;
acolhei, ó Pai santo, o fogo novo:
não perde, ao dividir-se, o seu fulgor.
Cera virgem de abelha generosa,
ao Cristo ressurgido trouxe a luz:
eis de novo a coluna luminosa,
que o vosso povo para o céu conduz.
O círio que acendeu as nossas velas
possa esta noite toda fulgurar;
misture sua luz à das estrelas,
cintile quando o dia despontar.
Que ele possa agradar-vos como o Filho,
que triunfou da morte e venceu o mal:
Deus, que a todos acende no seu brilho,
e um dia voltará, sol triunfal.
℟. Amém.