São Barnabé, Apóstolo, Memória
Antífona de entrada
Vernáculo:
Quão insondáveis são os vossos pensamentos! Incontável, ó Senhor, é o seu número! Sl. Senhor, vós me sondais e conheceis, sabeis quando me sento ou me levanto. (Cf. LH: Sl 138, 17 e 1)
Coleta
Ó Deus, que mandastes separar São Barnabé, cheio de fé e do Espírito Santo, para converter as nações, concedei que o Evangelho de Cristo que ele anunciou com tanta firmeza seja pregado fielmente, por palavras e obras. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — At 11, 21b-26; 13, 1-3
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Naqueles dias, 11, 21bmuitas pessoas acreditaram no Evangelho e se converteram ao Senhor. 22A notícia chegou aos ouvidos da Igreja que estava em Jerusalém. Então enviaram Barnabé até Antioquia.
23Quando Barnabé chegou e viu a graça que Deus havia concedido, ficou muito alegre e exortou a todos para que permanecessem fiéis ao Senhor, com firmeza de coração. 24É que ele era um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé. E uma grande multidão aderiu ao Senhor. 25Então Barnabé partiu para Tarso, à procura de Saulo. 26Tendo encontrado Saulo, levou-o a Antioquia. Passaram um ano inteiro trabalhando juntos naquela Igreja, e instruíram uma numerosa multidão. Em Antioquia os discípulos foram, pela primeira vez, chamados com o nome de cristãos.
13, 1Na Igreja de Antioquia, havia profetas e doutores. Eram eles: Barnabé, Simeão, chamado o Negro, Lúcio de Cirene, Manaém, que fora criado junto com Herodes, e Saulo. 2Um dia, enquanto celebravam a liturgia, em honra do Senhor, e jejuavam, o Espírito Santo disse: “Separai para mim Barnabé e Saulo, a fim de fazerem o trabalho para o qual eu os chamei”. 3Então eles jejuaram e rezaram, impuseram as mãos sobre Barnabé e Saulo, e deixaram-nos partir.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 97(98), 1. 2-3ab. 3cd-4. 5-6 (R. 2a)
℟. O Senhor fez conhecer seu poder salvador, e às nações sua justiça.
— Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios! Sua mão e o seu braço forte e santo alcançaram-lhe a vitória. ℟.
— O Senhor fez conhecer a salvação, e às nações, sua justiça; recordou o seu amor sempre fiel pela casa de Israel. ℟.
— Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus. Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, alegrai-vos e exultai! ℟.
— Cantai Salmos ao Senhor ao som da harpa e da cítara suave! Aclamai, com os clarins e as trombetas, ao Senhor, o nosso Rei! ℟.
℣. Ide ao mundo e ensinai a todas as nações! Eis que eu estou convosco até o fim do mundo! (Mt 28, 19a. 20b) ℟.
Evangelho — Mt 10, 7-13
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Mateus
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 7“Em vosso caminho, anunciai: ‘O Reino dos Céus está próximo’. 8Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar! 9Não leveis ouro nem prata nem dinheiro nos vossos cintos; 10nem sacola para o caminho, nem duas túnicas nem sandálias nem bastão, porque o operário tem direito ao seu sustento.
11Em qualquer cidade ou povoado onde entrardes, informai-vos para saber quem ali seja digno. Hospedai-vos com ele até a vossa partida. 12Ao entrardes numa casa, saudai-a. 13Se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz; se ela não for digna, volte para vós a vossa paz”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Constítues eos príncipes super omnem terram: mémores erunt nóminis tui, in omni progénie et generatióne. (Ps. 44, 17. 18)
Vernáculo:
Fareis deles os reis soberanos da terra. Cantarei vosso nome de idade em idade, para sempre haverão de louvar-vos os povos! (Cf. LH: Sl 44, 17. 18)
Sobre as Oferendas
Santificai, Senhor, com vossa bênção, os dons que vos apresentamos e acendei em nós, por vossa graça, o fogo do vosso amor, que impulsionou São Barnabé a levar a luz do Evangelho às nações. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
Vós, que me seguistes, havereis de sentar-vos em doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel, diz o Senhor. (Cf. MR: Mt 19, 28)
Depois da Comunhão
Ao recebermos, Senhor, o penhor da vida eterna, humildemente vos pedimos: concedei-nos contemplar um dia em plenitude o que, na comemoração do apóstolo São Barnabé, celebramos nos sinais do sacramento. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 11/06/2025
“Os últimos serão os primeiros”
Cheio do Espírito Santo, Barnabé brilha no firmamento dos eleitos como modelo de humildade, que não guarda para si a glória de seus trabalhos, e de zelo apostólico, que não mede esforços para difundir o nome do Senhor.
Celebramos hoje a memória de São Barnabé, levita que, embora não fizesse parte do Colégio apostólico, foi coroado com o título de Apóstolo de Cristo. Natural de Chipre, ilha grega próxima de Israel, Barnabé recebeu dos pais, judeus da diáspora, o nome de José. Como, porém, tivesse vendido todos os seus bens — as Escrituras nos falam de um campo — para proveito dos primeiros cristãos de Jerusalém, os Apóstolos passaram a chamar-lhe Barnabé. Este sobrenome, cuja origem aramaica significa “filho do profeta”, passou a ser interpretado pelos fiéis como “filho da consolação”, υἱός παρακλήσεως (cf. At 4, 36). Provável integrante dos setenta e dois discípulos (cf. Lc 10,1-24) de que nos falam os evangelhos, Barnabé teve o importante papel de apresentar São Paulo, com quem deve ter se instruído aos pés do rabi Gamaliel (cf. At 22,3), fariseu e sinedrita (cf. At 5,34), aos outros Apóstolos, contando-lhes como o futuro evangelizador dos gentios “tinha visto o Senhor no caminho” (At 9,27) para Damasco.
Após a dispersão que se instalara já no tempo de Santo Estêvão (cf. At 11,19), Barnabé foi enviado à comunidade de Antioquia da Síria, onde pôde admirar a força espantosa da graça de Deus (cf. At 11,23). “Homem de bem e cheio do Espírito Santo”, dirigiu-se em seguida para Tarso, numa viagem extenuante de quase cem milhas e meia, à procura do amigo Saulo, trazido às pressas para a cidade em que, pela primeira vez, os seguidores de Jesus “foram chamados pelo nome de cristãos” (At 11,26). Deste momento em diante, Barnabé começará a ceder a Paulo, com franca humildade, o protagonismo que até então lhe atribuíra a Escritura: é, pois, como “Paulo e Barnabé”, e não mais “Barnabé e Saulo” (cf. At 11,30; 12,25; 13,2.7) que o Texto Sagrado passará a designar a dupla de missionários (cf. At 13,43.46.50; 15,2.22.35). Este empreendimento apostólico, no entanto, chegou ao fim quando da segunda viagem de Paulo. Como o Apóstolo das gentes se opusesse a que o companheiro levasse consigo João, “que tinha por sobrenome Marcos” (At 15,37), houve um tal desentendimento entre eles que os dois decidiram separar-se. Assim, Barnabé voltou com Marcos para Chipre (cf. At 15,39), onde, segundo a tradição, recebeu a palma do martírio.
Embora não falem muito a seu respeito, as Escrituras nos permitem entrever, pelo que contemplamos em suas ações e trabalhos, as insignes virtudes que ornaram alma deste grande pregoeiro do Evangelho: a) em primeiro lugar, a generosidade de entregar à Igreja e aos necessitados tudo o que possuía; b) em segundo, o zelo apostólico de levar aos pagãos a luz de Jesus Cristo; c) em terceiro lugar, a humildade, por um lado, de reconhecer sua insuficiência para dar conta sozinho da imensa tarefa de cristianizar multidões e, por outro, de deixar que a figura de São Paulo de certa forma ofuscasse a sua própria; d) por fim, o fraterno companheirismo que, apesar de algumas diferenças de opinião e temperamento, fê-lo beneficiar-se da santa amizade de Paulo, a quem soube entregar as glórias do seu apostolado. Que São Barnabé, Filho da Consolação, interceda por cada um de nós e nos ensine a imitarmos as virtudes que o levaram a derramar, por amor ao nome de Cristo, o seu próprio sangue.
Deus abençoe você!
A Igreja nos convida hoje a contemplar a figura do apóstolo São Barnabé. Filho de judeus dispersos, José Barnabé teve o importante papel de, junto a São Paulo, dar os primeiros passos na evangelização do mundo pagão. “Homem de bem e cheio do Espírito Santo”, como lhe chamam as Sagradas Escrituras, São Barnabé brilha agora no firmamento dos eleitos como modelo de incomparável humildade — por não guardar para si as glórias de seus trabalhos e fadigas — e de profundo zelo apostólico — por não medir esforços para difundir mundo afora o nome de Jesus Cristo.Ouça a homilia do Padre Paulo Ricardo para esta quarta-feira, dia 11 de junho, e comemore conosco outra das muitas glórias da Santa Igreja de Deus.
Santo do dia 11/06/2025
São Barnabé, Apóstolo (Memória)
Data: 11 de Junho
“José, chamado pelos apóstolos Barnabé, que quer dizer filho da consolação, levita, natural de Chipre, tinha um sítio; vendeu-o e trouxe o dinheiro e o depôs aos pés dos apóstolos”. Assim no-lo apresentam os Atos dos Apóstolos. Fontes antigas nos referem que Barnabé, chamado apóstolo pelos próprios Atos, embora não pertencesse aos Doze, teria sido um dos setenta discípulos de que fala o Evangelho. De qualquer modo é figura de primeira grandeza na fervorosa comunidade cristã, que floresceu em Jerusalém após o dia de Pentecostes. Barnabé era muito considerado entre os Apóstolos, que o escolheram para a evangelização de Antioquia.
É o homem das felizes intuições. Em Antioquia percebeu que aquele era terreno preparado para receber a palavra de Deus. Foi a Jerusalém relatar isso e pedir para levar consigo o recém-convertido Saulo. Começou assim a extraordinária dupla. Após um ano de trabalho, haviam operado tantas conversões de “fazer manchetes de jornais”, como se diria hoje. “Pela primeira vez — lê-se nos Atos — os discípulos foram chamados cristãos em Antioquia”.
Saulo, que desde então preferia ser chamado com o nome romano de Paulo, e Barnabé, contentes por terem aberto o caminho para o anúncio do Evangelho entre os pagãos, partiram para outras incumbências. Primeira etapa: Chipre, pátria de Barnabé, que havia levado consigo o jovem primo João Marcos, o futuro evangelista. Mais tarde, no começo da segunda e mais arriscada viagem missionária, Paulo julgou oportuno separar-se do próprio Barnabé, que ficou em Chipre.
Paulo e Barnabé, duas personalidades diferentes, que se completavam reciprocamente. Em Listra, na Licaônia, ao término da primeira viagem missionária, durante o sermão, Paulo notara a presença de um pobre paralítico. “Levanta-te e anda”, lhe dissera, operando o prodígio. “À vista do que Paulo acabava de fazer, a multidão exclamou em língua licaônica — ‘Deuses em forma humana vieram a nós’. A Barnabé chamavam Júpiter e, a Paulo, Hermes, porque era ele que falava”. A Barnabé foi atribuída a paternidade da carta paulina aos Hebreus e do outro escrito denominado Evangelho de Barnabé, agora perdido. Não temos notícias dele depois da separação de Paulo. Escritos apócrifos falam de uma viagem sua a Roma e do seu martírio acontecido mais ou menos pelo ano 70, em Salamina, pelas mãos dos judeus da diáspora, que o teriam apedrejado.
Referência:
SGARBOSSA, Mario; GIOVANNI, Luigi. Um santo para cada dia. São Paulo: Paulus, 1983. 397 p. Tradução de: Onofre Ribeiro. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
São Barnabé, rogai por nós!