Sábado da 15ª Semana do Tempo Comum
Memória Facultativa
Santa Maria no sábado
Antífona de entrada
Vel ad libitum:
Ego autem cum iustitia apparebo in conspectu tuo: satiabor, dum manifestabitur gloria tua. Ps. Exáudi Deus oratiónem meam, et ne despéxeris deprecatiónem meam: inténde mih, et exáudi me. (Ps. 54, 17. 18. 19. 20. 23 et 2)
Vernáculo:
Eu, porém, clamo a Deus em meu pranto, e o Senhor me haverá de salvar! Deus me ouve e haverá de humilhá-los, porque é Rei e Senhor desde sempre. Lança sobre o Senhor teus cuidados, porque ele há de ser teu sustento. Sl. Ó meu Deus, escutai minha prece, não fujais desta minha oração! (Cf. LH: Sl 54, 17. 18. 19. 20. 23 e 2)
Ou opcional:
Contemplarei, justificado, a vossa face; e serei saciado quando se manifestar a vossa glória. (Cf. MR: Sl 16, 15) Sl. Ó Senhor, ouvi a minha justa causa, escutai-me e atendei o meu clamor! (Cf. LH: Sl 16, 1)
Coleta
Ó Deus, que mostrais a luz da vossa verdade aos que erram, para retornarem ao bom caminho, dai aos que professam a fé, rejeitar o que não convém ao cristão e abraçar tudo o que é digno deste nome. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Ex 12, 37-42
Naqueles dias, 37os filhos de Israel partiram de Ramsés para Sucot. Eram cerca de seiscentos mil homens a pé, sem contar as crianças. 38Além disso, uma multidão numerosa subiu com eles, assim como rebanhos consideráveis de ovelhas e bois.
39Com a massa trazida do Egito fizeram pães ázimos, já que a massa não pudera fermentar, pois foram expulsos do Egito, e não tinham podido esperar, nem preparar provisões para si.
40A permanência dos filhos de Israel no Egito foi de quatrocentos e trinta anos. 41No mesmo dia em que se concluíam os quatrocentos e trinta anos, todos os exércitos do Senhor saíram da terra do Egito. 42Aquela foi uma noite de vigília para o Senhor, quando os fez sair da terra do Egito: essa noite em honra do Senhor deve ser observada por todos os filhos de Israel em todas as suas gerações.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 135(136), 1 e 23-24. 10-12. 13-15
℟. Eterna é a sua misericórdia.
— Demos graças ao Senhor, porque ele é bom: porque eterno é seu amor! De nós, seu povo, humilhado, recordou-se: porque eterno é seu amor! De nossos inimigos libertou-nos: porque eterno é seu amor! ℟.
— Ele feriu os primogênitos do Egito porque eterno é seu amor! E tirou do meio deles Israel: porque eterno é seu amor! Com mão forte e com braço estendido: porque eterno é seu amor! ℟.
— Ele cortou o mar Vermelho em duas partes: porque eterno é o seu amor! Fez passar no meio dele Israel: porque eterno é o seu amor! E afogou o Faraó com suas tropas: porque eterno é seu amor! ℟.
℣. Em Cristo, Deus reconciliou consigo mesmo a humanidade; e a nós ele entregou esta reconciliação. (2Cor 5, 19) ℟.
Evangelho — Mt 12, 14-21
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Mateus
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 14os fariseus saíram e fizeram um plano para matar Jesus. 15Ao saber disso, Jesus retirou-se dali. Grandes multidões o seguiram, e ele curou a todos. 16E ordenou-lhes que não dissessem quem ele era, 17para se cumprir o que foi dito pelo profeta Isaías: 18“Eis o meu servo, que escolhi; o meu amado, no qual ponho a minha afeição; porei sobre ele o meu Espírito, e ele anunciará às nações o direito. 19Ele não discutirá, nem gritará, e ninguém ouvirá a sua voz nas praças. 20Não quebrará o caniço rachado, nem apagará o pavio que ainda fumega, até que faça triunfar o direito. 21Em seu nome as nações depositarão a sua esperança”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Ad te Dómine levávi ánimam meam: Deus meus, in te confído, non erubéscam: neque irrídeant me inimíci mei: étenim univérsi qui te expéctant, non confundéntur. (Ps. 24, 1-3)
Vernáculo:
A vós, meu Deus, elevo a minha alma, e confio em vós. Que eu não seja envergonhado, nem se riam de mim os meus inimigos! Pois não será desiludido quem em vós espera. (Cf. MR: Sl 24, 1-3)
Sobre as Oferendas
Olhai, Senhor, os dons da Igreja em oração e concedei que os fiéis que os recebem possam crescer em santidade. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Ou:
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue, permanece em mim e eu nele, diz o Senhor. (Jo 6, 56)
Ad libitum:
Qui manducat carnem meam, et bibit sanguinem meum, in me manet, et ego in eo, dicit Dominus. (Io. 6, 57; ℣. Ps. 118, 1. 2. 11. 49. 50. 72. 103. 105. 162 vel Ps. 22, 1-2a. 2b-3a. 3b. 4ab. 4cd. 5ab. 5cd. 6ab; p. 383)
Vernáculo:
O pássaro encontra abrigo e a andorinha um ninho para pôr os seus filhotes: os vossos altares, Senhor do universo, meu rei e meu Deus! Felizes os que habitam em vossa casa: sem cessar vos louvarão. (Cf. MR: Sl 83, 4-5)
Opcional:
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele, diz o Senhor. (Cf. MR: Jo 6, 56)
Depois da Comunhão
Alimentados pelos vossos dons, nós vos pedimos, Senhor, que cresçam em nós os frutos da nossa salvação cada vez que celebramos este mistério. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 19/07/2025
Servo sofredor, mas não vingativo
“Ele não discutirá, nem gritará, e ninguém ouvirá a sua voz nas praças. Não quebrará o caniço rachado, nem apagará a mecha que ainda fumega, até que faça triunfar o direito”.
“Ao saber disso”, ou seja, das maquinações que contra Ele preparavam os fariseus, “Jesus retirou-se dali” com seus discípulos para o mar (Mc 3, 7), isto é, para as margens do mar de Genesaré, nas fronteiras da Galiléia, por onde seria mais fácil fugir em caso de perigo. Até ali, porém, o seguiu uma grande multidão, reunida de todas as partes da Palestina. “Todos os que padeciam de algum mal se arrojavam a Ele para o tocar” (Mc 3, 10) e os endemoniados, prostrados aos seus pés, confessavam-no abertamente como Filho de Deus. “Advertiu-os, no entanto, que não dissessem quem Ele era”, para que se não inflamasse ainda mais o ânimo de seus inimigos. “Assim se cumpriu”, anota o evangelista S. Mateus, “o que foi dito pelo profeta Isaías” (cf. 42, 1-4): “Eis o meu servo, que escolhi” para ser o Messias; “o meu amado, no qual está meu agrado”, como reafirmei em seu Batismo (cf. Mt 3, 17). “Farei repousar sobre Ele o meu Espírito [1], e Ele anunciará às nações”, ou seja, a todos os povos pagãos, “o direito”, que é a justiça ou santidade contida em sua Lei e causada por sua graça. “Ele não discutirá nem gritará”, isto é, se absterá de toda rixa e contenção, mas usará de moderação e muita misericórdia, “e ninguém ouvirá a sua voz nas praças”, porque se fará ouvir mais pela inspiração interior da graça do que por discursos e raciocínios humanos. Será pois tão amante da paz, que “não quebrará o caniço rachado nem apagará a mecha que ainda fumega”, quer dizer, não fará desesperar aos que ainda preservam, apesar de seus pecados, alguma centelha de esperança da salvação; “até que faça o direito”, isto é, a justiça e a doutrina que vem pregando, “triunfar”, ou seja, dar o fruto esperado, que é levar a todas as gentes a esperança e os meios de salvação pelos méritos redentores do Messias. Por isso, conclui o profeta, “em seu nome as nações depositarão sua esperança”, já que “debaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens”, judeus ou gentios, “pelo qual devamos ser salvos” (At 4, 12) [2].
Deus abençoe você!
Santo do dia 19/07/2025
São Símaco, Papa (Memória Facultativa)
Local: Roma, Itália
Data: 19 de Julho † 514
O Papa Santo Anastácio havia morrido a 16 de novembro do ano 498 e foi escolhido para seu sucessor o diácono Símaco, filho de Fortunato e nascido na Sardenha, segundo certos manuscritos, em Roma, segundo outros. Símaco ocupou a Santa Sé por mais de quinze anos.
No começo de seu pontificado, a 1º de março de 499, reuniu em Roma e aí presidiu a um Concílio na Basílica de São Pedro. Aí, encontravam-se setenta e dois bispos, sessenta e sete padres e cinco diáconos. Fizeram-se três decretos para impedir as divergências nas eleições dos bispos. Entre os padres signatários, o primeiro foi o arcípreste Lourenço, do título de São Praxedes, o mesmo que tinha sido eleito antipapa. Por comiseração, o Papa Símaco fê-lo Bispo de Nocera.
O santo Papa Símaco que exercitava uma grande caridade para com os cativos e os confessores exilados teve também que sofrer uma perseguição. O patrício Festo, que tinha prometido ao imperador de Constantinopla levar o pontífice Romano às suas vistas, estava zangado por não ter podido fazer nomear, em 498, um Papa que tivesse aqueles sentimentos. Quatro anos depois, tornou a acender o fogo da discórdia e renovou o cisma do antipapa Lourenço. Os cismáticos acusaram caluniosamente Símaco de ter cometido adultérios e alienado os bens da Igreja. Como a discórdia aumentasse cada vez mais, os católicos, de acordo com o Papa, sugeriram ao rei Teodorico fazer decidir essa contenda com um numeroso concílio dos Bispos de seu reino. Os bispos receberam ordem, e os da Emília, da Ligúria e do Vêneto, que, para ir a Roma deviam passar por Ravena, perguntaram ao rei o motivo da reunião. Ele respondeu que era para examinar os crimes de que Símaco era acusado pelos inimigos. Os bispos disseram que o mesmo Papa é que devia convocar o Concílio: que a Santa-Sé tinha esse direito primeiro pelo mérito e principado de São Pedro, depois pela autoridade dos concílios, e que não se encontrava nenhum exemplo de que tivesse sido submetido ao juízo de seus inferiores. O rei disse que o Papa mesmo tinha manifestado, por suas cartas, vontade para a convocação do concílio. Os bispos pediram para ler essas cartas e o rei as mandou apresentar, assim como as peças do processo. Dos cento e quinze bispos que se reuniram em Roma, os primeiros, em sua qualidade de metropolitas, eram Lourenço de Milão e Pedro de Ravena. Como deviam presidir ao julgamento não quiseram ver o Papa Símaco, para não dar nenhum motivo de murmuração aos cismáticos; mas não se separaram para isso de sua comunhão, pois jamais deixaram de dizer seu nome no santo Sacrifício.
O concílio reuniu-se primeiro na basílica de Júlio, no mês de julho de 501, sob o consulado de Fausto Avieno, que era descendente da ilustre família dos Cipiões e que era do partido do Papa Símaco e da boa causa. Lá, os Bispos que tinham passado por Ravena, contaram o que tinham dito ao rei. Apesar disso, ainda havia uma inquietação geral sobre a legitimidade do concílio. Depois, quando falavam de começar o assunto principal, o Papa Símaco entrou na Igreja, demonstrou seu reconhecimento para com o rei pela convocação do concílio, declarou que ele mesmo o tinha desejado e, na presença de todos os Bispos, deu-lhes a autoridade para julgar a causa. Estes são os termos do Concílio.
Mas os cismáticos, em vez de provar suas acusações, recorreram à violência. Atacaram com armas o Papa e seu cortejo, no momento em que se dirigia segunda vez ao concílio. Tudo bem considerado, os bispos julgaram que era a vontade de Deus que se restituísse à Itália seu Pastor e que nada mais lhes restava que exortar os dissidentes à concórdia. A questão não era mais saber se Símaco tinha sido canonicamente eleito: não havia mais dúvidas a esse respeito, mas, se as coisas de que o acusavam os inimigos não o tornavam indigno do episcopado. Como os inimigos não apresentassem prova alguma canônica, nem legal e outros obstáculos ainda tornassem o julgamento impossível, os bispos resolveram entregar tudo ao juízo de Deus. Mandaram, então, delegados ao senado, para lhe declarar que as causas de Deus deviam ser deixadas ao juízo de Deus, a quem nada é oculto; que era preciso agir assim, sobretudo no caso presente, onde se tratava do sucessor de São Pedro; que quase todo o mundo se comunicava com Símaco e que era urgente remediar ao mal que pode causar a divisão. Eles fizeram várias vezes ao senado semelhantes advertências, exortando-o a aderir, como convinha aos filhos da Igreja, ao que tinha sido feito no concílio, segundo a inspiração de Deus. A causa primeira da discórdia estava, não no clero, nem no povo, mas no senado, ou melhor, num de seus chefes, o patrício Festo, que lhes tinha trazido o germe funesto de Constantinopla.
A 1º de outubro, o Papa São Símaco tinha reunido em Roma um concílio, cujos decretos respiram o mesmo vigor apostólico. Tratava-se de remediar aos males que as igrejas sofriam da parte daqueles que invadiam os bens, quer móveis, quer imóveis, que os fiéis tinham deixado por testamento às Igrejas, para a remissão de seus pecados e para conquistar a vida eterna. Os concílios precedentes já tinham feito diversas determinações a esse respeito; mas o Papa Símaco que, segundo a opinião dos bispos que fizeram várias aclamações em seu louvor, julgou que era necessário renová-las, para procurar desenrraigar os abusos que se multiplicavam pela invasão dos bens da Igreja. Ficou então estabelecido tratarem-se como hereges manifestos os usurpadores desses bens, e anatematizá-los, se se recusassem a restituí-los; proibiu-se também admiti-los à comunhão, até que tivessem satisfeito por uma restituição inteira. O concílio refere dois decretos do de Gangres, que proíbem, sob pena de anátema, receber ou dar as oblações dos fiéis, sem que o bispo o saiba, ou o administrador dos bens da Igreja.
Depois desses decretos tão importantes, todo o concílio, erguendo-se, exclamou oito vezes: Todas estas coisas nos agradam; pedimos que sejam confirmadas para sempre! Oito vezes: Jesus Cristo, ouvi-nos. Viva Símaco! Quinze vezes: Todo aquele que violar conscientemente estas coisas, que seja ferido com um anátema perpétuo! Enfim, dezoito vezes: Rogamos-vos confirmar nossos decretos!
A firmeza dessa linguagem, no começo do século sexto, sob um rei ariano, causará admiração, talvez. O que não deixará de admirar menos, é que esse rei ariano se conformava com tais decretos. Teodorico, tendo sabido, a pedido de Eustórgio, Bispo de Milão, que se tinham arrebatado àquela igreja bens e direitos que tinha na Sicília, ordenou que lhe fossem restituídos com a proibição de os usurpar no futuro.
Eis como nos primeiros anos do século sexto, mesmo depois de dois concílios ecumênicos a esse respeito, toda a Igreja do Oriente suplicava ao Papa lhe indicasse o caminho reto; eis como, há quatorze séculos, toda a Igreja do Oriente reconhecia solenemente que, depois de Deus, sua única salvação estava no Papa.
O Papa São Símaco morreu a 19 de julho de 514, tendo ocupado a Santa Sé durante quinze anos e perto de oito meses. A 26 do mesmo mês de julho, teve por sucessor Santo Hormisdas, sob cujo pontificado veremos a reconciliação do Oriente com Roma, a 6 de agosto.
Referência:
ROHRBACHER, Padre. Vida dos santos: Volume XIII. São Paulo: Editora das Américas, 1959. Edição atualizada por Jannart Moutinho Ribeiro; sob a supervisão do Prof. A. Della Nina. Adaptações: Equipe Pocket Terço. Disponível em: obrascatolicas.com. Acesso em: 11 jul. 2021.
São Símaco, rogai por nós!