5ª feira da 2ª Semana da Quaresma
Antífona de entrada
Vernáculo:
Vinde, ó Deus, em meu auxílio, sem demora, apressai-vos, ó Senhor, em socorrer-me! Que sejam confundidos e humilhados os que procuram acabar com minha vida! Sl. Que voltem para trás envergonhados os que se alegram com os males que eu padeço! (Cf. LH: Sl 69, 2. 3a. 3b)
Coleta
Ó Deus, que amais e restaurais a inocência, orientai para vós os corações dos vossos filhos e filhas, para que, no fervor do vosso Espírito que receberam, sejamos firmes na fé e eficientes nas obras. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Jr 17, 5-10
Leitura do Livro do Profeta Jeremias
5Isto diz o Senhor: “Maldito o homem que confia no homem e faz consistir sua força na carne humana, enquanto o seu coração se afasta do Senhor; 6como os cardos no deserto, ele não vê chegar a floração, prefere vegetar na secura do ermo, em região salobra e desabitada.
7Bendito o homem que confia no Senhor, cuja esperança é o Senhor; 8é como a árvore plantada junto às águas, que estende as raízes em busca de umidade, por isso não teme a chegada do calor: sua folhagem mantém-se verde, não sofre míngua em tempo de seca e nunca deixa de dar frutos.
9Em tudo é enganador o coração, e isto é incurável; quem poderá conhecê-lo? 10Eu sou o Senhor, que perscruto o coração e provo os sentimentos, que dou a cada qual conforme o seu proceder e conforme o fruto de suas obras”.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 1, 1-2. 3. 4 e 6 (R. Sl 39(40), 5a)
℟. É feliz quem a Deus se confia!
— Feliz é todo aquele que não anda conforme os conselhos dos perversos; que não entra no caminho dos malvados, nem junto aos zombadores vai sentar-se; mas encontra seu prazer na lei de Deus e a medita, dia e noite, sem cessar. ℟.
— Eis que ele é semelhante a uma árvore, que à beira da torrente está plantada; ela sempre dá seus frutos a seu tempo, e jamais as suas folhas vão murchar. Eis que tudo o que ele faz vai prosperar. ℟.
— Mas bem outra é a sorte dos perversos. Ao contrário, são iguais à palha seca espalhada e dispersada pelo vento. Pois Deus vigia o caminho dos eleitos, mas a estrada dos malvados leva à morte. ℟.
℣. Felizes os que observam a palavra do Senhor, de reto coração; e que produzem muitos frutos, até o fim perseverantes! (Cf. Lc 8, 15) ℟.
Evangelho — Lc 16, 19-31
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Lucas
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus aos fariseus: 19“Havia um homem rico, que se vestia com roupas finas e elegantes e fazia festas esplêndidas todos os dias.
20Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, estava no chão, à porta do rico. 21Ele queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico. E, além disso, vinham os cachorros lamber suas feridas.
22Quando o pobre morreu, os anjos levaram-no para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado. 23Na região dos mortos, no meio dos tormentos, o rico levantou os olhos e viu de longe a Abraão, com Lázaro ao seu lado. 24Então gritou: ‘Pai Abraão, tem piedade de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas’.
25Mas Abraão respondeu: ‘Filho, lembra-te que tu recebeste teus bens durante a vida e Lázaro, por sua vez, os males. Agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado. 26E, além disso, há um grande abismo entre nós: por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto de vós, e nem os daí poderiam atravessar até nós’.
27O rico insistiu: ‘Pai, eu te suplico, manda Lázaro à casa do meu pai, 28porque eu tenho cinco irmãos. Manda preveni-los, para que não venham também eles para este lugar de tormento’. 29Mas Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os Profetas, que os escutem!’
30O rico insistiu: ‘Não, Pai Abraão, mas se um dos mortos for até eles, certamente vão se converter’. 31Mas Abraão lhe disse: ‘Se não escutam a Moisés, nem aos Profetas, eles não acreditarão, mesmo que alguém ressuscite dos mortos”’.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Domine, ad adiuvándum me festína: confundántur omnes advérsum me, qui cógitant servis tuis mala. (Cf. Ps. 39, 14. 15)
Vernáculo:
Dignai-vos, Senhor, libertar-me, vinde logo, Senhor, socorrer-me! De vergonha e vexame enrubesçam, os que buscam roubar a minha vida. Humilhados recuem e voltem, os que sentem prazer em meus males. (Cf. Sal.: Sl 39, 14. 15)
Sobre as Oferendas
Senhor, por este sacrifício santificai nossa Quaresma, de modo que sua observância externa possa frutificar em nossos corações. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue, permanece em mim e eu nele, diz o Senhor. (Cf. MR: Jo 6, 56)
Depois da Comunhão
Ó Deus, que este sacrifício continue a agir em nós e seja confirmado pelas nossas ações. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 20/03/2025
Aonde pode levar a incredulidade?
Ao lermos a parábola do pobre Lázaro e do rico epulão, tendemos a pensar que Jesus está criticando a posse de riquezas e a má distribuição de bens; porém, se somos fiéis ao espírito e à letra do Evangelho, vemos que o problema não é nem a riqueza do epulão nem a pobreza de Lázaro, mas, sim, a incredulidade do primeiro.
No Evangelho de hoje, conta-nos Jesus a parábola do pobre Lázaro e do rico epulão, dois extremos em vida que tiveram fins extremos na morte: o primeiro, pobre e coberto de feridas, teve a dita de entrar pela mão dos anjos no Reino celeste, enquanto o segundo, rico e trajado de luxo, teve de compensar as farturas desta existência com a perdição na outra. No entanto, entenderíamos mal essa história se quiséssemos ver em dois destinos tão opostos doutrinas sobre política ou injustiças de classe. Não está Nosso Senhor a dizer que os ricos, por serem ricos, necessariamente se condenam, por serem necessariamente maus, nem que os pobres, pelo fato de o serem, irão sem falta para o céu, para lá gozarem do que aqui careceram. O Evangelho não é cartilha de partido e, apesar de conter muitos e valiosos critérios para organizar a vida em sociedade, não se ordena primariamente a esta vida na terra, mas à outra no céu. Ora, se não é a condição social nem a posse de riquezas o que tem em mira Nosso Senhor ao contar essa parábola, por que é que se condena o rico e se salva o pobre? Ouçamos o que responde Abraão à prece do rico: “Se” os de tua casa “não escutam a Moisés nem aos Profetas, eles não acreditarão, mesmo que alguém ressuscite dos mortos”, e por isso é quase certo que, se assim permanecerem, virão fazer-te companhia no lugar de tormentos. Pois não foi tanto a riqueza quanto a incredulidade o que condenou o rico, e se o Evangelho nos diz linhas antes: “Lembra-te de que recebeste teus bens durante”, não é para condenar as riquezas, mas para lembrar que elas se usam mal e conduzem para o inferno quando não se tem verdadeira fé, ou seja, quando se põe o coração nos bens que passam e se esquece dos que não hão-de passar. O problema, portanto, não é ter posses; o problema é ter o coração tão pobre e tão duro que nem a vista dum morto ressuscitado o faça crer em Deus. Eis a advertência que o Evangelho de hoje faz pesar sobre as nossas consciências. Não deixemos que o amor às riquezas terrenas sufoque nossa esperança das celestes, nem que a nossa pouca fé se extinga a ponto de só crermos no que satisfaz à carne. E se Cristo nos quis pobres de bens, que nos faça ricos de coração e virtude; mas, se lhe aprouve cumular-nos de riquezas da terra, que nos dê também a graça de aspirarmos sobretudo às celestes.
Deus abençoe você!
Santo do dia 20/03/2025
São José Bilczewski (Memória Facultativa)
Local: Lviv, Ucrânia
Data: 20 de Março † 1923
José (Józef) Bilczewski nasceu em 26 de abril de 1860 em Wilamowice, perto de Kęty, na atual diocese de BielskoŻywiec, antiga diocese de Cracóvia.
Depois de completar a escola primária em Wilamowice e Kęty, frequentou o ginásio em Wadowice, onde em 1880 obteve seu bacharelado. Em 6 de julho de 1884 foi ordenado sacerdote em Cracóvia pelo Cardeal Albino Dunajewski. Em 1886 ele recebeu seu doutorado em teologia pela Universidade de Viena. Depois de mais estudos em Roma e Paris, em 1890 ele fez o exame de qualificação na Universidade Jagellonica em Cracóvia.
Um ano depois tornou-se professor de teologia dogmática na Universidade John Casimir de Leopoli, ocupando também, por um certo período, o cargo de reitor da faculdade teológica e mais tarde como reitor da própria universidade. Como professor, era muito apreciado pelos alunos e, ao mesmo tempo, gozava da estima e amizade de seus colegas professores universitários. Ele se dedicou ao trabalho científico e, apesar de sua idade relativamente jovem, adquiriu a reputação de um cientista autoritário.
Suas extraordinárias capacidades de intelecto e coração foram notadas pelo imperador da Áustria, Franz Joseph, que apresentou o bispo Giuseppe Bilczewski ao Santo Padre como candidato à vaga sé metropolitana de Lviv. O Santo Padre Leão XIII acolheu positivamente a proposta do Imperador e em 17 de dezembro de 1900 nomeou Dom Giuseppe Bilczewski, de 40 anos, Arcebispo de Lviv de rito latino.
A complexa situação social, econômica, étnica e religiosa fez com que o cuidado da grande diocese exigisse do Pastor grande força moral, grande confiança em Deus, uma fé revigorada pelo contato contínuo com Deus.
Dom Giuseppe Bilczewski distinguiu-se por sua grande bondade de coração, compreensão, humildade, piedade, diligência e zelo pastoral que brotaram de seu imenso amor a Deus e ao próximo.
Tomando posse da Arquidiocese de Lviv, indicou, com muita clareza, seu programa pastoral que continha nas palavras "sacrificar-se totalmente pela santa Igreja". Indicou, entre outras coisas, a necessidade do desenvolvimento do culto ao Santíssimo Sacramento e a frequente aproximação à Sagrada Comunhão.
Durante os 23 anos de seu serviço pastoral, mudou o rosto da Arquidiocese de Lviv. Somente sua morte, ocorrida em 20 de março de 1923, pôs fim à sua vasta e perspicaz ação pastoral.
Ele havia se preparado para a morte, e a recebeu com paz e submissão, como sinal da vontade de Deus, sempre considerada por ele como santa.
Ele deixou este mundo desfrutando de uma reputação universal de santidade. De acordo com o seu testamento foi sepultado no cemitério de Janów, chamado cemitério dos pobres, em Lviv, desejando repousar entre aqueles de quem sempre foi pai e protetor.
Fonte: causesanti.va (adaptado)
São José Bilczewski, rogai por nós!