Evangelização
Curso “Um Caminho de Oração”, com Pe. Pedro Faustino
por Thiago Zanetti em 06/10/2025 • Você e mais 371 pessoas leram este artigo Comentar

Tempo de leitura: 7 minutos
O curso Um Caminho de Oração, ministrado pelo Padre Pedro Faustino (Instagram) e disponível gratuitamente pela Pocket Terço, é um itinerário profundo e acessível de vida espiritual para quem deseja aprender a rezar de forma verdadeira, frutuosa e transformadora.
Com uma metodologia simples e progressiva, Pe. Pedro apresenta um conjunto de 14 aulas voltadas ao aperfeiçoamento da vida de oração. O curso não parte do princípio de que o participante não sabe rezar, mas de que a maioria reza superficialmente, sem aprofundamento e sem frutos concretos de santificação.
O foco está em mostrar que a oração não é uma opção devocional, mas uma necessidade vital para quem deseja se salvar, crescer na intimidade com Deus e trilhar um caminho autêntico de santidade. Ao longo das aulas, o padre aborda temas como a amizade com Deus, o esforço necessário para manter uma vida de oração, os erros de pensamento espiritual (como o pelagianismo e o jansenismo), o papel da graça, e muito mais.
Como demonstração prática do conteúdo, este artigo apresenta de forma adaptada e fiel o primeiro módulo do curso: “A necessidade da oração”.
A Necessidade da Oração
A oração não é um acessório da vida espiritual. Ela é caso de vida ou morte. Quem não reza, não se salva. Essa é a radicalidade necessária para compreendermos a importância vital da oração em nossa jornada rumo à santidade.
Rezar é necessário para a salvação
Santo Afonso de Ligório já dizia: “Quem reza se salva, quem não reza se condena”. Essa verdade foi reafirmada por Nossa Senhora em Fátima, quando disse que mesmo uma criança de nove anos — o pequeno Francisco — precisaria rezar muitos terços para ir ao céu.
Rezar, portanto, não é uma recomendação piedosa, mas uma exigência para a nossa salvação eterna. A oração é o canal ordinário pelo qual recebemos a graça de Deus, sem a qual nada podemos fazer (cf. Jo 15,5).
A violência da oração
Jesus foi claro ao dizer que “o Reino dos céus é arrebatado à força e são os violentos que o conquistam” (Mt 11,12). Essa “violência” é o esforço sincero e constante de quem reserva tempo para rezar mesmo em meio ao cansaço, à correria e à distração.
Todos os santos foram homens e mulheres muito ocupados — e justamente por isso, precisaram fazer violência contra si mesmos para manter uma vida de oração constante. Ninguém reza só quando está de folga ou descansado. A oração exige disciplina, sacrifício e prioridade.
A oração é o início da amizade com Deus
A essência da vida de oração é relacionamento. Rezar é entrar em intimidade com Deus, é construir uma amizade viva que começa nesta vida e se consuma na eternidade.
No céu, continuaremos a rezar — pois a oração é essa comunhão de amor. Aqui, vemos Deus “como num espelho” (cf. 1Cor 13,12); lá, o veremos face a face. Por isso, quanto mais nos aproximamos de Deus pela oração, mais nos preparamos para o céu.
Sem oração, não há santidade — e sem santidade, não há céu
Só entram no céu os santos. Isso pode chocar, mas é a doutrina católica: o céu é lugar dos que se tornaram amigos íntimos de Deus, pela graça, pela conversão e pela fidelidade. Quem morre em pecado mortal não vai para o céu. Por isso, a confissão e a oração são realidades indissociáveis.
A santidade não é algo reservado a poucos, ou aos “santos de altar”. É a vontade de Deus para todos nós: “A vontade de Deus é que sejais santos” (1Ts 4,3). E como disse Jesus: “Sede, portanto, perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48). Não é uma sugestão. É um mandamento.
Por que não somos santos?
Segundo Madre Madalena de Jesus Sacramentado, existem três principais razões:
- Não conhecemos o caminho da santidade
- Não temos um bom guia espiritual
- Falta generosidade da nossa parte
Por isso, o curso do Pe. Pedro se propõe a apresentar o caminho, atuar como guia e despertar em nós a disposição para responder com generosidade.
A heresia de confiar apenas em si mesmo
O pelagianismo, heresia antiga, dizia que bastava o esforço humano para se salvar. Isso foi condenado solenemente pela Igreja, pois sem a graça de Deus, nada podemos fazer. Da mesma forma, o jansenismo dizia que os mandamentos eram impossíveis de cumprir — o que também foi rejeitado pelo Magistério.
A graça de Deus é condição essencial para seguirmos os mandamentos e vencermos o pecado. E essa graça só é recebida por quem reza. Como disse Jesus em Lc 18,1: “É necessário orar sempre, sem jamais deixar de fazê-lo”.
O papel do estado de graça
É preciso estar em estado de graça para que a oração tenha valor e alcance méritos eternos. Uma alma em pecado mortal pode até praticar boas ações, mas elas não têm mérito sobrenatural se não forem feitas em união com Deus. Por isso, a confissão é o início de toda vida de oração eficaz.
A alma que se confessa retorna à amizade com Deus, e passa a amar com caridade verdadeira. Só assim será capaz de rezar, interceder e agir conforme o coração de Deus.
O amor aos pobres nasce do amor a Deus
A oração verdadeira gera amor. E quanto mais amamos a Deus, mais veremos o pobre com os olhos de Deus — não apenas como um necessitado material, mas como uma alma que precisa de salvação. Por isso, o bem verdadeiro é aquele que une caridade material e caridade espiritual.
Não basta alimentar corpos: é preciso salvar almas. E ninguém pode dar Deus aos outros se não estiver unido a Deus pela oração.
Conclusão
Rezar não é uma prática devocional opcional. É a chave da nossa salvação, da nossa santidade e da nossa missão no mundo. Sem oração, não há graça. Sem graça, não há conversão. Sem conversão, não há céu.
Este artigo é apenas uma introdução ao curso Um Caminho de Oração, do Padre Pedro Faustino, oferecido pela Pocket Terço.
Se você deseja aprender a rezar de verdade, com profundidade, fruto e clareza, este curso é para você. Acesse o curso gratuito completo pelo aplicativo do Pocket Terço (Android baixar aqui e iOS baixar aqui) ou pelo site aqui.
Caminho de Oração | Aula 01 – A Necessidade da Oração

Por Thiago Zanetti
Jornalista, copywriter e escritor católico. Graduado em Jornalismo e Mestre em História Social das Relações Políticas, ambos pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). É autor dos livros Mensagens de Fé e Esperança (UICLAP, 2025), Deus é a resposta de nossas vidas (Palavra & Prece, 2012) e O Sagrado: prosas e versos (Flor & Cultura, 2012).
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