Antífona de entrada
Coleta
Ó Deus, que inflamastes de amor Santa Catarina de Sena na contemplação da paixão do Senhor e no serviço da Igreja, concedei-nos, por sua intercessão, participar do mistério de Cristo, e exultar em sua glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Primeira Leitura (At 5, 34-42)
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Naqueles dias, 34um fariseu, chamado Gamaliel, levantou-se no Sinédrio. Era mestre da Lei e todo o povo o estimava. Gamaliel mandou que os acusados saíssem por um instante.
35Depois disse: “Homens de Israel, vede bem o que estais para fazer contra esses homens. 36Algum tempo atrás apareceu Teudas, que se fazia passar por uma pessoa importante, e a ele se juntaram cerca de quatrocentos homens. Depois ele foi morto e todos os que o seguiam debandaram, e nada restou.
37Depois dele, no tempo do recenseamento, apareceu Judas, o galileu, que arrastou o povo atrás de si. Contudo, também ele morreu e todos os seus seguidores se dispersaram. 38Quanto ao que está acontecendo agora, dou-vos um conselho: não vos preocupeis com esses homens e deixai-os ir embora. Porque, se este projeto ou esta atividade é de origem humana será destruído. 39Mas, se vem de Deus, vós não conseguireis eliminá-los. Cuidado para não vos pordes em luta contra Deus!” E os membros do Sinédrio aceitaram o parecer de Gamaliel.
40Chamaram então os apóstolos, mandaram açoitá-los, proibiram que eles falassem em nome de Jesus, e depois os soltaram. 41Os apóstolos saíram do Conselho muito contentes por terem sido considerados dignos de injúrias, por causa do nome de Jesus. 42E cada dia, no Templo e pelas casas, não cessavam de ensinar e anunciar o evangelho de Jesus Cristo.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial (Sl 26)
℟. Ao Senhor eu peço apenas uma coisa: habitar no santuário do Senhor.
— O Senhor é minha luz e salvação; de quem eu terei medo? O Senhor é a proteção da minha vida; perante quem eu tremerei? ℟.
— Ao Senhor eu peço apenas uma coisa, e é só isto que eu desejo: habitar no santuário do Senhor por toda a minha vida; saborear a suavidade do Senhor e contemplá-lo no seu templo. ℟.
— Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver na terra dos viventes. Espera no Senhor e tem coragem, espera no Senhor! ℟.
Evangelho (Jo 6, 1-15)
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo João
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 1Jesus foi para o outro lado do mar da Galileia, também chamado de Tiberíades. 2Uma grande multidão o seguia, porque via os sinais que ele operava a favor dos doentes. 3Jesus subiu ao monte e sentou-se aí, com seus discípulos. 4Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus.
5Levantando os olhos, e vendo que uma grande multidão estava vindo ao seu encontro, Jesus disse a Filipe: “Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?” 6Disse isso para pô-lo à prova, pois ele mesmo sabia muito bem o que ia fazer. 7Filipe respondeu: “Nem duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a cada um”.
8Um dos discípulos, André, o irmão de Simão Pedro, disse: 9“Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas o que é isso para tanta gente?” 10Jesus disse: “Fazei sentar as pessoas”. Havia muita relva naquele lugar, e lá se sentaram, aproximadamente, cinco mil homens.
11Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes. 12Quando todos ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos: “Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca!”
13Recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães, deixadas pelos que haviam comido. 14Vendo o sinal que Jesus tinha realizado, aqueles homens exclamavam: “Este é verdadeiramente o Profeta, aquele que deve vir ao mundo”. 15Mas, quando notou que estavam querendo levá-lo para proclamá-lo rei, Jesus retirou-se de novo, sozinho, para o monte.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Filiae regum in honóre tuo, ástitit regína a dextris tuis in vestítu deauráto, circúmdata varietáte. (Ps. 44, 8)
Sobre as Oferendas
Recebei, ó Pai, o sacrifício da salvação que vos apresentamos na festa de Santa Catarina, para que, instruídos por seus ensinamentos, possamos render-vos graças com maior fervor, ó Deus vivo e verdadeiro. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Depois da Comunhão
Ó Deus, que a participação na vossa mesa, onde Santa Catarina encontrava alimento até mesmo para a vida do corpo, conceda ao vosso povo a vida eterna. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 29/04/2022
O único Pão que mata a fome
“Quando notou que estavam querendo levá-lo para proclamá-lo rei, Jesus retirou-se de novo, sozinho, para o monte”.
COM CINCO PÃES E DOIS PEIXES SACIA CINCO MIL HOMENS. — Ponto 1. — “Agrupados em volta dEle, os discípulos disseram-lhe: ‘Este lugar é deserto e a hora é avançada. Despede esta gente para que vá comprar víveres na aldeia’” (Mt 14, 15). Que constante e fervorosa a multidão em escutar a Cristo! Tu, porém, que lânguido e descuidado és em lhe seguir as inspirações! O cuidado dos Apóstolos indica desconfiança: pedem que se dispensem as turbas, para que providenciam o próprio alimento; dizem não ter provisões o bastante para todos etc. Tu, ao contrário, põe toda a tua confiança em Deus, sobretudo naqueles assuntos que por tuas próprias forças não podes remediar, e diz com todo o afeto: “É a vós que se abandona o infortunado” (Sl 9, 35).
Ponto 2. — “Mandou, então, a multidão assentar-se na relva” (Mt 14, 19). Aos que alimenta com a graça quer que repousem no humilde conhecimento de si, representado na relva em que se assenta a multidão. “Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam” (Jo 6, 11). Nas mãos de Cristo multiplicam-se os pães. Por menores que sejam tuas oferendas e sacrifícios, dEle sempre receberás de volta, e com juros. Se nadas recebes, não é por falta de liberalidade da parte de Deus, mas da tua, pois nada lhe confiaste para ser multiplicado. Priva-te por amor a Ele de teus menores desejos, e Ele dará à tua alma uma recompensa incomparável.
Ponto 3. — “Quando notou que estavam querendo levá-lo para proclamá-lo rei, Jesus retirou-se de novo, sozinho, para o monte” (Jo 6, 15). Tens naquela turba um espírito agradecido, que, agraciado com tão grande milagre, o reconheceu como profeta e o quis proclamar rei. Quão ingrato és tu, que até das graças de Deus abusas para o ofenderes! Tens em Cristo a fuga às honras do mundo; antes, corre até a cruz, ardentemente desejada (cf. Lc 22, 15): “Foi maltratado, porque o quis” (Is 53, 7). Cristo foge às honras, e tu fazes o contrário? Não te envergonhas?
Deus abençoe você!
Quando tudo parece humanamente perdido, quando parecem faltar todos os recursos, é aí que o Senhor intervém e nos dá a conhecer o quão necessitados somos dos seus auxílios. Eis o que a cena da multiplicação dos pães tem a nos ensinar hoje. Com cinco pãezinhos e dois peixes sacia Jesus uma grande multidão: com Ele, o nada se torna bastante; o pouco, muito; o fracasso, sucesso.Assista à homilia do Padre Paulo Ricardo para esta sexta-feira, dia 29 de abril, e medite conosco mais uma página do santo Evangelho.
Santo do dia 29/04/2022
Santa Catarina de Sena, Virgem e Doutora da Igreja (Memória)
Data: 29 de Abril † 1380
O que mais se admira na vida de santa Catarina de Sena não é tanto o papel incomum que ela teve na história de seu tempo quanto a maneira singularmente feminina com a qual desenvolveu este papel. Ao papa, que ela chamava com o nome de “doce Cristo na terra”, reprovava pela escassa coragem e convidava-o a abandonar Avignon para voltar a Roma, com palavras delicadíssimas como estas: “Eia, virilmente, pai! Eu lhe digo que não precisa temer”. A um jovem condenado à morte, que ela acompanhou até ao patíbulo, disse no último instante: “Giuso! Às núpcias, meu doce irmão; logo estará na vida eterna”.
Quando se sentava à mesa com seus discípulos, prestava atenção para não suscitar os ciúmes de alguém e não raramente, como faz a mãe com a criança melindrosa, dava um bocado com a sua própria colher a quem se sentia por ela esquecido. Depois a voz submissa da mulher mudava de tom e se traduzia frequentemente naquele: “eu quero”, que não admitia hesitações quando se tratava do bem da Igreja ou da concórdia dos cidadãos.
Nasceu em Sena a 25 de março de 1347, vigésima quarta filha de Tiago e Lapa Benincasa. Aos sete anos celebrou o matrimônio místico com Cristo. Que isto não foi fruto de fantasias infantis, mas o início de extraordinária experiência mística, logo se pôde averiguar. Aos quinze anos Catarina começava a fazer parte da Ordem Terceira de são Domingos iniciando vida de penitência e extremado rigor. Para vencer a repugnância para com um leproso que cheirava mal, inclinou-se e beijou-lhe as chagas.
Analfabeta, começou a ditar a vários amanuenses as suas cartas, profundas e sábias, endereçadas a papas, reis e líderes como também ao povo humilde. O seu corajoso empenho social e político suscitou não poucas perplexidades entre seus próprios superiores e foi obrigada a comparecer ao capítulo geral dos dominicanos, reunido em Florença em maio de 1377, para prestar esclarecimentos de sua conduta.
Em Sena, no recolhimento de sua cela, ditou o Diálogo sobre a Divina Providência para render a Deus o seu último canto de amor. Respondeu ao apelo de Urbano VI com quem estava aliada desde o início do grande cisma, porque o papa a quis em Roma naquele momento de grave confusão. Aí ficou doente e, cercada de seus numerosos discípulos, aos quais recomendou somente que se amassem uns aos outros, entregou sua alma a Deus. Era o dia 29 de abril de 1380. Fazia um mês que cumprira 33 anos. Foi canonizada a 29 de abril de 1461. Em 1939 foi declarada padroeira principal da Itália juntamente com são Francisco de Assis. No dia 4 de outubro de 1970 Paulo VI proclamou-a doutora da Igreja.
Referência:
SGARBOSSA, Mario; GIOVANNI, Luigi. Um santo para cada dia. São Paulo: Paulus, 1983. 397 p. Tradução de: Onofre Ribeiro. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
Santa Catarina de Sena, rogai por nós!