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São Vicente de Paulo, Presbítero, Memória

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Antífona de entrada

O Espírito do Senhor repousa sobre mim; ele me consagrou com a unção, enviou-me para levar a boa-nova aos pobres e curar os corações contritos. (Cf. Lc 4, 18)
Iustus ut palma florébit: sicut cedrus Líbani multiplicábitur: plantátus in domo Dómini, in átriis domus Dei nostri. Ps. Bonum est confitéri Dómino: et psállere nómini tuo, Altíssime. (Ps. 91, 13. 14 et 2)
Vernáculo:
O justo florescerá como a palmeira e crescerá como o cedro do Líbano, plantado na casa do Senhor, nos átrios da casa do nosso Deus. (Cf. MR: Sl 91, 13-14) Sl. Como é bom agradecermos ao Senhor, e cantar salmos de louvor ao Deus Altíssimo! (Cf. LH: Sl 91, 2)

Coleta

Ó Deus, que, para o socorro dos pobres e formação do clero, enriquecestes o presbítero São Vicente de Paulo com as virtudes apostólicas, fazei-nos, animados pelo mesmo espírito, amar o que ele amou e praticar o que ensinou. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

Primeira Leitura (Ecl 3, 1-11)


Leitura do Livro do Eclesiastes


1Tudo tem seu tempo. Há um momento oportuno para tudo que acontece debaixo do céu. 2Tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de colher a planta. 3Tempo de matar e tempo de salvar; tempo de destruir e tempo de construir. 4Tempo de chorar e tempo de rir; tempo de lamentar e tempo de dançar. 5Tempo de atirar pedras e tempo de as amontoar; tempo de abraçar e tempo de se separar. 6Tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de esbanjar. 7Tempo de rasgar e tempo de costurar; tempo de calar e tempo de falar. 8Tempo de amar e tempo de odiar; tempo de guerra e tempo de paz.

9Que proveito tira o trabalhador de seu esforço? 10Observei a tarefa que Deus impôs aos homens, para que nela se ocupassem. 11As coisas que ele fez são todas boas no tempo oportuno. Além disso, ele dispôs que fossem permanentes; no entanto o homem jamais chega a conhecer o princípio e o fim da ação que Deus realiza.

— Palavra do Senhor.

— Graças a Deus.


Salmo Responsorial (Sl 143)


℟. Bendito seja o Senhor, meu rochedo!


— Bendito seja o Senhor, meu rochedo. Ele é meu amor, meu refúgio, libertador, fortaleza e abrigo. É meu escudo: é nele que espero. ℟.

— Que é o homem, Senhor, para vós? Por que dele cuidais tanto assim, e no filho do homem pensais? Como o sopro de vento é o homem, os seus dias são sombra que passa. ℟.


https://youtu.be/CZT1fEHuUek
℟. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
℣. Veio o Filho do Homem, a fim de servir e dar sua vida em resgate por muitos. (Mc 10, 45) ℟.

Evangelho (Lc 9, 18-22)


℣. O Senhor esteja convosco.

℟. Ele está no meio de nós.


℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo  segundo Lucas 

℟. Glória a vós, Senhor.


Aconteceu que Jesus 18estava rezando num lugar retirado, e os discípulos estavam com ele. Então Jesus perguntou-lhes: “Quem diz o povo que eu sou?” 19Eles responderam: “Uns dizem que és João Batista; outros, que és Elias; mas outros acham que és algum dos antigos profetas que ressuscitou”.

20Mas Jesus perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “O Cristo de Deus”. 21Mas Jesus proibiu-lhes severamente que contassem isso a alguém.

22E acrescentou: “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia”.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.


Antífona do Ofertório

In virtúte tua, Dómine, laetábitur iustus, et super salutáre tuum exsultábit veheménter: desidérium ánimae eius tribuísti ei. (Ps. 20, 2. 3)


Vernáculo:
Ó Senhor, em vossa força o rei se alegra; quanto exulta de alegria em vosso auxílio! O que sonhou seu coração, lhe concedestes; não recusastes os pedidos de seus lábios. (Cf. LH: Sl 20, 2. 3)

Sobre as Oferendas

Ó Deus, concedestes a São Vicente de Paulo a graça de imitar em sua vida o que celebrava nestes divinos mistérios; concedei-nos, pela força deste sacrifício, ser uma oferenda agradável aos vossos olhos. Por Cristo, nosso Senhor.



Antífona da Comunhão

Agradeçam ao Senhor por seu amor, e por suas maravilhas entre os homens! Deu de beber aos que sofriam tanta sede e os famintos saciou com muitos bens. (Cf. Sl 106, 8-9)
Amen dico vobis: quod vos, qui reliquístis ómnia, et secúti estis me, céntuplum accipiétis, et vitam aetérnam possidébitis. (Mt. 19, 28. 29; ℣. Ps. 20, 2. 3. 4. 5. 6. 7. 14)
Vernáculo:
Em verdade vos digo: vós que deixastes tudo e me seguistes, recebereis cem vezes mais e tereis como herança a vida eterna. (Cf. MR: Mt. 19, 28. 29)

Depois da Comunhão

Senhor, refeitos pelos sacramentos celestes, nós vos pedimos humildemente que o exemplo e a proteção de São Vicente de Paulo nos ajudem a imitar o vosso Filho na evangelização dos pobres. Por Cristo, nosso Senhor.

Homilia do dia 27/09/2024


A oração de Cristo precede a nossa


Foi a oração de Cristo que preparou a fé de Pedro, e é esta mesma oração a fonte da qual nasce a fé que Ele quer suscitar em todos os que se dedicam à vida de oração.

O Evangelho de hoje apresenta-nos a profissão de fé de S. Pedro, relatada de modo mais incisivo pelos Evangelhos sinóticos. O Senhor pergunta aos Apóstolos: “Vós, quem dizeis que eu sou?”, e Simão, tomando a frente daqueles de que era cabeça, proclama sem titubear: “O Cristo de Deus”. Um detalhe de não pouca importância desta narrativa, recolhido apenas pelo evangelista S. Lucas, é o fato de que, antes de ter lugar a profissão de Pedro, “Jesus estava rezando num lugar retirado, e os discípulos estavam com Ele”. Não há dúvidas, portanto, de que o ato de fé sobrenatural que o príncipe dos Apóstolos hoje realiza foi querido, pedido e preparado pela oração de Cristo. Também na Última Ceia, pouco antes de entregar-se à morte, Jesus revela que foi a sua oração, sempre tão grata ao Pai, o que livrou Pedro de cair nas mãos do diabo: “Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como o trigo; mas eu roguei por ti, para que a tua confiança não desfaleça; e tu, por tua vez, confirma os teus irmãos” (Lc 22, 31s). Ora, Jesus quer também o nosso ato de fé, e não temos por que duvidar de que Ele o pediu insistentemente ao Pai, para que, uma vez convertidos e iniciados na vida de oração, pudéssemos nos abrir à ação divina de sua graça e proclamar: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Se em alguma etapa da nossa vida espiritual já tivemos a segurança de haver sido tocados pela graça — não pela carne nem pelo sangue, mas pelo Pai que está nos céus (cf. Mt 16, 17) —, saibamos que isso foi fruto não tanto do nosso esforço pessoal quanto da oração de Cristo, que deseja ardentemente poder dizer a todos os que, encontrando-o na intimidade da prece, chegam a crer de verdade: “Abençoado és!” Rezemos, pois, e rezemos contínua e confiadamente, pois a oração de Cristo precede a nossa, preparando-a e elevando-a a alturas que, por nós mesmos, jamais poderíamos alcançar.

Deus abençoe você!

Nossa Missão
Evangelize com o Pocket Terço: pocketterco.com.br/ajude

Homilia Diária | O principal objetivo das obras de caridade (Memória de São Vicente de Paulo)

A figura de São Vicente de Paulo, cuja memória a Igreja hoje celebra, é um remédio eficaz contra a mentalidade “ativista” e “filantropista” que, infelizmente, tem deturpado os esforços caritativos de tantos fiéis: embora o cuidado físico e material dos mais pobres seja, sim, um dever urgente e irrenunciável, de nada adianta querer salvá-los do frio e da fome sem o propósito de salvá-los também, e antes de tudo, da condenação eterna. Porque sem verdadeira caridade, que nos impele a levar as almas para Cristo, nenhuma ajuda material terá valor. Ouça a homilia do Padre Paulo Ricardo para esta quinta-feira, 27 de setembro, e saiba mais sobre a vida caridosa e humilde de São Vicente de Paulo!


https://youtu.be/JkbDh8mFvrg

Santo do dia 27/09/2024

São Vicente de Paulo (Memória)
Local: Paris, França
Data: 27 de Setembro† 1660


São Vicente de Paulo, o santo "gigante da caridade", deve ser situado no tempo do pós-Concílio de Trento, participando decisivamente da Contrarreforma católica na França do século XVII. Neste século a França se elevava à categoria de primeira potência na Europa. Apesar de ter sido o século de Luís XIV, o Rei Sol, foi na realidade também o século das grandes misérias: crianças abandonadas, prostituição, pobreza e ruínas ocasionadas por revoluções e guerras, além de ignorância religiosa das populações rurais e do estado lamentável de boa parte do clero.

Neste triste quadro da situação social e religiosa da França, Deus suscitou um grande apóstolo, um dos santos mais extraordinariamente fecundos na Igreja. Vicente, nascido em 1581, era natural de Pouy, aldeia próxima a Dax. Seus pais eram proprietários de um pequeno sítio. O pai, observando com satisfação as excelentes qualidades de espírito do filho, atendendo ao desejo de Vicente, fez os maiores esforços para lhe favorecer os estudos eclesiásticos. Estudou com os franciscanos em Dax, tornando-se membro da Ordem Terceira da Penitência de São Francisco de Assis. Foi ordenado sacerdote em 1600 com apenas 19 anos, esperando que o estado eclesiástico fosse ocasião para afirmação social.

Vicente trabalhou nos primeiros anos de sacerdócio na pequena paróquia de Clichy, nas vizinhanças de Paris. Em Paris, Vicente travou conhecimento com o santo sacerdote Pedro de Bérulle, mais tarde cardeal. Bérulle tinha grande estima por Vicente e o persuadiu a que fosse o tutor dos filhos de Filipe de Gondi, conde de Joigny. Madame de Gondi ficou encantada com Vicente e o escolheu como seu diretor espiritual e confessor.

Aos poucos, porém, no meio de tantas misérias, seu espirito foi se abrindo para sua futura vocação de apóstolo e organizador de grandiosas obras sociais. É difícil sintetizar em poucas linhas a múltipla operosidade de São Vicente. Podemos destacar quatro campos ou quatro frentes de ação apostólica.

A evangelização dos agricultores: Pastor sensível aos problemas pastorais, deu-se com empenho à pregação nos meios rurais, onde grassava lamentável ignorância religiosa. Com um grupo de colaboradores, instituiu a Congregação da Missão com a qual procurou dar resposta a tal necessidade de evangelização. A primeira residência destes padres no priorado de São Lázaro, em Paris, os fará conhecidos popularmente como lazaristas. Às vezes, são chamados também de vicentinos.

A reforma do clero: Obra de grande importância foi a criação de seminários para a formação do clero, que ele promoveu com outros eclesiásticos do tempo. Seus padres lazaristas, além das missões populares, tornaram-se beneméritos por sua obra de direção de seminários, que desenvolverão, também no Brasil, desde o século XIX.

O serviço aos pobres: Com Santa Luísa de Marillac, Vicente enfrentará o problema da miséria, fundando a Sociedade das Filhas da Caridade, conhecidas popularmente como irmãs vicentinas. Com ela a assistência aos pobres tornou-se organizada. A Congregação Vicentina dedica-se ao serviço dos abandonados, dos órfãos, dos velhos, dos inválidos, das moças em perigo, dos doentes. Talvez seja esta a instituição cristã dedicada à pura prática da caridade de maior extensão na geografia e no tempo. Até hoje as Irmãs de Caridade trabalham em leprosários, orfanatos, hospitais, manicômios, escolas e asilos, continuando a presença de São Vicente. O livre acesso de São Vicente aos palácios dos grandes foi-lhe de imensa ajuda no seu apostolado. Ele sabia tirar do rico para dar aos pobres, não pela força, mas pela persuasão.

Luta contra o jansenismo: Por fim, é preciso lembrar o empenho de São Vicente em opor um dique à triste corrente espiritual de seu século, o jansenismo, que com seu rigorismo e pessimismo resfriava a espiritualidade católica. Foi ele que convenceu muitos bispos franceses a apresentar ao Papa uma súmula das ideias corrosivas do jansenismo, condenadas depois pela Igreja.

São Vicente morreu no dia 27 de setembro de 1660. Seu nome continua vivo como padroeiro das obras de caridade. O grande apóstolo foi canonizado pela Igreja como um santo que levou a sério a mensagem cristã de que o amor a Deus e o amor ao próximo andam de mãos dadas.

As orações da Missa relacionam São Vicente, sobretudo, com a evangelização dos pobres. A Antífona da entrada canta: Repousa sobre mim o Espírito do Senhor; ele me ungiu para levar a boa-nova aos pobres, e curar os corações contritos (cf. Lc 4,18).

A Oração coleta comemora o socorro dos pobres e a formação do clero praticados por São Vicente, enriquecido pelas virtudes apostólicas.

A Oração sobre as oferendas recorda o espírito com que São Vicente celebrava os sagrados mistérios. Lembra, indiretamente, o trabalho de Vicente na renovação do Clero. Que os sacerdotes vivam de acordo com os mistérios que celebram.

A Oração depois da Comunhão recorda novamente a pregação do Evangelho aos pobres: Ó Deus, alimentados por esta Eucaristia, nós vos pedimos que, a exemplo de São Vicente e amparados por sua proteção, imitemos o vosso Filho na pregação do evangelho aos pobres.

Em conclusão, a força da mensagem evangélica de São Vicente de Paulo é imensa. Foi, realmente, uma testemunha do Cristo Senhor. Ele soube unir ação e oração, o amor a Deus e o amor ao próximo.

Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.

São Vicente de Paulo, rogai por nós!

Textos Litúrgicos © Conferência Nacional dos Bispos do Brasil