Sábado do Tempo do Natal antes da Epifania
Antífona de entrada
Vernáculo:
Nasceu para nós um menino, foi-nos dado um filho; ele traz aos ombros a marca da realeza; o nome que lhe foi dado é: Conselheiro admirável. (Cf. MR: Is 9, 5) Sl. Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios! (Cf. LH: Sl 97, 1ab)
Coleta
Deus eterno e todo-poderoso, pela vinda do vosso Filho Unigênito, vos manifestastes em nova luz. Assim como merecemos que ele participasse da nossa humanidade, nascendo da Virgem, possamos também participar de sua vida no reino. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — 1Jo 3, 7-10
Leitura da Primeira Carta de São João
7Filhinhos, que ninguém vos desencaminhe. O que pratica a justiça é justo, assim como ele é justo. 8Aquele que comete o pecado é do diabo, porque o diabo é pecador desde o princípio. Para isto é que o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do diabo. 9Todo aquele que nasceu de Deus não comete pecado, porque a semente de Deus fica nele; ele não pode pecar, pois nasceu de Deus. 10Nisto se revela quem é filho de Deus e quem é filho do diabo: todo o que não pratica a justiça não é de Deus, nem aquele que não ama o seu irmão.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 97(98), 1. 7-8. 9 (R. 3a)
℟. Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus.
— Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios! Sua mão e o seu braço forte e santo alcançaram-lhe a vitória. ℟.
— Aplauda o mar com todo ser que nele vive, o mundo inteiro e toda gente! As montanhas e os rios batam palmas e exultem de alegria, ℟.
— na presença do Senhor, pois ele vem, vem julgar a terra inteira. Julgará o universo com justiça e as nações com equidade. ℟.
℣. Depois de ter falado, no passado, aos nossos pais, pelos profetas, muitas vezes, em nossos dias Deus falou-nos por seu Filho. (Hb 1, 1-2) ℟.
Evangelho — Jo 1, 35-42
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo João
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 35João estava de novo com dois de seus discípulos 36e, vendo Jesus passar, disse: “Eis o Cordeiro de Deus!” 37Ouvindo essas palavras, os dois discípulos seguiram Jesus. 38Voltando-se para eles e vendo que o estavam seguindo, Jesus perguntou: “O que estais procurando?” Eles disseram: “Rabi (que quer dizer: Mestre), onde moras?” 39Jesus respondeu: “Vinde ver”. Foram pois ver onde ele morava e, nesse dia, permaneceram com ele. Era por volta das quatro da tarde. 40André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram as palavras de João e seguiram Jesus. 41Ele foi logo encontrar seu irmão Simão e lhe disse: “Encontramos o Messias (que quer dizer: Cristo)”. 42Então André conduziu Simão a Jesus. Jesus olhou bem para ele e disse: “Tu és Simão, filho de João; tu serás chamado Cefas” (que quer dizer: Pedra).
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Tui sunt caeli, et tua est terra: orbem terrárum, et plenitúdinem eius tu fundásti: iustítia et iudícium praeparátio sedis tuae. (Sl. 88, 12 et 15a)
Vernáculo:
É a vós que os céus pertencem, e a terra é também vossa! Vós fundastes o universo e tudo aquilo que contém. Vosso trono se baseia na justiça e no direito. (Cf. LH: Sl 88, 12 e 15a)
Sobre as Oferendas
Ó Deus, fonte da verdadeira devoção e da paz, concedei que vos honremos dignamente com esta oferenda e, pela fiel participação nos sagrados mistérios, sejam reforçados os laços que nos unem. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
Disse André a Simão Pedro, seu irmão: Encontramos o Messias, isto é o Cristo. E o conduziu a Jesus. (Cf. MR: Jo 1, 41-42)
Depois da Comunhão
Senhor, que o vosso povo, sustentado com tantas graças, possa receber hoje e sempre os dons do vosso amor, para que, confortado pelos bens transitórios, busque com mais confiança os bens eternos. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 04/01/2025
O que estamos procurando?
Que possamos marcar os momentos importantes da nossa vida, quando nós encontramos verdadeiramente com Cristo. É isso o que faz a diferença, é isso o que faz esta vida não ser só vida biológica, mas ser a vida do Céu começada já aqui na terra.
O Evangelho de hoje continua a leitura do primeiro capítulo do evangelho extraordinário de São João. Aqui São João começa a descrever a semana inaugural, digamos assim, das atividades de Jesus.Nós vimos ontem que Jesus é apresentado como Cordeiro de Deus. Agora, no segundo dia, Ele é apresentado como Cordeiro de Deus aos discípulos de João, que começam a segui-lo. Existe um movimento no seguir Jesus, há algo mais.É muito interessante olhar para esse relato como um relato íntimo da vocação do discípulo amado, São João Evangelista. É o próprio São João quem está falando de sua vocação. Você vai dizer: “Mas, Padre, em momento nenhum no Evangelho se fala de São João Evangelista”. De fato, fala-se apenas de Santo André e do chamado de São Pedro, mas a tradição reconheceu nestes dois discípulos de João Batista, André e João Evangelista, que foram os primeiros chamados.É interessante ver exatamente a dinâmica desse processo. Em primeiro lugar, João Batista aponta para Cristo. São João Batista já vinha falando, já vinha catequizando os discípulos: Cristo, verdadeiramente, era aquele que havia sido batizado por ele. Ele viu o Espírito Santo sobre Cristo, agora ele o apresenta aos seus discípulos para que comecem a buscá-lo por sua própria força.É interessante isso. Eles começam a seguir Jesus. Jesus se volta para eles e pergunta: “O que é que vocês estão procurando?” Essa é uma pergunta que todos nós deveríamos nos fazer quando vamos à igreja. O que é que nós estamos buscando? Quando nós buscamos Jesus, o que realmente estamos procurando?Muitas vezes, infelizmente, a resposta é que estamos buscando a nós mesmos, estamos buscando os nossos interesses, estamos buscando colocar-nos no centro, e que Deus nos sirva! A religião, para algumas pessoas, às vezes é apenas isto: Deus é quem precisa nos servir.Mas os discípulos de João estavam bem preparados e dão a resposta correta: “Mestre, onde moras?” Nós precisamos, nessa busca, descobrir onde Jesus mora. E Ele mora dentro de nós, mora verdadeiramente em nosso coração. O Céu está em nós, se Cristo está em nós.O relato começa a mostrar que eles foram e permaneceram com Jesus naquele dia, e diz uma nota interessante: “Era por volta da décima hora”, ou seja, por volta das quatro da tarde. Este relato é tão autobiográfico! São João fala de como ele ficou marcado, tanto que ele não deixou de notar, não se esqueceu da hora, a hora em que eu fui e permaneci com Cristo: “Era por volta das quatro da tarde”.Que a nossa biografia, que a nossa vida seja marcada assim. Que nós possamos marcar, nos momentos importantes da nossa vida, quando nós encontramos verdadeiramente a Cristo. É isso o que faz a grande diferença, é isso o que faz a vida não ser mais só vida biológica, mas começar a ser vida do Céu já aqui na terra.Nós encontramos Jesus, o Cordeiro de Deus, Aquele que é a razão de ser de nossas vidas, mas o movimento não pára por aí: uma vez que você encontra Cristo, permanece com Ele e vê que Cristo, o Céu, está dentro de você, precisa levar essa boa notícia aos outros.É o que faz Santo André, que logo o anuncia a São Pedro, e começa ali o grande movimento missionário da Igreja, que irá durar até o fim dos tempos.
Deus abençoe você!
Santo do dia 04/01/2025
Santa Ângela de Foligno (Memória Facultativa)
Local: Foligno, Itália
Data: 04 de † 1309
A Igreja atribui-lhe o título de beata e sua memória é celebrada hoje pela Ordem franciscana da cidade de Foligno. O povo porém a invoca com o nome de santa há muitos séculos. Ângela nasceu em 1248 na pequena cidade de Foligno. É uma das primeiras místicas italianas. Quando jovem, como sua contemporânea Margarida de Cortona, entregou-se às vaidades femininas, tendo teor de vida tranquila e folgada numa casa não de muito luxo, mas decorosa, juntamente com seu marido e filhos.
Não lhe faltaram também graves culpas morais culminadas numa série de comunhões e confissões sacrílegas. Aos 37 anos de idade, porém, mudou radicalmente seus costumes de vida. A morte do marido e dos filhos trouxe-lhe grandes dores e provações. Nessas trágicas circunstâncias mostrou uma força de alma acima do comum. No ano de 1285 são Francisco lhe apareceu em sonho e exortou-a a percorrer com coragem o caminho da perfeição. Ângela ingressou na Ordem Terceira de são Francisco e no ano de 1291 emitiu os votos religiosos. Empreendeu a peregrinação até Assis. Essa peregrinação deixou-lhe na alma um traço profundo. Foi durante essa viagem que Ângela teve experiências místicas desconcertantes, cuja testemunha foi o seu próprio confessor e parente, o beato Arnaldo de Foligno. Ele temeu, e pensando tratar-se de fenômenos diabólicos, obrigou a santa a contar-lhe suas experiências interiores.
A necessidade de iluminar as profundezas desta alma invadida pela graça deu assim origem a um dos mais preciosos livros sobre as experiências místicas de uma alma favorecida por Deus de modo especial. A autobiografia que a santa ditava em dialeto úmbrio era imediatamente traduzida em cristalino latim escolástico. Em trinta passagens Ângela ditou o que acontecia na sua alma, desde o momento da conversão até 1296, quando essas manifestações místicas tornaram-se menos frequentes e deram lugar a novas manifestações espirituais, de modo especial àquelas da maternidade espiritual que concentrou ao redor de Ângela um verdadeiro cenáculo de almas desejosas de perfeição.
Para elas a bem-aventurada enviava numerosas cartas e redigia-lhes também as Instruções salutares. A pobreza, a humildade, a caridade e a paz eram os seus grandes temas: "O supremo bem da alma é a paz verdadeira e perfeita... Quem quer, portanto, perfeito repouso trate de amar a Deus com todo o coração, pois Deus mora no coração. Ele é o único que dá e que pode dar a paz".
A mestra dos teólogos morreu em Foligno em 1309.
Referência:
SGARBOSSA, Mario; GIOVANNI, Luigi. Um santo para cada dia. São Paulo: Paulus, 1983. 397 p. Tradução de: Onofre Ribeiro. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
Santa Ângela de Foligno, rogai por nós!