3ª feira depois da Epifania
Antífona de entrada
Vernáculo:
Eis que veio o Senhor dos senhores, em suas mãos, o poder e a realeza. Sl. 1. Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus, vossa justiça ao descendente da realeza! 2. Os reis de Társis e das ilhas hão de vir e oferecer-lhes seus presentes e seus dons; e também os reis de Seba e de Sabá hão de trazer-lhe oferendas e tributos. 3. Os reis de toda a terra hão de adorá-lo, e todas as nações hão de servi-lo. (Cf. MR: Ml 3, 1; 1Cr 29, 12; Cf. LH: ℣. Sl 71, 1. 10. 11)
Coleta
Ó Deus, cujo Filho Unigênito se manifestou na realidade da nossa carne, concedei que, reconhecendo sua humanidade semelhante à nossa, sejamos interiormente transformados por ele. Que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.
Primeira Leitura (1Jo 4, 7-10)
Leitura da Primeira Carta de São João
7Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus. 8Quem não ama, não chegou a conhecer Deus, pois Deus é amor. 9Foi assim que o amor de Deus se manifestou entre nós: Deus enviou o seu Filho único ao mundo, para que tenhamos vida por meio dele.
10Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de reparação pelos nossos pecados.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial (Sl 71)
℟. Os reis de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!
— Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus, vossa justiça ao descendente da realeza! Com justiça ele governe o vosso povo, com equidade ele julgue os vossos pobres. ℟.
— Das montanhas venha a paz a todo o povo, e desça das colinas a justiça! Este Rei defenderá os que são pobres, os filhos dos humildes salvará. ℟.
— Nos seus dias a justiça florirá e grande paz, até que a lua perca o brilho! De mar a mar estenderá o seu domínio, e desde o rio até os confins de toda a terra! ℟.
℣. O Espírito do Senhor repousa sobre mim e enviou-me a anunciar aos pobres o Evangelho. (Lc 4, 18) ℟.
Evangelho (Mc 6, 34-44)
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Marcos
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 34Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas. 35Quando estava ficando tarde, os discípulos chegaram perto de Jesus e disseram: “Este lugar é deserto e já é tarde. 36Despede o povo, para que possa ir aos campos e povoados vizinhos comprar alguma coisa para comer”. 37Mas, Jesus respondeu: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Os discípulos perguntaram: “Queres que gastemos duzentos denários para comprar pão e dar-lhes de comer?” 38Jesus perguntou: “Quantos pães tendes? Ide ver”. Eles foram e responderam: “Cinco pães e dois peixes”. 39Então Jesus mandou que todos se sentassem na grama verde, formando grupos. 40E todos se sentaram, formando grupos de cem e de cinquenta pessoas. 41Depois Jesus pegou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu, pronunciou a bênção, partiu os pães e ia dando aos discípulos, para que os distribuíssem. Dividiu entre todos também os dois peixes. 42Todos comeram, ficaram satisfeitos, 43e recolheram doze cestos cheios de pedaços de pão e também dos peixes. 44O número dos que comeram os pães era de cinco mil homens.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Reges Tharsis et ínsulae múnera ófferent: reges Arabum et Saba dona addúcent: et adorábunt eum omnes reges terrae, omnes gentes sérvient ei. (Ps. 71, 10. 11)
Vernáculo:
Os reis de Társis e das ilhas hão de vir e oferecer-lhes seus presentes e seus dons; e também os reis de Seba e de Sabá hão de trazer-lhe oferendas e tributos. Os reis de toda a terra hão de adorá-lo, e todas as nações hão de servi-lo. (Cf. LH: Sl 71, 10. 11)
Sobre as Oferendas
Acolhei, ó Deus, nós vos pedimos, as oferendas do vosso povo, para que alcancemos nos celestes sacramentos o que professamos por nossa fé. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
Eles comeram e beberam à vontade; o Senhor satisfizera os seus desejos. Mal, porém, se tinham eles saciado, e a comida ainda estava em suas bocas. (Cf. LH: Sl 77, 29. 30)
Depois da Comunhão
Ó Deus, que pela nossa participação neste sacramento entrais em comunhão conosco, fazei que sua graça frutifique em nós e possamos conformar nossa vida aos dons que recebemos. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 04/01/2022
Um Deus que sofre conosco
Jesus, vendo a multidão esfomeada que o seguia, teve compaixão dela, porque eram como ovelhas sem pastor, necessitadas do pão da verdade e da proteção dos sacramentos.
No Evangelho de hoje, Jesus multiplica cinco pães e dois peixes e alimenta com esse pouco a cinco mil homens. O evangelista S. Marcos, como é do seu feitio, começa a narrativa desse episódio com a seguinte observação psicológica: “Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão” (v. 34). O Evangelho nos abre, assim, para a dimensão compassiva do Coração de Cristo, que não se limita a ter pena dos homens, mas a fazer suas as necessidades deles. Ele se compadece, não só por saber o que nos faz falta, mas por ter-se disposto a sofrer conosco, a carecer do necessário, a passar fome e frio, a não ter onde repousar a cabeça (cf. Mt 8, 20). As entranhas de misericórdia que nos descreve hoje o evangelista apontam, pois, para a realidade da Encarnação do Verbo, que assumiu uma humanidade em tudo igual à nossa, exceto no pecado, pela qual Ele pôde vir ao mundo e viver a nossa vida, com todas as dificuldades que lhe são inerentes.
Pensemos, por exemplo, nos trinta anos de vida oculta que Ele levou em Nazaré. Como todo trabalhador humilde, Jesus levantava-se ao cantar do galo, ainda extenuado dos trabalhos da jornada anterior; comia o pouco de pão que a Virgem Maria preparava com todo o cuidado; assistia S. José em seus afazeres na carpintaria; cumpria, enfim, seus deveres como um judeu piedoso, e foi por ter passado por tudo o que passamos que Ele podia, com o seu Coração de carne, ter compaixão de nós, que somos ovelhas sem pastor, pois precisamos de alimento e segurança: alimento não só para o corpo, mas para a alma, que está sempre faminta de verdade; segurança não só contra os perigos da vida, mas contra os ataques e as mentiras do demônio. Por isso, renovemos hoje a nossa fé naquelas palavras do autor da Epístola aos Hebreus: “Não temos nele”, em Jesus Cristo, “um pontífice incapaz de compadecer-se das nossas fraquezas. Ao contrário, passou pelas mesmas provações que nós, com exceção do pecado. Aproximemo-nos, pois, confiadamente do trono da graça”, ao nos alimentarmos hoje da S. Eucaristia, “a fim de alcançar misericórdia e achar a graça de um auxílio oportuno” (Hb 4, 15-16).
Deus abençoe você!
No Evangelho de hoje, Jesus vê as multidões e tem compaixão delas, “porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor”. Para sondar o significado dessa analogia, é preciso entender primeiro por que um rebanho precisa ser guardado e vigiado por um pastor. Que perigos ameaçam a vida das ovelhas quando não há quem as proteja? E por que nós, seres humanos, somos comparados a esses animais indefesos?Assista à homilia do Pe. Paulo Ricardo para esta terça-feira, dia 4 de janeiro, e medite conosco mais uma página do santo Evangelho.
Santo do dia 04/01/2022

Santa Ângela de Foligno (Memória Facultativa)
Local: Foligno, Itália
Data: 04 de Janeiro † 1309
A Igreja atribui-lhe o título de beata e sua memória é celebrada hoje pela Ordem franciscana da cidade de Foligno. O povo porém invoca-a com o nome de santa há muitos séculos. Ângela nasceu em 1248 na pequena cidade de Foligno. É uma das primeiras místicas italianas. Quando jovem, como sua contemporânea Margarida de Cortona, entregou-se às vaidades femininas, tendo teor de vida tranquila e folgada numa casa não de muito luxo, mas decorosa, juntamente com seu marido e filhos.
Não lhe faltaram também graves culpas morais culminadas numa série de comunhões e confissões sacrílegas. Aos 37 anos de idade, porém, mudou radicalmente seus costumes de vida. A morte do marido e dos filhos trouxe-lhe grandes dores e provações. Nessas trágicas circunstâncias mostrou uma força de alma acima do comum. No ano de 1285 São Francisco lhe apareceu em sonho e exortou-a a percorrer com coragem o caminho da perfeição. Ângela ingressou na Ordem Terceira de são Francisco e no ano de 1291 emitiu os votos religiosos. Empreendeu a peregrinação até Assis. Essa peregrinação deixou-lhe na alma um traço profundo. Foi durante essa viagem que Ângela teve experiências místicas desconcertantes, cuja testemunha foi o seu próprio confessor e parente, o beato Arnaldo de Foligno. Ele temeu, e pensando tratar-se de fenômenos diabólicos, obrigou a santa a contar-lhe suas experiências interiores.
A necessidade de iluminar as profundezas desta alma invadida pela graça deu assim origem a um dos mais preciosos livros sobre as experiências místicas de uma alma favorecida por Deus de modo especial. A autobiografia que a santa ditava em dialeto úmbrio era imediatamente traduzida em cristalino latim escolástico. Em trinta passagens Ângela ditou o que acontecia na sua alma, desde o momento da conversão até 1296, quando essas manifestações místicas tornaram-se menos frequentes e deram lugar a novas manifestações espirituais, de modo especial àquelas da maternidade espiritual que concentrou ao redor de Ângela um verdadeiro cenáculo de almas desejosas de perfeição.
Para elas a bem-aventurada enviava numerosas cartas e redigia-lhes também as Instruções salutares. A pobreza, a humildade, a caridade e a paz eram os seus grandes temas: "O supremo bem da alma é a paz verdadeira e perfeita... Quem quer, portanto, perfeito repouso trate de amar a Deus com todo o coração, pois Deus mora no coração. Ele é o único que dá e que pode dar a paz".
A mestra dos teólogos morreu em Foligno em 1309.
Referência:
SGARBOSSA, Mario; GIOVANNI, Luigi. Um santo para cada dia. São Paulo: Paulus, 1983. 397 p. Tradução de: Onofre Ribeiro. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
Santa Ângela de Foligno, rogai por nós!