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COMO EXPLICAR A IMAGEM DE CRISTO NO SANTO SUDÁRIO?

por Marcos A. Fiorito • Você e mais 35 pessoas leram este artigo Comentar

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Frequentemente nos deparamos com notícias novas sobre descobertas científicas em torno do Santo Sudário de Turim. Uma delas data de um artigo publicado em dezembro de 2019 na revista Scientia et Fides, do Cirurgião Plástico Dr. Bernardo Hontanilla. Segundo o eminente professor espanhol, o Sudário aponta para vários sinais de vida presentes e “indica que a pessoa envolvida nela está viva. Portanto, a imagem no Sudário de Turim mostra tanto sinais de morte quanto de vida em uma pessoa cuja imagem foi impressa quando ela estava viva”.[1] O estudo reforça a tese de que a imagem estampada no lençol que cobriu a Nosso Senhor Jesus Cristo foi impressa durante a Sua ressurreição.

A relíquia concentra em si uma série de mistérios e fenômenos, o que tem provocado há décadas, no meio científico, uma acalorada polêmica entre radicais defensores e ousados críticos da autenticidade do tecido. Em 1988, por exemplo, os estudiosos Michael Tite, Edward Hall e Robert Hedges afirmaram terem submetido o Sudário ao teste Carbono 14 e obtido como resultado uma data entre 1260/1390. A revelação dividiu a opinião pública e provocou críticas de especialistas do mundo inteiro, a tal ponto que, na época, o Papa João Paulo II recebeu um dossiê volumoso, assinado por cientistas de fama mundial, contestando o valor do resultado.

A bem da verdade, havia inúmeros motivos que provavam ser impossível submeter o Santo Sudário ao teste Carbono 14. E um dos mais gritantes era o tamanho necessário para o teste: algo em torno de um sexto do tecido, sendo que a amostra retirada foi de 1cm x 7cm, dividido em três partes… O próprio criador do teste Carbono 14, Dr. Willard Libby, afirmou ser impraticável usá-lo para datar o Sudário de Turim.

Porém o que muita gente não sabe é que o que mais impressiona não é número de provas contrárias ao Sudário, mas sim o número a favor, algo verdadeiramente impactante. Por ocasião do 4º Centenário da transladação do Santo Sudário para Turim, em 1978, formou-se o STURP (sigla em inglês do Projeto de Estudos do Sudário de Turim), constituído por 40 cientistas voluntários, e de renome. Para seus estudos, utilizaram-se dos mais modernos equipamentos da NASA. Vale salientar que a maioria deles, quando aceitou o trabalho, o fez por acreditar que iriam provar a inautenticidade do lençol. Depois de dedicarem 150.000 horas de pesquisas, todos estavam assombrados com o resultado. Sobretudo com o fenômeno dos fenômenos, algo até hoje sem explicação, a obtenção da imagem tridimensional da figura de Cristo morto através do aparelho VP8.

Entre as inúmeras descobertas, a STURP chegou à conclusão de que a imagem do Homem do Sudário não é pintura, pois não há corantes nem qualquer tipo de tinta. Afirmaram com todas as letras que não há qualquer espécie de fraude.

Evidentemente a pergunta que não quer calar é: Então, como foi formada a imagem de Cristo? A tese mais plausível é de que a figura do Homem do Sudário tenha se formado por irradiação. A luz emitida do corpo divino de Cristo Ressuscitado imprimiu, por efeito fotográfico, a imagem sublime de Jesus no lençol que o cobria no Sepulcro. Fenômeno verdadeiramente admirável!

Num mundo onde tantas vezes nos deparamos com situações por onde tentam chocar a ciência contra a religião, temos aí uma irônica realidade: se você não tem fé para crer na autenticidade do Sudário, então ouça o que diz uma considerável parcela dos cientistas, porque, para eles, o Sudário revela mistérios empolgantes, cuja ciência vem atestando há mais de um século.

Pelos lábios da Dra. Emanuela Marinelli, temos uma das mais lindas constatações do entrelace da ciência com a fé. Seus estudos, publicados em livros, demonstram que é possível confirmar toda a narrativa da Paixão de Cristo no Evangelho através da figura impressa no Sudário:

“Porque o Sudário é um Evangelho escrito com o próprio sangue de Cristo, e contemplar as suas feridas, meditar no seu amor por nós, não pode nos deixar indiferentes. É o amor maior […]. Todos os nossos sofrimentos, todas as nossas dores são explicados e sublimados nos sofrimentos e dores de Jesus, aceitos livre e voluntariamente para a nossa salvação. É o mistério do nosso destino, que é um destino de amor. É isso que dá sentido à nossa vida.”[2]

[1] HONTANILLA, Bernardo. (2019). Signos de Vida en la Figura de la Síndone de Turín. Scientia et Fides. 8. 10.12775/SetF.2020.001.

[2] https://www.documentazione.info/ll-mistero-della-sindone-le-corrispondenze-con-i-vangeli

Marcos A. Fiorito

Teólogo e historiador

(Autoriza-se reprodução do artigo com citação da fonte e autor.)

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