ROSA MÍSTICA – NOSSA SENHORA E SEUS INFINDOS TÍTULOS

por Marcos A. Fiorito • Comentar


Desde que demos início à série de artigos sobre os títulos marianos, sobretudo a respeito daqueles que parecem menos claros, havia intenção de tratar sobre o termo “Rosa Mística”, que embora seja sublime, não é tão decifrável. Rosa em que sentido? Mística em que sentido?

A mais bela das flores é a rosa. E no jardim da humanidade, Maria se encontra como a flor de maior beleza. Não só entre os homens, mas também entre os anjos Ela é a flor mais excelsa. No jardim celeste, nada se compara à Sua beleza.

Permaneceu oculta (mística) porque estava destinada a ser Filha diletíssima do Pai, Mãe admirável do Filho e Esposa fidelíssima do Espírito Santo. Em Sua humildade, não se importava em ser reconhecida pelos homens, no entanto, foi eleita Mãe de Deus, assunta e coroada pela Santíssima Trindade como Rainha dos Céus e da Terra.

No século XVII, em seu tratado, São Luís Grignion de Montfort teceu insignes comentários sobre a vida oculta da Santíssima Virgem. No primeiro deles, o santo francês afirma que: “Em toda a sua vida Maria permaneceu oculta; por isso o Espirito Santo e a Igreja a chamam Alma Mater – Mãe escondida e secreta. Tão profunda era a sua humildade, que, para ela, o atrativo mais poderoso, mais constante era esconder-se de si mesma e de toda criatura, para ser conhecida somente de Deus.”

São João Newman, século XIX, também escreveu a respeito dessa encantadora devoção: “Maria é a flor mais linda já vista no mundo espiritual. É pelo poder da graça de Deus que desta terra estéril e desolada brotaram todas as flores de santidade e glória; e Maria é a Rainha de todas elas. Ela é a Rainha das flores espirituais; e, portanto, é chamada de Rosa, pois a rosa é chamada de todas as flores a mais bela. Mas, além disso, ela é a Rosa Mística ou Oculta, pois mística significa oculta.”

Crê-se que a devoção a Nossa Senhora como Rosa Mística data dos primeiros séculos do cristianismo. Entre os ritos orientais da Igreja Católica, encontra-se um hino que louva especialmente a Mãe de Deus sob o título de Rosa Mística, da qual nasceu Cristo “maravilhoso e de inebriante perfume”. Também nos escritos dos Padres da Igreja (chamam-se assim os escritores eclesiásticos dos primeiros séculos) se encontra o título de Rosa Mística aplicado a Nossa Senhora.

Imitá-La é a melhor forma de reverenciar a Maria como Rosa Mística. Imitá-la na sua humildade, na sua pureza, castidade, modéstia, simplicidade, na exclusividade de Seu amor para com Deus Pai, no Seu fervor para com o Seu filho e na Sua obediência às inspirações do Espírito Santo. Seguir a Maria é sinônimo de espelhar-se na beleza da Rosa de todas as rosas, daquela que pode nos conquistar graças místicas de toda ordem, nos conduzindo à santidade, tão desejada por Nosso Senhor.

Marcos A. Fiorito

Teólogo e historiador

(Autoriza-se reprodução do artigo com citação da fonte e autor.)

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