28º Domingo do Tempo Comum
Antífona de entrada
Vernáculo:
Se levardes em conta, Senhor, nossas faltas, quem haverá de subsistir? Mas em vós se encontra o perdão. Sl. Das profundezas eu clamo a vós, Senhor, escutai a minha voz! (Cf. LH: Sl 129, 3-4 e 1. 2a)
Glória
Glória a Deus nas alturas,
e paz na terra aos homens por Ele amados.
Senhor Deus, rei dos céus,
Deus Pai todo-poderoso.
Nós vos louvamos,
nós vos bendizemos,
nós vos adoramos,
nós vos glorificamos,
nós vos damos graças
por vossa imensa glória.
Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito,
Senhor Deus, Cordeiro de Deus,
Filho de Deus Pai.
Vós que tirais o pecado do mundo,
tende piedade de nós.
Vós que tirais o pecado do mundo,
acolhei a nossa súplica.
Vós que estais à direita do Pai,
tende piedade de nós.
Só Vós sois o Santo,
só vós, o Senhor,
só vós, o Altíssimo,
Jesus Cristo,
com o Espírito Santo,
na glória de Deus Pai.
Amém.
Coleta
Nós vos pedimos, Senhor, que vossa graça nos preceda e acompanhe e nos torne atentos para perseverar na prática do bem. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura (Sb 7, 7-11)
Leitura do Livro da Sabedoria
“Orei, e foi-me dada a prudência; supliquei, e veio a mim o espírito da sabedoria.
8Preferi a Sabedoria aos cetros e tronos e, em comparação com ela, julguei sem valor a riqueza; 9a ela não igualei nenhuma pedra preciosa, pois, a seu lado, todo o ouro do mundo é um punhado de areia e, diante dela, a prata será como a lama. 10Amei-a mais que a saúde e a beleza, e quis possuí-la mais que a luz, pois o esplendor que dela irradia não se apaga. 11Todos os bens me vieram com ela, pois uma riqueza incalculável está em suas mãos”.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial (Sl 89)
℟. Saciai-nos, ó Senhor, com vosso amor, e exultaremos de alegria!
— Ensinai-nos a contar os nossos dias, e dai ao nosso coração sabedoria! Senhor, voltai-vos! Até quando tardareis? Tende piedade e compaixão de vossos servos! ℟.
— Saciai-nos de manhã com vosso amor, e exultaremos de alegria todo o dia! Alegrai-nos pelos dias que sofremos, pelos anos que passamos na desgraça! ℟.
— Manifestai a vossa obra a vossos servos, e a seus filhos revelai a vossa glória! Que a bondade do Senhor e nosso Deus repouse sobre nós e nos conduza! Tornai fecundo, ó Senhor, nosso trabalho. ℟.
Segunda Leitura (Hb 4, 12-13)
Leitura da Carta aos Hebreus
A Palavra de Deus é viva, eficaz e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes. Penetra até dividir alma e espírito, articulações e medulas. Ela julga os pensamentos e as intenções do coração. 13E não há criatura que possa ocultar-se diante dela. Tudo está nu e descoberto aos seus olhos, e é a ela que devemos prestar contas.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
℣. Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus. (Mt 5, 3) ℟.
Evangelho (Mc 10, 17-30 ou mais breve 10, 17-27)
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Marcos
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 17quando Jesus saiu a caminhar, veio alguém correndo, ajoelhou-se diante dele, e perguntou: “Bom Mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna?”
18Jesus disse: “Por que me chamas de bom? Só Deus é bom, e mais ninguém. 19Tu conheces os mandamentos: não matarás; não cometerás adultério; não roubarás; não levantarás falso testemunho; não prejudicarás ninguém; honra teu pai e tua mãe”. 20Ele respondeu: “Mestre, tudo isso tenho observado desde a minha juventude”.
21Jesus olhou para ele com amor, e disse: “Só uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me!”
22Mas quando ele ouviu isso, ficou abatido e foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico. 23Jesus então olhou ao redor e disse aos discípulos: “Como é difícil para os ricos entrar no Reino de Deus!”
24Os discípulos se admiravam com estas palavras, mas ele disse de novo: “Meus filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! 25É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus!” 26Eles ficaram muito espantados ao ouvirem isso, e perguntavam uns aos outros: “Então, quem pode ser salvo?”
27Jesus olhou para eles e disse: “Para os homens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus tudo é possível”.
[28Pedro então começou a dizer-lhe: “Eis que nós deixamos tudo e te seguimos”.
29Respondeu Jesus: “Em verdade vos digo, quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, campos, por causa de mim e do Evangelho, 30receberá cem vezes mais agora, durante esta vida — casa, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições — e, no mundo futuro, a vida eterna.]
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Creio
Creio em Deus Pai todo-poderoso,
Criador do céu e da terra.
E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor,
Às palavras seguintes, até Virgem Maria, todos se inclinam.
que foi concebido pelo poder do Espírito Santo,
nasceu da Virgem Maria,
padeceu sob Pôncio Pilatos,
foi crucificado, morto e sepultado,
desceu à mansão dos mortos,
ressuscitou ao terceiro dia,
subiu aos céus,
está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso,
donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo,
na santa Igreja Católica,
na comunhão dos santos,
na remissão dos pecados,
na ressurreição da carne
e na vida eterna. Amém.
Antífona do Ofertório
Recordáre mei, Dómine, omni potentátui dóminans: da sermónem rectum in os meum, ut pláceant verba mea in conspéctu príncipis. (Esth. 14, 12. 13)
Vernáculo:
Lembrai-vos de mim, Senhor, vós que estais acima de todo o poder. E dai à minha boca uma palavra justa para que agrade na presença do príncipe. (Cf. MRQ: Est. 14, 12. 13)
Sobre as Oferendas
Acolhei, Senhor, as preces dos fiéis com a oblação do sacrifício, para que possamos, por este serviço da nossa piedosa devoção, alcançar a glória do céu. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Ou:
Quando o Senhor se manifestar, seremos semelhantes a ele, pois o veremos tal como ele é. (Cf. 1Jo 3, 2)
Vernáculo:
Livrai-me do insulto e do desprezo, pois eu guardo as vossas ordens, ó Senhor. Minha alegria é a vossa Aliança, meus conselheiros são os vossos mandamentos. (Cf. LH: Sl 118, 22. 24)
Depois da Comunhão
Deus todo-poderoso, nós vos pedimos humildemente: assim como nos alimentais com o sacramento do Corpo e Sangue de Cristo, fazei-nos participar da natureza divina. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 13/10/2024
Querer querer a santidade
Mas quando ele ouviu isso, ficou abatido e foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico. Jesus então olhou ao redor e disse aos discípulos: “Como é difícil para os ricos entrar no Reino de Deus!” (Mc 10, 22-23)
Queridos irmãos e irmãs, celebramos o 28º Domingo do Tempo Comum e o Evangelho deste domingo toca basicamente em três temas:
1. O jovem rico que não seguiu o chamado de Cristo a uma vida mais perfeita;2. O motivo pelo qual ele não seguiu o chamado de Cristo foi o apego às suas riquezas e, portanto, a falta de determinação em se desapegar e atender ao apelo de nosso Senhor;3. A recompensa dos Apóstolos, daqueles que deixaram tudo para seguir a Cristo.
Mas eu queria tocar apenas no segundo tema, que é a falta de determinação do jovem rico em seguir a Cristo e como isso é fundamental para o nosso caminho de santidade.
Os mestres de espírito são todos de acordo em um ponto: somente se faz santo aquele que quer ser santo. Conta-se o episódio da vida de Santo Tomás de Aquino, quando, uma vez interrogado por sua irmã sobre que coisa deveria fazer para chegar à santidade, ele se limitou a responder: “Querer”. E é isso mesmo, a nossa santificação é e restará sempre uma decisão, um ato da nossa vontade. Santo é só quem quer sê-lo, e Deus não pode desconsiderar essa realidade. Para Santo Tomás, há uma única coisa que Deus não pode substituir: Deus pode fazer tudo, mas não pode anular a minha liberdade, não pode substituir ou impedir o meu ato de liberdade e, portanto, a minha vontade.
Deus quer, sim, que a nossa vontade esteja unida à sua: “A santidade”, dizia São Maximiliano Maria Kolbe, “consiste na união de duas ‘v’s, uma minúscula e outra maiúscula, quer dizer, consiste na união da nossa vontade com a Vontade de Deus”. Nem mesmo Jesus Cristo pode salvar quem não quer salvar-se: “Deus que te criou sem ti, não te salvará sem ti”, dizia Santo Agostinho.
Fazer a vontade do amado é o sinal mais característico do verdadeiro amor, e somente essa uniformidade de vontades pode fazer uma pessoa livre no sentido mais profundo da palavra. Dizia também Santo Agostinho: “Ama e faz o que quiseres. Se calares, calarás com amor; se gritares, gritarás com amor; se corrigires, corrigirás com amor; se perdoares, perdoarás com amor. Se tiveres o amor enraizado em ti, nenhuma coisa senão o amor serão os teus frutos”.
O que faltou ao jovem rico e não pode faltar em nós é o desejo de santidade. O desejo, em geral, é um movimento da alma a um bem ausente e possível de se alcançar. O desejo de perfeição é, em troca, um ato da vontade que, mediante a graça, aspira incessantemente ao progresso espiritual para chegar à santidade.
É um ato da vontade que é movida pela graça de Deus, pois se trata de um desejo manifestamente sobrenatural, que ultrapassa as exigências da nossa natureza. Deve ser constante na sua ânsia de superação, e deve aspirar não a qualquer grau intermédio de perfeição, mas aos cumes da santidade.
É necessário querer a santidade não de qualquer forma, mas querer querer a santidade. “Tudo aquilo que o Senhor queria me dar, me fez primeiro desejar”, afirmava Santa Terezinha do Menino Jesus. Para a santificação, portanto, a primeira disposição – condição *sine qua non*, absolutamente necessária para todos e em todos os tempos – é o desejo. Faltando essa disposição, não se fará nada jamais, e de nada valerão todas as graças de Deus, de nada servirão os meios que a vida cristã nos oferece, porque ou não os usaremos, ou os usaremos pela metade, o que, na prática, é como não os usar.
Mas não basta, contudo, um desejo qualquer, mas sim um desejo prático e eficaz. Não se trata de um “desejaria” ser santo, mas de um “quero” que deve traduzir-se eficazmente na prática, usando aqui e agora todos os meios disponíveis para alcançar a perfeição a qualquer preço. Nosso Senhor chama “Bem-aventurados aqueles que têm fome e sede de justiça”. Para isso, é necessário ter fome e sede de santidade; desejá-la, portanto, com a mesma força com a qual o faminto deseja o alimento, e o sedento deseja a água fresca. Então o Senhor virá ao nosso encontro e nos saciará: “porque serão saciados”.
Imagino que todos nós queiramos a santidade, mas o que conta diante de Deus é a escolha radical da nossa liberdade, quer dizer, da vontade fundamental, que não é a vontade de uma coisa (vontade do objeto), mas vontade de querer querer uma coisa (vontade de ato). Em outras palavras, o que interessa não é um frio querer ser santo, mas um ardente querer querer ser santo, querer querer a santidade. “A vontade é a faculdade total da pessoa total”, diz o Pe. Fabro, grande filósofo e teólogo italiano, é a essência do espírito humano que se move com o amor, seu ato próprio, mediante a liberdade. Suficiente, portanto, em si mesma para definir o homem, porque nós somos aquilo que queremos, e por conseguinte, aquilo que amamos: “Ama os céus e serás céus, ama a terra e serás terra”, afirma Santo Agostinho; e Santa Tereza do Menino Jesus dizia que “Ao céu se sobe amando”. O homem bom é o de boa vontade, e não o inteligente ou o de muitas qualidades. O homem vale aquilo que vale a sua vontade e, portanto, vale quanto ama. Santo Tomás ensina que quem tem vontade perfeita tem, diante de Deus, o mérito daquilo que deseja fazer.
Devemos imitar Maria Santíssima, que tinha um grande desejo santificador de se santificar, e o Senhor a saciou, como ela mesma disse: “Saciou de bens os famintos”. Mas, o mesmo Senhor que a encheu de bens “despediu, sem nada, os ricos” (Lc 1,53). Os ricos são aqueles que desejam pouco porque já pensam que têm muito; o Senhor os despede de mãos vazias.
Confiemo-nos à Santíssima Virgem e peçamos-lhe que dobre a nossa vontade e nos ensine a querer querer ser santos. Assim seja, amém.
Deus abençoe você!
Pe. Fábio Vanderlei, IVE
No Evangelho deste domingo, Nosso Senhor é procurado por um jovem rico que buscava a salvação. Sabendo que ele, apesar de viver os Mandamentos, ainda era muito apegado aos seus bens, Jesus mostra-lhe o que ainda faltava para trilhar o caminho da santidade. Porém, depois de ouvir o bom mestre, o rapaz “ficou abatido e foi embora cheio de tristeza”. Essa reação do jovem rico deve levar-nos a um sincero exame de consciência. Afinal, como estamos respondendo ao chamado de Cristo a sermos santos?Ouça a homilia do Padre Paulo Ricardo para este domingo e peça ao Senhor que lhe ajude a abandonar a tristeza e a mediocridade, para abraçar o caminho do amor e da generosidade.
Santo do dia 13/10/2024
Beata Alexandrina Maria da Costa (Memória Facultativa)
Local: Balasar, Portugal
Data: 13 de Outubro† 1955
Alexandrina Maria da Costa nasceu em Balasar, na província do Porto e Arquidiocese de Braga, a 30 de março de 1904, e foi batizada no dia 2 de abril seguinte, Sábado Santo. Ela foi educada de maneira cristã por sua mãe, junto com sua irmã Deolinda. Permaneceu na família até aos sete anos, quando foi enviada para a Póvoa do Varzim para se reformar na família de um carpinteiro, para poder frequentar o liceu que faltava em Balasar. Aqui fez a primeira comunhão em 1911 e no ano seguinte recebeu do Bispo do Porto o sacramento da Confirmação.
Após dezoito meses regressou a Balasar e foi viver com a mãe e a irmã na localidade "Calvário", onde permanecera até à sua morte.
Começou a trabalhar no campo, tendo uma constituição robusta: resistiu aos homens e ganhou tanto quanto eles. A sua infância foi muito viva: dotada de um temperamento alegre e comunicativo, foi muito querida pelos seus companheiros. Aos doze anos, porém, ela adoeceu: uma infecção grave (talvez uma febre tifoide intestinal) a deixou perto da morte. Ela superou o perigo, mas o corpo ficara para sempre marcado por este episódio.
Foi aos quatorze anos que aconteceu um fato decisivo em sua vida. Era o Sábado Santo de 1918. Naquele dia, ela, sua irmã Deolinda e uma aprendiz estavam ocupadas costurando quando notaram três homens tentando entrar em seu quarto. Embora as portas estivessem fechadas, os três conseguiram forçar as portas e entraram. Alexandrina, para salvar a sua pureza ameaçada, não hesitou em atirar-se pela janela, de uma altura de quatro metros. As consequências foram terríveis, embora não imediatas. Na verdade, os vários exames médicos aos quais ela foi submetida posteriormente diagnosticaram um fato irreversível com clareza crescente.
Até os dezenove anos ela ainda podia se arrastar para a igreja, onde, toda encolhida, ela pararia de bom grado, para grande espanto das pessoas. Então a paralisia progrediu mais e mais, até que as dores se tornaram horríveis, as articulações perderam o movimento e ela ficou completamente paralisada. Era 14 de abril de 1925, quando Alexandrina foi para a cama para nunca mais se levantar, pelos trinta anos restantes de sua vida.
Até 1928 não deixou de pedir ao Senhor, por intercessão de Nossa Senhora, a graça da cura, prometendo que, se fosse curada, seria missionária. Mas, assim que percebeu que sofrer era sua vocação, ela o aceitou prontamente. Ela disse: “Nossa Senhora deu-me uma graça ainda maior. Primeiro a resignação, depois a conformidade total com a vontade de Deus e, por último, o desejo de sofrer ”.
Os primeiros fenômenos místicos datam desta época, quando Alexandrina iniciou uma vida de grande união com Jesus nos Tabernáculos, através de Maria Santíssima. Um dia, quando ela estava sozinha, de repente lhe ocorreu este pensamento: “Jesus, você é um prisioneiro no Tabernáculo e eu estou na minha cama por sua vontade. Vamos fazer companhia". A partir daí começou a primeira missão: ser como a lâmpada do Tabernáculo. Ela passou suas noites como peregrina de Tabernáculo em Tabernáculo. Em cada Missa ela se ofereceu ao Pai Eterno como vítima pelos pecadores, junto com Jesus e de acordo com suas intenções.
O amor pelo sofrimento crescia cada vez mais nela, à medida que sua vocação de vítima se fazia sentir mais claramente. Ela jurou sempre fazer o que fosse mais perfeito.
De sexta-feira, 3 de outubro de 1938 a 24 de março de 1942, ou seja, 182 vezes, todas as sextas-feiras viveu os sofrimentos da Paixão. Alexandrina, superando o estado de paralisia habitual, levantou-se da cama e com movimentos e gestos acompanhados de dores agonizantes, reproduziu os diferentes momentos da Via Crucis, durante três horas e meia.
“Amar, sofrer, reparar” foi o programa que o Senhor lhe indicou. De 1934 - a convite do padre jesuíta Mariano Pinho, que a dirigiu espiritualmente até 1941 - Alexandrina escreveu o que Jesus lhe dizia de vez em quando.
Em 1936, por ordem de Jesus, pediu ao Santo Padre, por meio do Padre Pinho, a consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria. Este apelo foi renovado várias vezes até 1941, pelo que a Santa Sé questionou três vezes o Arcebispo de Braga sobre Alexandrina. Em 31 de outubro de 1942, Pio XII consagrou o mundo ao Imaculado Coração de Maria com uma mensagem transmitida em Fátima em português. Este ato foi renovado em Roma, na Basílica de São Pedro, em 8 de dezembro do mesmo ano.
A partir de 27 de março de 1942, Alexandrina deixou de comer, vivendo apenas da Eucaristia. Em 1943, durante quarenta dias e quarenta noites, o jejum absoluto e a anúria foram rigorosamente controlados por médicos competentes no hospital da Foz do Douro perto do Porto.
Em 1944, o novo diretor espiritual, o salesiano P. Umberto Pasquale, encorajou Alexandrina a continuar ditando seu diário, depois de ter verificado as alturas espirituais que ela havia alcançado; o que ela fez em espírito de obediência até a morte. No mesmo ano de 1944, Alexandrina ingressou na União dos Cooperadores Salesianos. Queria colocar o seu diploma de Cooperadora “num lugar onde o pudesse estar sempre debaixo dos olhos”, para colaborar com a sua dor e com a sua oração pela salvação das almas, especialmente dos jovens. Ela orou e sofreu pela santificação dos Cooperadores de todo o mundo.
Apesar de seus sofrimentos, ela continuou a se interessar e a se esforçar pelos pobres, pelo bem espiritual dos paroquianos e por muitas outras pessoas que se voltaram para ela. Promoveu triduums, quarenta horas e quaresma em sua paróquia.
Principalmente nos últimos anos de sua vida, muitas pessoas se dirigiram a ela, mesmo de longe, atraídas pela fama de santidade; e vários atribuíram sua conversão aos seus conselhos.
Em 1950, Alexandrina comemora 25 anos de sua imobilidade. Em 7 de janeiro de 1955, lhe foi anunciado que este seria o ano de sua morte. Em 12 de outubro, ela queria receber a unção dos enfermos. No dia 13 de Outubro, aniversário da última aparição de Nossa Senhora em Fátima, foi ouvida a exclamar: “Estou feliz porque vou para o céu”. Às 19h30 ela faleceu.
Em 1978 os seus restos mortais foram transferidos do cemitério de Balasar para a igreja matriz, onde hoje, numa capela lateral, repousa o corpo de Alexandrina.
No seu túmulo se leem as palavras que ela desejava: “Pecadores, se as cinzas do meu corpo podem servir para te salvar, aproximem-se, passem por cima delas, pisem até que desapareçam. Mas não peques mais; não ofenda mais o nosso Jesus!” É a síntese de sua vida dedicada exclusivamente à salvação de almas.
No Porto na tarde de 15 de outubro as floristas ficaram sem rosas brancas: todas vendidas. Uma homenagem floral à Alexandrina, que tinha sido a rosa branca de Jesus. Foi beatificada pelo Papa São João Paulo II no dia 25 de abril de 2004.
Fonte: causesanti.va (adaptado)
Beata Alexandrina Maria da Costa, rogai por nós!