Santíssimo Sacramento do Corpo e Sangue de Cristo, Solenidade
Antífona de entrada
Vernáculo:
O Senhor alimentou seu povo com a flor do trigo e com o mel do rochedo o saciou. (Cf. MR: Sl 80, 17) Sl. 1. Exultai no Senhor, nossa força, e ao Deus de Jacó aclamai! 2. Cantai salmos, tocai tamborim, harpa e lira suaves tocai! 3. Porque eu sou o teu Deus e teu Senhor, que da terra do Egito te arranquei. Abre bem a tua boca e eu te sacio! (Cf. LH: Sl 80, 2. 3. 11)
Glória
Glória a Deus nas alturas,
e paz na terra aos homens por Ele amados.
Senhor Deus, rei dos céus,
Deus Pai todo-poderoso.
Nós vos louvamos,
nós vos bendizemos,
nós vos adoramos,
nós vos glorificamos,
nós vos damos graças
por vossa imensa glória.
Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito,
Senhor Deus, Cordeiro de Deus,
Filho de Deus Pai.
Vós que tirais o pecado do mundo,
tende piedade de nós.
Vós que tirais o pecado do mundo,
acolhei a nossa súplica.
Vós que estais à direita do Pai,
tende piedade de nós.
Só Vós sois o Santo,
só vós, o Senhor,
só vós, o Altíssimo,
Jesus Cristo,
com o Espírito Santo,
na glória de Deus Pai.
Amém.
Coleta
Senhor Jesus Cristo, neste admirável sacramento, nos deixastes o memorial da vossa paixão. Dai-nos venerar com tão grande amor o mistério do vosso Corpo e do vosso Sangue, que possamos colher continuamente os frutos da vossa redenção. Vós, que sois Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo.
Primeira Leitura (Gn 14, 18-20)
Leitura do Livro do Gênesis
Naqueles dias, 18Melquisedec, rei de Salém, trouxe pão e vinho e, como sacerdote do Deus Altíssimo, 19abençoou Abrão, dizendo: “Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, criador do céu e da terra!
20Bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou teus inimigos em tuas mãos!” E Abrão entregou-lhe o dízimo de tudo.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial (Sl 109)
℟. Tu és sacerdote eternamente segundo a ordem do rei Melquisedec!
— Palavra do Senhor ao meu Senhor: “Assenta-te ao lado meu direito até que eu ponha os inimigos teus como escabelo por debaixo de teus pés!” ℟.
— O Senhor estenderá desde Sião vosso cetro de poder, pois Ele diz: “Domina com vigor teus inimigos; ℟.
— tu és príncipe desde o dia em que nasceste; na glória e esplendor da santidade, como o orvalho, antes da aurora, eu te gerei!” ℟.
— Jurou o Senhor e manterá sua palavra: “Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem do rei Melquisedec!” ℟.
Segunda Leitura (1Cor 11, 23-26)
Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios
Irmãos: 23O que eu recebi do Senhor foi isso que eu vos transmiti: Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão 24e, depois de dar graças, partiu-o e disse: “Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em minha memória”.
25Do mesmo modo, depois da ceia, tomou também o cálice e disse: “Este cálice é a nova aliança, em meu sangue. Todas as vezes que dele beberdes, fazei isto em minha memória”.
26Todas as vezes, de fato, que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, estareis proclamando a morte do Senhor, até que ele venha.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Sequência
(Forma longa. A forma abreviada está indicada a partir colchetes)
Terra, exulta de alegria,
louva teu pastor e guia
com teus hinos, tua voz!
Tanto possas, tanto ouses,
em louvá-lo não repouses:
sempre excede o teu louvor!
Hoje a Igreja te convida:
ao pão vivo que dá vida
vem com ela celebrar!
Este pão, que o mundo o creia!
por Jesus, na santa ceia,
foi entregue aos que escolheu.
Nosso júbilo cantemos,
nosso amor manifestemos,
pois transborda o coração!
Quão solene a festa,
o dia, que da santa Eucaristia
nos recorda a instituição!
Novo Rei e nova mesa,
nova Páscoa e realeza,
foi-se a Páscoa dos judeus.
Era sombra o antigo povo,
o que é velho cede ao novo:
foge a noite, chega a luz.
O que o Cristo fez na ceia,
manda à Igreja que o rodeia
repeti-lo até voltar.
Seu preceito conhecemos:
pão e vinho consagremos
para nossa salvação.
Faz-se carne o pão de trigo,
faz-se sangue o vinho amigo:
deve-o crer todo cristão.
Se não vês nem compreendes,
gosto e vista tu transcendes,
elevado pela fé.
Pão e vinho, eis o que vemos;
mas ao Cristo é que nós temos
em tão ínfimos sinais...
Alimento verdadeiro,
permanece o Cristo inteiro
quer no vinho, quer no pão.
É por todos recebido,
não em parte ou dividido,
pois inteiro é que se dá!
Um ou mil comungam dele,
tanto este quanto aquele:
multiplica-se o Senhor.
Dá-se ao bom como ao perverso,
mas o efeito é bem diverso:
vida e morte traz em si...
Pensa bem: igual comida,
se ao que é bom enche de vida,
traz a morte para o mau.
Eis a hóstia dividida...
Quem hesita, quem duvida?
Como é toda o autor da vida,
a partícula também.
Jesus não é atingido:
o sinal é que é partido;
mas não é diminuído,
nem se muda o que contém.
[Eis o pão que os anjos comem
transformado em pão do homem;
só os filhos o consomem:
não será lançado aos cães!
Em sinais prefigurado,
por Abraão foi imolado,
no cordeiro aos pais foi dado,
no deserto foi maná...
Bom pastor, pão de verdade,
piedade, ó Jesus, piedade,
conservai-nos na unidade,
extingui nossa orfandade,
transportai-nos para o Pai!
Aos mortais dando comida,
dais também o pão da vida;
que a família assim nutrida
seja um dia reunida
aos convivas lá do céu!]
℣. Eu sou o pão vivo descido do céu; quem deste pão come, sempre há de viver! (Jo 6, 51) ℟.
Evangelho (Lc 9, 11b-17)
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Lucas
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 11bJesus acolheu as multidões, falava-lhes sobre o Reino de Deus e curava todos os que precisavam.
12A tarde vinha chegando. Os doze apóstolos aproximaram-se de Jesus e disseram: “Despede a multidão, para que possa ir aos povoados e campos vizinhos procurar hospedagem e comida, pois estamos num lugar deserto”.
13Mas Jesus disse: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Eles responderam: “Só temos cinco pães e dois peixes. A não ser que fôssemos comprar comida para toda essa gente”.
14Estavam ali mais ou menos cinco mil homens. Mas Jesus disse aos discípulos: “Mandai o povo sentar-se em grupos de cinquenta”.
15Os discípulos assim fizeram, e todos se sentaram. 16Então Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, elevou os olhos para o céu, abençoou-os, partiu-os e os deu aos discípulos para distribuí-los à multidão. 17Todos comeram e ficaram satisfeitos. E ainda foram recolhidos doze cestos dos pedaços que sobraram.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Creio
Creio em Deus Pai todo-poderoso,
Criador do céu e da terra.
E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor,
Às palavras seguintes, até Virgem Maria, todos se inclinam.
que foi concebido pelo poder do Espírito Santo,
nasceu da Virgem Maria,
padeceu sob Pôncio Pilatos,
foi crucificado, morto e sepultado,
desceu à mansão dos mortos,
ressuscitou ao terceiro dia,
subiu aos céus,
está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso,
donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo,
na santa Igreja Católica,
na comunhão dos santos,
na remissão dos pecados,
na ressurreição da carne
e na vida eterna. Amém.
Antífona do Ofertório
Portas caeli apéruit Dóminus: et pluit illis manna, ut éderent: panem caeli dedit illis: panem angelórum manducávit homo, allelúia. (Ps. 77, 23. 24. 25)
Vel:
Sanctificávit Móyses altáre Dómino, ófferens super illud holocáusta, et ímmolans víctimas: fecit sacrifícium vespertínum in odórem suavitátis Dómino Deo, in conspéctu filiórum Israel. (Cf. Ex. 24, 4. 5)Vernáculo:
Ordenou, então, às nuvens lá dos céus, e as comportas das alturas fez abrir; fez chover-lhes o maná e alimentou-os, e lhes deu para comer o pão do céu. O homem se nutriu do pão dos anjos, e mandou-lhes alimento em abundância, aleluia. (Cf. LH: Sl 77, 23. 24. 25)
Ou:
Moisés edificou ao pé da montanha um altar, mandou alguns jovens israelitas oferecer holocaustos e imolar novilhos como sacrifícios de paz para o Senhor. (Cf. Bíblia CNBB: Ex 24, 4. 5)Sobre as Oferendas
Concedei, ó Deus, à vossa Igreja os dons da unidade e da paz, simbolizados pelo pão e o vinho que oferecemos na sagrada Eucaristia. Por Cristo, nosso Senhor;
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
Este é o corpo que será entregue por vós, este é o cálice da nova aliança no meu sangue, diz o Senhor. Todas as vezes que os receberdes, fazei-o em minha memória. (Cf. MR: 1Cor 11, 24. 25)
Depois da Comunhão
Dai-nos, Senhor Jesus, possuir o gozo eterno da vossa divindade, que já começamos a saborear na terra, pela comunhão do vosso Corpo e do vosso Sangue. Vós, que viveis e reinais para sempre.
Homilia do dia 16/06/2022
A humanidade de Jesus está viva e presente na Santíssima Eucaristia
Muito se insiste, quando se fala da Eucaristia, que recebemos na comunhão o próprio Deus, e que é esta a forma mais íntima e perfeita de entrarmos em contato com Ele. Mas nunca é demais lembrar que essa união tão doce e divina é mediada pela santíssima humanidade de Cristo.
No sacramento da SS. Eucaristia, como ensina a doutrina católica, estão presentes, não em signo, figura ou virtude, mas verdadeira, real e substancialmente o Corpo e o Sangue, a Alma e a Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo e, portanto, o Cristo inteiro (cf. Concílio de Trento, sess. XIII, cân. 1). Assim o quis a caridade de Nosso Senhor, que por nossa salvação assumiu um Corpo como o nosso e, para nos unir a si e a Deus, deixou neste sacramento a verdade de sua presença corporal (cf. S. Tomás de Aquino, STh III, 75, 1 c.), ainda que só alcançável pelos olhos da fé: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele” (Jo 6, 56). Por isso, embora pela comunhão sejamos realmente unidos à Divindade, objeto e fim primário da nossa adoração, essa íntima união é mediada pela humanidade — Corpo, Sangue e Alma — de Cristo, de maneira que, ao recebermos o Filho de Deus na Eucaristia, entramos em comunhão também com um ser humano: Cristo, como ensina a fé católica e ortodoxa, não é uma pessoa humana, mas divina; no entanto, possui Ele tudo o que tem e compete a um homem íntegro e perfeito, e tudo isso está contido sacramentalmente na hóstia e vinho consagrados. A comunhão eucarística, por esse motivo, não deve ser vivida como uma vaga e, por assim dizer, “vaporosa” união espiritual com um Deus distante, mas como a relação mais estreita, interior, profunda e amorosa que podemos ter com um ser humano que é, ao mesmo tempo, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro. Com efeito, por mais que se amem os esposos, por maior que seja o carinho entre os irmãos, por mais firme que seja uma amizade, nenhum outro homem além de Cristo pode fazer o próprio Sangue correr nas nossas veias, a própria Alma penetrar e iluminar a nossa, o próprio Corpo como que fundir-se com cada célula do nosso. Sinal da mais perfeita caridade, a Eucaristia é pois a união com o Deus que se fez homem e com o Homem que é Deus: nela, recebemos não só a graça, mas o autor dela e o instrumento que no-la comunica; nela, recebendo a Cristo, recebemos também, por concomitância, toda a SS. Trindade, porque onde está o Filho, aí está o Pai; e onde estão os dois, ali está também o Espírito de amor que os une. Que a nossa comunhão eucarística seja pois cada vez mais devota e fervorosa, como um momento de encontro íntimo com aquele que, de tanto nos amar, não quis destituir-nos de sua presença real, mas unir-nos ao seu próprio ser em uma familiaríssima conjunção de corpo, alma e coração. — Graças e louvores se dêem a todo momento, ao santíssimo e diviníssimo sacramento!
Deus abençoe você!
Acusam-nos falsamente de muitas coisas: de adorar imagens, pela devoção que lhes temos; de invocar os mortos, por rezarmos aos santos; de idolatrar a Virgem Maria, por reconhecermos sua excelsa dignidade, e assim por diante. Mas uma só acusação é verdadeira e, por isso, não uma ofensa mas uma lisonja; não um ataque à nossa fé mas o atestado de sua verdade: amamos e adoramos, sim, a Hóstia sagrada, porque nela cremos ter presente a Cristo inteiro, em sua divindade adorável e em sua humanidade santíssima.Assista à homilia do Padre Paulo Ricardo para esta quinta-feira, dia 16 de junho, e proclamemos juntos a fé que o próprio Cristo nos ensinou: “A minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue, verdadeira bebida”.
Santo do dia 16/06/2022

Santa Lutgarda, Virgem (Memória Facultativa)
Local: Aywières, Bélgica
Data: 16 de Junho † 1246
Lutgarda nasceu em Tongres no ano de 1182. Vivendo entre as beneditinas de Santa Catarina, apareceu-lhe, um dia, Nosso Senhor. Mostrou-lhe as chagas sagradas, pedindo à jovem que o amasse exclusivamente: deixada com aquelas religiosas pelos pais que eram pobres, sem possibilidades de lhe dar sequer um pequenino dote para se casar, em Santa Catarina vivia Lutgarda a rir e a brincar, um tanto mundanamente.
Desde aquele aparecimento de Nosso Senhor, a santa virgem mudou completamente, atirando-se piedosamente à oração e às mortificações. E pôs-se a meditar a Paixão tão intensamente que, por vezes, era vista com a cabeça toda orvalhada de sangue.
Maria de Oignies, uma santa mulher belga, retirada numa cela em Namur, atestou que Lutgarda converteu muitíssimos pecadores e livrou um sem número de almas das durezas do Purgatório.
Para levar vida mais austera, a jovem deixou Santa Catarina e se fixou em Aywieres, no Brabante, então diocese de Namur. Como ali só se falasse o francês, Lutgarda rejubilou, porque, só conhecendo o alemão, podia dar-se tranquilamente ao silêncio e à humildade.
Onze anos antes de morrer, a santa virgem ficou cega. E, um dia, disse-lhe o Senhor que se preparasse para deixar o mundo rogando pelos pecadores abandonando-se a Deus.
Santa Lutgarda faleceu a 16 de junho de 1246 com sessenta e quatro anos de idade.
Referência:
ROHRBACHER, Padre. Vida dos santos: Volume X. São Paulo: Editora das Américas, 1959. Edição atualizada por Jannart Moutinho Ribeiro; sob a supervisão do Prof. A. Della Nina. Adaptações: Equipe Pocket Terço. Disponível em: obrascatolicas.com. Acesso em: 11 jun. 2022.