3ª feira da 3ª Semana do Advento
Antífona de entrada
Vernáculo:
Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito, alegrai-vos! O Senhor está próximo. (Cf. MR: Fl 4, 4-5) Seja a vossa amabilidade conhecida de todos! O Senhor está próximo. (Cf. Bíblia CNBB: Fl 4, 5) Sl. Favorecestes, ó Senhor, a vossa terra, libertastes os cativos de Jacó. (Cf. LH: Sl 84, 2)
Coleta
Ó Deus, que por meio do vosso Unigênito nos tornastes nova criatura, considerai a obra da vossa misericórdia e purificai-nos das manchas da antiga culpa no advento do vosso Filho. Ele, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Sf 3, 1-2. 9-13
Leitura da Profecia de Sofonias
Assim fala o Senhor: 1“Ai de ti, rebelde e desonrada, cidade desumana. 2Ela não prestou ouvidos ao apelo, não aceitou a correção; não teve confiança no Senhor, nem se aproximou de seu Deus.
9Darei aos povos, nesse tempo, lábios purificados, para que todos invoquem o nome do Senhor e lhe prestem culto em união de esforços. 10Desde além-rios da Etiópia, os que me adoram, os dispersos do meu povo, me trarão suas oferendas.
11Naquele dia, não terás de envergonhar-te por causa de todas as tuas obras com que prevaricaste contra mim; pois eu afastarei do teu meio teus fanfarrões arrogantes, e não continuarás a fazer de meu santo monte motivo de tuas vanglórias.
12E deixarei entre vós um punhado de homens humildes e pobres”. E no nome do Senhor porá sua esperança o resto de Israel. 13Eles não cometerão iniquidades nem falarão mentiras; não se encontrará em sua boca uma língua enganadora; serão apascentados e repousarão, e ninguém os molestará.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 33(34), 2-3. 6-7. 17-18. 19 e 23 (R. 7a)
℟. Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido.
— Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo, seu louvor estará sempre em minha boca. Minha alma se gloria no Senhor; que ouçam os humildes e se alegrem! ℟.
— Contemplai a sua face e alegrai-vos, e vosso rosto não se cubra de vergonha! Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido, e o Senhor o libertou de toda angústia. ℟.
— Mas ele volta a sua face contra os maus, para da terra apagar sua lembrança. Clamam os justos, e o Senhor bondoso escuta e de todas as angústias os liberta. ℟.
— Do coração atribulado ele está perto e conforta os de espírito abatido. Mas o Senhor liberta a vida dos seus servos, e castigado não será quem nele espera. ℟.
℣. Vinde, ó Senhor, não tardeis mais; fazei o povo acabar com os seus crimes. ℟.
Evangelho — Mt 21, 28-32
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Mateus
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus aos chefes dos sacerdotes e aos anciãos do povo: 28“Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, ele disse: ‘Filho, vai trabalhar hoje na vinha!’ 29O filho respondeu: ‘Não quero’. Mas depois mudou de opinião e foi. 30O pai dirigiu-se ao outro filho e disse a mesma coisa. Este respondeu: ‘Sim, senhor, eu vou’. Mas não foi. 31Qual dos dois fez a vontade do pai?”
Os sumos sacerdotes e os anciãos do povo responderam: “O primeiro”. Então Jesus lhes disse: “Em verdade vos digo, que os publicanos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus. 32Porque João veio até vós, num caminho de justiça, e vós não acreditastes nele. Ao contrário, os publicanos e as prostitutas creram nele. Vós, porém, mesmo vendo isso, não vos arrependestes para crer nele”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Benedixísti, Dómine, terram tuam: avertísti captivitátem Iacob: remisísti iniquitátem plebis tuae. (Ps. 84, 2)
Vernáculo:
Favorecestes, ó Senhor, a vossa terra, libertastes os cativos de Jacó. Perdoastes o pecado ao vosso povo. (Cf. LH: Sl 84, 2-3a)
Sobre as Oferendas
Aceitai, Senhor, com bondade as nossas humildes preces e oferendas; e como não podemos invocar os nossos méritos, socorrei-nos com o remédio da vossa misericórdia. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
Dizei aos desanimados: coragem, não temais; eis que chega o nosso Deus, ele mesmo nos salvará. (Cf. MR: Is 35, 4)
Depois da Comunhão
Nós vos suplicamos, Senhor, que, saciados com o alimento espiritual, pela participação nestes santos mistérios, nos ensineis a apreciar com sabedoria as coisas terrenas e colocar nossas esperanças nos bens eternos. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 16/12/2025
Orar não é sentir: é mudar
Rezar é mudar de vida: se a oração não se traduz em conversão, de pouco servem os consolos e as palavras bonitas. Ela se torna letra morta.
A vida de oração deve mudar a vida de quem reza. É um princípio fundamental e importantíssimo. Quantas pessoas consagram tempo à oração, rezam milhares de Ave-Marias, fazem suas devoções, vão à igreja, têm os joelhos calejados, mas, entra ano, sai ano, continuam na mesma! Ora, se isso é assim, deve haver algo de errado com essa vida de oração, porque a oração, se é autêntica e verdadeira, deveria causar uma mudança de vida. É exatamente disso que nos fala Jesus no Evangelho de hoje. O Senhor conta uma pequena parábola sobre dois filhos enviados para trabalhar na vinha do pai. O primeiro disse: “Não quero”. É como quem, na oração, se debate, esperneia, vê que não quer mudar de vida, mas que, finalmente, se deixa vencer pela oração e então muda: “Mas depois mudou de opinião e foi” (v. 29). Já o outro disse: “Sim, senhor, eu vou”. É o filho da oração falsa, que faz diante de Deus caras e bocas de piedoso, diz querer fazer a vontade dele, que o ama etc., mas que, tão-logo sai dali, se esquece do que disse e continua a ser como antes, vivendo sua vidinha e fazendo seus caprichos: “Mas não foi” (v. 30).
É importante dar-se conta de que muitas pessoas têm essa mesma atitude na vida de oração. A hora de rezar parece muito piedosa, cheia de consolações, de alegrias: “Como Deus é bom, que maravilha!”, mas de maneira esquizofrênica: apenas acabada a oração, a pessoa volta para uma vida que não tem nada a ver com a oração que fez. Ora, é preciso unir as duas coisas, mesmo que a vida espiritual seja de luta, de uma alma que se põe diante de Deus sem poder fazer mais do que espernear: “Eu não queria, meu Deus, mas eu quero querer adequar-me à vossa divina e santa vontade!”, e então pedir-lhe as graças para realizar, com a vida e o coração, a vontade de Deus. É autêntica a vida de oração quando há mudança na vida de quem ora. Eis o critério para aferi-lo. Sim, há momentos de grandes arrebatamentos, arroubos e consolações; mas se depois isso não se traduz em mudança de vida, não será vida de oração autêntica. Um dia, S. Filipe Néri foi enviado pelo Papa para investigar uma mística, uma monja então conhecida por suas revelações divinas. S. Filipe chegou de viagem sujo de lama, apresentou-se à religiosa, tirou as botas encardidas e pediu-lhe: “Limpe-as”. A monja, indignada, respondeu: “Como?! Não estou acostumada a fazer esse tipo de serviço…”. S. Filipe disse: “Muito obrigado, irmã. Já cumpri minha missão”, calçou as botas e foi embora. Ao chegar à Cúria, disse ao Papa: “Santo Padre, aquela mulher não tem verdadeira oração”, e, ante a surpresa do pontífice, atalhou: “Porque não é possível que uma alma de verdadeira oração seja soberba como ela”. Os santos são humildes! Eis a lição: se a oração é autêntica, ainda que sofrida, gemida, como a do filho que diz: “Não quero”, ela transforma o coração para ir e fazer a vontade de Deus: “Mas depois mudou de opinião e foi”.
Deus abençoe você!
Santo do dia 16/12/2025
Santo Ádon (Memória Facultativa)
Local: Vienne, França
Data: 16 de Dezembro † 875
O bispo de Viena, santo Ádon, de origem nobre (até o seu nome significa senhor), nascido mais ou menos no ano 800 e morto em 875, tem o mérito de ter oferecido aos cristãos um Martirológio, isto é, um calendário de santos distribuídos para cada dia do ano, que fosse de proveito tanto para os historiadores futuros (que não lhe perdoam as abundantes invenções e inexatidões cronológicas) como aos devotos. Esta obra não respondeu somente aos anseios da piedade cristã, mas serviu também de modelo, não obstante as muitas falhas, aos outros Martirológios que seguiram, de modo particular o Romano. No próprio Martirológio, Adon deixou o seu nome, não naturalmente no elenco dos santos, mas no prefácio, para definir-se não academicamente e sim com toda a humildade "pecador e humilde bispo de Viena".
Muito longe de prever que um dia outros teriam de inscrever seu nome nas páginas de um Martirológio, não se preocupou em facilitar o trabalho. Sobre ele de fato temos muito poucas notícias biográficas. Sobrou-nos porém um documento muito importante: a carta que o seu velho abade Lupo escreveu a Geraldo, conde de Viena, para propor-lhe a candidatura episcopal de Ádon, seu discípulo e companheiro.
Ádon havia ingressado ainda muito jovem na abadia de Ferrières-en-Gâtinais, diocese de Sens, onde teve como companheiro Servato Lupo, o futuro abade. As etapas sucessivas da sua vida são o mosteiro de Plum em Lorena, Grenoble, Lião, onde foi benevolamente acolhido por são Remígio, que lhe confiou a paróquia de são Romano. De Lião, aonde o tinham impulsionado o "desejo de aprender e o amor pela vida tranquila", passou à sede episcopal de Viene. A carta que o abade Lupo escreveu ao conde Geraldo afirma que Ádon é o homem talhado para aquela diocese, sendo em todo sentido digno por probidade de vida e pela profunda cultura teológica.
Adon se mostrou à altura do cargo que lhe foi confiado. Considerado um dos mais ilustres bispos da França medieval, corajoso, piedoso e ativíssimo, tomou parte em vários sínodos, restaurou a disciplina eclesiástica, exerceu notável influência sobre a política do seu tempo e foi um tenaz defensor da liberdade da Igreja. Neste período encontrou tempo suficiente para escrever livros de conteúdo histórico e hagiográfico, como a Crônica, uma espécie de história universal, de Adão até seus dias, uma obra afinal como o seu Martirológio, mais para edificação espiritual que para erudição.
Referência:
SGARBOSSA, Mario; GIOVANNI, Luigi. Um santo para cada dia. São Paulo: Paulus, 1983. 397 p. Tradução de: Onofre Ribeiro. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
Santo Ádon, rogai por nós!


