Nome: Todos os Santos (Solenidade)
Data: 01 de Novembro

Na origem da solenidade de Todos os Santos está o culto a todos os mártires, celebrados conjuntamente nas Igrejas orientais. Esta liturgia martirial passou para o Ocidente sob o papa Bonifácio IV (608-615), o qual, recebendo do imperador Focas o Panteão, edificado em Roma no ano 25 antes de Cristo em honra de Júpiter, consagrou-o a Santa Maria e a Todos os Mártires. Celebrada inicialmente no dia 13 de maio, a comemoração estendeu-se também às santas virgens, aos anacoretas e a outras categorias de santos, além dos mártires. Foi então fixada para o dia 1º de novembro pelo papa Gregório IV (827-844).

Se, durante o ano a Igreja faz passar diante de si o cortejo dos santos através de suas solenidades, festas e memórias, procurando viver o mistério pascal de Cristo, ela sente a necessidade de reuni-los todos numa só solenidade. Ela o faz no dia 1º de novembro. E, por não ser feriado no Brasil, a celebração é feita normalmente no domingo depois do dia 1º de novembro.

A data desta solenidade tem uma localização muito feliz dentro do Ano litúrgico. Quase no fim do ano a Igreja como que celebra os frutos da salvação adquirida pela morte e ressurreição de Jesus Cristo. A partir da Páscoa e do Pentecostes a Igreja procurou viver a mensagem de Cristo, produzindo frutos de boas obras. O espírito das bem-aventuranças, na prática do mandamento do amor, produziu o seu fruto, agora celebrado na solenidade de Todos os Santos. Numa só festa celebram-se, junto com os santos canonizados, todos os justos de toda raça e nação, cujos nomes estão inscritos no livro da vida (cf. Ap 20, 12). Já não apenas os santos canonizados pela Igreja, mas de todos os santos e santas que se deixaram lavar no sangue do Cordeiro, desde o início do mundo até nossos dias, incluindo os irmãos e irmãs que comeram e beberam conosco e participaram da mesma Assembleia eucarística. Se eles são lembrados em cada Oração eucarística, hoje eles são o motivo de nossa ação de graças, inclusive no Prefácio, pois a graça de Deus foi vitoriosa não só em Cristo, a Cabeça, mas em todos os seus membros. Eles aparecem diante de nós como exemplos a imitar. Se eles puderam alcançar a vida em Deus, por que também não nós com a graça de Deus?

As três leituras nos introduzem no mistério celebrado na solenidade de Todos os Santos. O ser humano é chamado a participar da vida de Deus: Vede que prova de amor nos deu o Pai, que sejamos chamados filhos de Deus. E nós o somos. Mas o que já somos agora, um dia, há de manifestar-se plenamente (cf. 2ª leitura, 1Jo 3, 1-3). A primeira leitura apresenta a multidão dos assinalados. Trata-se do novo Israel dos eleitos. Estavam de pé diante do trono e diante do Cordeiro, trajados com vestes brancas e com palmas na mão. E um dos Anciãos pergunta: Estes que estão trajados com vestes brancas, quem são e de onde vieram? O vidente responde: Senhor, és tu quem o sabes! Ele, então, me explicou: Estes são os que vêm da grande tribulação: lavaram suas vestes e alvejaram-nas no sangue do Cordeiro (cf. Ap 7, 2-4. 7). São os vitoriosos, porque corresponderam ao plano de Deus a seu respeito, porque viveram como filhos de Deus, porque deixaram-se revestir da santidade de Deus. Por isso, trazem na mão a palma da vitória. Trata-se da multidão dos bem-aventurados que procuraram viver segundo as bem-aventuranças do Evangelho. A eles diz Jesus: Alegrai-vos, exultai, pois é grande no céu a vossa recompensa (cf. Evangelho, Mt 5, 1 - 12a).

A solenidade de Todos os Santos nos leva a dar graças a Deus pela vitória de sua graça em todos os eleitos: somos impelidos a alegrar-nos com sua felicidade e somos encorajados a viver no espírito das bem-aventuranças. Também nós somos chamados a participar da multidão dos santos, por ora ainda peregrinos e, um dia, na glória eterna.

Toda esta alegria, motivo de ação de graças, vem expressa nos textos da Missa e particularmente no Prefácio: Festejamos hoje, a cidade do céu, a Jerusalém do alto, nossa mãe, onde nossos irmãos, os santos, vos cercam e cantam eternamente o vosso louvor. Para esta cidade caminhamos, pressurosos, peregrinando na penumbra da fé. Contemplamos, alegres, na vossa luz tantos membros da Igreja, que nos dais como exemplo e intercessão. Enquanto esperamos a glória eterna, com os anjos e todos os santos, proclamamos a vossa bondade, cantando a uma só voz: Santo, Santo, Santo...

Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.

Todos os Santos, rogai por nós!

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