Sábado da 4ª Semana da Quaresma
Memória Facultativa
São Vicente Ferrer, Presbítero
Antífona de entrada
Vernáculo:
Ondas da morte me envolveram totalmente, e as torrentes da maldade me aterraram; ao Senhor eu invoquei na minha angústia e de seu templo ele escutou a minha voz. (Cf. MR: Sl 17, 5-7) Sl. Eu vos amo, ó Senhor! Sois minha força, minha rocha, meu refúgio e Salvador! (Cf. LH: Sl 17, 2. 3a)
Coleta
Senhor, na vossa misericórdia dirigi os nossos corações, pois, sem o vosso auxílio, não vos podemos agradar. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Jr 11, 18-20
Leitura do Livro do Profeta Jeremias
18Senhor, avisaste-me e eu entendi; fizeste-me saber as intrigas deles. 19Eu era como manso cordeiro levado ao sacrifício, e não sabia que tramavam contra mim: “Vamos cortar a árvore em toda a sua força, eliminá-lo do mundo dos vivos, para seu nome não ser mais lembrado”.
20E tu, Senhor dos exércitos, que julgas com justiça e perscrutas os afetos do coração, concede que eu veja a vingança que tomarás contra eles, pois eu te confiei a minha causa.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 7, 2-3. 9bc-10. 11-12 (R. 2a)
℟. Senhor meu Deus, em vós procuro o meu refúgio.
— Senhor meu Deus, em vós procuro o meu refúgio: vinde salvar-me do inimigo, libertai-me! Não aconteça que agarrem minha vida como um leão que despedaça a sua presa, sem que ninguém venha salvar-me e libertar-me! ℟.
— Julgai-me, Senhor Deus, como eu mereço e segundo a inocência que há em mim! Ponde um fim à iniquidade dos perversos, e confirmai o vosso justo, ó Deus-Justiça, vós que sondais os nossos rins e corações. ℟.
— O Deus vivo é um escudo protetor, e salva aqueles que têm reto coração. Deus é juiz, e ele julga com justiça, mas é um Deus que ameaça cada dia. ℟.
℣. Felizes os que observam a palavra do Senhor de reto coração e que produzem muitos frutos, até o fim perseverantes! (Cf. Lc 8, 15) ℟.
Evangelho — Jo 7, 40-53
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo João
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 40ao ouvirem as palavras de Jesus, algumas pessoas da multidão diziam: “Este é, verdadeiramente, o Profeta”. 41Outros diziam: “Ele é o Messias”. Mas alguns objetavam: “Porventura o Messias virá da Galileia? 42Não diz a Escritura que o Messias será da descendência de Davi e virá de Belém, povoado de onde era Davi?” 43Assim, houve divisão no meio do povo por causa de Jesus. 44Alguns queriam prendê-lo, mas ninguém pôs as mãos nele. 45Então, os guardas do Templo voltaram para os sumos sacerdotes e os fariseus, e estes lhes perguntaram: “Por que não o trouxestes?” 46Os guardas responderam: “Ninguém jamais falou como este homem”. 47Então os fariseus disseram-lhes: “Também vós vos deixastes enganar? 48Por acaso algum dos chefes ou dos fariseus acreditou nele? 49Mas esta gente que não conhece a Lei, é maldita!”
50Nicodemos, porém, um dos fariseus, aquele que se tinha encontrado com Jesus anteriormente, disse: 51“Será que a nossa Lei julga alguém, antes de o ouvir e saber o que ele fez?” 52Eles responderam: “Também tu és galileu, porventura? Vai estudar e verás que da Galileia não surge profeta”. 53E cada um voltou para sua casa.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Factus est Dóminus firmaméntum meum, et refúgium meum, et liberátor meus: sperábo in eum. (Ps. 17, 3)
Vernáculo:
Ó meu Deus, sois o rochedo que me abriga, minha força e poderosa salvação, sois meu escudo e proteção: em vós espero! (Cf. LH: Sl 17, 3)
Sobre as Oferendas
Senhor, pelas oferendas que vos apresentamos, possamos ser reconciliados convosco, e nossas vontades, mesmo rebeldes, sejam reconduzidas a vós. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
Ó meu Deus, sois o rochedo que me abriga, minha força e poderosa salvação, sois meu escudo e proteção: em vós espero! (Cf. LH: Sl 17, 3)
Depois da Comunhão
Nós vos pedimos, Senhor, que o vosso sacramento nos purifique e o seu poder santificador nos torne agradáveis aos vossos olhos. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 05/04/2025
Fé, início do novo Povo de Deus
Cristo é a nova rocha que, abatida no lenho da cruz, faz brotar para os que nele têm fé o manancial inesgotável de graças do Espírito Santo, a fim saciar-nos no deserto desta vida.
Encontra-se o Senhor em Jerusalém. Ali está o centro do culto de Israel, ali estão os mestres e doutores da Lei, e ali está hoje o Messias que todos esperavam, mas que apenas uns poucos, e menos ainda dentre as classes abastadas e pensantes, puderam reconhecer. Ao saberem que Ele lá estava, mandam os chefes dos judeus um grupo de soldados prender Jesus; mas estes, ao lhe ouvirem os sermões, ficam tão fascinados, que não são capazes de pôr a mão nele: “Ninguém jamais falou como este homem” é a justificativa que dão aos chefes do povo. Entre estes, contam-se também umas poucas almas bem-dispostas, como Nicodemos, o mesmo sinedrita que fora procurar o Senhor à noite, por medo dos judeus, mas que, depois da Ressurreição, terá a coragem de professar publicamente sua fé em Cristo, com a qual e pela qual tem origem o novo Povo de Deus. E o motivo que reúne hoje tanta gente em Jerusalém, tanto fiéis como infiéis, é a comemoração da Festa dos Tabernáculos, por ocasião do qual se recordava o tempo em que Moisés guiara Israel pelo deserto e, ferindo uma rocha com sua vara, fez brotar água para saciar o povo. É este o contexto litúrgico em que se devem ler as palavras que o Senhor pronunciara há pouco: “Se alguém tiver sede, venha a mim e beba” (Jo 7, 37), pois é Ele a nova rocha da qual brotará para todos os que tiverem sede de verdade o manancial inesgotável de graças do Espírito Santo. No entanto, são os pobres e miseráveis, os simples e iletrados, e não os ricos e entendidos, que acolhem com fé as palavras de Jesus, e é esta fé no Cristo único e verdadeiro que dividirá de agora em diante o antigo povo de Deus entre os que crêem e os que não crêem, entre os que humildemente bebem da água de Cristo e os que soberbamente preferem passar sede. E nós, de que lado estaremos? Teremos a humildade de reconhecer a nossa sede e de que apenas em Cristo a podemos saciar? Ou iremos seguir o exemplo dos soberbos, que resistem a Deus e a quem Deus também resiste, preferindo morrer de sede a aceitar com fé o Cristo que veio a nós na humildade e pobreza para fazer-nos humildes e ricos em graça e virtude?
Deus abençoe você!
Santo do dia 05/04/2025
São Vicente Ferrer (Memória Facultativa)
Local: Vannes, França
Data: 05 de Abril † 1419
“Beba a água do mestre Vicente”, diz-se na Espanha para se incutir o silêncio. É alusão ao conselho que o santo deu a uma mulher casada que lhe pedia orientação para ter harmonia com o marido muito briguento: “Quando ele chegar do trabalho encha a boca de água e fique assim com a boca cheia por mais tempo que puder”. Evidentemente durante todo o tempo que estava com a boca cheia não podia responder aos insultos do marido. Essa anedota torna um tanto simpática a figura humana deste grande reformador dos costumes, que mereceu dos contemporâneos o apelido de anjo do Apocalipse, porque nas suas práticas costumava ameaçar com flagelos e tribulações.
Vicente nasceu em Valência em 1350. Aos dezessete anos já havia terminado filosofia e teologia e foi logo incluído no corpo docente. Entrando no convento dos dominicanos de Valência, foi ordenado sacerdote em 1378, data que coincide com o grande cisma do Ocidente até 1417. A grave confusão dividiu os cristãos em duas obediências: a de Roma e a de Avignon. Era inevitável que também espíritos corretos, como Vicente Ferrer, se encontrassem do lado do papa ilegítimo.
Fez tudo o que podia para restituir à Igreja a unidade. Percorreu quase toda a Europa, pregando com sua robusta voz, e um fato um tanto milagroso costumava acontecer em suas pregações: falava em sua língua materna e os fiéis de outras línguas o entendiam. Um grande arauto da mensagem cristã que, também na velhice, tinha tanto vigor na voz e pregava tão bem que as igrejas não continham as multidões. Por onde andava tinha de pregar em enormes praças. Em suas pregações fustigava os costumes, xingava, ameaçava.
Recomposta a unidade da Igreja no concílio de Constância, Vicente viajou pela França na tentativa de pôr fim à guerra dos Cem anos. Morreu no dia 5 de março de 1419.
Referência:
SGARBOSSA, Mario; GIOVANNI, Luigi. Um santo para cada dia. São Paulo: Paulus, 1983. 397 p. Tradução de: Onofre Ribeiro. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
São Vicente Ferrer, rogai por nós!