Paganismo

Halloween: O Lado Sombrio Revelado

por Thiago Zanetti em 29/10/2025 • Você e mais 818 pessoas leram este artigo Comentar


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Tempo de leitura: 6 minutos

1. A festa das trevas disfarçada de diversão

O Halloween é apresentado como uma simples celebração cultural ou “festa das bruxas”, mas suas raízes e símbolos estão longe de ser inofensivos. Segundo a Associação Nacional de Exorcistas, trata-se da “representação de uma celebração religiosa pagã, a Festa de Samhain, originária do mundo celta”, marcada por “rituais mágicos, sacrifícios de animais e, muito provavelmente, sacrifícios humanos realizados pelos druidas”.

Com o passar dos séculos, essa prática foi cristianizada: a Igreja instituiu o Dia de Todos os Santos (1º de novembro) como contraponto, uma “festa de luz, alegria e esperança”. Entretanto, a cultura secular moderna esvaziou esse sentido espiritual e reacendeu os elementos sombrios da antiga festa pagã.

Padre Chrystian Shankar alerta: “O diabo não está brincando. […] Para os satanistas, o Halloween é uma festa que exalta o demônio e dá início ao ano satânico”.

2. A origem cristã deturpada

Padre Paulo Ricardo explica que Halloween é uma contração de All Hallows’ Eve, isto é, “a véspera da solenidade de Todos os Santos”. Essa comemoração tinha um caráter catequético: “as pessoas se vestiam de diabos e monstros para representar as almas condenadas ao inferno — era um modo de ensinar os filhos sobre a realidade da salvação e da perdição”.

A distorção começou com a Reforma Protestante, que suprimiu a oração pelos mortos e a crença no Purgatório. O que era um costume cristão transformou-se em uma “festa esvaziada de fé e carregada de elementos supersticiosos”.

Assim, o que antes era um ato pedagógico de evangelização — ensinar as crianças sobre céu, purgatório e inferno —, tornou-se uma celebração de símbolos demoníacos.

3. A visão da Igreja e dos exorcistas

A Igreja Católica sempre alertou para o perigo de brincar com o mal. O Catecismo da Igreja Católica afirma:

“Todas as práticas de magia ou feitiçaria […] são gravemente contrárias à virtude da religião. Essas práticas são ainda mais condenáveis quando acompanhadas de uma intenção de prejudicar a outrem, ou quando recorrem ou não à intervenção dos demônios.” (CIC, n. 2117)

O Padre Chrystian Shankar, apoiando-se em padres exorcistas e ex-satanistas convertidos, relata que “há muito mais de oculto do que de revelado”, e que “mulheres envolvidas com satanismo engravidam meses antes para sacrificar o feto na noite de Halloween”.

A Associação Nacional de Exorcistas confirma o caráter espiritual dessa noite:

“Mesmo que as pessoas não tenham intenção de celebrar a bruxaria ou o demônio, acabam se conectando espiritualmente com essa corrente sombria. Muitos, sem perceber, tornam-se mais vulneráveis às ações do maligno.”

O exorcista Padre Duarte Lara, em diversas entrevistas, reforça que o Halloween marca “a noite de maior atividade demoníaca do ano”, coincidindo com o início do calendário satânico. 

Segundo ele, “os satanistas realizam rituais de invocação, consagração e sacrifícios nessa data, exatamente às três da manhã — hora oposta à da Misericórdia (15h), como paródia profana do sacrifício de Cristo”. 

O sacerdote adverte que “participar dessas festas, mesmo de modo inocente, é como acender uma vela para o inimigo — abre brechas espirituais e contamina o imaginário das crianças com símbolos do mal”.

Padre Duarte acrescenta que exorcistas em todo o mundo relatam aumento de possessões e opressões espirituais após o Halloween, e recomenda que os católicos “rezem o Rosário, participem da Eucaristia e consagrem seus lares ao Sagrado Coração de Jesus na véspera dessa noite, como sinal de reparação e proteção espiritual”.

Para esse combate espiritual, o aplicativo Pocket Terço tem ajudado milhares de católicos a rezar o Rosário diariamente – disponível na versão Android (clique aqui para baixar) e iOS (clique aqui para baixar)

4. O que diz a Sagrada Escritura

A Bíblia é clara sobre a incompatibilidade entre a fé cristã e as trevas espirituais:

  • “Meu povo se perde por falta de conhecimento.” (Os 4,6) — ignorar as realidades espirituais abre espaço para o erro e o pecado.
  • “Todos vós sois filhos da luz e filhos do dia. Não somos da noite nem das trevas.” (1Ts 5,5) — os cristãos são chamados a viver na verdade e na pureza.
  • “Tudo me é permitido, mas nem tudo convém.” (1Cor 6,12) — mesmo o que parece inofensivo pode conduzir à perdição se contraria o Evangelho.

Participar do Halloween, ainda que “por brincadeira”, significa aderir simbolicamente a uma cultura que celebra o medo, a morte e o ocultismo.

5. A pedagogia da luz: a alternativa católica

Em contraste com o Halloween, a Igreja propõe uma celebração que exalta o Céu e não o inferno: a Solenidade de Todos os Santos (1º de novembro). Padre Paulo Ricardo sugere que os pais “aproveitem o desejo das crianças de se fantasiar e as vistam de santos ou de profissões santificadas — médicos, bombeiros, professores, soldados — para ensinar que todos são chamados à santidade”.

Essa substituição transforma a noite das trevas em uma catequese viva sobre o chamado universal à santidade, conforme ensina o Concílio Vaticano II:

“[…] todos os fiéis, seja qual for a sua condição ou estado, são chamados pelo Senhor à perfeição do Pai, cada um por seu caminho” (Lumen Gentium, n. 11).

6. O discernimento espiritual e a responsabilidade cristã

A batalha espiritual é real. O Apóstolo Paulo recorda:

“Não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) pelos ares.” (Ef 6,12)

A ingenuidade diante do mal é terreno fértil para a ação do inimigo. Por isso, a Igreja exorta os fiéis a rejeitar práticas que evoquem o oculto, mesmo indiretamente. São Paulo ensina:

“Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis participar da mesa do Senhor e da mesa dos demônios.” (1Cor 10,21)

O Padre Shankar conclui: 

“Existem festas que são para os filhos da luz e outras que são para os filhos das trevas. O Halloween é para os filhos das trevas; a Festa de Todos os Santos é para os filhos da luz.”

7. Escolher entre a luz e as trevas

O Halloween é mais do que uma brincadeira cultural — é uma inversão simbólica, uma glorificação do medo, do horror e da morte. A Igreja, através de seus exorcistas, alerta que essa celebração é um portal espiritual perigoso, especialmente para crianças e jovens, e convida os fiéis a viver na luz:

“Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre uma montanha.” (Mt 5,14)

A escolha é clara: celebrar a santidade ou participar, mesmo inconscientemente, da exaltação das trevas.

A autêntica liberdade cristã não consiste em fazer tudo o que é permitido, mas em escolher o que conduz à vida eterna. E como ensina São Paulo:

“Despojemo-nos das obras das trevas e vistamo-nos das armas da luz.” (Rm 13,12)

Assista abaixo aos vídeos usados como referência para este artigo:

Thiago Zanetti

Por Thiago Zanetti
Jornalista, copywriter e escritor católico. Graduado em Jornalismo e Mestre em História Social das Relações Políticas, ambos pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). É autor dos livros Mensagens de Fé e Esperança (UICLAP, 2025), Deus é a resposta de nossas vidas (Palavra & Prece, 2012) e O Sagrado: prosas e versos (Flor & Cultura, 2012).
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