6ª feira da 32ª Semana do Tempo Comum
Memória Facultativa
Santo Alberto Magno, Bispo e Doutor da Igreja
Antífona de entrada
Vernáculo:
Chegue à vossa presença, Senhor, a minha oração; inclinai vosso ouvido à minha prece. (Cf. MR: Sl 87, 3) Sl. A vós clamo, Senhor, sem cessar, todo o dia, e de noite se eleva até vós meu gemido. (Cf. LH: Sl 87, 2)
Coleta
Deus de poder e misericórdia, dignai-vos afastar de nós toda adversidade, para que, sem impedimento do corpo e do espírito, nos dediquemos com plena disposição ao vosso serviço. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — 2Jo 1, 4-9
Leitura da Segunda Carta de São João
4Muito me alegrei, Senhora,por ter encontrado alguns dos teus filhosque caminham conforme a verdade,segundo o mandamento que recebemos do Pai.5E agora, Senhora, eu te peço– não que te esteja escrevendoa respeito de um novo mandamento,pois trata-se daquele que temos desde o princípio – :amemo-nos uns aos outros.6E amar consiste no seguinte:em viver conforme os seus mandamentos.Este é o mandamento que ouvistes desde o iníciopara guiar o vosso proceder.7Acontece que se espalharam pelo mundo muitos sedutores,que não confessam a Jesus Cristo encarnado.Está aí o Sedutor, o Anticristo.8Tomai cuidado,se não quereis perder o fruto do vosso trabalho,mas sim, receber a plena recompensa.9Todo o que não permanece na doutrina de Cristo,mas passa além,não possui a Deus.Aquele que permanece na doutrinaé o que possui o Pai e o Filho.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 118(119), 1. 2. 10. 11. 17. 18 (R. 1b)
℟. Feliz é quem na lei do Senhor Deus vai progredindo!
— Feliz o homem sem pecado em seu caminho, que na lei do Senhor Deus vai progredindo! ℟.
— Feliz o homem que observa seus preceitos, e de todo o coração procura a Deus! ℟.
— De todo o coração eu vos procuro, não deixeis que eu abandone a vossa lei! ℟.
— Conservei no coração vossas palavras, a fim de que eu não peque contra vós. ℟.
— Sede bom com vosso servo, e viverei, e guardarei vossa palavra, ó Senhor. ℟.
— Abri meus olhos, e então contemplarei as maravilhas que encerra a vossa lei! ℟.
℣. Levantai vossa cabeça e olhai, pois a vossa redenção se aproxima! (Lc 21, 28) ℟.
Evangelho — Lc 17, 26-37
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Lucas
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 26“Como aconteceu nos dias de Noé, assim também acontecerá nos dias do Filho do Homem. 27Eles comiam, bebiam, casavam-se e se davam em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca. Então chegou o dilúvio e fez morrer todos eles. 28Acontecerá como nos dias de Ló: comiam e bebiam, compravam e vendiam, plantavam e construíam. 29Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma, Deus fez chover fogo e enxofre do céu e fez morrer todos. 30O mesmo acontecerá no dia em que o Filho do Homem for revelado. 31Nesse dia, quem estiver no terraço, não desça para apanhar os bens que estão em sua casa. E quem estiver nos campos não volte para trás. 32Lembrai-vos da mulher de Ló. 33Quem procura ganhar a sua vida, vai perdê-la; e quem a perde, vai conservá-la. 34Eu vos digo: nessa noite, dois estarão numa cama; um será tomado e o outro será deixado. 35Duas mulheres estarão moendo juntas; uma será tomada e a outra será deixada. 36Dois homens estarão no campo; um será levado e o outro será deixado”. 37Os discípulos perguntaram: “Senhor, onde acontecerá isso?” Jesus respondeu: “Onde estiver o cadáver, aí se reunirão os abutres”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Gressus meos dírige Dómine secúndum elóquium tuum: ut non dominétur omnis iniustítia, Dómine. (Ps. 118, 133)
Vernáculo:
Conforme a vossa lei firmai meus passos, para que não domine em mim a iniquidade! (Cf. LH: Sl 118, 133)
Sobre as Oferendas
Senhor, olhai com benevolência para o sacrifício que apresentamos, a fim de que participemos com amor do mistério da paixão do vosso Filho. Que vive e reina pelos séculos dos séculos.
Antífona da Comunhão
Ou:
Os discípulos reconheceram o Senhor Jesus na fração do pão. (Cf. Lc 24, 35)
Vernáculo:
O Senhor é o pastor que me conduz; não me falta coisa alguma. Pelos prados e campinas verdejantes ele me leva a descansar. Para as águas repousantes me encaminha. (Cf. MR: Sl 22, 1-2)
Depois da Comunhão
Fortalecidos por este alimento sagrado nós vos damos graças, Senhor, e imploramos vossa clemência para que, pelo dom do Espírito Santo, perdure a graça da santidade naqueles que receberam a força do alto. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 15/11/2024
“Não olheis para trás”
Lembrai-vos da mulher de Ló, que olhou para trás, para a sua antiga vida, para os seus apegos mundanos e, sem se lançar em direção a Deus, acabou perecendo, convertida em estátua de sal!
À medida que nos aproximamos do fim do ano litúrgico, os Evangelhos proclamados pela Igreja vão adotando um tom cada vez mais escatológico, como é o caso da leitura de hoje. Nesta página de S. Lucas, Jesus nos fala de sua segunda vinda e do juízo final que separará enfim o trigo do joio, os bons dos maus, os justos dos injustos. Será um juízo repentino, que pegará desprevenidos os que não se houverem preparado, absortos em seus afazeres terrenos. Para ilustrar como isso há de acontecer, o Senhor alude à destruição de Sodoma e Gomorra, as duas cidades mais conhecidas da antiga Pentápole (cf. Sb 10, 6): “Acontecerá como nos dias de Ló”, a quem Deus salvou da chuva de fogo e ordenou que, uma vez fora da cidade, não olhasse para trás (cf. Gn 19, 17). Esse “não olhar para trás” significa, antes de tudo, que não devemos apegar-nos a este mundo passageiro, porque se há nele algo que tenha valor, só o tem em Deus e por causa de Deus. O nosso coração, consequentemente, deve estar sempre voltado para o Senhor, a ponto de prescindirmos por completo do “passado” (isto é, das coisas mundanas, sejam elas os nossos divertimentos, os nossos gostos, as nossas más “amizades” etc.) e, com a vista posta no prêmio celeste, nos atirarmos ao que resta para frente (cf. Fp 3, 13), para o alto, a fim de podermos alcançar na glória o Deus que nos alcançou por seu amor e graça. “Lembrai-vos da mulher de Ló” — alerta-nos hoje o Verbo humanado —, que olhou para trás, saudosa da cidade que deixava, dos costumes e do ambiente idólatra a não queria renunciar, apegada ao que em poucos minutos se desfaria em ruínas fumegantes. Saibamos, pois, reconhecer o valor limitado e relativo das coisas deste mundo, que nada são e nada valem sem Deus e fora de Deus. Por isso, lancemo-nos em direção ao amorosíssimo Coração de Cristo, porque é só assim, referindo tudo a Deus e perseguindo sem descanso o alvo (cf. Fp 3, 14) da bem-aventurança eterna, que poderemos salvar não só a nossa vida, mas também a dos que amamos neste mundo: “Levanta-te, toma tua mulher e tuas duas filhas […] e não olhes para trás” (Gn 19, 15.17).
Deus abençoe você!
O dia do juízo acontecerá como nos dias de Ló, de forma repentina e “inesperada”: os que estiverem apegados a este mundo, metidos em seus assuntos terrenos e esquecidos de Deus, perderão não só a própria vida, mas também aquilo que tanto amaram nesta terra. Nós, porém, não devemos sequer olhar para trás: referindo tudo a Deus, fora do qual nada tem valor, atiremo-nos em direção à meta, ao prêmio celeste ao qual Ele nos chama em Cristo Jesus.Ouça a homilia do Padre Paulo Ricardo para esta sexta-feira, 15 de novembro, e peçamos a Deus a graça de amá-lo sobre todas as coisas e de nada amar que não seja por Ele e para Ele.
Santo do dia 15/11/2024
Santo Alberto Magno (Memória Facultativa)
Local: Colônia, Alemanha
Data: 15 de † 1280
Alberto nasceu em Lauingen, Alemanha, por volta de 1206, de família militar. Aos 16 anos foi a Bolonha, onde conheceu os frades dominicanos. De Bolonha transferiu-se para Pádua, onde entrou na Ordem dos Pregadores (dominicanos) e fez seus estudos superiores, completando-os em Colônia, na Alemanha. A Ordem lhe ofereceu, de fato, a possibilidade de realizar seus anseios: cultivar a santidade e a ciência. Foram estes os superiores valores que desenvolveu em alto grau em toda a sua existência.
Como religioso dominicano teve sempre conduta modelar, de tal modo que foi proposto a cargos de alta responsabilidade. Foi nomeado Superior provincial dos dominicanos na Alemanha, percorrendo a pé os longos caminhos para visitar as casas e vivendo de esmolas. O papa Alexandre IV lhe confiou delicadas missões que procurou executar com sábia prudência. Em 1260 nomeou-o bispo de Ratisbona no momento em que aquela diocese estava em situação crítica. Em pouco tempo levantou a diocese do precário estado material e espiritual em que se encontrava, trabalhando sempre como bom pastor pela disciplina eclesiástica e a reforma dos costumes. Dois anos depois pediu ao Papa para ser exonerado, a fim de continuar em sua vocação de mestre nas ciências.
De fato, Alberto se distinguiu, sobretudo, como homem de ciência. Foi um cérebro enciclopédico. Em 1234 já ensinava em Colônia e, em seguida, em vários centros da Alemanha e, finalmente, em Paris. Lá, entre os estudantes, ele teve como discípulo Tomás de Aquino. Sua originalidade está em ter cultivado de maneira eminente as ciências naturais, junto com a filosofia e a teologia. Alberto foi físico e químico, montando laboratórios experimentais. Foi pesquisador e observador constante da natureza. Dissertava com a maior competência sobre astronomia, física, meteorologia, mecânica, arquitetura, mineralogia, zoologia e botânica. Escreveu livros sobre artes práticas, da tecelagem, da navegação, da agricultura. Seu saber foi de tal forma universal e profundo, que já os contemporâneos o honraram com o título de Magno.
Alma profundamente religiosa, fez das ciências divinas e humanas degraus de ascensão para Deus. Escreveu ele: "Minha intenção última está na ciência de Deus". No meio das aclamações do mundo científico e das ovações dos seus discípulos, Alberto continuou sendo o frade humilde, o modesto pregador do povo e o amigo da oração. Seus escritos testemunham grande amor a Jesus sacramentado e à Mãe de Deus.
Santo Alberto morreu a 15 de novembro de 1280. Foi beatificado em 1622. Em 1931, o papa Pio XI, através de uma carta decretal, proclamou Alberto Magno doutor da Igreja, com isso, ao mesmo tempo, declarando-o santo. Ele é um santo, conforme as palavras de Pio XI, cujo exemplo deve inspirar o nosso tempo, que tão ardentemente busca a paz e está tão cheio de esperança em relação às suas descobertas no campo da ciência. Ele é o santo padroeiro dos estudantes e das ciências naturais.
A Oração coleta expressa bem esta feliz harmonia realizada por Santo Alberto Magno entre a fé e as ciências: Ó Deus, quisestes que o bispo Santo Alberto fosse grande porque soube conciliar a sabedoria humana e a verdadeira fé: dai-nos, na escola de tão grande mestre, conhecer-vos e amar-vos mais profundamente na medida em que progredimos nas ciências.
Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
Santo Alberto Magno, rogai por nós!