5ª feira da 3ª Semana da Quaresma
Antífona de entrada
Vernáculo:
A salvação do povo sou eu, diz o Senhor: de qualquer tribulação em que clamarem por mim, eu os ouvirei e serei seu Deus para sempre. (Cf. MR: Sl 36, 39. 40. 28) Sl. Escuta, ó meu povo, a minha Lei, ouve atento as palavras que eu te digo. (Cf. LH: Sl 77, 1)
Coleta
Ó Deus onipotente, suplicantes imploramos a vossa majestade: à medida que se aproxima a festa da salvação, nos preparemos, com maior empenho, para celebrar o mistério pascal. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Jr 7, 23-28
Leitura do Livro do Profeta Jeremias
Assim fala o Senhor: 23“Dei esta ordem ao povo dizendo: Ouvi a minha voz, assim serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo; e segui adiante por todo o caminho que eu vos indicar para serdes felizes. 24Mas eles não ouviram e não prestaram atenção; ao contrário, seguindo as más inclinações do coração, andaram para trás e não para a frente, 25desde o dia em que seus pais saíram do Egito até ao dia de hoje. A todos enviei meus servos, os profetas, e enviei-os cada dia, começando bem cedo; 26mas não ouviram e não prestaram atenção; ao contrário, obstinaram-se no erro, procedendo ainda pior que seus pais.
27Se falares todas essas coisas, eles não te escutarão, e, se os chamares, não te darão resposta. 28Dirás, então: ʽEsta é a nação que não escutou a voz do Senhor, seu Deus, e não aceitou correção. Sua fé morreu, foi arrancada de sua bocaʼ”.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 94(95), 1-2. 6-7. 8-9 (R. 8)
℟. Oxalá ouvísseis hoje a voz do Senhor: Não fecheis os vossos corações.
— Vinde, exultemos de alegria no Senhor, aclamemos o Rochedo que nos salva! Ao seu encontro caminhemos com louvores, e com cantos de alegria o celebremos! ℟.
— Vinde adoremos e prostremo-nos por terra, e ajoelhemos ante o Deus que nos criou! Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor, e nós somos o seu povo e seu rebanho, as ovelhas que conduz com sua mão. ℟.
— Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: “Não fecheis os corações como em Meriba, como em Massa, no deserto, aquele dia, em que outrora vossos pais me provocaram, apesar de terem visto as minhas obras”. ℟.
℣. Voltai ao Senhor, vosso Deus, ele é bom, compassivo e clemente. (Jl 2, 12-13) ℟.
Evangelho — Lc 11, 14-23
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Lucas
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 14Jesus estava expulsando um demônio que era mudo. Quando o demônio saiu, o mudo começou a falar, e as multidões ficaram admiradas. 15Mas alguns disseram: “É por Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa os demônios”.
16Outros, para tentar Jesus, pediam-lhe um sinal do céu. 17Mas, conhecendo seus pensamentos, Jesus disse-lhes: “Todo reino dividido contra si mesmo será destruído; e cairá uma casa por cima da outra.
18Ora, se até Satanás está dividido contra si mesmo, como poderá sobreviver o seu reino? Vós dizeis que é por Belzebu que eu expulso os demônios. 19Se é por meio de Belzebu que eu expulso demônios, vossos filhos os expulsam por meio de quem? Por isso, eles mesmos serão vossos juízes.
20Mas, se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, então chegou para vós o Reino de Deus. 21Quando um homem forte e bem armado guarda a própria casa, seus bens estão seguros. 22Mas, quando chega um homem mais forte do que ele, vence-o, arranca-lhe a armadura na qual ele confiava, e reparte o que roubou. 23Quem não está comigo está contra mim. E quem não recolhe comigo, dispersa”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Si ambulavero in medio tribulationis, vivificabis me, Domine: et super iram inimicorum meorum extendes manum tuam, et salvum me fecit dextera tua. (Ps. 137, 7)
Vernáculo:
Se no meio da desgraça eu caminhar, vós me fazeis tornar à vida novamente; quando os meus perseguidores me atacarem e com ira investirem contra mim, estendereis o vosso braço em meu auxílio e havereis de me salvar com vossa destra. (Cf. LH: Sl 137, 7)
Sobre as Oferendas
Senhor, para que a oferenda do vosso povo possa agradar-vos, purificai-nos de todo contágio do mal; e não nos deixeis seduzir pelas falsas alegrias, pois nos prometestes chegar ao prêmio da vossa verdade. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
Os vossos mandamentos vós nos destes para serem fielmente observados. Oxalá seja bem firme a minha vida em cumprir vossa vontade e vossa lei! (Cf. MR: Sl 118, 4. 5)
Depois da Comunhão
Sustentai, Senhor, com vosso auxílio os que reconfortais com os sacramentos, para podermos colher os frutos da salvação na liturgia e na vida. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 27/03/2025
Por que nem os milagres bastam?
Nem todos os milagres e portentos, nem as mais inspiradas pregações serão capazes de suscitar em nós a fé se, em nosso coração, estivermos insensíveis ao toque da graça de Deus.
O Evangelho desta quinta-feira, ao retratar-nos mais um milagre de Cristo, mostra-nos duas atitudes distintas, mas fundamentalmente semelhantes, que o homem pode adotar diante dos apelos externos de Deus. Uns creem que as obras do Senhor se devem a algum poder demoníaco: "É por Belzebu, o príncipe dos demônios", gritam indignados, "que ele expulsa os demônios." Outros, não satisfeitos com o que veem, exigem dEle ainda mais sinais; querem uma comprovação contundente daquilo que, em seus corações, não estão dispostos a aceitar pela fé. Estas duas posturas aqui desenhadas nos remetem ao fato, já assinalado por teólogos como, por exemplo, Santo Tomás de Aquino, de que nem todos os milagres e portentos, nem as melhores e mais inspiradas pregações, nem sequer o ensinamento claro e cristalino da Igreja serão capazes de dar-nos a fé se, em nosso interior, não nos deixarmos tocar pela graça e, com humildade, abrirmos nossos ouvidos à Palavra de Deus. Que nesta santa Quaresma possamos despertar-nos de nossa "surdez" espiritual e, implorando com particular insistência o favor da graça divina, pedir a Cristo Ressuscitado que ilumine nossa inteligência e convide nossa vontade a crer, e crer cada dia mais.
Deus abençoe você!
Santo do dia 27/03/2025
São Ruperto (Memória Facultativa)
Local: Salzburgo, Áustria
Data: 27 de Março † c. 718
Salisburgo é uma bela cidade austríaca, cuja fama está ligada com a do seu filho mais ilustre, Wolfgang Amadeus Mozart. Salisburgo significa cidade do sal. O seu primeiro bispo e padroeiro principal é representado com um saleiro na mão. É o único santo local festejado, nas regiões de língua alemã e na Irlanda, pois foi o modelo para os monges irlandeses.
São Ruperto descendia dos rupertinos, importante família que dominava com o título de conde a região do médio e do alto Reno. Desta família nasceu também outro são Roberto (ou Ruperto) de Bingen, cuja vida foi escrita por santa Hildegarda. Os rupertinos eram parentes dos carolíngios e o centro de suas atividades era em Worms. Aí são Ruperto recebeu sua formação de cunho monástico irlandês. Em 700, como seus mestres, se sentiu impulsionado à pregação e ao testemunho monástico e foi à Baviera. Apoiado pelo conde Teodo de Baviera, fundou perto do lago Waller, a 10 km de Salisburgo, uma igreja dedicada a são Pedro.
O lugar, porém, não pareceu próprio para os fins de Ruperto que pediu ao conde outro terreno perto do rio Salzach, próximo à antiga cidade romana de Juvavum. O mosteiro que ali construiu, dedicado a são Pedro, é o mais antigo da Áustria e está ligado com o núcleo de Nova Salisburgo. Seu desenvolvimento deveu-se também à colaboração de doze conterrâneos seus. Desses, Cunialdo e Gislero foram honrados como santos. Perto do mosteiro de são Pedro surgiu um mosteiro feminino que foi confiado à direção da abadessa Erentrude, sobrinha do santo.
Foi este punhado de corajosos que fez surgir a Nova Salisburgo. São Ruperto é justamente reconhecido como seu fundador. Ele morreu no dia da Páscoa, 27 de março de 718. Suas relíquias são conservadas na magnífica catedral de Salisburgo, edificada no século XVII.
Referência:
SGARBOSSA, Mario; GIOVANNI, Luigi. Um santo para cada dia. São Paulo: Paulus, 1983. 397 p. Tradução de: Onofre Ribeiro. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
São Ruperto, rogai por nós!