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Nome: São João da Cruz Dia 14 de Dezembro (Memória)
Local: Úbeda, Espanha
Data: 14 de Dezembro † 1591

São João da Cruz é conhecido como um dos grandes expoentes da mística, e como autor de célebres livros de espiritualidade, como A subida do monte Carmelo, Noite escura da alma, Cântico espiritual, Chama viva de amor, e ao mesmo tempo é considerado como o grande reformador da Ordem Carmelita junto com Santa Teresa de Jesus.

Juan de Yepes, seu nome de batismo, foi mudado para João da Cruz quando tomou o hábito de carmelita. Juan Yepes nasceu em Fontiveros, entre Salamanca e Ávila, na Espanha em 1542. Quando criança, perdeu o pai; e a família sofreu pobreza. Sua mãe, à procura de trabalho para sustentar os filhos, mudou-se para Medina, onde João quis experimentar várias profissões, como a de ajudante num hospital. Enquanto se ocupava durante o dia, tomava lições de gramática à noite, no colégio jesuíta.

Aos 21 anos entrou na Ordem Carmelita. Foi enviado para a Universidade de Salamanca a fim de cursar filosofia e teologia. Com 25 anos foi ordenado sacerdote. A disciplina nos conventos carmelitas não o satisfazia e acalentou o desejo de entrar numa Ordem mais austera, como a dos trapistas. Neste tempo de busca, encontrou-se com a grande reformadora dos carmelos, Santa Teresa de Ávila, chamada Santa Teresa de Jesus, que promovia na Espanha a fundação de conventos reformados, dentro da Ordem. Ela, que tinha autorização do superior geral para fundar também conventos reformados masculinos, conseguiu entusiasmar João da Cruz a que, em vez de sair da Ordem, se incumbisse da reforma da disciplina regular dentro da própria Ordem. Depois de fervorosas preces e tendo consultado seu confessor, João chegou à conclusão de que, de fato, esta era a vontade de Deus.

Assim, João da Cruz se tornou pioneiro da reforma carmelitana masculina. Em 1568 surgia o primeiro convento carmelita reformado em Duruelo, origem dos carmelitas descalços. A Reforma prosseguiu a duras penas. Em sua fé profunda, João abraçar-se-ia à cruz dos sofrimentos e das perseguições, dos quais fez um itinerário de ascensão mística para Deus, ou para o alto do Monte Carmelo. Durante nove meses de muitas tribulações na prisão de um dos conventos que se opunham à reforma, João teve oportunidade de temperar sua alma no seguimento do Senhor crucificado. Fugindo do cárcere, continuou com persistência sua obra renovadora.

Pouco antes da morte, teve mais outros graves dissabores, devido a incompreensões e calúnias. Teve que enfrentar um processo de expulsão da Ordem. Acabou não expulso, mas foi exonerado de todos os cargos da Comunidade, passando os últimos meses na solidão e no abandono, Misteriosos os caminhos que a Providência divina escolhe para acrisolar a santidade de seus filhos! Eram três as coisas que ele pedia insistentemente a Deus: primeiro, dar-lhe força para trabalhar e sofrer muito; segundo, não o fazer sair deste mundo como Superior de uma Comunidade; e terceiro, deixá-lo morrer desprezado e escarnecido pelos homens. De fato foi o que aconteceu. Em suas pregações João recomendava as devoções ao Salvador crucificado, à Santíssima Trindade e ao Santíssimo Sacramento. João da Cruz foi uma alma profundamente mística. Elevou-se a um altíssimo grau de santidade, gozando, inclusive, de êxtases e visões. Seus escritos constituem uma das expressões perenes do pensamento místico universal.

Faleceu em Ubeda, a 14 de dezembro de 1591, após uma penosíssima enfermidade, com 49 anos de idade. Guia sábio de gerações de almas para a contemplação e a união com Deus, São João da Cruz foi canonizado em 1726 e declarado Doutor da Igreja por Pio XI em 1926. É considerado o doutor clássico da teologia mística.

Os textos da Liturgia realçam em São João da Cruz o mistério da Cruz de Cristo como caminho de santificação, como apóstolo do mistério da Cruz, o amor pelo Cristo e o total desapego de si mesmo.

Eis a Oração coleta: Ó Deus, que inspirastes ao presbítero São João da Cruz extraordinário amor pelo Cristo e total desapego de si mesmo, fazei que, imitando sempre o seu exemplo, cheguemos à contemplação da vossa glória.

A Oração sobre as oferendas pede que possamos imitar em nossa vida os mistérios da Paixão do Senhor celebra dos na Eucaristia.

Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.

São João da Cruz, rogai por nós!