Bem-aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, Festa
Antífona de entrada
Vernáculo:
Os grandes do povo vos pedem favores. As virgens amigas lhe formam cortejo entre cantos de festa e com grande alegria. Sl. Transborda um poema do meu coração; vou cantar-vos, ó Rei, esta minha canção. (Cf. LH: Sl 44, 13. 15. 16 e 2)
Glória
Glória a Deus nas alturas,
e paz na terra aos homens por Ele amados.
Senhor Deus, rei dos céus,
Deus Pai todo-poderoso.
Nós vos louvamos,
nós vos bendizemos,
nós vos adoramos,
nós vos glorificamos,
nós vos damos graças
por vossa imensa glória.
Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito,
Senhor Deus, Cordeiro de Deus,
Filho de Deus Pai.
Vós que tirais o pecado do mundo,
tende piedade de nós.
Vós que tirais o pecado do mundo,
acolhei a nossa súplica.
Vós que estais à direita do Pai,
tende piedade de nós.
Só Vós sois o Santo,
só vós, o Senhor,
só vós, o Altíssimo,
Jesus Cristo,
com o Espírito Santo,
na glória de Deus Pai.
Amém.
Coleta
Senhor, nós vos pedimos: venha em nosso auxílio a venerável intercessão da gloriosa Virgem Maria, para que, por sua proteção, possamos chegar ao monte que é Cristo, nosso Senhor. Ele, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Zc 2, 14-17
Leitura da Profecia de Zacarias
14“Rejubila, alegra-te, cidade de Sião, eis que venho para habitar no meio de ti, diz o Senhor. 15Muitas nações se aproximarão do Senhor, naquele dia, e serão o seu povo. Habitarei no meio de ti, e saberás que o Senhor dos exércitos me enviou a ti. 16O Senhor entrará em posse de Judá, como sua porção na terra santa, e escolherá de novo Jerusalém. 17Emudeça todo mortal diante do Senhor, ele acaba de levantar-se de sua santa habitação”.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Lc 1, 46-47. 48-49. 50-51. 52-53. 54-55 (R. Cf. 49)
℟. O Poderoso fez por mim maravilhas, e Santo é o seu nome.
— A minh’alma engrandece ao Senhor, e se alegrou o meu espírito em Deus, meu Salvador, ℟.
— pois, ele viu a pequenez de sua serva, desde agora as gerações hão de chamar-me de bendita. O Poderoso fez por mim maravilhas e Santo é o seu nome! ℟.
— Seu amor, de geração em geração, chega a todos que o respeitam. Demonstrou o poder de seu braço, dispersou os orgulhosos. ℟.
— Derrubou os poderosos de seus tronos e os humildes exaltou. De bens saciou os famintos e despediu, sem nada, os ricos. ℟.
— Acolheu Israel, seu servidor, fiel ao seu amor, como havia prometido aos nossos pais, em favor de Abraão e de seus filhos, para sempre. ℟.
℣. Feliz quem ouve e observa a palavra de Deus! (Lc 11, 28) ℟.
Evangelho — Mt 12, 46-50
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Mateus
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 46enquanto Jesus estava falando às multidões, sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. 47Alguém disse a Jesus: “Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar contigo”. 48Jesus perguntou àquele que tinha falado: “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?” 49E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: “Eis minha mãe e meus irmãos. 50Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Recordáre, Virgo Mater, in conspéctu Dei, ut loquáris pro nobis bona, et ut avértat indignatiónem suam a nobis. (Ier. 18, 20)
Vernáculo:
Lembra-te de que me apresentava de ti para falar bem em favor deles e afastar deles o teu furor. (Cf. Bíblia CNBB: Jr 18, 20)
Sobre as Oferendas
Acolhei, Senhor, as orações e oferendas dos vossos fiéis, que vos apresentamos na festa da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe de Deus; que elas vos sejam agradáveis e nos tragam o auxilio da vossa misericórdia. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
Vossos lábios espalham a graça, o encanto, porque Deus, para sempre, vos deu sua bênção. (Cf. LH: Sl 44, 3)
Depois da Comunhão
Senhor, vós nos fizestes participantes dos frutos da redenção eterna; concedei a nós, que celebramos a festa da Mãe do vosso Filho, que nos gloriemos da plenitude da vossa graça e que sintamos crescer sempre mais a salvação. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 16/07/2025
Não é o sangue que nos faz irmãos
“Todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.
1. Glorificação da Mãe de Cristo (cf. Lc 11, 27s). — O único a mencionar este fato é S. Lucas, que de todos os evangelistas costuma ser o mais diligente em referir as ações do Senhor.
Enquanto Ele assim falava, isto é, ao refutar Cristo com tal doutrina e força de argumentos as injúrias dos fariseus, levantou a voz em sinal de admiração uma mulher do meio do povo, isto é, alguma mulher desconhecida, e lhe disse: Bem-aventurado o ventre que te trouxe, e os peitos que te amamentaram, isto é, bendita e digna de honra e louvor a mulher que te concebeu, deu à luz e alimentou. — É provável que esta mulher tenha irrompido em tais palavras movida pelo Espírito Santo, daí o louvor da maternidade divina. “De grande devoção e fé mostra ser esta mulher, que, enquanto os escribas e fariseus tentavam e blasfemavam o Senhor, com tanta clarividência conheceu, melhor do que todos, a Encarnação e com tanta firmeza a confessou, que rebateu a um tempo a calúnia dos próceres presentes e a perfídia das heresias futuras” (S. Beda, Hom. 19).
Mas Jesus replicou: Antes, bem-aventurados aqueles que ouvem a Palavra de Deus, que eu prego, e a observam. Segundo muitos acatólicos, o advérbio μενοῦν (lt. quinimmo; pt. “antes”) implica uma restrição ou correção do que dissera a mulher, de modo que o sentido das palavras de Jesus seria: “Pelo contrário, bem-aventurados os que ouvem” etc. No entanto, de acordo com a maioria não apenas dos católicos, mas também dos protestantes, não se trata de uma correção, mas de uma confirmação, já que o significado próprio dessa partícula é “de fato”, “tanto mais”. Ora, “quem diz ‘tanto mais’, afirma o que se disse e também o que se está a dizer, antepondo contudo o segundo dito ao primeiro. Assim, se alguém dissesse: ‘Como é bela a prata’, e tu respondesses: ‘Tanto mais o ouro’, não estarias negando, senão afirmando que a prata é bela, mas que o ouro o é mais” (Maldonado, Comm. in Luc. 11, 28). O sentido pois deste versículo é: a Virgem Deípara é de fato bem-aventurada por ter sido elevada ao fastígio da maternidade divina, mas o é muito mais “por ter feito a vontade do Pai” (S. Agostinho, In Ioh., tract. 10, 3). Não seria, com efeito, bem-aventurada ainda que tivesse gerado a Cristo segundo a carne, mas sem ouvir e guardar a Palavra de Deus [1].
2. A Mãe e os irmãos de Jesus. — Mateus e Marcos mencionam este breve episódio no mesmo ponto da vida pública, ao passo que Lucas o situa logo após a parábola do semeador. São oportunas, todavia, ambas as ocasiões. Não se sabe, em todo o caso, ao menos se admitimos a ordem seguida por Mateus e Marcos, se os irmãos do Senhor dos quais aqui se fala são os mesmos que, em Mc 3, 21, tencionavam reter o Senhor. Poder-se-ia admitir como mais verossímil a identidade entre uns e outros, não fosse o caso de os primeiros virem acompanhados da Virgem SS., enquanto os segundos foram ao encalço de Cristo por julgá-lo “fora de si”. De fato, seria sumamente indigno da Mãe de Deus estar envolvida, mesmo que só de corpo presente, nessas tentativas imprudentes. Logo, uma vez que a razão de terem vindo os parentes de Cristo para falar-lhe não é revelada, devemos confessar nossa ignorância; mas, ao mesmo tempo, afirmar como certo que, se a Mãe de Jesus estava entre eles, a razão só poderia ser boa e piedosa.
Ora, como, estando Jesus ainda a falar, alguém do meio do povo lhe dissesse (com que intenção, não se pode inferi-lo do Evangelho): Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, respondeu o Senhor com a mão estendida para os discípulos: Eis minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai […], esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe. Duas coisas, portanto, nos ensina Cristo com essas palavras: 1.ª) que a pregação não deve ser condicionada nem, muito menos, interrompida por motivos de sangue e 2.ª) que do Evangelho, isto é, da santa fé católica surge uma nova forma de parentesco, mais espiritual e, por isso mesmo, mais profunda e duradoura [2].
Deus abençoe você!
Santo do dia 16/07/2025
Nossa Senhora do Carmo (Festa)
Data: 16 de Julho
A comemoração de Nossa Senhora do Monte Carmelo, ou Nossa Senhora do Carmo, foi instituída pelos carmelos entre 1376 e 1386, para celebrar a aprovação da regra daqueles religiosos pelo papa Honório III.
O dia 16 de julho evoca, segundo a tradição dos carmelos, uma aparição de Nossa Senhora a São Simão Stock, na época superior geral da ordem, homem de fé e grande devoto da Virgem Santa. No dia 16 de julho de 1251, quando rezava em seu convento de Cambridge, na Inglaterra, São Simão pediu a Nossa Senhora um sinal de sua proteção que fosse visível também para os seus adversários. Teve então a visão em que Nossa Senhora lhe entrega o escapulário, com a promessa:
“Recebe, filho amado, este escapulário. Todo o que com ele morrer, não padecerá a perdição no fogo eterno. Ele é sinal de salvação, defesa nos perigos, aliança de paz e pacto sempiterno”.
O escapulário era o avental usado pelos monges durante o trabalho para não sujar a túnica. Colocado sobre as escápulas (ombros), é uma peça do hábito que ainda hoje todo carmelita usa. Estabeleceu-se também o escapulário reduzido para ser dado aos fiéis leigos, após a visão de São Simão Stock. Dessa forma, quem o usasse poderia participar da espiritualidade do Carmelo e das grandes graças que a ele estão ligadas: entre outras, o privilégio sabatino.
Em sua bula chamada “Sabatina”, o Papa João XXII afirma que aqueles que usarem o escapulário serão depressa libertados das penas do purgatório no sábado que se seguir à sua morte. Esta graça ficou conhecida como “privilégio sabatino”. As vantagens do privilégio sabatino foram ainda confirmadas pela Sagrada Congregação das Indulgências, em 14 de julho de 1908.
No princípio do século XVII, o dia 16 tornou-se como a festa do Escapulário, que o papa Bento XIII estendeu por toda a Igreja do universo.
O intróito utiliza o de Santa Ágata e poderia ser de origem grega. "Rejubilemo-nos no Senhor, celebrando a festa em honra da bem-aventurada Virgem Maria", porque Ela é a "causa da nossa alegria", pois foi quem nos deu Jesus Cristo, nosso Salvador.
A coleta recorda que a ordem do Carmelo recebeu o título de Maria. A Epístola é tirada do Eclesiástico, e diz:
"Como a vide lancei flores de um agradável cheiro:
e as minhas flores dão frutos de glória e de riqueza.
Eu sou a mãe do amor formoso,
do temor, da ciência e da santa esperança.
Em mim há toda a graça do caminho e da verdade,
em mim toda a esperança da vida e da virtude.
Vinde a mim todos os que desejais,
e enchei-vos dos meus frutos,
porque o meu espírito é mais doce do que o mel,
e possuir-me é mais agradável que o favo de mel.
A minha memória durará por toda a série dos séculos.
Os que me comem terão ainda fome,
e os que me bebem terão ainda sede.
Aquele que me ouve não será confundido,
e os que agem por mim não pecarão.
Aqueles que me tornam conhecida terão a vida eterna (Eclo 24, 23-31).
O responso-gradual é o da Visitação. O versículo do aleluia canta a Mãe de Deus que restitui aos homens a vida perdida. O Evangelho é um fragmento do Evangelho do terceiro domingo da Quaresma, e o versículo do ofertório adaptado de Jeremias (18, 20): suplicar à Virgem para que seja nossa advogada. A secreta pede para que nossas ofertas sejam salutares, graças à Mãe de Deus. A antífona da comunhão implora a intercessão da Rainha do mundo, e a pós-comunhão deseja ajuda, proteção e concórdia. graças à Mãe de Deus.
O escapulário carmelo, para José Falcone, carmelita falecido em 1591, tinha a virtude de uma proteção quase mágica. E em Portugal e na Espanha assim o tinham em conta.
A palavra latina “scàpula” significa ombro. O objeto de devoção acabou ficando popularmente conhecido como “escapulário” porque é colocado sobre os ombros. O escapulário também é conhecido como “bentinho do Carmo”.
Para os religiosos carmelitas, é símbolo de consagração religiosa na Ordem de Nossa Senhora do Carmo. Para os fiéis leigos, para o povo, é símbolo de devoção e afeto para com a mesma Senhora do Carmo. O escapulário é, em suma, um sinal externo de devoção mariana e de consagração pessoal à Santíssima Virgem Maria. É um sacramental, ou seja, um sinal sagrado, segundo o modelo dos sacramentos, por meio do qual se simbolizam efeitos espirituais obtidos pela intercessão da Igreja (cf. SC 60). O escapulário deve ser abençoado e colocado no fiel por um sacerdote, conforme o rito da imposição do escapulário.
Muitas pessoas usam o escapulário como um “amuleto”, algo “mágico” que “dá sorte”, que livra de “mau olhado” ou coisa semelhante. Ou simplesmente por modismo. Esses mesmos desvios acontecem com o uso de cruzes, medalhas, terços… O verdadeiro sentido de se usarem objetos de devoção deve brotar da consciência e do coração daquele que os usa, conhecendo o seu verdadeiro significado e escolhendo livremente sinalizar algo que existe em seu íntimo, em sua fé, em seus propósitos e em sua conversão.
Referências:
ROHRBACHER, Padre. Vida dos santos: Volume XIII. São Paulo: Editora das Américas, 1959. Edição atualizada por Jannart Moutinho Ribeiro; sob a supervisão do Prof. A. Della Nina. Adaptações: Equipe Pocket Terço. Disponível em: obrascatolicas.com. Acesso em: 11 jul. 2021.
O ESCAPULÁRIO: o que é, como surgiu e como nos ajuda para a salvação eterna. 2020. Disponível em: https://pt.aleteia.org/2020/07/29/o-escapulario-o-que-e-como-surgiu-e-como-nos-ajuda-para-a-salvacao-eterna/. Acesso em: 16 jul. 2021.
Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós!