3ª feira da 5ª Semana da Páscoa
Memória Facultativa
São Bernardino de Sena, Presbítero
Antífona de entrada
Vernáculo:
Cantai ao Senhor um cântico novo, porque ele fez maravilhas! Aos olhos das nações revelou sua justiça, aleluia! (Cf. MR: Sl 97, 1-2)(Cf, MR: Sl 97, 1a. 2) Sl. Sua mão e o seu braço forte e santo alcançaram-lhe a vitória. (Cf. LH: Sl 97, 1b)
Coleta
Ó Deus, na ressurreição de Cristo vós nos renovais para a vida eterna; dai ao vosso povo constância na fé e na esperança, para que jamais duvide do cumprimento das promessas que fizestes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — At 14, 19-28
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Naqueles dias, 19de Antioquia e Icônio chegaram judeus que convenceram as multidões. Então apedrejaram Paulo e arrastaram-no para fora da cidade, pensando que ele estivesse morto. 20Mas, enquanto os discípulos o rodeavam, Paulo levantou-se e entrou na cidade. No dia seguinte, partiu para Derbe com Barnabé.
21Depois de terem pregado o Evangelho naquela cidade e feito muitos discípulos, voltaram para Listra, Icônio e Antioquia. 22Encorajando os discípulos, eles os exortavam a permanecerem firmes na fé, dizendo-lhes: “É preciso que passemos por muitos sofrimentos para entrar no Reino de Deus”. 23Os apóstolos designaram presbíteros para cada comunidade. Com orações e jejuns, eles os confiavam ao Senhor, em quem haviam acreditado.
24Em seguida, atravessando a Pisídia, chegaram à Panfília. 25Anunciaram a palavra em Perge, e depois desceram para Atália. 26Dali embarcaram para Antioquia, de onde tinham saído, entregues à graça de Deus, para o trabalho que haviam realizado.
27Chegando ali, reuniram a comunidade. Contaram-lhe tudo o que Deus fizera por meio deles e como havia aberto a porta da fé para os pagãos. 28E passaram então algum tempo com os discípulos.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 144(145), 10-11. 12-13ab. 21 (R. cf. 12a)
℟. Ó Senhor, vossos amigos anunciem vosso Reino glorioso.
— Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem, e os vossos santos com louvores vos bendigam! Narrem a glória e o esplendor do vosso reino e saibam proclamar vosso poder! ℟.
— Para espalhar vossos prodígios entre os homens e o fulgor de vosso reino esplendoroso. O vosso reino é um reino para sempre, vosso poder, de geração em geração. ℟.
— Que a minha boca cante a glória do Senhor e que bendiga todo ser seu nome santo desde agora, para sempre e pelos séculos. ℟.
℣. Era preciso que Cristo sofresse e ressuscitasse dos mortos para entrar em sua glória, aleluia! (Lc 24, 46. 26) ℟.
Evangelho — Jo 14, 27-31a
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo João
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 27“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração. 28Ouvistes que eu vos disse: ‘Vou, mas voltarei a vós’. Se me amásseis, ficaríeis alegres porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. 29Disse-vos isto, agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós acrediteis.
30Já não falarei muito convosco, pois o chefe deste mundo vem. Ele não tem poder sobre mim, 31amas, para que o mundo reconheça que eu amo o Pai, eu procedo conforme o Pai me ordenou”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Iubilate Deo universa terra: iubilate Deo universa terra: psalmum dicite nomini eius: venite, et audite, et narrabo vobis, omnes qui timetis Deum quanta fecit Dominus animae meae, alleluia. (Ps. 65, 1. 2. 16)
Vernáculo:
Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, cantai salmos a seu nome glorioso! Todos vós que a Deus temeis, vinde escutar: vou contar-vos todo bem que ele me fez, aleluia! (Cf. LH: Sl 65, 1. 2a. 16)
Sobre as Oferendas
Aceitai, Senhor, os dons da vossa Igreja em festa e concedei o fruto da eterna alegria a quem destes motivo de tão grande júbilo. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz; eu vo-la dou, mas não como a dá o mundo, diz o Senhor, aleluia! (Cf. MR: Jo 14, 27)
Depois da Comunhão
Senhor, olhai com bondade o vosso povo e fazei chegar à incorruptível ressurreição da carne aqueles que renovastes pelos sacramentos da vida eterna. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 20/05/2025
“A minha paz vos dou”
“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração”.
Duas coisas nota Cristo no coração dos Apóstolos: de um lado, a perturbação que sentem por tudo o que ouvem e sabem que hão de sofrer dali a poucas horas; de outro, a paz que Ele mesmo lhes deixa, paz verdadeira e profunda, que nada tem a ver com a paz do mundo. Mas como é possível que em tais circunstâncias convivam na alma dos Apóstolos perturbação e paz: “Deixo-vos a paz”, inquietação e sossego: “Não se perturbe”, tristeza e alegria: “Se me amásseis, ficaríeis alegres”? A razão, lembra S. Tomás de Aquino, é que tanto a paz quanto a alegria são efeitos da caridade, de maneira que, onde há um coração em graça e amizade com Deus, nele também há paz e alegria, por mais agitadas que se encontrem as paixões. Chama-se propriamente alegria, com efeito, o prazer ou deleite que se experimenta pela apreensão interior de um bem (cf. II-II 35, 2 c.), em razão da presença do objeto amado (cf. II-II 28, 1 c.). Ora, uma vez que o estado de graça traz consigo a graça de inabitação, em virtude da qual o fiel tem presente em sua alma não só o sumo Bem, mas o poder de desfrutá-lo quando quiser, não há dúvida de que todo justo, pelo só fato de sê-lo, tem dentro de si a maior alegria que é dada ao homem nesta vida. Pela mesma razão se deve afirmar que em toda alma em graça há paz verdadeira: “A minha paz vos dou”, conquanto imperfeita: “Não se perturbe o vosso coração”: verdadeira, porque a paz implica concórdia, e a graça santificante, reordenando-o a Deus, faz o homem ter com Ele um só coração (cf. II-II. 29, 3 c.); mas imperfeita, porque neste mundo se experimentam ainda muitas paixões e desejos discordantes, apesar de o movimento principal de nossa alma já repousar em Deus (cf. II-II 29, 2 ad 4). Por isso, nada impede que os Apóstolos e os outros justos tenham, como um tesouro em suas almas, alegria profunda e paz verdadeira, mas experimentem ainda, na superfície das emoções e preocupações humanas, o medo, a inquietação e o desassossego conaturais ao nosso estado de viadores neste vale de lágrimas. Não deixemos que esses “entulhos” nos enturbem a vista, a ponto de já não enxergarmos os dons preciosíssimos que nos deu Cristo, como consolo em meio à prova e um lembrete de que, superada a nossa peregrinação terrena, entraremos por fim no gozo e na paz que não conhecem ocaso: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo”.
Deus abençoe você!
Santo do dia 20/05/2025
São Bernardino de Sena, Presbítero (Memória Facultativa)
Local: Áquila, Itália
Data: 20 de Maio † 1444
Taquigrafadas com um método de sua invenção por um discípulo, as Prédicas populares de são Bernardino de Sena chegaram até nós com toda a naturalidade e o estilo rápido e colorido com que eram pronunciadas nas várias praças italianas. Relendo-as hoje percebe-se a atualidade dos temas entre os quais os mais frequentes eram aqueles sobre a caridade, humildade, concórdia e justiça. Fustigava a avareza dos novos ricos, mercadores, banqueiros, usurários etc. Comparava-os a pássaros sem asas, incapazes de levantar o voo um palmo acima de suas coisas: “Eu bem sei que as coisas que tu tens, não são só tuas, mas Deus as deu para suprir as necessidades do homem: não são do homem, mas para as necessidades do homem”.
Tinha palavras duríssimas para os que “renegam a Deus por uma cabeça de alho” e pelas “feras de garras compridas que roem os ossos dos pobres”. “Se tu tens bastante coisa e não tens necessidade e não a distribuis e morre, irás para a casa quente”. “A ti que tens agasalho mais do que tem a cebola, recobre a carne do pobre, quando o vês tão maltrapilho e nu, pois a carne dele e a tua são a mesma carne”. Recorria a exemplos familiares como o da cebola conservada com as folhas juntas para inculcar a necessidade da união e da concórdia.
Até depois de sua morte, na cidade de Áquila em 1444, são Bernardino continuou a sua obra de pacificação. De fato chegou moribundo a esta cidade e não pôde fazer o curso de prédicas que tinha programado. Persistindo a luta entre as facções, seu corpo dentro do caixão começou a sangrar como uma fonte e o fluxo parou somente quando os cidadãos de Áquila se reconciliaram. Em reconhecimento foi decretada a construção de magnífico monumento sepulcral, realizado depois por Silvestre di Giacomo.
São Bernardino, canonizado em 1450, isto é, somente seis anos após a morte, nascera em 1380 em Massa Marítima da nobre família senense dos Albizzeschi. Ficou órfão de pai e mãe ainda muito jovem e foi criado em Sena por duas tias. Frequentou a universidade de Sena até aos 22 anos, quando abandonou a vida mundana para vestir o hábito franciscano. Dentro da Ordem tornou-se um dos principais propugnadores da reforma dos franciscanos observantes. Arauto da devoção ao nome de Jesus, fazia gravar o monograma “JHS” sobre tabuinhas de madeira que dava ao povo para beijar no fim do sermão. São Bernardino é o patrono dos publicitários italianos.
Referência:
SGARBOSSA, Mario; GIOVANNI, Luigi. Um santo para cada dia. São Paulo: Paulus, 1983. 397 p. Tradução de: Onofre Ribeiro. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
São Bernardino de Sena, rogai por nós!