Santo Antônio de Pádua, Presbítero e Doutor da Igreja, Memória
Antífona de entrada
Ou:
O justo tem nos lábios o que é sábio, sua língua tem palavras de justiça; traz a aliança do seu Deus no coração. (Cf. Sl 36, 30-31)
Vernáculo:
O justo tem nos lábios o que é sábio, sua língua tem palavras de justiça; traz a aliança do seu Deus no coração. (Cf. MR: Sl 36, 30-31). Sl. Não te irrites com as obras dos malvados nem invejes as pessoas desonestas. (Cf. LH: Sl 36, 1)
Coleta
Deus eterno e todo-poderoso, que destes ao vosso povo Santo Antônio como insigne pregador e intercessor nas necessidades, concedei, por seu auxílio, que, seguindo os ensinamentos da vida cristã, Sintamos a vossa ajuda em todas as adversidades. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura (1Rs 18, 41-46)
Leitura do Primeiro Livro dos Reis
Naqueles dias, 41Elias disse a Acab: “Sobe, come e bebe, porque já ouço o ruído de muita chuva”. 42Enquanto Acab subia para comer e beber, Elias subiu ao cume do Carmelo, prostrou-se por terra e pôs o rosto entre os joelhos. 43E disse ao seu servo: “Sobe e observa na direção do mar”. Ele subiu, observou e disse: “Não há nada”. Elias disse-lhe de novo: “Volta sete vezes”.
44À sétima vez o servo disse: “Eis que sobe do mar uma nuvem, pequena como a mão de um homem”. Então Elias disse-lhe: “Vai dizer a Acab que prepare o carro e desça, para que a chuva não o detenha”. 45Nesse meio tempo, o céu cobriu-se de nuvens escuras, soprou o vento e a chuva caiu torrencialmente. Acab subiu para o seu carro e partiu para Jezrael.46A mão do Senhor esteve sobre Elias; e ele, cingindo os rins, correu adiante de Acab até a entrada de Jezrael.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial (Sl 64)
℟. Ó Senhor, que o povo vos louve em Sião!
— Visitais a nossa terra com as chuvas, e transborda de fartura. Rios de Deus que vêm do céu derramam águas, e preparais o nosso trigo. ℟.
— É assim que preparais a nossa terra: vós a regais e aplainais, os seus sulcos com a chuva amoleceis e abençoais as sementeiras. ℟.
— O ano todo coroais com vossos dons, os vossos passos são fecundos; transborda a fartura onde passais. Brotam pastos no deserto, as colinas se enfeitam de alegria. ℟.
℣. Eu vos dou novo preceito: que uns aos outros vos ameis, como eu vos tenho amado. (Jo 13, 34) ℟.
Evangelho (Mt 5, 20-26)
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Mateus
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 20“Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus. 21Vós ouvistes o que foi dito aos antigos: ‘Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal’. 22Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo; quem disser ao seu irmão: ‘patife!’ será condenado pelo tribunal; quem chamar o irmão de ‘tolo’ será condenado ao fogo do inferno.
23Portanto, quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar, e ali te lembrares que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão. Só então vai apresentar a tua oferta. 25Procura reconciliar-te com teu adversário, enquanto caminha contigo para o tribunal. Senão o adversário te entregará ao juiz, o juiz te entregará ao oficial de justiça, e tu serás jogado na prisão. 26Em verdade eu te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Veritas mea et misericórdia mea cum ipso: et in nómine meo exaltábitur cornu eius. (Ps. 88, 25)
Vernáculo:
Minha verdade e meu amor estarão sempre com ele, sua força e seu poder por meu nome crescerão. (Cf. LH: Sl 88, 25)
Sobre as Oferendas
Ó Deus, possa agradar-vos o sacrifício oferecido com alegria na festa de Santo Antônio; fazei que, por sua exortação, também nós nos entreguemos totalmente ao vosso louvor. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Ou:
Quem medita dia e noite na lei do Senhor dará seu fruto no devido tempo. (Cf. Sl 1, 2-3)
Vernáculo:
Feliz o servo que o Senhor, ao chegar, encontrar acordado; em verdade vos digo: Ele lhe confiará a administração de todos os seus bens. (Cf. MR: Cf. Mt 24, 46-47)
Depois da Comunhão
Senhor, instruí pelo Cristo Mestre aqueles que alimentais com o Cristo, pão da vida, para que, na celebração da festa de Santo Antônio, aprendam a vossa verdade e a realizem pela caridade.Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 13/06/2024
Quando a ira se torna motivo de queda?
“Todo aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo; quem disser ao seu irmão: ‘patife!’ será condenado pelo tribunal; quem chamar o irmão de ‘tolo’ será condenado ao fogo do inferno”.
No Evangelho de hoje, Jesus nos ensina a conter a ira nos nossos corações: “Ouvistes o que foi dito: ‘Não matarás’. Eu, porém, vos digo: Quem disser a um seu irmão: ‘Tolo, estulto’, esse será passível de juízo”. O que Jesus quer dizer com isso tudo?Em primeiro lugar, temos de entender que existe em nós como, dom de Deus, uma faculdade de irascibilidade. Nós nos irritamos, e isso é uma coisa que está presente no mundo animal. Ou seja: nós temos desejos; os nossos desejos, porém, podem encontrar algo que os impede, e esse empecilho, então, pode suscitar raiva.Se você vê que perde a paciência com facilidade, ou que está sempre irritado, pergunte-se qual é o seu desejo. As pessoas dificilmente conseguem enxergar isso, mas é importante ver que, dentro de nós, existe uma espécie de “criança mimada” que diz: “Seja feita a minha vontade, assim na terra como no céu”. No entanto, o que desejamos nem sempre é justo e, mesmo que fosse justo, nem sempre é possível alcançar. Então, nós temos de refrear a nossa ira. Por quê? Porque ela está escondendo dentro de nós, na realidade, uma espécie de desordem em que queremos ser como Deus, à medida que exigimos que a nossa vontade se realize.Mas, além disso, a ira se torna ainda mais grave quando tem como objeto o nosso irmão, ou seja, quando começamos a desejar o mal para o próximo. Essa é a realidade da malevolência, ou seja, quando desejamos o mal do outro. Então, quando consciente e deliberadamente, desejamos o mal para o irmão, estamos cometendo um pecado grave, um pecado mortal; enquanto que, se simplesmente nos irritamos e perdemos a paciência, estamos diante de uma desordem ou, no máximo, um pecado venial, mas não um pecado mortal. Porém, quando desejamos o mal para uma pessoa, estamos cometendo um pecado mortal, e é contra isso que Jesus se opõe.Em termos práticos, surge-nos a pergunta: Então Jesus está dizendo que, se eu falar um palavrão contra o meu irmão, eu vou para o inferno? São João Crisóstomo afirma que é evidente que não. A intenção de Jesus não é essa, também porque o próprio Jesus usou “xingamentos” para advertir. Jesus disse para os fariseus que eles eram uma “raça de víboras”; ou, para os discípulos de Emaús, Ele disse que eram “tardos de coração”, ou seja, tolos e lentos para crer. São Paulo, por exemplo, chamou os gálatas de “estultos”. Então, quer dizer que São Paulo está na geena? Obviamente, não. Devemos entender que, às vezes, é possível, sim, usar palavras fortes quando são dirigidas ao irmão por caridade, ou seja, para acordá-lo.Imaginemos um filho sonâmbulo que está caminhando na direção de um abismo. O pai tenta acordá-lo, mas o filho não desperta de jeito nenhum, então ele dá uns tapas na cara do filho. Mas não é por ódio; é por pura caridade, para acordá-lo, para que ele não caia no abismo. Assim também nós podemos usar, às vezes, palavras duras e fortes para acordar as pessoas que estão se perdendo; mas deve ser por caridade, por amor, e não por ódio.Sofrerá o juízo e será jogado na geena aquele que, cometendo pecado mortal, deseja o mal para o irmão simplesmente pelo mal; mas aquele que deseja, por caridade, que o seu irmão passe por alguma tribulação para que acorde e se converta, este na verdade tem o seu coração configurado a Deus, que é lento para se irar, mas, quando realiza algum ato de ira, o faz por sua infinita misericórdia, porque também a ira é uma forma de Deus nos amar.
Deus abençoe você!
A Igreja celebra hoje a memória de Santo Antônio de Lisboa, também conhecido no Brasil como Santo Antônio de Pádua. Nascido em Portugal em 1195, Santo Antônio foi um frade franciscano muito conhecido por seus conhecimentos da Escritura, que ele chegou a memorizar por inteiro, e também por suas grandes qualidades como pregador. Seus sermões, tão repletos de doutrina e amor a Deus, são um testemunho eloquente de que a pregação só é eficaz quando o pregador confirma suas palavras com o exemplo de sua própria vida de conversão.Ouça a homilia do Padre Paulo Ricardo para este sábado, 13 de junho, e celebremos juntos o dia desta jóia espiritual da Santa Igreja Católica!
Santo do dia 13/06/2024
Santo Antônio de Pádua, Presbítero e Doutor da Igreja (Memória)
Local: Pádua, Itália
Data: 13 de Junho† 1231
Francisco de Assis, que encontrou o jovem frei Antônio por ocasião do capítulo geral, ocorrido no Pentecostes de 1221, chamava-o confidencialmente de “o meu bispo”. Antônio, cujo nome de registro é Fernando de Bulhões y Taveira de Azevedo, nasceu em Lisboa em 1195. Entrou aos quinze anos no colégio dos cônegos regulares de santo Agostinho. Em apenas nove meses aprofundou tanto o estudo da Sagrada Escritura que foi chamado mais tarde por Gregório IX “Arca do Testamento”. Uniu à cultura teológica a filosófica e a científica, muito vivas pela influência da filosofia árabe. Cinco franciscanos tinham sido martirizados no Marrocos, onde tinham ido para evangelizar os infiéis; Fernando viu seus ataúdes transportados para Portugal em 1220, e decidiu seguir-lhes os passos, entrando na Ordem dos frades mendicantes de Coimbra, com o nome de Antônio Olivares.
Durante a viagem para Marrocos, onde pôde ficar apenas alguns dias por causa de sua hidropisia, um acidente arrastou a embarcação para as costas sicilianas. Morou alguns meses em Messina, no convento dos franciscanos, cujo prior o levou consigo a Assis para o Capítulo geral. Aqui Antônio conheceu pessoalmente “o trovador de Deus”, Francisco de Assis. Foi designado para a província franciscana da Romagna e viveu a vida eremítica num convento perto de Forli. Incumbido das humildes funções de cozinheiro, frei Antônio viveu na obscuridade até que os seus superiores, percebendo seus extraordinários dons de pregador, enviaram-no pela Itália setentrional e pela França a fim de pregar nos lugares onde a heresia dos albigenses era mais forte.
Antônio teve finalmente uma morada fixa no convento de Arcella, a um quilômetro dos muros de Pádua. Daí saía para pregar aonde quer que fosse chamado. Em 1231, o ano em que sua pregação atingiu o vértice de intensidade e se caracterizou por conteúdos sociais, Antônio foi atingido por uma doença inesperada e foi transportado do convento de Camposampiero a Pádua num carro de feno. Morreu em Arcella a 13 de junho de 1231. “O santo” por antonomásia, como era chamado em Pádua, foi canonizado no Pentecostes de 1232, apenas um ano após a morte, apoiado por uma popularidade que sempre cresceria de época em época.
Referência:
SGARBOSSA, Mario; GIOVANNI, Luigi. Um santo para cada dia. São Paulo: Paulus, 1983. 397 p. Tradução de: Onofre Ribeiro. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
Santo Antônio de Pádua, rogai por nós!