Doutrina Católica

VOCÊ JÁ OUVIU FALAR DE MILENARISMO?

por Marcos A. Fiorito • Você e mais 29 pessoas leram este artigo Comentar

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Em outro post tratamos a respeito da simplificação com que muitas denominações cristãs tratam a segunda vinda de Cristo. Segundo elas, “Jesus está voltando!”. Porém a Bíblia nos indica os sinais que precederão a chamada Parusia, ou seja, o dia em que Cristo fará sua segunda vinda à Terra.

Como viu-se naquele artigo (clique aqui para ver!), ficou claro que o retorno de Jesus está condicionado a 4 situações: 1) o Evangelho será pregado no mundo todo; 2) haverá uma apostasia universal da fé cristã; 3) os judeus se converterão; 4) teremos a vinda do Anticristo.

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É comum em épocas de crise, sobretudo quando envolve muitas nações, surgirem os milenaristas, que pregam aos quatro cantos o fim do mundo e, com ele, a segunda vinda de Nosso Senhor. Isso se repetiu em diversas ocasiões, sobretudo na virada dos milênios.

Alguns são milenaristas por oportunismo, com o intuito de atrair fiéis de outras religiões ou denominações para os seus templos, outros por acreditar piamente que o fim está próximo. E os fiéis atraídos, na sua grande maioria, desconhecem os sinais bíblicos citados acima.

É verdade que os textos da Escritura merecem especial cuidado no que diz respeito à interpretação, e muitos procuram simplificá-los, interpretando-os ao pé da letra. Porém, na Idade Média, houve um monge italiano, da ordem de Cister, místico de reconhecida virtude sobrenatural e projeção entre os cristãos, chamado Joaquim de Fiore. Ele dedicou praticamente toda a sua vida estudando as Sagradas Escrituras – particularmente o Novo Testamento –, e procurando interpretar os Evangelhos e o Apocalipse.

Mais de um Papa aprovou e incentivou a que continuasse estudando e buscando aprofundar-se nos mistérios da Palavra. Ao término de seus estudos, entregou sua obra aos cuidados da Santa Sé, ciente de que errar é humano e de que algo de não sobrenatural poderia haver, involuntariamente, em alguma parte de seu trabalho. Entretanto, Joaquim faleceu meses depois, sem conhecer a opinião oficial da Igreja a respeito.

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Em sua extensa obra, temos uma particular interpretação dele no que concerne à Teologia da História. Segundo ele, podemos dividir a História em três períodos, ou idades, que correspondem às três Pessoas da Santíssima Trindade.

No primeiro período temos o reinado de Deus Pai, que corresponde ao tempo do Antigo Testamento, em que a justiça, a onipotência e o temor eram as notas características.

No segundo período temos o reinado do Filho, que anuncia a Boa Nova e funda uma nova era. Tempo que correspondente ao Novo Testamento. O Verbo, até então escondido, se fez carne e se revelou a todos os homens. A bondade, a misericórdia, o perdão e a salvação são as notas marcantes dessa idade cujo término desconhecemos.

E aqui temos o que há de mais interessante na doutrina de Joaquim de Fiore, o anúncio de um terceiro reinado, cujo governante será o Espírito Santo. Será uma era de paz, de igualdade e justiça. Obviamente é preciso conceber essas igualdade e justiça sem nenhuma conotação ideológica. Não teremos uma massificação comunista, mas uma igualdade entre os membros do Corpo Místico de Cristo, que desejarão como nunca viver segundo os conselhos evangélicos.

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Segundo essa tese do Frei Joaquim de Fiore, o terceiro período será o auge da Civilização, e o seu fim coincidirá com a segunda vinda de Cristo e o encerramento da História.

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Marcos A. Fiorito

Teólogo e historiador

(Autoriza-se reprodução do artigo com citação da fonte e autor.)

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