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Sexto Domingo da Páscoa Meditações para a Páscoa - Meditações
As promessas de Deus e a eficácia da oração
Amen, amen dico vobis: si quid petieritis Patrem in nomine meo, dabit vobis – “Em verdade, em verdade vos digo: se pedirdes alguma coisa ao Pai em meu nome, Ele vo-la dará” (Jo 16, 23)
Sumário. Considera como o divino Redentor engrandece a eficácia da oração: Em verdade, em verdade vos digo: que tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vo-lo dará. Nem é só neste lugar, mas em muitos outros lugares do Antigo e Novo Testamento, que Deus promete ouvir a quem o roga. Animo pois, e nunca deixemos de recorrer ao Senhor. Peçamos sempre as graças no nome e pelo amor de Jesus Cristo. E para sermos atendidos mais facilmente, valhamo-nos da intercessão de Maria.
I. Considera como o divino Redentor engrandece no Evangelho deste dia a eficácia da oração. Em verdade, em verdade vos digo: que tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vo-lo dará. E não é somente neste lugar, mas em muitos outros, tanto do Antigo como do Novo Testamento, que Deus promete ouvir a quem o roga. Pela boca de Jeremias diz: “Dirigi-te a mim pela oração, e te atenderei.” (1) Nos Salmos repete: “Chama-me em teu auxílio, e livrar-te-ei.”(2) No Evangelho de São Lucas acrescenta: “Pedi, e dar-se-vos-á …, porque todo aquele que pede, recebe.”(3) No Evangelho de São João, Jesus diz: “Tudo o que me pedirdes em meu nome, fá-lo-ei.” (3) “Pedi tudo que quiserdes, que logo vos será concedido.” (4) E assim há muitas outras passagens.
Por isso o Profeta nos incita a rezar, afirmando-nos que: “o Senhor é suave e benigno e todo misericórdia para os que o invocam” (5). E mais ainda anima-nos São Thiago, dizendo: “Si quis vestrum indiget sapientia, postulet a Deo, qui dat omnibus affluenter” (6). – “Se alguém de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente”. Diz este Apóstolo que, quando se ora ao Senhor, este abre as mãos e dá mais do que se Lhe pede. Nec improperat, e não impropéra; parece, ao contrário, que se esquece de todas as ofensas que lhe foram feitas. – Numa palavra, é tão grande a eficácia da oração, que nos pode obter tudo; porque, como diz São João Clímaco, a oração faz de algum modo violência a Deus, obrigando-o a conceder-nos tudo o que Lhe pedimos: Oratio pie, Deo vim infert.
A razão desta eficácia, segundo a explicação de São Leão, é que Deus por sua natureza é uma bondade infinita, e por isso tem um extremo desejo de nos fazer participar de seus bens, e é maior o desejo de Deus de nos fazer bem, do que o nosso de receber. Deus, portanto, não pode deixar de atender a quem o roga; o que leva Santa Maria Madalena de Pazzi a afirmar que Deus, por assim dizer, contrai obrigações com a alma que a ele recorre, porque lhe fornece o ensejo de dispensar as graças conforme almeja o seu coração
II. Injustamente se queixam alguns, como se o Senhor não os quisesse atender; muito ao contrário, observa São Bernardo, eles mesmos se acham em falta, deixando de Lhe pedir as graças. – Disso parece exatamente que Jesus Cristo se queixou quando, repreendendo docemente a seus discípulos e na pessoa deles a todos nós, acrescenta: “Até agora não pedistes nada em meu nome; pedi e obtereis, a fim de que o vosso gozo seja perfeito”: Petite et accipietis, ut gaudium vestrum sit plenum. Como se dissesse: Não vos queixeis de mim, se não tendes sido completamente felizes; queixai-vos antes de vós mesmos, porque não me pedistes graças.
Animo pois, meu irmão, e não deixemos nunca de recorrer a nosso bom Deus, que, particularmente no Sacramento do altar, dá audiência a todos, e está sempre com as mãos cheias de graças para as distribuir a quem as pede. Notemos, porém, as palavras: in nomine meo – “em meu nome”. Pedir em nome de Jesus, não somente quer dizer pedir com confiança nos merecimentos de Jesus, mas também pedir coisas úteis para a nossa eterna salvação. Pelo que Santo Agostinho diz: Não pede em nome de Jesus Cristo, quem pede coisas prejudiciais a própria salvação.
Ó Pai eterno, adoro-Vos, reconheço-Vos por fonte de todo o bem, e graças Vos dou pelos muitos benefícios que me concedestes. Especialmente Vos agradeço a luz pela qual me fizestes conhecer que toda a minha salvação consiste na oração. Quero responder ao vosso convite e Vos peço em nome de Jesus Cristo que me concedais uma grande dor dos meus pecados e a perseverança na vossa graça. “Fazei também, ó meu Deus, que pela vossa inspiração eu conheça o que é reto, e pela vossa graça o execute” (7). Bem sei que não mereço esses favores, mas vosso Filho os prometeu a quem Vo-los pede pelos seus merecimentos, e é pelos merecimentos de Jesus Cristo que Vo-lo peço, e espero obtê-los.
– Ó Maria, vossas orações obtêm tudo quanto pedem; rogai por mim.
Referências:
(1) Jr 33, 3
(2) Sl 49, 15
(3) Lc 1, 9-10
(4) Jo 14, 14
(5) Jo 15, 7
(6) Sl 85, 5
(7) Or. Dom. curr.
Amen, amen dico vobis: si quid petieritis Patrem in nomine meo, dabit vobis – “Em verdade, em verdade vos digo: se pedirdes alguma coisa ao Pai em meu nome, Ele vo-la dará” (Jo 16, 23)
Sumário. Considera como o divino Redentor engrandece a eficácia da oração: Em verdade, em verdade vos digo: que tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vo-lo dará. Nem é só neste lugar, mas em muitos outros lugares do Antigo e Novo Testamento, que Deus promete ouvir a quem o roga. Animo pois, e nunca deixemos de recorrer ao Senhor. Peçamos sempre as graças no nome e pelo amor de Jesus Cristo. E para sermos atendidos mais facilmente, valhamo-nos da intercessão de Maria.
I. Considera como o divino Redentor engrandece no Evangelho deste dia a eficácia da oração. Em verdade, em verdade vos digo: que tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vo-lo dará. E não é somente neste lugar, mas em muitos outros, tanto do Antigo como do Novo Testamento, que Deus promete ouvir a quem o roga. Pela boca de Jeremias diz: “Dirigi-te a mim pela oração, e te atenderei.” (1) Nos Salmos repete: “Chama-me em teu auxílio, e livrar-te-ei.”(2) No Evangelho de São Lucas acrescenta: “Pedi, e dar-se-vos-á …, porque todo aquele que pede, recebe.”(3) No Evangelho de São João, Jesus diz: “Tudo o que me pedirdes em meu nome, fá-lo-ei.” (3) “Pedi tudo que quiserdes, que logo vos será concedido.” (4) E assim há muitas outras passagens.
Por isso o Profeta nos incita a rezar, afirmando-nos que: “o Senhor é suave e benigno e todo misericórdia para os que o invocam” (5). E mais ainda anima-nos São Thiago, dizendo: “Si quis vestrum indiget sapientia, postulet a Deo, qui dat omnibus affluenter” (6). – “Se alguém de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente”. Diz este Apóstolo que, quando se ora ao Senhor, este abre as mãos e dá mais do que se Lhe pede. Nec improperat, e não impropéra; parece, ao contrário, que se esquece de todas as ofensas que lhe foram feitas. – Numa palavra, é tão grande a eficácia da oração, que nos pode obter tudo; porque, como diz São João Clímaco, a oração faz de algum modo violência a Deus, obrigando-o a conceder-nos tudo o que Lhe pedimos: Oratio pie, Deo vim infert.
A razão desta eficácia, segundo a explicação de São Leão, é que Deus por sua natureza é uma bondade infinita, e por isso tem um extremo desejo de nos fazer participar de seus bens, e é maior o desejo de Deus de nos fazer bem, do que o nosso de receber. Deus, portanto, não pode deixar de atender a quem o roga; o que leva Santa Maria Madalena de Pazzi a afirmar que Deus, por assim dizer, contrai obrigações com a alma que a ele recorre, porque lhe fornece o ensejo de dispensar as graças conforme almeja o seu coração
II. Injustamente se queixam alguns, como se o Senhor não os quisesse atender; muito ao contrário, observa São Bernardo, eles mesmos se acham em falta, deixando de Lhe pedir as graças. – Disso parece exatamente que Jesus Cristo se queixou quando, repreendendo docemente a seus discípulos e na pessoa deles a todos nós, acrescenta: “Até agora não pedistes nada em meu nome; pedi e obtereis, a fim de que o vosso gozo seja perfeito”: Petite et accipietis, ut gaudium vestrum sit plenum. Como se dissesse: Não vos queixeis de mim, se não tendes sido completamente felizes; queixai-vos antes de vós mesmos, porque não me pedistes graças.
Animo pois, meu irmão, e não deixemos nunca de recorrer a nosso bom Deus, que, particularmente no Sacramento do altar, dá audiência a todos, e está sempre com as mãos cheias de graças para as distribuir a quem as pede. Notemos, porém, as palavras: in nomine meo – “em meu nome”. Pedir em nome de Jesus, não somente quer dizer pedir com confiança nos merecimentos de Jesus, mas também pedir coisas úteis para a nossa eterna salvação. Pelo que Santo Agostinho diz: Não pede em nome de Jesus Cristo, quem pede coisas prejudiciais a própria salvação.
Ó Pai eterno, adoro-Vos, reconheço-Vos por fonte de todo o bem, e graças Vos dou pelos muitos benefícios que me concedestes. Especialmente Vos agradeço a luz pela qual me fizestes conhecer que toda a minha salvação consiste na oração. Quero responder ao vosso convite e Vos peço em nome de Jesus Cristo que me concedais uma grande dor dos meus pecados e a perseverança na vossa graça. “Fazei também, ó meu Deus, que pela vossa inspiração eu conheça o que é reto, e pela vossa graça o execute” (7). Bem sei que não mereço esses favores, mas vosso Filho os prometeu a quem Vo-los pede pelos seus merecimentos, e é pelos merecimentos de Jesus Cristo que Vo-lo peço, e espero obtê-los.
– Ó Maria, vossas orações obtêm tudo quanto pedem; rogai por mim.
Referências:
(1) Jr 33, 3
(2) Sl 49, 15
(3) Lc 1, 9-10
(4) Jo 14, 14
(5) Jo 15, 7
(6) Sl 85, 5
(7) Or. Dom. curr.