Evangelização

O PAPEL DOS LEIGOS NA OBRA EVANGELIZADORA DA IGREJA

por Marcos A. Fiorito • Você e mais 34 pessoas leram este artigo Comentar

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Contrariamente ao que muitos fiéis pensam, a missão de evangelizar, segundo o mandato de Cristo (Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura – Mc 16, 15) não é particularidade do Clero, mas de todos aqueles cristãos batizados, ou seja, todos os membros do Corpo Místico de Cristo. Tal verdade foi belamente explanada pelo Sumo Pontífice João Paulo II, em sua encíclica Christifidelis Laici:

“1. OS FIÉIS LEIGOS (…) pertencem àquele Povo de Deus que é representado na imagem dos trabalhadores da vinha, de que fala o Evangelho de Mateus: «O Reino dos Céus é semelhante a um proprietário, que saiu muito cedo, a contratar trabalhadores para a sua vinha. Ajustou com eles um denário por dia e mandou-os para a vinha» (Mt 20, 1-2).

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A parábola do Evangelho abre aos nossos olhos a imensa vinha do Senhor e a multidão de pessoas, homens e mulheres, que Ele chama e envia para trabalhar nela. A vinha é o mundo inteiro (cf. Mt 13, 8), que deve ser transformado segundo o plano de Deus em ordem ao advento definitivo do Reino de Deus. (…)

A chamada não diz respeito apenas aos Pastores, aos sacerdotes, aos religiosos e religiosas, mas estende-se aos fiéis leigos: também os fiéis leigos são pessoalmente chamados pelo Senhor, de quem recebem uma missão para a Igreja e para o mundo. Lembra-o S. Gregório Magno que, ao pregar ao povo, comentava assim a parábola dos trabalhadores da vinha: ‘Considerai o vosso modo de viver, caríssimos irmãos, e vede se já sois trabalhadores do Senhor. Cada qual avalie o que faz e veja se trabalha na vinha do Senhor’.”.

O Santo Padre continua sua exortação atentando para o problema do secularismo, que é um mal que vem se propagando mais e mais nos dois últimos séculos, a ponto de ameaçar seriamente a religiosidade dos cristãos.

SECULARISMO E NECESSIDADE RELIGIOSA

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“4. Como não pensar na persistente difusão do indiferentismo religioso e do ateísmo nas suas mais variadas formas, particularmente naquela que hoje talvez é a mais espalhada, a do secularismo? Embriagado pelas conquistas prodigiosas de um progresso científico-técnico e, sobretudo, fascinado pela mais antiga e sempre nova tentação de querer tornar-se como Deus (cfr. Gn 3, 5), através do uso de uma liberdade sem limites, o homem corta as raízes religiosas que mergulham no seu coração: esquece-se de Deus, considera-O vazio de significado para a sua existência, recusa-O, prostrando-se em adoração diante dos mais diversos ‘ídolos’.

“É verdadeiramente grave o fenómeno atual do secularismo: não atinge apenas os indivíduos, mas, de certa forma, comunidades inteiras, como já observava o Concílio: ‘Multidões cada vez maiores praticamente se separam da religião’. Repetidas vezes eu mesmo recordei o fenómeno da descristianização que atinge os povos cristãos de velha data e que exige, sem mais delongas, uma nova evangelização.”

Quando São João Paulo II fala da exigência de uma “nova evangelização”, entende que não se pode contar apenas com o Clero para esse grande desafio. Mais do que nunca, os leigos são chamados a esta belíssima missão de evangelizar o mundo segundo o mandato de Cristo.

“Ao pertencerem a Cristo Senhor e Rei do universo, os fiéis leigos participam no Seu múnus real e por Ele são chamados para o serviço do Reino de Deus e para a sua difusão na história.”.

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Recomendamos vivamente que os leitores não se limitem a este artigo, pelo contrário, se aprofundem mais a respeito desse importante tema acessando o link abaixo:

https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/apost_exhortations/documents/hf_jp-ii_exh_30121988_christifideles-laici.html

Marcos A. Fiorito

Teólogo e historiador

(Autoriza-se reprodução do artigo com citação da fonte e autor.)

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