COMO CONCEBER ALGO TÃO SUBLIME COMO A FELICIDADE ETERNA?

por Marcos A. Fiorito • Comentar


Dentre os inúmeros mistérios que envolvem a teologia cristã, temos o da visão beatífica, prêmio destinado aos que alcançam a vida eterna. Mas como conceber a eternidade? Como conceber a visão face a face de Deus? Nessa contemplação seremos plenamente felizes, completamente isentos de sofrimento, ansiedade, insatisfação, etc., males que nos afligem nessa vida precária e transitória. Na eternidade, embora Deus seja puramente espiritual, o veremos de forma completamente sobrenatural. Através d’Ele, compreenderemos mistérios que nos assombram e inquietam.

O texto abaixo, transcrito do antigo jornal católico “O Desbravador”, narra uma visão de São João Bosco, o fundador dos salesianos, envolvendo a senhora sua mãe, “Mamma Margherita”, que havia falecido anos antes.

“Santo Agostinho perguntou, numa carta a São Jerônimo, o que este pensava da felicidade dos santos e das alegrias do Céu. São Jerônimo morreu antes de receber aquela carta, mas, prodigiosamente, apareceu a Santo Agostinho e lhe disse: ‘Podes contar as estrelas do firmamento ou os grãozinhos de areia na praia? E, contudo, isso seria mais fácil do que dizer quão grande é a beleza do Céu e a alegria dos santos. Se eu não tivesse visto e alguém só me tivesse contado sobre aquela beleza, nunca teria acreditado que fosse tamanha a felicidade do Céu…’

Na manhã de 1860, Dom Bosco entrava no Santuário da Consolata, em Turim, para rezar, quando, na porta do templo, teve uma visão de sua mãe que havia falecido anos antes. Houve, então, um diálogo entre mãe e filho. Quando Dom Bosco perguntou: ‘Podeis dizer-me algo das alegrias da outra vida?’ – Sua mãe lhe respondeu: “Impossível’. Ao menos, dai-me uma ideia por pequena que seja de vossa felicidade – insistiu ele. Então a visão transformou-se: as faces da humilde mulher resplandeceram. Suas roupas adquiriram brilho maravilhoso e todo seu aspecto revestiu-se de uma majestade sem igual. Ao seu derredor, um ruflar de asas de legiões de anjos. Entreabre os lábios e deixa escapar um canto melodioso que arrebata o filho que a escuta. Dom Bosco permanece ali, embriagado, mudo, absorto. Por fim, dos lábios da mãe saem estas últimas palavras:

‘Espero-te, porque tu e eu somos inseparáveis’. E a visão desaparece.”

Fonte: O Desbravador – janeiro de 1981, n. 13.

Marcos A. Fiorito

Teólogo e historiador

(Autoriza-se reprodução do artigo com citação da fonte e autor.)

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