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3ª feira depois da Epifania

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Antífona de entrada

Bendito aquele que vem em nome do Senhor: Deus é Senhor, ele nos iluminou. (Sl 117, 26s)
Ecce advénit dominátor Dóminus: et regnum in manu eius, et potéstas, et impérium. Ps. Deus, iudícium tuum regi da: et iustítiam tuam fílio regis. Ant. Reges Tharsis et ínsulae múnera ófferent: reges Arabum et Saba dona addúcent. Ant. Et adorábunt eum omnes reges terrae: omnes gentes sévient ei. Ant. (Cf. Mal. 3, 1; I Chron. 29, 12; Ps. 71, 1. 10. 11)
Vernáculo:
Eis que veio o Senhor dos senhores; em suas mãos, o poder e a realeza. Sl. Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus, vossa justiça ao descendente da realeza! Ant. Os reis de Társis e das ilhas hão de vir, e oferecer-lhes seus presentes e seus dons; e também os reis de Seba e de Sabá, hão de trazer-lhe oferendas e tributos. Ant. Os reis de toda a terra hão de adorá-lo, e todas as nações hão de servi-lo. Ant. (Cf. MR: Ml 3, 1; 1Cr 29, 12; ℣. Sl 71, 1. 10. 11)

Coleta

Ó Deus, cujo Filho Unigênito se manifestou na realidade da nossa carne, concedei-nos que, reconhecendo-o exteriormente semelhante a nós, sejamos interiormente renovados por Ele, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

Primeira Leitura — 1Jo 4, 7-10


Leitura da Primeira Carta de São João


7Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus. 8Quem não ama, não chegou a conhecer Deus, pois Deus é amor. 9Foi assim que o amor de Deus se manifestou entre nós: Deus enviou o seu Filho único ao mundo, para que tenhamos vida por meio dele.

10Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de reparação pelos nossos pecados.

— Palavra do Senhor.

— Graças a Deus.


Salmo Responsorial — Sl 71(72), 1-2. 3-4ab. 7-8 (R. cf. 11)


℟. Os reis de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!


— Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus, vossa justiça ao descendente da realeza! Com justiça ele governe o vosso povo, com equidade ele julgue os vossos pobres. ℟.

— Das montanhas venha a paz a todo o povo, e desça das colinas a justiça! Este Rei defenderá os que são pobres, os filhos dos humildes salvará. ℟.

— Nos seus dias a justiça florirá e grande paz, até que a lua perca o brilho! De mar a mar estenderá o seu domínio, e desde o rio até os confins de toda a terra! ℟.


https://youtu.be/mJ1YRtUAdXk
℟. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
℣. O Espírito do Senhor repousa sobre mim e enviou-me a anunciar aos pobres o Evangelho. (Lc 4, 18) ℟.

Evangelho — Mc 6, 34-44


℣. O Senhor esteja convosco.

℟. Ele está no meio de nós.


℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo  segundo Marcos 

℟. Glória a vós, Senhor.


Naquele tempo, 34Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas. 35Quando estava ficando tarde, os discípulos chegaram perto de Jesus e disseram: “Este lugar é deserto e já é tarde. 36Despede o povo, para que possa ir aos campos e povoados vizinhos comprar alguma coisa para comer”. 37Mas, Jesus respondeu: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Os discípulos perguntaram: “Queres que gastemos duzentos denários para comprar pão e dar-lhes de comer?” 38Jesus perguntou: “Quantos pães tendes? Ide ver”. Eles foram e responderam: “Cinco pães e dois peixes”. 39Então Jesus mandou que todos se sentassem na grama verde, formando grupos. 40E todos se sentaram, formando grupos de cem e de cinquenta pessoas. 41Depois Jesus pegou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu, pronunciou a bênção, partiu os pães e ia dando aos discípulos, para que os distribuíssem. Dividiu entre todos também os dois peixes. 42Todos comeram, ficaram satisfeitos, 43e recolheram doze cestos cheios de pedaços de pão e também dos peixes. 44O número dos que comeram os pães era de cinco mil homens.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.


Antífona do Ofertório

Reges Tharsis et ínsulae múnera ófferent: reges Arabum et Saba dona addúcent: et adorábunt eum omnes reges terrae, omnes gentes sévient ei. (Ps. 71, 10. 11)


Vernáculo:
Os reis de Társis e das ilhas hão de vir, e oferecer-lhes seus presentes e seus dons; e também os reis de Seba e de Sabá, hão de trazer-lhe oferendas e tributos. Os reis de toda a terra hão de adorá-lo, e todas as nações hão de servi-lo. (Cf. LH: Sl 71, 10. 11)

Sobre as Oferendas

Acolhei benigno, Senhor, nós vos pedimos, as oferendas do vosso povo, para que alcancemos pelos celestes sacramentos o que professamos filialmente pela fé. Por Cristo, nosso Senhor.



Antífona da Comunhão

Pelo imenso amor com que nos amou, Deus mandou-nos o seu Filho em carne semelhante à do pecado e por causa do pecado. (Ef 2, 4; Rm 8, 3)
Manducavérunt, et saturáti sunt nimis, et desidérium eórum áttulit eis Dóminus: non sunt fraudáti a desidério suo. (Ps. 77, 29. 30; ℣. Ps. 77, 1. 3-4a. 4bcd. 23. 24. 25. 27. 28)
Vernáculo:
Eles comeram e beberam à vontade; o Senhor satisfizera os seus desejos. (Cf. MR: Sl 77, 29s)

Depois da Comunhão

Ó Deus, que vindes ao nosso encontro pela participação neste sacramento, realizai em nossos corações os efeitos de sua força, para que, ao recebermos o vosso dom, sejamos a ele configurados. Por Cristo, nosso Senhor.

Homilia do dia 07/01/2025


Sem Cristo, somos ovelhas perdidas


“Naquele tempo, Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas”.

§1. Jesus retira-se ao deserto (cf. Mt 14,13a; Mc 6,31ss; Lc 9,10b; Jo 6,1). — O motivo da partida é diverso entre os evangelistas, mas não contrário. Mt: Tendo Jesus ouvido isto (a morte do Batista), retirou-se dali numa barca a um lugar solitário afastado. Como estas palavras vêm logo após a narração do suplício de João Batista, é possível que Jesus se tenha retirado do lugar em que estava, não pelo risco de ter o mesmo fim, como pensam muitos (no dia seguinte, afinal, voltou a Cafarnaum), senão para mostrar, talvez, o horror que lhe causara o crime abominável de Herodes, a menos que se prefira, com Buzy e outros, atribuir essa transição ao método literário do primeiro evangelista. Como quer que seja, parece mais coerente o motivo alegado por Mc e Lc, a saber: para que os discípulos, ao voltar da expedição apostólica, pudessem descansar um pouco longe das turbas: Vinde à parte, a um lugar solitário, e descansai um pouco. Em Cafarnaum, com efeito, o mesmo evangelista atesta não terem as turbas dado a eles nenhuma oportunidade de descanso (cf. v. 31b).

O deserto em que se reuniu a pequena grei de Cristo estava, segundo Jo (cf. 6,1), além do mar da Galileia, i.e. às margens orientais, o que se deduz também de Jo 6,22s; Lc é mais claro: um lugar (do território) de Betsaida (v. 10). Trata-se de Betsaida Júlia (assim chamada em honra a Júlia, filha de Augusto, segundo Flávio Josefo, ant. xviii 21; bell. ii 9 1), cidade transjordânica (cf. Mt 14,13) pertencente à tetrarquia de Filipe, situada não muito longe de um afluente do Jordão (cf. bell. iii 10 7). Nesse deserto, i.e. um lugar desabitado e pouco fértil, coberto porém de relva verde (cf. Mc 6,30; Jo 6,10), não longe da margem do lago, ocorreu a primeira multiplicação dos pães. Ali perto havia uma colina (cf. Mt 14,23; Mc 6,46; Jo 6,15).

Não poucos autores, apoiados numa tradição do séc. IV, mas contrária ao que diz abertamente o Evangelho, situam a primeira multiplicação dos pães na Cisjordânia, em et-Tabgha (Ἐπτάπηγον). Ali, é certo, foi construída antigamente uma igreja, descoberta na década de 1930; mas nenhuma tradição, por antiga que seja, deve ser preferida ao texto evangélico.

É Jo quem nos diz em que tempo aconteceram essas coisas: A Páscoa, a festa dos Judeus, estava próxima (6,4); a menção à relva verde (cf. Mc 6,34: χλωρός, verdejante, de χλόη, ‘o primeiro germe da erva’), aliás abundante (cf. Jo 6,10: πολύς), indica que o mês era Nisan: de fato, ‘[e]stas condições não se realizam às margens do lago senão da metade de maio à metade de abril’ (Prat i 381, n. 1). — Com base no que dirá Jo logo em seguida, é verossímil que a multiplicação dos pães tenha ocorrido numa quinta-feira após o meio-dia.

§2. Milagre (cf. Mt 14,13b-21; Mc 6,32-44; Lc 9,11-17; Jo 6,2-15). — Esse estupendo prodígio é descrito por todos os evangelistas de modo quase idêntico. As discrepâncias entre os quatro textos se devem à índole literária de cada um deles e podem ser elucidadas sem nenhuma dificuldade. — Note-se porém:

a) A razão do milagre, para muitos antigos, seria a manifestação do poder divino de Cristo; mas o texto deixa claro que se trata, no fundo, de sua compaixão (cf. Mt 14,14: ἐσπλαγχνίσθη, comovido nas vísceras, i.e. surgiram-lhe na alma afetos de misericórdia); a ocasião, por sua vez, foram as multidões (cerca de 5000, de acordo com Mt, Mc, Lc e Jo, sem contar crianças e mulheres: cf. Mt 14,21), que para lá acorriam, vindas de todas as cidades (na margem sentrional do lago), as quais, embora movendo-se à pé, conseguiram, ao menos em parte, adiantar-se ao Mestre, que viajara até ali de barco (cf. Mc 6,33; Mt 14,13).

b) Pode-se distinguir, no que toca à narração: 1) uma introdução histórica (cf. Jo 10,1-4); 2) a preparação do milagre (Mc 6,25ss); 3) a realização do milagre (cf. Mc 6,39; Jo 10,11ss); 4) e o efeito do milagre (cf. Jo 10,14s).

c) Jo refere mais circunstâncias do que os sinóticos, entre elas: o diálogo do Senhor com Filipe (v. 5ss) e a advertência de André (cf. v. 9; contudo, Mc 6,37 = Jo 6,7).

‘Por que Filipe fala de 200 denários? A quantidade de pão para um adulto — o pão é seu principal alimento — é o que se pode fazer com um litro de farinha. Por um denário se comprava ordinariamente uma fogaça de pão de trigo ou duas de cevada, calculando a fogaça, com cifras redondas, em 12 litros de farinha. Por um denário se obtinha, pois, o pão de cada dia para 12 pessoas, tratando-se de farinha de trigo, e para 24, se se tratava de pão de cevada. Pelos 200 denários que propõe Filipe se teria obtido o pão de cada dia para 2400 adultos, se fosse de trigo, e, se fosse de cevada, para 4800. Ora, havia ali, contando somente os homens, 5000 . . . ; a quantidade de dinheiro tinha, pois, de ser maior. Com razão nota o Apóstolo que não haveria pão suficiente por 200 denários, muito menos se se tratasse de pão de trigo’ (Willam, Vida de Jesús 270).

§3. Escólio. — a) Sobre a natureza e o modo do milagre nada dizem os evangelistas; logo, há que recorrer à analogia ou a conjecturas. — 1) Não faltam nas Sagradas Escrituras exemplos de multiplicação milagrosa da matéria (cf. Gn 2,21s: da costela de Adão foi feita Eva; 1Rs 13,13-16; 2Rs 4,1-7 etc.), ‘multiplicações que não podemos compreender senão por adição de matéria, e isto ou por criação ou por conversão’ (Jansênio, comment. liii 441 b D). A tese da criação, defendida por Santo Tomás (cf. in IV Sent. d. 18, q. 1, a. 1; STh I 92, 3 ad 1), o qual, no entanto, a abandonou mais tarde (cf. STh III 44, 4 ad 4), é rejeitada pela maioria dos autores, por ser menos conforme à οἰκονομία ordinária da Providência divina.

2) Tampouco sabemos se a multiplicação aconteceu nas mãos de Cristo (cf. Jerônimo, in Matth. 14,19) ou nas dos Apóstolos (cf. Crisóstomo, in Matth., hom. xlix 3). Entre os intérpretes, não falta quem sustente as duas coisas (e.g. Lépicier), nem quem, para engrandecer ainda mais o milagre, afirme terem se multiplicado os pães nas mãos de Cristo, dos Apóstolos e também das turbas.

b) Sentido espiritual. Além da finalidade acima referida (cf. §2, a), parece que Cristo tinha também como objetivo prefigurar pela multiplicação dos pães o mistério da Eucaristia, o que é confirmado: 1) pelo contexto de Jo, em cujo evangelho a narração do milagre serve de introdução e preparação para o sermão eucarístico (cf. 6,25-59); 2) pela semelhança entre a multiplicação dos pães e a ceia eucarística: em ambas, com efeito, Cristo olha para o céu, abençoa a comida, reparte-a, entrega-a aos discípulos etc. — 3) pela antiga tradição da Igreja, consignada em obras de arte e nos escritos dos Santos Padres.

Deus abençoe você!

Nossa Missão
Evangelize com o Pocket Terço: pocketterco.com.br/ajude

Santo do dia 07/01/2025

São Raimundo de Peñafort (Memória Facultativa)
Local: Barcelona, Espanha
Data: 07 de † 1275


Gregório IX teve-o como precioso colaborador durante seis anos. Quando porém lhe comunicou sua intenção de nomeá-lo arcebispo de Tarragona, Raimundo ficou tão consternado a ponto de cair gravemente enfermo. O humilde e douto frade, nascido entre 1175 e 1180, se esforçara para evitar honrarias e prestígio, mas nem sempre conseguiu. Renunciando à vida folgada e alegre (era filho do nobre castelão de Peñafort, na Catalunha), dedicou-se muito cedo aos estudos filosóficos e jurídicos. Aos vinte anos ensinava filosofia em Barcelona e aos trinta, recém-laureado, ensinava jurisprudência em Bolonha. Excepcionalmente recebia do município um salário que se dispersava imediatamente em numerosas direções para aliviar e socorrer os indigentes. Voltou a Barcelona a convite do seu bispo em 1220. Foi nomeado cônego e recebeu do amigo Pedro Nolasco o convite para redigir as Constituições da nascente Ordem dos Mercedários. Mas quando os dominicanos, já dele conhecidos em Bolonha, chegaram a Barcelona, Raimundo abandonou tudo para vestir o hábito alvinegro. Dezesseis anos mais tarde (1238) tornou-se o terceiro mestre geral da Ordem, cargo que não pôde recusar. Por dois anos visitou a pé os conventos da Ordem. Depois reuniu o capítulo geral em Bolonha onde conseguiu demitir-se. Pôde assim, aos setenta anos, voltar ao ensino e ao cuidado das almas.

Aceitando o cargo de confessor do rei Tiago de Aragón, não titubeou em reprovar seu comportamento escandaloso numa expedição à ilha de Maiorca. Conta-se que, tendo o rei proibido a todas as embarcações de velejar para o continente, Raimundo, querendo discordar do soberano, estendeu o manto sobre as águas e chegou até Barcelona sobre essa estranha barca a vela.

Uma de suas obras apostólicas mais digna de nota são as missões para a conversão dos judeus e dos maometanos estabelecidos na Espanha. Segundo a tradição foi ele que convidou santo Tomás de Aquino a escrever a Suma contra os Gentios, para que seus pregadores pudessem recorrer a argumentos sólidos nas controvérsias com os hereges e os infiéis. Ele mesmo redigiu importantes obras de teologia - moral e de direito. Uma delas é a Suma de casos para administração correta e frutífera do sacramento da reconciliação. Tinha quase cem anos quando morreu (1275). Foi canonizado em 1601.

Referência:
SGARBOSSA, Mario; GIOVANNI, Luigi. Um santo para cada dia. São Paulo: Paulus, 1983. 397 p. Tradução de: Onofre Ribeiro. Adaptações: Equipe Pocket Terço.

São Raimundo de Peñafort, rogai por nós!


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