2ª feira depois da Epifania
Antífona de entrada
Vernáculo:
Eis que veio o Senhor dos senhores; em suas mãos, o poder e a realeza. Sl. Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus, vossa justiça ao descendente da realeza! Ant. Os reis de Társis e das ilhas hão de vir, e oferecer-lhes seus presentes e seus dons; e também os reis de Seba e de Sabá, hão de trazer-lhe oferendas e tributos. Ant. Os reis de toda a terra hão de adorá-lo, e todas as nações hão de servi-lo. Ant. (Cf. MR: Ml 3, 1; 1Cr 29, 12; ℣. Sl 71, 1. 10. 11)
Coleta
Ó Deus, o vosso Verbo et3rno ornou a face do céu e assumiu da Virgem Maria a fragilidade da nossa carne. Nós vos pedimos: aquele que, como esplendor da verdade, apareceu entre nós, manifeste a plenitude do seu poder para a redenção do mundo. Ele, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos do séculos.
Primeira Leitura — 1Jo 3, 22-4, 6
Leitura da Primeira Carta de São João
Caríssimos: 22qualquer coisa que pedimos recebemos dele, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos o que é do seu agrado. 23Este é o seu mandamento: que creiamos no nome do seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, de acordo com o mandamento que ele nos deu. 24Quem guarda os seus mandamentos permanece com Deus e Deus permanece com ele. Que ele permanece conosco, sabemo-lo pelo Espírito que ele nos deu.4, 1Caríssimos, não acrediteis em qualquer espírito, mas examinai os espíritos para ver se são de Deus, pois muitos falsos profetas vieram ao mundo. 2Este é o critério para saber se uma inspiração vem de Deus: todo espírito que leva a professar que Jesus Cristo veio na carne é de Deus; 3e todo espírito que não professa a fé em Jesus não é de Deus; é o espírito do Anticristo. Ouvistes dizer que o Anticristo virá; pois bem, ele já está no mundo.
4Filhinhos, vós sois de Deus e vós vencestes o Anticristo. Pois convosco está quem é maior do que aquele que está no mundo. 5Os vossos adversários são do mundo; por isso, agem conforme o mundo, e o mundo lhes presta ouvidos.
6Nós somos de Deus. Quem conhece a Deus, escuta-nos; quem não é de Deus não nos escuta. Nisto reconhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 2, 7-8. 10-11 (R. 8a)
℟. Eu te darei por tua herança os povos todos.
— O decreto do Senhor promulgarei, foi assim que me falou o Senhor Deus: “Tu és meu Filho, e eu hoje te gerei!” Podes pedir-me, e em resposta eu te darei por tua herança os povos todos e as nações, e há de ser a terra inteira o teu domínio ℟.
— E agora, poderosos, entendei; soberanos, aprendei esta lição: Com temor servi a Deus, rendei-lhe glória e prestai-lhe homenagem com respeito! ℟.
℣. Jesus pregava a Boa nova, o Reino anunciando, e curava toda espécie de doenças entre o povo. (Mt 4, 23) ℟.
Evangelho — Mt 4, 12-17. 23-25
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Mateus
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 12ao saber que João tinha sido preso, Jesus voltou para a Galileia. 13Deixou Nazaré e foi morar em Cafarnaum, que fica às margens do mar da Galileia, 14no território de Zabulon e Neftali, para se cumprir o que foi dito pelo profeta Isaías: 15“Terra de Zabulon, terra de Neftali, caminho do mar, região do outro lado do rio Jordão, Galileia dos pagãos! 16O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz; e para os que viviam na região escura da morte brilhou uma luz”.
17Daí em diante, Jesus começou a pregar, dizendo: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo”. 23Jesus andava por toda a Galileia, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todo tipo de doença e enfermidade do povo. 24E sua fama espalhou-se por toda a Síria. Levavam-lhe todos os doentes, que sofriam diversas enfermidades e tormentos: endemoninhados, epiléticos e paralíticos. E Jesus os curava. 25Numerosas multidões o seguiam, vindas da Galileia, da Decápole, de Jerusalém, da Judeia, e da região além do Jordão.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Reges Tharsis et ínsulae múnera ófferent: reges Arabum et Saba dona addúcent: et adorábunt eum omnes reges terrae, omnes gentes sévient ei. (Ps. 71, 10. 11)
Vernáculo:
Os reis de Társis e das ilhas hão de vir, e oferecer-lhes seus presentes e seus dons; e também os reis de Seba e de Sabá, hão de trazer-lhe oferendas e tributos. Os reis de toda a terra hão de adorá-lo, e todas as nações hão de servi-lo. (Cf. LH: Sl 71, 10. 11)
Sobre as Oferendas
Aceitai, Senhor, as nossas oferendas, nesta admirável troca de dons, para que oferecendo-vos o que nos destes, mereçamos acolher-vos em nós. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
Vimos a sua estrela no Oriente e viemos com presentes adorar o Senhor. (Cf. MR: Mt 2, 2)
Depois da Comunhão
Nós vos pedimos, ó Deus todo-poderoso, que a nossa vida seja sempre sustentada pela força dos vossos santos mistérios. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 06/01/2025
Uma luz que ilumina e incomoda
“O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz; e para os que viviam na região escura da morte brilhou uma luz”.
Iniciamos uma nova fase do Tempo do Natal com esta última semana depois da Epifania, na qual iremos refletir sobre a luz que é Cristo e nos ilumina interiormente. O Evangelho de hoje, tirado de S. Mateus, refere a profecia de Isaías: “Terra de Zabulon, terra de Neftali, caminho do mar, região do outro lado do Rio Jordão, Galiléia, dos pagãos: “O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz e para os que viviam na região escura da morte, brilhou uma luz”. Essa profecia fala de nós e do fato de que Cristo vem ao mundo como a “luz que ilumina todo homem”, como diz o prólogo de S. João. Acontece, porém, que essa luz brilha nas trevas: “Ele veio para os seus, mas os seus não o receberam”. Eis o primeiro mistério, o mistério da iniquidade. Lembremos aqui o mito da caverna de Platão. Imaginemos pessoas criadas nas trevas, dentro de uma caverna; de repente, alguém as convidou a sair e ir para luz: ora, aqueles olhos, tão desacostumados à luminosidade, veem a luz, mas como algo ruim, e por isso a rejeitam. Assim é a visita de Deus, a visita de Jesus às nossas vidas. Ele veio como luz para nos trazer a verdade; mas, miserável e infelizmente, o que vemos no dia a dia, no comportamento de muitos, é que as pessoas estão se esforçando tremendamente para não conhecer a verdade. São como crianças que tapam os ouvidos e dizem: “Não tô ouvindo, não quero saber!” Jesus quer fazer brilhar a sua luz, quer-nos revelar a verdade, uma verdade que liberta, mas Ele não nos garante que ela seja “agradável”. A verdade é libertadora, mas pode ser dolorosa. Jesus mesmo diz, no capítulo 3 do Evangelho de S. João, que os autores de obras não querem vir para luz, porque, é óbvio, ninguém nota o que se faz na penumbra: nas sombras, todo mundo é “lindo”, mas, quando se vem para a luz, manifesta-se a realidade — quem eu realmente sou, quem você realmente é. Neste tempo de Natal depois da Epifania, somos chamados por Deus a nos colocar debaixo de seu olhar bondoso e misericordioso. Ele, sim, conhece-me como eu sou de fato, como o que tenho de bom e de mau. Ele me conhece, e me conhece mais profundamente do que eu a mim mesmo. Esse olhar que me ilumina é uma luz benfazeja: ela ilumina e ama, mesmo que esse amor se manifesta às vezes como remédio amargo, incômodo, inquietante. Sim, saiamos das trevas! No início desse ano, Deus nos dá uma nova oportunidade. Não tenhamos medo de deixar nossa vida velha, não tenhamos medo de ouvir de nossos amigos que estamos “diferentes”, não tenhamos medo das chacotas, brincadeiras e gozações por sermos agora pessoas “piegas”, “carolas”, “santarronas”. De uma só coisa tenhamos medo: de desagradar o olhar bondoso de Deus. — Senhor, Vós sois meu amigo e, porque me conheceis profundamente, com uma luz que penetra até o fundo do meu ser, me amais e quereis o meu bem; sou eu que não me conheço, não me amo nem me faço o bem!
Deus abençoe você!
Santo do dia 06/01/2025
Epifania do Senhor (Solenidade)
Data: 06 de
A origem oriental desta solenidade está implícita no seu nome: Epifania (revelação, manifestação). Os latinos usavam a denominação festividade da declaração ou aparição com o significado de revelação da divindade de Cristo ao mundo pagão através da adoração dos magos, aos judeus com o batismo nas águas do Jordão e aos discípulos com o milagre das bodas de Caná. O episódio dos magos, que está além de possível reconstrução histórica, podemos considerá-lo, como o fizeram os Padres da Igreja, o símbolo e a manifestação do chamado de todos os povos pagãos à vida eterna. Os magos foram a declaração explícita de que o Evangelho era para ser pregado a todos os povos.
Na Igreja oriental é enfocado particularmente o batismo de Jesus. São Gregório Nazianzeno chama-a de "festa das luzes" e a contrapõe à festa pagã do sol invicto. Na realidade, tanto no Oriente como no Ocidente, a Epifania tem o caráter de solenidade ideológica que transcende os episódios históricos particulares. Celebra-se a manifestação de Deus aos homens na pessoa do Filho, isto é a primeira fase da redenção. Cristo se manifesta aos pagãos, aos judeus e aos apóstolos. São três momentos sucessivos do relacionamento Deus-homens.
Ao pagão Deus fala através do mundo visível; o esplendor do sol, a harmonia dos astros, a luz das estrelas no firmamento ilimitado são portadores de certa presença de Deus. Os magos descobriram no céu os sinais de Deus. Tendo como ponto de partida a natureza, os pagãos podem "cumprir as obras da lei", diz São Paulo. E aos habitantes de Listra: "... o Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo quanto neles há. Ele permitiu nos tempos passados que todas as nações seguissem os seus caminhos. Contudo, nunca deixou de dar testemunho de si mesmo, por seus benefícios: dando-vos do céu as chuvas e os tempos férteis, concedendo abundante alimento e enchendo os vossos corações de alegria" (At 14,15-17). Mas "ultimamente falou-nos por seu Filho, que constituiu herdeiro de tudo, por quem igualmente criou o mundo" (Hb 1, 2). Os numerosos mediadores da manifestação divina encontram seu término na pessoa de Jesus de Nazaré, no qual resplandece a glória de Deus. Por isso, podemos hoje exprimir "a humilde, trepidante, mas plena e jubilosa profissão de nossa fé, de nossa esperança e de nosso amor" (Paulo VI).
No Brasil, por determinação da CNBB, esta solenidade é celebrada no domingo, entre 2 e 8 de janeiro.
Referência:
SGARBOSSA, Mario; GIOVANNI, Luigi. Um santo para cada dia. São Paulo: Paulus, 1983. 397 p. Tradução de: Onofre Ribeiro. Adaptações: Equipe Pocket Terço.