2ª feira da 5ª Semana da Páscoa
Antífona de entrada
Vernáculo:
Cantai ao Senhor um canto novo, porque ele fez maravilhas; e revelou sua justiça diante das nações, aleluia! (Cf, MR: Sl 97, 1a. 2) Sl. Sua mão e o seu braço forte e santo alcançaram-lhe a vitória. (Cf. LH: Sl 97, 1b)
Coleta
Protegei, Senhor, vossa família com o constante auxílio de vossa destra, a fim de que, pela ressurreição do vosso Filho Unigênito, defendida de todo mal, ela possa alcançar os bens celestes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — At 14, 5-18
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Naqueles dias, em Icônio, 5pagãos e judeus, tendo à frente seus chefes, estavam dispostos a ultrajar e apedrejar Paulo e Barnabé. 6Ao saberem disso, Paulo e Barnabé fugiram e foram para Listra e Derbe, cidades da Licaônia, e seus arredores. 7Aí começaram a anunciar o Evangelho. 8Em Listra, havia um homem paralítico das pernas, que era coxo de nascença e nunca fora capaz de andar. 9Ele escutava o discurso de Paulo. E este, fixando nele o olhar e notando que tinha fé para ser curado, 10disse em alta voz: “Levanta-te direito sobre os teus pés”. O homem deu um salto e começou a caminhar.
11Vendo o que Paulo acabara de fazer, a multidão exclamou em dialeto licaônico: “Os deuses desceram entre nós em forma de gente!” 12Chamavam a Barnabé Júpiter e a Paulo Mercúrio, porque era Paulo quem falava. 13Os sacerdotes de Júpiter, cujo templo ficava defronte à cidade, levaram à porta touros ornados de grinaldas e queriam, com a multidão, oferecer sacrifícios. 14Ao saberem disso, os apóstolos Barnabé e Paulo rasgaram as vestes e foram para o meio da multidão, gritando: 15“Homens, o que estais fazendo? Nós também somos homens mortais como vós, e vos estamos anunciando que precisais deixar esses ídolos inúteis para vos converterdes ao Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que neles existe. 16Nas gerações passadas, Deus permitiu que todas as nações seguissem o próprio caminho. 17No entanto, ele não deixou de dar testemunho de si mesmo através de seus benefícios, mandando do céu chuvas e colheitas, dando alimento e alegrando vossos corações”. 18E assim falando, com muito custo, conseguiram que a multidão desistisse de lhes oferecer um sacrifício.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 113B(115), 1-2. 3-4. 15-16 (R. 1)
℟. Não a nós, ó Senhor, não a nós, ao vosso nome, porém, seja glória.
— Não a nós, ó Senhor, não a nós, ao vosso nome, porém, seja a glória, porque sois todo amor e verdade! Por que hão de dizer os pagãos: “Onde está o seu Deus, onde está?” ℟.
— É nos céus que está o nosso Deus, ele faz tudo aquilo que quer. São os deuses pagãos ouro e prata, todos eles são obras humanas. ℟.
— Abençoados sejais do Senhor, do Senhor que criou céu e terra! Os céus são os céus do Senhor, mas a terra ele deu para os homens. ℟.
℣. O Espírito Santo, o Paráclito, haverá de lembrar-vos de tudo o que tenho falado, aleluia. (Jo 14, 26) ℟.
Evangelho — Jo 14, 21-26
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo João
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 21“Quem acolheu os meus mandamentos e os observa, esse me ama. Ora, quem me ama, será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele”. 22Judas – não o Iscariotes – disse-lhe: “Senhor, como se explica que te manifestarás a nós e não ao mundo?” 23Jesus respondeu-lhe: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada. 24Quem não me ama não guarda a minha palavra. E a palavra que escutais não é minha, mas do Pai que me enviou. 25Isso é o que vos disse enquanto estava convosco. 26Mas o Defensor, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Iubilate Deo universa terra: iubilate Deo universa terra: psalmum dicite nomini eius: venite, et audite, et narrabo vobis, omnes qui timetis Deum quanta fecit Dominus animae meae, alleluia. (Ps. 65, 1. 2. 16)
Vernáculo:
Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, cantai salmos a seu nome glorioso! Todos vós que a Deus temeis, vinde escutar: vou contar-vos todo bem que ele me fez, aleluia! (Cf. LH: Sl 65, 1. 2a. 16)
Sobre as Oferendas
Subam até vós, Senhor, nossas preces com as oferendas para o sacrifício, a fim de que, purificados por vossa graça, sejamos dignos dos sacramentos do vosso grande amor. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas; e vos lembrará tudo o que vos tenho dito, diz o Senhor, aleluia! (Cf. MR: Jo 14, 26)
Depois da Comunhão
Deus eterno e todo-poderoso, pela ressurreição de Cristo nos recriais para a vida eterna: fazei frutificar em nós o sacramento pascal e infundi em nossos corações a força deste alimento salutar. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 19/05/2025
É na fé que Cristo se manifesta
Nesta vida, cremos sem ver, para que um dia, na outra, vejamos o que cremos. Assim Jesus se manifesta a nós: exercitando-nos a fé, que nada vê, para aumentar o mérito de vermos no Céu a plenitude do que Ele nos manifestou na terra.
Estamos na Última Ceia com Jesus, no capítulo 14 de São João, e aqui nós temos esse diálogo de Jesus com os Apóstolos. Agora Judas, não o Iscariotes, mas Judas Tadeu faz uma pergunta a Jesus que pode parecer uma pergunta fora de propósito, mas que muda tudo. Ele diz: “Senhor, como se explica que te manifestarás a nós e não ao mundo?” Isto é, existe algo de diferente em nós, que temos a experiência da fé, pois enxergamos algumas coisas que outras pessoas não as enxergam. Como é possível isso?A resposta inicial está no último versículo do Evangelho de hoje, onde Jesus começa já a falar do Espírito Santo, do Paráclito, do Defensor que virá. Jesus diz assim no versículo 26: “Mas o Defensor, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito”. Ou seja: na realidade, Jesus já esteve três anos com seus Apóstolos; eles já têm fé, mas não é uma fé grande o suficiente para entenderem em profundidade e realmente centrarem sua vida nesta verdade, que é Jesus. Então, é necessário o auxílio do Espírito Santo.Para entender essa atitude, precisamos ter consciência de que estamos diante do maior pedagogo, Nosso Senhor Jesus Cristo, Deus que se fez homem. Ninguém pode colocar defeito nas ações de Jesus e dizer assim: “Jesus, por que você não ensinou os Apóstolos direito?”.Jesus é Deus que se fez homem; então, se há alguém que consegue explicar e ensinar as coisas de uma forma adequada, é Jesus. Mas Jesus mesmo está dizendo do seu limite, porque Ele está aqui fora, no Cenáculo, junto com os seus Apóstolos. De nada adianta Jesus nos falar se não permitirmos que suas palavras façam eco em nosso coração, como um mestre interior. Aqui está o problema. Jesus quer se manifestar a todos, quer falar a todos: “Ide, evangelizai todos os povos, todas as gentes”, mas quem não se abrir à ação da graça do Espírito Santo no próprio coração não vai perceber. Então, como se explica que da mesma pregação algumas pessoas digam: “Nossa, Deus falou comigo! Eu fui tocado. Ele me alimentou interiormente!” e, ouvindo a mesma pregação, a pessoa sentada no banco ao lado está totalmente indiferente e não faz absolutamente nada? O Espírito Santo está querendo agir no coração de cada homem, mas nem todos se abrem a essa ação.Então, a primeira coisa que precisamos fazer hoje é agradecer a Deus e dizer: “Jesus! Muito obrigado, muito obrigado pelo Espírito Santo, que me fez enxergar e ter fé, quando tantas pessoas melhores do que eu poderiam ter tido fé, e não têm”. Rezemos para que o Espírito Santo venha sobre todas as pessoas e possam crer verdadeiramente.
Deus abençoe você!
Santo do dia 19/05/2025
São Celestino V, Papa (Memória Facultativa)
Local: Fumone, Itália
Data: 19 de Maio † 1296
Pedro de Morrone, penúltimo de doze filhos de humildes camponeses de Isérnia, onde nasceu em 1215, é figura emblemática do século de grandes santos, como são Francisco de Assis e são Domingos, mas também de profundas lesões no corpo da Igreja. Foram necessários dois anos de conclave para que os cardeais chegassem a um acordo sobre a eleição do papa na humilde pessoa do ermitão Pedro de Morrone, que assumiu o nome de Celestino V. O pontífice octogenário, eleito a 5 de julho de 1284, depôs a tiara a 13 de dezembro do mesmo ano, fazendo um gesto muito discutido pelos contemporâneos quanto à interpretação. Dante chegou até a colocá-lo no seu Inferno, dando como causa: “Aquele que fez por covardia a grande renúncia”. Ao contrário, foi precisamente nesta oportunidade que o piedoso pontífice mostrara uma extraordinária firmeza de espírito, renunciando à tiara quando percebeu que príncipes e cardeais faziam perigosas manobras políticas a respeito de sua pessoa.
Criado na serena paz do campo, primeiro esteve no mosteiro de santa Maria de Faifoli (1231-32), depois numa gruta do monte Pelenco em completa solidão. Fez a primeira viagem a Roma em 1238 e lá foi ordenado sacerdote com a licença de levar vida eremítica. Estabeleceu-se de fato no monte Morrone, perto de Sulmona, depois no monte Maiella onde em 1246 fundou a primeira comunidade eremítica, que em 1263 o papa Urbano IV aprovou, inserindo-a, porém, na ordem monástica beneditina. Para defender a nova Ordem dos Irmãos do Espírito Santo (mais conhecidos por Celestinos), Pedro de Morrone não hesitou em ir, em 1274, ao concílio de Lião, obtendo o reconhecimento do papa Gregório X.
De volta à Itália, o santo eremita, impulsionado pelo desejo da solidão, andou de um lado para outro para visitar as várias comunidades monásticas, mas sobretudo para se subtrair às várias visitas de devotos admiradores, que o procuravam por causa da fama da sua santidade. Em 1286, convocou o capítulo geral da sua Congregação e nesta assembleia demitiu-se de prior escolhendo para morada primeiro o ermo de são Bartolomeu de Logio, depois o de são João de Orfente, em seguida o ermo de santo Onofre, onde recebeu a notícia de sua eleição ao sumo pontificado ao qual renunciou depois de cinco meses.
Não conseguiu voltar à suspirada paz do ermo, pois o seu sucessor, Bonifácio VIII, temendo que os que apoiaram a eleição de Celestino V criassem novas dificuldades à Igreja, teve-o sob guarda no castelo de Fumone, onde o ex-papa viveu os últimos meses de sua vida no completo isolamento. Aqui o colheu a morte a 19 de maio de 1296. Clemente VI o proclamou santo a 5 de maio de 1313.
Referência:
SGARBOSSA, Mario; GIOVANNI, Luigi. Um santo para cada dia. São Paulo: Paulus, 1983. 397 p. Tradução de: Onofre Ribeiro. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
São Celestino V, rogai por nós!