Sábado da 4ª Semana do Tempo Comum
Memória Facultativa
Santa Maria no sábado ou São Jerônimo Emiliani, Presbítero ou Santa Josefina Bakhita, Virgem
Antífona de entrada
Vernáculo:
Gloriai-vos em seu nome que é santo, exulte o coração que busca a Deus! Procurai o Senhor Deus e seu poder, buscai constantemente a sua face! Sl. Dai graças ao Senhor, gritai seu nome, anunciai entre as nações seus grandes feitos! (Cf. LH: Sl 104, 3. 4 e 1)
Coleta
Concedei-nos, Senhor nosso Deus, adorar-vos de coração sincero e amar todas as pessoas com verdadeira caridade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Hb 13, 15-17. 20-21
Leitura da Carta aos Hebreus
Irmãos, 15por meio de Jesus, ofereçamos a Deus um perene sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que celebram o seu nome. 16Não vos esqueçais das boas ações e da comunhão, pois estes são os sacrifícios que agradam a Deus.
17Obedecei aos vossos líderes e segui suas orientações, porque eles cuidam de vós como quem há de prestar contas. Que possam fazê-lo com alegria, e não com queixas, que não seriam coisa boa para vós. 20O Deus da paz, que fez subir dentre os mortos aquele que se tornou, pelo sangue de uma aliança eterna, o grande pastor das ovelhas, nosso Senhor Jesus, 21vos torne aptos a todo bem, para fazerdes a sua vontade; que ele realize em nós o que lhe é agradável, por Jesus Cristo, ao qual seja dada a glória pelos séculos dos séculos. Amém!
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 22(23), 1-3a. 3b-4. 5. 6 (R. 1)
℟. O Senhor é o pastor que me conduz, não me falta coisa alguma.
— O Senhor é o pastor que me conduz; não me falta coisa alguma. Pelos prados e campinas verdejantes ele me leva a descansar. Para as águas repousantes me encaminha, e restaura as minhas forças. ℟.
— Ele me guia no caminho mais seguro, pela honra do seu nome. Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso, nenhum mal eu temerei. Estais comigo com bastão e com cajado, eles me dão a segurança! ℟.
— Preparais à minha frente uma mesa, bem à vista do inimigo; com óleo vós ungis minha cabeça, e o meu cálice transborda. ℟.
— Felicidade e todo bem hão de seguir-me, por toda a minha vida; e, na casa do Senhor, habitarei pelos tempos infinitos. ℟.
℣. Minhas ovelhas escutam minha voz, eu as conheço e elas me seguem. (Jo 10, 27) ℟.
Evangelho (Mc 6, 30-34)
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Marcos
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 30os apóstolos reuniram-se com Jesus e contaram tudo o que haviam feito e ensinado. 31Ele lhes disse: “Vinde sozinhos para um lugar deserto e descansai um pouco”. Havia, de fato, tanta gente chegando e saindo que não tinham tempo nem para comer. 32Então foram sozinhos, de barco, para um lugar deserto e afastado. 33Muitos os viram partir e reconheceram que eram eles. Saindo de todas as cidades, correram a pé, e chegaram lá antes deles.
34Ao desembarcar, Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Bonum est confiteri Domino, et psallere nomini tuo, altissime. (Ps. 91, 2)
Vernáculo:
Como é bom agradecermos ao Senhor e cantar salmos de louvor ao Deus Altíssimo! (Cf. LH: Sl 91, 2)
Sobre as Oferendas
Apresentamos, Senhor, no vosso altar os dons do nosso serviço. Acolhei-os com bondade e transformai-os em sacramento da nossa redenção. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Ou:
Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra. (Mt 5, 3-5)
Vernáculo:
Mostrai serena a vossa face ao vosso servo e salvai-me pela vossa compaixão. Não serei confundido, Senhor, porque vos invoquei. (Cf. MR: Sl 30, 17-18)
Depois da Comunhão
Alimentados com o sacramento da nossa redenção, nós vos pedimos, Senhor, que, com este auxílio de salvação eterna, cresça sempre mais a verdadeira fé. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 08/02/2025
Nossa vida é para os outros!
“Ao desembarcar, Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas.”
No Evangelho de hoje, Jesus está tentando descansar com seus Apóstolos. Porém, vendo que o povo o segue, Nosso Senhor se compadece deles e começa a ensinar-lhes muitas coisas.São estes atos de misericórdia que Jesus quer que todos os cristãos possuam, sejam eles padres ou leigos. Jesus não olha para nós com furor ou com raiva, e sim com compaixão e paciência.Quantas vezes somos importunados por alguém na hora em que queremos descansar? Todavia, é necessário entendermos que até mesmo o nosso descanso não tem um sentido em si mesmo; ao contrário, nós descansamos para ter energia suficiente para poder servir melhor aos outros. Para isso, devemos enxergar qual é a nossa identidade: somos para os outros, não para nós mesmos. Ainda que estejamos cansados, não devemos nos lamentar, porque Jesus sempre nos auxilia, nos ajuda a carregar nossas cruzes cotidianas. Infelizmente, temos o hábito de achar que nossa vida é para nós, mas não é assim. Fomos feitos para servir uns aos outros, para resolver problemas e para doar nossas vidas. Quando compreendermos essa realidade, iremos nos sentir muito mais leves e realizados. Nossas imperfeições continuam, mas precisamos pedir a Cristo que nos dê forças para aceitar que fomos feitos para os outros, tendo para com eles paciência e, principalmente, compaixão.
Deus abençoe você!
Santo do dia 08/02/2025
Santa Josefina Bakhita (Memória Facultativa)
Local: Schio, Itália
Data: 08 de Fevereiro † 1947
Nascida na região de Darfur, no Sudão (África) por volta de 1869, Bakhita, cujo nome em árabe (bakhit), significa Afortunada ou Fortunata, foi a primeira santa sudanesa. Educada em sua família no respeito pelo ser humano e pela natureza, compreendeu mais tarde, quando se tornou cristã e religiosa canossiana, que Deus sempre a havia amado e conduzido pelos caminhos da vida, mesmo quando ela nem sequer sabia de sua existência.
Ainda menina, com seus 7 anos de idade, foi feita escrava, capturada e vendida diversas vezes, considerada como objeto ou animal, sem direito algum, devendo apenas servir a seu patrão e ser obediente a ele, em meio a atrozes e humilhantes sofrimentos. O nome da pequena negra e desafortunada no momento, que misteriosa, mas providencialmente lhe foi dado pelos seus raptores, a fez "Afortunada", "Felizarda", "Amada de Deus e do povo", espalhando-se pelo mundo inteiro como uma santa cristã, conhecida em todos os continentes, símbolo de resgate para muitos africanos ainda hoje escravizados e comercializados.
Providência divina, Bakhita foi finalmente vendida e resgatada por um cônsul italiano e cedida a Calisto Legnani, em 1885. Ele a encaminhou para a família Michieli, que a levou para Veneza, onde se tornou babá de sua filhinha, que muito se afeiçoou a Bakhita. Na família, nossa então jovem Bakhita conheceu Illuminato Checchini, administrador dos bens do casal Michieli, e que marcou profundamente sua vida, sobretudo pela educação cristã que lhe deu. Foi ele quem a presenteou com o primeiro crucifixo, que ela nunca mais abandonou, adquirindo singular e extraordinária importância em sua vida. Foi ele quem a apoiou para tornar-se religiosa. Foram ele e seus filhos que acompanharam seu catecumenato e sua formação religiosa, do batismo, da crisma e da primeira comunhão à Consagração Religiosa, como Irmã Canossiana. Diz ela: "Eu me lembrava que, na minha aldeia na África, ao ver o sol, a lua e as estrelas, as belezas da natureza, eu me dizia: Quem é o dono destas lindas coisas? E sentia uma grande vontade de vê-lo, de conhecê-lo, de lhe prestar homenagem. E agora o conheço. Obrigada, obrigada, meu Deus!"
Aos poucos a tímida menina transformou-se em jovem decidida, e em 1889, libertada da escravidão, sentiu que devia ficar na Itália, onde poderia viver sua consagração "na casa do Senhor" e doar-se inteira a Deus, o divino Parón, o único e bom Patrão a quem passaria a obedecer com alegria: "Eu dou tudo ao Parón e ele cuida de mim..." E ainda, lembrando as tantas chicotadas que levou e que lhe deixaram mais de 100 marcas pelo corpo todo, assim se expressa: "Não morri, graças a um milagre do Senhor, que me destinava a coisas melhores... Estive no meio da lama, mas nunca me sujei".
Como negra e pobre, ela mesma não se achava digna de abraçar a Vida Religiosa. Mas vencidas as dificuldades, bem acolhida pelas Irmãs da Caridade, ingressou no noviciado de Veneza, em 1893, professando seus primeiros votos em Verona, em 1896. A intimidade com o Crucificado, a apaixonada devoção à Santa Eucaristia, o amor a Nossa Senhora, sua vida de oração, humildade e simplicidade, em extrema pobreza e total despojamento, sua inteira confiança em Deus e obediência à Vontade do Pai, fizeram de Bakhita já em vida a santa do povo. Passou seus últimos anos em Schio, com sérios problemas de saúde, mas sem uma queixa sequer. Quando voltou ao Paraíso de que tanto falava, no dia 8 de fevereiro de 1947, em seu quarto foram encontrados apenas o pequeno crucifixo, um livro de orações e o terço.
João Paulo II, que lhe tinha um amor especial, a proclamou "irmã universal" no dia de sua beatificação, em 1992, por ter ela vivido a suprema e verdadeira felicidade das bem-aventuranças. Seu testemunho de perdão evangélico, vivido no mais alto grau, bem o revela. Perguntada o que faria se encontrasse seus algozes, respondeu: "Se eu encontrasse os negreiros que me sequestraram e torturaram, me ajoelharia a seus pés e lhes beijaria as mãos, porque através deles eu conheci Jesus e me tornei cristã".
Canonizada pelo mesmo papa João Paulo II, em Roma, o dia 1º de outubro de 2000, festa de Santa Teresinha e ano do Grande Jubileu, uniu para sempre as duas santas missionárias, que iluminaram o mundo com seu ideal de salvar almas e derramar chuva de rosas do céu sobre a terra: "Se o Senhor permitir... do paraíso mandarei muitas graças para a salvação das almas".
Eis uma tradução provisória da Oração coleta que aparecerá na próxima edição do Missal romano: Ó Deus, que tendo conduzido Santa Josefina da vil escravidão à dignidade de vossa filha e esposa de Cristo, concedei-nos, a seu exemplo, seguir com amor constante o Senhor Jesus Crucificado e perseverar na caridade, sempre voltados à prática da misericórdia.
Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
Santa Josefina Bakhita, rogai por nós!
São Jerônimo Emiliani (Memória Facultativa)
Local: Somasca, Italiana
Data: 08 de Fevereiro † 1537
Parece mais exato chamá-lo com o sobrenome de Emiliani do que Emiliano. Jerônimo nasceu em Veneza, na Itália, em 1486, e morreu em Somasca, Bérgamo, a 8 de fevereiro de 1537. Pertencia à nobreza abastada de Veneza. Seguiu a carreira de armas, levando uma vida um tanto dissoluta. Tornou-se comandante da fortaleza de Castelnuovo, na luta dos Estados da Europa contra a prepotência da república de Veneza. Foi preso e lançado numa tétrica prisão. A solidão e os sofrimentos do calabouço levaram-no a Deus. Tomou o propósito de se dedicar totalmente à religião.
Ordenado sacerdote com 37 anos, voltou de Castelnuovo a Veneza, onde encontrou o verdadeiro campo para exercer a caridade: a carestia, a fome, as epidemias que faziam estragos dolorosos. Devido à guerra, por toda parte havia órfãos, crianças abandonadas, moças entregues à prostituição. Foi neste campo dos pobres e abandonados que Jerônimo exerceu seu apostolado. Todos os seus bens não bastavam para aliviar tanta miséria. Surgiram então amigos que o ajudaram em sua obra caritativa. Recolheu os órfãos e as crianças abandonadas, abriu escolas e orfanatos e casas de abrigo para acolher jovens decaídas, não só em Veneza, mas em várias cidades do norte da Itália, como Verona, Bréscia e Bérgamo e, por último, em Milão.
Em torno de Jerônimo formou-se um grupo de auxiliares que deu origem à Sociedade, Congregação ou Ordem dos Clérigos Regulares de Somasca (os somascos), destinada a socorrer as crianças órfãs, os pobres e as prostitutas em sua reabilitação moral. Morreu do mal contraído no serviço dos empesteados.
Jerônimo Emiliani destaca-se como um herói da caridade cristã à semelhança de São Camilo de Lellis e São Vicente de Paulo. Para este serviço de caridade na Igreja, mais tarde surgiram inúmeras congregações tanto masculinas como femininas.
A oração litúrgica apresenta São Jerônimo Emiliani como pai e protetor dos órfãos, símbolos de todo desamparado.
São Jerônimo Emiliani deixou uma mensagem muito rica do Evangelho: o amor aos pobres, desamparados, doentes de todo tipo, mas, sobretudo, pelas crianças e jovens abandonados. Estamos diante das obras de misericórdia do Evangelho de Cristo. Nele aparece a atitude de Cristo em relação à mulher marginalizada. Tratou-as com misericórdia procurando recuperá-las para a vida digna e a fé.
Quando a Igreja o celebra, está celebrando a própria vocação da prática das obras de misericórdia na partilha solidária dos bens de cada um. Nos pobres, nos doentes, nos marginalizados de toda sorte Cristo se faz presente de modo sacramental. Neles somos chamados a servir e amar o próprio Senhor Jesus. Trata-se de uma exigência do Evangelho para todos.
Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
São Jerônimo Emiliani, rogai por nós!