Imaculada Conceição da Bem-aventurada Virgem Maria, Solenidade
Antífona de entrada
Vernáculo:
Exulto de alegria no Senhor e minha alma regozija-se em meu Deus, ele me vestiu com as vestes da salvação, envolveu-me com o manto da justiça e adornou-me como uma noiva com suas joias. (Cf. MR: Is 61, 10) Sl. Eu vos exalto, ó Senhor, pois me livrastes, e não deixastes rir de mim meus inimigos! (Cf. LH: Sl 29)
Glória
Glória a Deus nas alturas,
e paz na terra aos homens por Ele amados.
Senhor Deus, rei dos céus,
Deus Pai todo-poderoso.
Nós vos louvamos,
nós vos bendizemos,
nós vos adoramos,
nós vos glorificamos,
nós vos damos graças
por vossa imensa glória.
Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito,
Senhor Deus, Cordeiro de Deus,
Filho de Deus Pai.
Vós que tirais o pecado do mundo,
tende piedade de nós.
Vós que tirais o pecado do mundo,
acolhei a nossa súplica.
Vós que estais à direita do Pai,
tende piedade de nós.
Só Vós sois o Santo,
só vós, o Senhor,
só vós, o Altíssimo,
Jesus Cristo,
com o Espírito Santo,
na glória de Deus Pai.
Amém.
Coleta
Ó Deus, pela Imaculada Conceição da Virgem Maria, preparastes para o vosso Filho uma digna habitação e a preservastes de toda mancha de pecado em previsão da morte salvadora de Cristo; concedei-nos chegar até vós purificados também de toda culpa por sua materna intercessão. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Gn 3, 9-15. 20
Leitura do Livro do Gênesis
Depois que Adão comeu do fruto da árvore, 9o Senhor Deus o chamou, dizendo: “Onde estás?” 10E ele respondeu: “Ouvi tua voz no jardim, e fiquei com medo porque estava nu; e me escondi”.
11Disse-lhe o Senhor Deus: “E quem te disse que estavas nu? Então comeste da árvore, de cujo fruto te proibi comer?”
12Adão disse: “A mulher que tu me deste por companheira, foi ela que me deu do fruto da árvore, e eu comi”.
13Disse o Senhor Deus à mulher: “Por que fizeste isso?” E a mulher respondeu: “A serpente enganou-me e eu comi”.
14Então o Senhor Deus disse à serpente: “Porque fizeste isso, serás maldita entre todos os animais domésticos e todos os animais selvagens! Rastejarás sobre o ventre e comerás pó todos os dias da tua vida! 15Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar”. 20E Adão chamou à sua mulher “Eva”, porque ela é a mãe de todos os viventes.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 97(98), 1. 2-3ab. 3cd-4 (R. 1a)
℟. Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios!
— Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios! Sua mão e o seu braço forte e Santo alcançaram-lhe a vitória. ℟.
— O Senhor fez conhecer a salvação, e às nações, sua justiça; recordou o seu amor sempre fiel pela casa de Israel. ℟.
— Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus. Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, alegrai-vos e exultai! ℟.
Segunda Leitura — Ef 1, 3-6. 11-12
Leitura da Carta de São Paulo aos Efésios
Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Ele nos abençoou com toda a bênção do seu Espírito em virtude de nossa união com Cristo, no céu.
4Em Cristo, ele nos escolheu, antes da fundação do mundo, para que sejamos santos e irrepreensíveis sob o seu olhar, no amor.
5Ele nos predestinou para sermos seus filhos adotivos por intermédio de Jesus Cristo, conforme a decisão da sua vontade, 6para o louvor da sua glória e da graça com que ele nos cumulou no seu Bem-amado.
11Nele também nós recebemos a nossa parte. Segundo o projeto daquele que conduz tudo conforme a decisão de sua vontade, nós fomos predestinados 12a sermos, para o louvor de sua glória, os que de antemão colocaram a sua esperança em Cristo.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
℣. Maria, alegra-te, ó cheia de graça, o Senhor é contigo! (Cf. Lc 1, 28) ℟.
Evangelho — Lc 1, 26-38
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Lucas
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 26 no sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da Virgem era Maria.
28O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!”
29Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação.
30O anjo, então, disse-lhe: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. 31Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. 32Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. 33Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim”.
34Maria perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?”
35O anjo respondeu: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus. 36Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, 37porque para Deus nada é impossível”.
38Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!” E o anjo retirou-se.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Creio
Creio em Deus Pai todo-poderoso,
Criador do céu e da terra.
E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor,
Às palavras seguintes, até Virgem Maria, todos se inclinam.
que foi concebido pelo poder do Espírito Santo,
nasceu da Virgem Maria,
padeceu sob Pôncio Pilatos,
foi crucificado, morto e sepultado,
desceu à mansão dos mortos,
ressuscitou ao terceiro dia,
subiu aos céus,
está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso,
donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo,
na santa Igreja Católica,
na comunhão dos santos,
na remissão dos pecados,
na ressurreição da carne
e na vida eterna. Amém.
Antífona do Ofertório
Ave María, grátia plena: Dóminus tecum: benedícta tu in muliéribus, allelúia. (Luc. 1, 28)
Vernáculo:
Ave Maria cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres, aleluia. (Cf. Oração Ave-Maria)
Sobre as Oferendas
Senhor, dignai-vos aceitar o sacrifício de salvação que vos oferecemos na Solenidade da Imaculada Conceição da Bem-aventurada Virgem Maria; assim como proclamamos que ela, por vossa graça, foi preservada de toda mancha de pecado, sejamos também nós, por sua intercessão, libertos de toda a culpa. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
Coisas gloriosas dizem de vós, ó Virgem Maria, porque de vós nasceu o Sol da Justiça, o Cristo, nosso Deus. (Cf. MR)
Depois da Comunhão
Senhor nosso Deus, o sacramento que recebemos cure em nós as feridas daquela culpa, da qual preservastes de modo singular a concepção imaculada da Bem-aventurada Virgem Maria. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 08/12/2024
Eu sou a Imaculada Conceição
O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” (Lc 1, 28)
Queridos irmãos e irmãs, celebramos a solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Maria, que neste ano de 2024, caiu no dia que seria o da liturgia do II domingo do Advento, mas a Igreja fez prevalecer a liturgia da solenidade mariana. Isto é muito oportuno, já que a Imaculada Conceição da Virgem Maria foi a preparação para a Encarnação e Natal do Verbo feito carne.
Pesquisando sobre esta solenidade encontrei no site “Sou Todo Teu, Maria” e na Revista Mãe dos Sacerdotes, alguns textos que podem nos ajudar a entender melhor o que estamos celebrando no dia de hoje.
Quando Deus deliberou em fazer-se homem, Ele teve que escolher o tempo da sua vinda, a terra onde teria que nascer, as cidades por onde tinha que passar, os sistemas políticos e econômicos sob os quais viveria, a língua que deveria falar e as reações psicológicas com as quais entrou em contato, como Senhor da história e Salvador da humanidade.
Todos esses problemas dependeram de um único fator: a mulher que seria sua mãe. Escolher uma mãe significava escolher uma posição social, uma língua, uma cidade, um ambiente, um momento decisivo no destino. Ele nasceu de uma mãe que escolheu antes de seu nascimento e nasceu não somente do seu seio, mas também do desejo que Maria tinha de concebê-lo.
Mas toda essa preparação pode ser resumida na Imaculada Conceição. Em virtude da Imaculada Conceição a Virgem Maria encontrou uma dignidade altíssima. Quanto mais algo se aproxima do fogo, mais forte é o calor; quanto mais algo se aproxima de Deus, maior é a pureza; mas assim como ninguém jamais esteve tão perto de Deus como Maria, assim não existe ninguém que seja mais pura que ela. Essa sua pureza é o que chamamos Imaculada Conceição.
A palavra “Imaculada” significa “sem mácula”, ou seja, sem mancha. Conceição significa que no mesmo instante em que Maria foi concebida no ventre de Sant’Ana, sua mãe, ela em virtude dos méritos da redenção de seu Filho, foi preservada da mancha do pecado original.
O dogma abrange dois pontos importantes:
a) O primeiro, é ter sido a Santíssima Virgem preservada da mancha original desde o princípio de sua conceição. Deus a preservou da propagação do pecado original e ela foi cumulada, ainda no começo da vida, com todos os dons da graça.
b) No segundo, vê-se que tal privilégio não era devido por direito. Foi concedido em previsão dos merecimentos de Jesus Cristo. O que valeu a Maria este favor particular foram os benefícios da Redenção, em previsão dos méritos de Jesus Cristo, que já existiam nos eternos desígnios de Deus.
Os protestantes deveriam compreender a diferença essencial que há entre “pecar em Adão” e “pecar pessoalmente”, como são coisas bem distintas pertencer a uma raça pecadora e ser pecador.
De que modo, afinal, contraímos nós o pecado original?
Tal transmissão não se pode fazer pela “criação” da alma; afirmar isso seria dizer que Deus é o autor do pecado, o que é impossível e repugnante. Não se transmite tão pouco pelos pais, pois a alma dos filhos não se origina das almas dos pais, mas é criada por Deus. A transmissão se efetua pela “geração”.
Eis algumas provas na Sagrada Escritura
Depois da queda do pecado original, Deus falou ao demônio, oculto sob a forma de serpente: “Ei de pôr inimizade entre ti e a mulher, entre sua raça (semente) e a tua; ela te esmagará a cabeça” (Gn 3,15). Basta um pouco de boa-vontade para compreender de que “mulher” o texto fala. A única mulher “cheia de graça”, “bendita entre todas”, na qual a “semente” (ou raça) foi Nosso Senhor Jesus Cristo (e os cristãos), é a Santíssima Virgem, a nova Eva, mãe do Novo Adão, que é Cristo.
Conforme esse texto, há uma luta entre dois antagonistas: de um lado, está uma mulher com o filho; do outro, o demônio. Quem há de ganhar a vitória são aqueles e não este. Ora, se Nossa Senhora não fosse imaculada, essa inimizade não seria inteira e a vitória não seria total, pois Maria Santíssima teria sido, pelo menos em parte, sujeita ao poder do demônio através do pecado original. Em outras palavras, a inimizade entre a mulher (e sua posteridade) e a serpente, implica, necessariamente, que Nosso Senhor e Nossa Senhora não poderiam ter sido manchados pelo pecado original.
Na saudação angélica, quando São Gabriel diz: “Ave, cheia de graça. O Senhor é convosco”, não se exprimiria desta maneira o Arcanjo e nem haveria plenitude de graça, se Nossa Senhora tivesse o pecado original, já que o homem tinha perdido a graça após o pecado.
A maneira da saudação angélica transparece a grandeza de Nossa Senhora, pois o Anjo a saúda com a “Ave, Cheia de Graça”. Ele troca o nome “Maria” pela qualidade “Cheia de Graça”, como Deus desejou chamá-la.
Ao mesmo tempo, a afirmação “o Senhor é convosco” abrange uma verdade luminosa. Se Nosso Senhor é (está) com Nossa Senhora antes da encarnação (“é convosco”), palavras anteriores à encarnação do verbo no seio da Virgem Maria, forçoso é reconhecer que onde está Deus não está o pecado, ou seja, Nossa Senhora não tinha o “pecado original”.
Prossegue o Arcanjo: Não temas, Maria, pois “achaste graça diante de Deus”. Aqui termina a revelação da Imaculada Conceição para começar a da maternidade divina: “Eis que conceberás no teu ventre e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus” (Lc 1,28).
Pela simples leitura percebe-se a conexão estreita entre duas verdades: “Maria será a mãe de Jesus, porque achou graça diante de Deus”.
Mas, que graça Nossa Senhora achou diante de Deus para poder ser escolhida como a Mãe Dele? Ora, a única graça que não existia – ou que estava “perdida” – era a “graça original”. Falar, pois, que: “Maria achou graça” é dizer que achou a “graça original”. Ora, a “graça original” é a “Imaculada Conceição”!
Os evangelhos sinóticos deixam claro que a palavra “Cheia de Graça”, em grego: “Kecharitoménê”, particípio passado de “charitóô”, de “Cháris”, é empregado na Sagrada Escritura para designar a graça em seu sentido pleno, e não no sentido corrente. A tradução literal seria: “omnino Plena Caelesti gratia” ou “Ominino gratiosa reddita”: “Cheia de graça”.
Ou seja, a tradução do latim: “gratia plena” é mais perfeita do que a palavra portuguesa: “cheia de graça”. Nossa Senhora não apenas “encontrou graça”, mas estava “plena” de Graça. Confirmando o que disse o Arcanjo logo em seguida: “O Senhor é contigo”.
Falando à Santíssima Virgem que Ela “achara graça”, o Arcanjo diz: Maria, sois imaculada, e, por isto, sereis a Mãe de Jesus Cristo.
Também é pela própria razão que se pode concluir a Imaculada Conceição. É claro que o argumento racional não é definitivo, mas confirmou com muita conveniência – e completa harmonia – para com ele. Se Maria Santíssima fosse manchada do pecado original, essa mancha redundaria em menor glória para seu filho, que ficou nove meses no ventre de uma mulher que teria sido concebida na vergonha daquele pecado. Se qualquer mácula houvesse na formação de Maria Santíssima, teria havido igualmente na formação de Jesus, pois o filho é formado do sangue materno.
Em 1823, dois sacerdotes dominicanos, Pes. Bassiti e Pignataro, estavam exorcizando um menino possesso, de 12 anos de idade, analfabeto. Para humilhar o demônio, obrigaram-no, em nome de Deus, a demonstrar a veracidade da Imaculada Conceição de Maria. Para surpresa dos sacerdotes, pela boca do menino possesso, o demônio compôs o seguinte soneto:
Sou verdadeira mãe de um Deus que é filho,E sou sua filha, ainda ao ser-lhe mãe;Ele de eterno existe e é meu filho,E eu nasci no tempo e sou sua mãe.Ele é meu Criador e é meu filho,E eu sou sua criatura e sua mãe;Foi divinal prodígio ser meu filhoUm Deus eterno e ter a mim por mãe.O ser da mãe é quase o ser do filho,Visto que o filho deu o ser à mãeE foi a mãe que deu o ser ao filho;Se, pois, do filho teve o ser a mãe,Ou há de se dizer manchado o filhoOu se dirá Imaculada a mãe.
Conta-se que o Papa Pio IX chorou, ao ler esse soneto que contém um profundíssimo argumento de razão em favor da Imaculada.
Nossa Senhora foi a restauradora da ordem original perdida por meio de Eva. Eva nos trouxe a morte, Maria nos dá a vida. O que Eva perdeu por orgulho, Nossa Senhora ganhou por humildade.
O Dogma da Imaculada Conceição foi proclamado pelo Papa Pio IX, cercado de 53 cardeais, de 43 arcebispos, de 100 bispos e mais de 50.000 romeiros vindos de todas as partes do mundo, no dia 8 de dezembro de 1854.
Passados apenas 3 anos dessa solene proclamação, em 11 de agosto de 1858, Nossa Senhora dignou-se aparecer milagrosamente quinze dias seguidos, perto da pequena cidade de Lourdes, na França, a uma pobre menina, de 13 anos de idade, chamada Bernadete.
No dia 25 de março, Bernadete suplicou que Nossa Senhora lhe revelasse seu nome. Após três pedidos seguidos, Nossa Senhora lhe respondeu: “Eu sou a Imaculada Conceição”.
Que a Imaculada Conceição de Nossa Senhora atinja todo o nosso coração tornando-o puro e pronto para celebrar o Natal de seu Filho Jesus.
Conheça mais sobre Nossa Senhora e se consagre a ela em materna escravidão de amor lendo a edição da Editora Verbo Encarnado do Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, do grande Mestre mariano, São Luís Maria Grignion de Montfort, clique aqui.
Deus abençoe você!
Pe. Fábio Vanderlei, IVE
Neste domingo, 8 de dezembro, a Igreja celebra a Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, recordando a realidade de que Maria, desde a concepção, foi preservada do pecado original tendo em vista os méritos da Cruz de Cristo, como afirmou o Papa Pio IX na Bula Ineffabilis Deus.Esse título da toda santa Virgem Maria sempre esteve muito ligado à tradição lusitana e, consequentemente, também à brasileira. Por isso, precisamos suplicar à Imaculada que esmague a cabeça da serpente infernal, que, com ideologias satânicas, quer destruir nossas famílias e nos afastar do caminho da salvação.
Santo do dia 08/12/2024
Imaculada Conceição da Virgem Maria (Solenidade)
Data: 08 de
No dia 8 de dezembro a Igreja celebra solenemente a festa da Imaculada Conceição da Santíssima Virgem Maria. No Brasil, por determinação da CNBB e autorização da Santa Sé, esta solenidade é sempre celebrada no dia 8 de dezembro, mesmo que este dia seja Domingo do Tempo do Advento.
Já celebrada desde o século XI, esta solenidade se insere no contexto do Advento-Natal, unindo a espera messiânica e o retorno glorioso de Cristo com a admirável memória da Mãe. Em tal sentido, este período litúrgico deve ser considerado tempo particularmente oportuno para o culto da Mãe do Senhor (cf. Paulo VI. Marialis cultus, 4).
Celebram-se as maravilhas de Deus, preservando a Virgem Maria de todo pecado desde o primeiro instante de sua concepção no seio materno, pois devia ser cheia de graça aquela de quem nasceria o chamado Filho de Deus (cf. Evangelho, Lc 1,26-38).
Em Maria, concebida sem o pecado original e livre de toda culpa por toda a sua vida, a Igreja contempla o ser humano ideal, criado por Deus: abençoado com toda sorte de bênçãos espirituais, nos céus, em Cristo. Em Jesus Cristo, Deus nos escolheu antes da fundação do mundo, para sermos santos e imaculados diante dele no amor. Ele nos predestinou para sermos seus filhos adotivos por Jesus Cristo, conforme a decisão de sua vontade, para louvor e glória da sua graça com a qual ele nos agraciou no Amado (cf. 2° leitura, Ef 1,3-6.11-12).
A primeira leitura mostra como pela desobediência entrou o pecado no mundo (cf. Gn 3,9-15.20). Mas já, no chamado protoevangelho, é anunciada a vitória de uma mulher sobre a serpente: Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a descendência dela; esta te esmagará a cabeça enquanto tu te lanças contra o seu calcanhar.
Além do privilégio da Conceição imaculada, além de cheia de graça desde o primeiro momento de sua existência, porque escolhida para ser Mãe do Filho de Deus feito homem, ela acolheu em seu seio o próprio Deus. Por isso, aclama Francisco de Assis, saudando-a com entusiasmo: Em vós residiu e reside toda a plenitude da graça e todo o bem.
Aquilo que Deus realizou em Maria, em previsão dos méritos de Cristo, pode realizar-se, de algum modo, em todos pela graça de Deus. Todos os seres humanos foram escolhidos por Deus antes da fundação do mundo para serem santos e imaculados diante dele no amor, a serem abençoados com toda sorte de bênçãos espirituais. O que a Igreja celebra em Maria está presente em nós como ideal a ser alcançado pela graça de Deus, em Cristo Jesus.
Cantando as glórias de Maria, cultuamos a Deus. Nela contemplamos a benevolência de Deus para com os homens; nela contemplamos o homem e a mulher ideais, chamados a realizar plenamente o plano de Deus; nela contemplamos a Igreja que recebe o dom de Deus e o transmite aos homens; nela vemos cada pessoa humana convidada a pronunciar o seu "fiat" ao seu Criador; nela, enfim, já contemplamos a Igreja glorificada e a glória que espera a cada um de nós. Em Maria celebramos a criação, comemoramos a redenção em Jesus Cristo, a Igreja e cada um de nós.
Maria está intimamente ligada ao Mistério do Advento. É evocada como a Imaculada. O Senhor vem à terra para que toda a Igreja, a humanidade inteira possa realizar, não por privilégio, mas por graça, o que contemplamos em Maria.
A expressão litúrgica desta solenidade é de uma riqueza enorme. Como síntese, apresentamos o corpo do Prefácio que canta Maria e a Igreja, Prefácio inspirado na Lumen Gentium e na Sacrosanctum Concilium, documentos do Concilio Vaticano II. Ele articula o dogma da imaculada conceição em quatro dimensões: a cristológica, a eclesiológica, a soteriológica e a escatológica: A fim de preparar para o vosso Filho mãe que fosse digna dele, preservastes a Virgem Maria da mancha do pecado original, enriquecendo-a com a plenitude da vossa graça. Nela, nos destes as primícias da Igreja, esposa de Cristo, sem ruga e sem mancha, resplandecente de beleza. Puríssima, na verdade, devia ser a Virgem que nos daria o Salvador, o Cordeiro sem mancha, que tira os nossos pecados. Escolhida, entre todas as mulheres, modelo de santidade e advogada nossa, ela intervém constantemente em favor de vosso povo.
Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.