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Sexta-feira da Décima Segunda Semana do Tempo Comum Meditações para o Tempo Comum (II) - Meditações
Festa do Sagrado Coração de Jesus
Filios enutrivi et exaltavi; ipsi autem spreverunt me – “Criei uns filhos e engrandeci-os; eles, porém, me desprezaram” (Is 1, 2)
Sumário. Os homens prometem facilmente, mas depois faltam muitas vezes à palavra, ou porque enganaram prometendo ou porque não a podem ou não a querem guardar. Não faz assim Jesus Cristo, que, sendo Deus todo poderoso, não pode enganar nem mudar. Quanto melhor é, pois, ter que tratar com este Coração divino do que com os homens! Ponhamos, porém, a mão na consciência: somos nós fiéis a Deus, assim como ele nos é fiel? Quantas vezes temos já prometido amá-Lo e depois o temos traído!
I. Oh! Quanto o belo Coração de Jesus é fiel para com aqueles que Ele chama a seu santo amor! Fiel é aquele que vos chamou: ele também assim fará. A fidelidade de Deus nos dá ânimo para esperar tudo, se bem que nada mereçamos. Depois de expulsarmos a Deus de nosso coração, basta que Lhe abramos a porta para Ele entrar logo segundo a promessa feita: Si quis aperuerit mihi ianuam, intrabo ad illum et coenabo cum illo (1) – “Se alguém me abrir a porta, entrarei em sua casa e ceiarei com ele”. – Se desejamos graças, peçamo-las em nome de Jesus Cristo, visto que Ele nos prometeu que assim as obteremos: Se pedirdes alguma coisa a meu Pai em meu nome, Ele vo-la dará (2). Nas tentações, confiemos nos méritos de Jesus, e Ele não permitirá que os inimigos nos incomodem acima das nossas forças: Fidelis autem Deus est, qui non patietur vos tentari supra id quod potestis (3).
Oh, como é preferível tratar com Deus a tratar com os homens! Quantas vezes estes não prometem e depois faltam à palavra, quer porque enganam na promessa, quer porque depois da promessa mudam de opinião. Non est Deus quasi homo, ut mentiatur; nec ut filius hominis ut mutetur (4). Deus, assim diz o Espírito Santo, não pode ser infiel em suas promessas, porque não pode mentir, sendo a verdade mesma; nem pode mudar de opinião, porque tudo o que quer é justo e reto. Prometeu acolher todo aquele que a Ele se chega; dar auxílio ao que o pede, amar àquele que O ama, e depois não há de fazer? Dixit ergo, et non faciet?
Oxalá fôssemos nós tão fiéis a Deus, assim como Ele o é para conosco! No passado, quantas vezes não Lhe temos prometido sermos todos d’Ele, servi-Lo e amá-Lo; e depois nos tornamos traidores, e renunciando ao seu serviço, fizemo-nos escravos do demônio! Peçamos-Lhe que nos dê força para Lhe sermos fieis no futuro. – Felizes de nós, se formos fiéis a Jesus Cristo nas poucas coisas que Ele nos manda! Ele será fiel recompensando-nos copiosamente, e nos fará ouvir o que prometeu a seus servos fiéis: Euge, serve bone et fidelis! Quia super pauca fuisti fidelis, super multa te constituam; intra in gaudium domini tui (5) – “Eia, servo bom e fiel; já que foste fiel no pouco, te investirei na posse do muito: entra no que é gozo de teu senhor”.
II. Amadíssimo Redentor meu, oxalá que eu Vos tivesse sido fiel, como Vós o fostes comigo. Cada vez que Vos abri a porta do meu coração, nele entrastes para me perdoar e receber a vossa graça; cada vez que Vos invoquei, correstes em meu socorro. Vós fostes sempre fiel e eu Vos fui muitas vezes infiel: prometi servir-Vos e depois tantas vezes Vos virei as costas; prometi amar-Vos e depois mil vezes Vos recusei meu amor, como se Vós, meu Deus, meu Criador e meu Redentor, fosseis menos digno de ser amado, que as criaturas e as miseráveis satisfações pelas quais Vos abandonava. Perdoai-me, ó meu Jesus. Reconheço a minha ingratidão e a detesto. Reconheço que sois a bondade infinita, digna de um amor infinito, especialmente digna de ser amada por mim, a quem tanto tendes amado após tantas ofensas da minha parte.
Desgraçado de mim se me condenasse! As graças que me destes e as provas de amor que me prodigalizastes, seriam o inferno do meu inferno. Não seja assim, ó meu amor; não permitais que Vos abandone de novo, e que, por um justo castigo, seja precipitado no inferno para continuar a pagar com ódio e injúrias vosso amor para comigo. Ó Coração terno e fiel de Jesus, inflamai meu pobre coração, para que se abrase de amor para convosco, como Vós para comigo. Parece que de presente Vos amo, ó meu Jesus, mas amo-Vos muito pouco; dai-me que Vos ame muito e Vos seja fiel até à morte. É esta a graça que Vos peço, bem como a graça de a pedir sempre. Deixai-me morrer antes que venha novamente a trair-Vos.
“Fazei, Senhor Jesus Cristo, que nos vistamos das virtudes e nos inflamemos com os afetos de vosso Santíssimo Coração, para que mereçamos ser conformes à imagem da vossa bondade e participar do fruto da redenção.” (6) Fazei-o pelo amor de vossa e minha amada Mãe, Maria.
Referências:
(1) Ap 3, 20
(2) Jo 14, 13
(3) 1Cor 10, 13
(4) Nm 23, 19
(5) Mt 25, 23
(6) Or. Festi.
Filios enutrivi et exaltavi; ipsi autem spreverunt me – “Criei uns filhos e engrandeci-os; eles, porém, me desprezaram” (Is 1, 2)
Sumário. Os homens prometem facilmente, mas depois faltam muitas vezes à palavra, ou porque enganaram prometendo ou porque não a podem ou não a querem guardar. Não faz assim Jesus Cristo, que, sendo Deus todo poderoso, não pode enganar nem mudar. Quanto melhor é, pois, ter que tratar com este Coração divino do que com os homens! Ponhamos, porém, a mão na consciência: somos nós fiéis a Deus, assim como ele nos é fiel? Quantas vezes temos já prometido amá-Lo e depois o temos traído!
I. Oh! Quanto o belo Coração de Jesus é fiel para com aqueles que Ele chama a seu santo amor! Fiel é aquele que vos chamou: ele também assim fará. A fidelidade de Deus nos dá ânimo para esperar tudo, se bem que nada mereçamos. Depois de expulsarmos a Deus de nosso coração, basta que Lhe abramos a porta para Ele entrar logo segundo a promessa feita: Si quis aperuerit mihi ianuam, intrabo ad illum et coenabo cum illo (1) – “Se alguém me abrir a porta, entrarei em sua casa e ceiarei com ele”. – Se desejamos graças, peçamo-las em nome de Jesus Cristo, visto que Ele nos prometeu que assim as obteremos: Se pedirdes alguma coisa a meu Pai em meu nome, Ele vo-la dará (2). Nas tentações, confiemos nos méritos de Jesus, e Ele não permitirá que os inimigos nos incomodem acima das nossas forças: Fidelis autem Deus est, qui non patietur vos tentari supra id quod potestis (3).
Oh, como é preferível tratar com Deus a tratar com os homens! Quantas vezes estes não prometem e depois faltam à palavra, quer porque enganam na promessa, quer porque depois da promessa mudam de opinião. Non est Deus quasi homo, ut mentiatur; nec ut filius hominis ut mutetur (4). Deus, assim diz o Espírito Santo, não pode ser infiel em suas promessas, porque não pode mentir, sendo a verdade mesma; nem pode mudar de opinião, porque tudo o que quer é justo e reto. Prometeu acolher todo aquele que a Ele se chega; dar auxílio ao que o pede, amar àquele que O ama, e depois não há de fazer? Dixit ergo, et non faciet?
Oxalá fôssemos nós tão fiéis a Deus, assim como Ele o é para conosco! No passado, quantas vezes não Lhe temos prometido sermos todos d’Ele, servi-Lo e amá-Lo; e depois nos tornamos traidores, e renunciando ao seu serviço, fizemo-nos escravos do demônio! Peçamos-Lhe que nos dê força para Lhe sermos fieis no futuro. – Felizes de nós, se formos fiéis a Jesus Cristo nas poucas coisas que Ele nos manda! Ele será fiel recompensando-nos copiosamente, e nos fará ouvir o que prometeu a seus servos fiéis: Euge, serve bone et fidelis! Quia super pauca fuisti fidelis, super multa te constituam; intra in gaudium domini tui (5) – “Eia, servo bom e fiel; já que foste fiel no pouco, te investirei na posse do muito: entra no que é gozo de teu senhor”.
II. Amadíssimo Redentor meu, oxalá que eu Vos tivesse sido fiel, como Vós o fostes comigo. Cada vez que Vos abri a porta do meu coração, nele entrastes para me perdoar e receber a vossa graça; cada vez que Vos invoquei, correstes em meu socorro. Vós fostes sempre fiel e eu Vos fui muitas vezes infiel: prometi servir-Vos e depois tantas vezes Vos virei as costas; prometi amar-Vos e depois mil vezes Vos recusei meu amor, como se Vós, meu Deus, meu Criador e meu Redentor, fosseis menos digno de ser amado, que as criaturas e as miseráveis satisfações pelas quais Vos abandonava. Perdoai-me, ó meu Jesus. Reconheço a minha ingratidão e a detesto. Reconheço que sois a bondade infinita, digna de um amor infinito, especialmente digna de ser amada por mim, a quem tanto tendes amado após tantas ofensas da minha parte.
Desgraçado de mim se me condenasse! As graças que me destes e as provas de amor que me prodigalizastes, seriam o inferno do meu inferno. Não seja assim, ó meu amor; não permitais que Vos abandone de novo, e que, por um justo castigo, seja precipitado no inferno para continuar a pagar com ódio e injúrias vosso amor para comigo. Ó Coração terno e fiel de Jesus, inflamai meu pobre coração, para que se abrase de amor para convosco, como Vós para comigo. Parece que de presente Vos amo, ó meu Jesus, mas amo-Vos muito pouco; dai-me que Vos ame muito e Vos seja fiel até à morte. É esta a graça que Vos peço, bem como a graça de a pedir sempre. Deixai-me morrer antes que venha novamente a trair-Vos.
“Fazei, Senhor Jesus Cristo, que nos vistamos das virtudes e nos inflamemos com os afetos de vosso Santíssimo Coração, para que mereçamos ser conformes à imagem da vossa bondade e participar do fruto da redenção.” (6) Fazei-o pelo amor de vossa e minha amada Mãe, Maria.
Referências:
(1) Ap 3, 20
(2) Jo 14, 13
(3) 1Cor 10, 13
(4) Nm 23, 19
(5) Mt 25, 23
(6) Or. Festi.