Assunção da Bem-aventurada Virgem Maria, Solenidade
Antífona de entrada
Ou:
Alegremo-nos todos no Senhor, celebrando este dia festivo em honra da Virgem Maria; os Anjos se alegram pela sua Assunção e dão glória ao Filho de Deus.
Ad libitum:
Gaudeamos omnes in Domino, diem festum celebrantes sub honore Mariae Virginis: de cuius Assumptione gaudent angeli, et collaudant Filium Dei. Ps. Eructavit cor meum verbum bonum: dico ego opera mea regi. (Ps. 44)
Vernáculo:
Então apareceu no céu um grande sinal: uma mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e, sobre a cabeça, uma coroa de doze estrelas. (Cf. Bíblia CNBB: Ap 12, 1) Sl. Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios! (Cf. LH: Sl 97, 1)
Opcional:
Alegremo-nos todos no Senhor, celebrando este dia festivo em honra da Virgem Maria: os anjos se alegram pela sua assunção e dão glória ao Filho de Deus. (Cf. MR) Sl. Transborda um poema do meu coração; vou cantar-vos, ó Rei, esta minha canção. (Cf. LH: Sl 44)
Coleta
Deus eterno e todo-poderoso, que elevastes à glória do céu em corpo e alma a imaculada Virgem Maria, Mãe do vosso Filho, dai-nos viver sempre atentos às coisas do alto para merecermos participar de sua glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Ap 11, 19a; 12, 1. 3-6a. 10ab
Leitura do Livro do Apocalipse de São João
Abriu-se o Templo de Deus que está no céu e apareceu no Templo a arca da Aliança. 12, 1Então apareceu no céu um grande sinal: uma Mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas.
3Então apareceu outro sinal no céu: um grande Dragão, cor de fogo. Tinha sete cabeças e dez chifres e, sobre as cabeças, sete coroas. 4Com a cauda, varria a terça parte das estrelas do céu, atirando-as sobre a terra. O Dragão parou diante da Mulher, que estava para dar à luz, pronto para devorar o seu Filho, logo que nascesse. 5E ela deu à luz um filho homem, que veio para governar todas as nações com cetro de ferro. Mas o Filho foi levado para junto de Deus e do seu trono. 6aA Mulher fugiu para o deserto, onde Deus lhe tinha preparado um lugar.
10abOuvi então uma voz forte no céu, proclamando: “Agora realizou-se a salvação, a força e a realeza do nosso Deus, e o poder do seu Cristo”.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 44(45), 10bc. 11. 12ab. 16 (R. 10b)
℟. À vossa direita se encontra a rainha, com veste esplendente de ouro de Ofir.
— As filhas de reis vêm ao vosso encontro, e à vossa direita se encontra a rainha com veste esplendente de ouro de Ofir. ℟.
— Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto: “Esquecei vosso povo e a casa paterna! Que o Rei se encante com vossa beleza! Prestai-lhe homenagem: é vosso Senhor! ℟.
— Entre cantos de festa e com grande alegria, ingressam, então, no palácio real”. ℟.
Segunda Leitura — 1Cor 15, 20-27a
Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios
Irmãos: 20Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram. 21Com efeito, por um homem veio a morte e é também por um homem que vem a ressurreição dos mortos. 22Como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos reviverão. 23Porém, cada qual segundo uma ordem determinada: Em primeiro lugar, Cristo, como primícias; depois, os que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda.
24A seguir, será o fim, quando ele entregar a realeza a Deus-Pai, depois de destruir todo principado e todo poder e força. 25Pois é preciso que ele reine até que todos os seus inimigos estejam debaixo de seus pés. 26O último inimigo a ser destruído é a morte. 27aCom efeito, “Deus pôs tudo debaixo de seus pés”.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
℣. Maria é elevada ao céu, alegram-se os coros dos anjos. ℟.
Evangelho — Lc 1, 39-56
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Lucas
℟. Glória a vós, Senhor.
Naqueles dias, 39Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia. 40Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. 41Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42Com um grande grito, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! 43Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? 44Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. 45Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”.
46Então Maria disse: “A minha alma engrandece o Senhor, 47e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, 48porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, 49porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. O seu nome é santo, 50e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o respeitam. 51Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração. 52Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. 53Encheu de bens os famintos, e despediu os ricos de mãos vazias. 54Socorreu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, 55conforme prometera aos nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre”. 56Maria ficou três meses com Isabel; depois voltou para casa.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Assumpta est Maria in caelum, gaudent angeli, collaudantes benedicunt Dominum, alleluia. (Graduale Romanum p.592)
Vernáculo:
Maria é elevada ao céu: alegrem-se os anjos e louvando bendigam ao Senhor, aleluia. (Trad. Direta)
Sobre as Oferendas
Suba até vós, Senhor, a oferenda de nossa devoção e, pela intercessão da Santíssima Virgem Maria, elevada ao céu, os nossos corações, inflamados por vosso amor, se orientem continuamente para vós.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
Desde agora as gerações hão de chamar-me de bendita. O Poderoso fez por mim maravilhas.(Cf. MR: Lc 1, 48. 49)
Depois da Comunhão
Senhor, que nos alimentastes com o sacramento da salvação, concedei-nos que, pela intercessão da Virgem Maria, elevada ao céu, sejamos conduzidos à glória da ressurreição. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 17/08/2025
A felicidade perpétua da Virgem Maria
“Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a vossa palavra”: foi com essas palavras, pronunciadas na obediência da fé, que começou a bem-aventurança da Santíssima Virgem Maria. Se quisermos ser verdadeiramente felizes, também nós precisamos dizer e viver a mesma coisa.
Meditação. — 1. Celebramos, neste domingo, a grande Solenidade da Assunção da Virgem Maria, cujo dogma foi proclamado por Pio XII, em 1950. “A imaculada Mãe de Deus”, diz a Bula Munificentissimus Deus, “terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial”. Essa glória, de que goza agora nossa Mãe Bendita, é um privilégio maior do que o de todos os demais anjos e santos juntos, de modo que a felicidade de cada um deles, no Céu, consiste também em ver a felicidade eterna de Maria, que está singularmente unida a Nosso Senhor Jesus Cristo.
No Evangelho de hoje, a “humilde escrava do Senhor” canta jubilosamente as maravilhas que Deus ainda realizaria em seu coração, como uma profecia da sua Assunção gloriosa. A alegria que Nossa Senhora experimentou desde a Anunciação do Anjo foi consumada com a sua coroação na glória celestial. Por isso, a solenidade de hoje deveria ser celebrada com demasiado enlevo por todos os fiéis católicos. Porque, afinal de contas, qual filho não se alegraria com a felicidade de sua mãe?
2. Devemos, portanto, compreender o que é a felicidade, em primeiro lugar, para podermos meditar sobre o que se passou verdadeiramente no coração de nossa Mãe, no Céu. A felicidade, em sentido estrito, é a realização plena do propósito para o qual determinado ser existe. A finalidade dos olhos, por exemplo, é a visão, assim como a finalidade das narinas é a respiração. A alma humana, consequentemente, possui também uma finalidade última e é na realização dessa finalidade que podemos ser realmente felizes.
Infelizmente, é verdade, as pessoas de hoje acreditam que podem se satisfazer totalmente, tendo a liberdade para escolher apenas o que mais lhes apetece. Desse modo, elas se comportam como crianças que querem comer só bobagens, e não as refeições nutritivas para o desenvolvimento de seu organismo. Aqui, porém, é preciso recordar uma frase muito propícia de Santo Agostinho: “Fizestes-nos para Vós e o nosso coração está inquieto enquanto não descansar em Vós” (Confissões, I, 1, 1). Não, homem nenhum pode encontrar a felicidade perfeitíssima fora de sua vocação para Deus. E a própria história da humanidade dá testemunho disso, sobretudo nos momentos em que ela mais se mostrou incrédula e irreverente ao Sagrado: todos aqueles que quiseram criar um paraíso sem Deus, neste mundo, só conseguiram produzir o inferno.
Além disso, a felicidade que já teríamos aqui na terra foi corrompida pelo pecado original. No “jardim das delícias de Deus”, nossos primeiros pais se deixaram seduzir pela palavra do inimigo, pelo que acabaram expulsos daquele paraíso terreno. Agora, carregamos os fardos das doenças, das contradições, das violências, enfim, de todo tipo de dor e sofrimento. Por isso, as tentativas de se criar um “mundo ideal” são bastante utópicas e só podem terminar em fracassos e contendas, com um acusando o outro pela própria miséria. Grosso modo, somos como galinhas num granjeiro, tendo de pôr ovos e bicando-nos mutuamente.
3. A boa notícia, por outro lado, é que o Deus felicíssimo quis nos tornar participantes da sua eterna felicidade no Céu. E para recebê-la, consequentemente, nós devemos imitar o exemplo de Nossa Senhora. Antes de tudo, a Virgem Santíssima recebeu a Boa-nova com um ato de fé no anúncio do mensageiro de Deus. Depois, feliz com a notícia, seguiu apressadamente para a casa de sua prima Isabel, a fim de ajudá-la em sua gravidez. E Santa Isabel a recebeu com estas palavras, cheias do Espírito Santo: “Bem-aventurada és tu que creste, pois se há de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas” (Lc 1, 45).
Deus trouxe a felicidade à Virgem Maria e quer compartilhá-la conosco também. Mas sem fé não é possível recebê-la, porque, como diz a Carta aos Hebreus, “a fé é fundamento daquilo que ainda se espera e prova de realidades que não se veem” (11, 1). Nossa Senhora, por sua vez, alcançou a perfeita bem-aventurança na eternidade e, hoje, pode cantar o Cântico dos Cânticos: “Eu sou do meu amado e meu amado é meu” (6, 3). Do mesmo modo, nós precisamos crer na posse dessa felicidade eterna, o prêmio dos eleitos, “os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam” e que “os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou” (1Cor 2, 9).
Peçamos, pois, à Virgem que nos ensine a crer com a mesma fé dos bem-aventurados.
Oração. — Mãe bendita, bem-aventurada Virgem Maria, vós que neste dia alcançastes a suma felicidade em corpo e alma no Céu, olhai compassiva para estes vossos filhos que peregrinam aqui na terra, e dai-nos viver com uma fé sempre crescente, uma esperança certa e um amor abrasado, para que, convosco, possamos um dia contemplar definitivamente a face daquele que quer entregar-se definitivamente a nós. Amém.
Deus abençoe você!
Santo do dia 17/08/2025
Santa Beatriz da Silva, Religiosa e Fundadora (Memória Facultativa)
Local: Toledo, Espanha
Data: 17 de Agosto † 1492
Beatriz da Silva nasceu em Ceuta, cidade do Norte de África virada para o Mediterrâneo, então governada pela Coroa de Portugal. O feliz acontecimento ocorreu em 1426, muito provavelmente, embora algumas biografias mencionem o ano de 1424.
Seu pai, Dom Ruy Gomes da Silva, ainda jovem, havia lutado na conquista da cidade de Ceuta em 1415; e com tanta coragem, que o Capitão da praça, o nobre Dom Pedro de Meneses, o recompensou, dando-lhe em casamento a filha Isabella. Esta foi, para várias alianças, ligada às casas reais de Espanha e Portugal. Seus filhos cresceram com amor e com a iluminação prudente da alma profundamente cristã de seus pais, especialmente da mãe. O irmão de Beatriz é na verdade o beato Amadeu da Silva (conhecido como Amadeus), que abraçou a Ordem de São Francisco na Itália e deu origem a um ramo da Ordem dos Frades Menores Reformados.
Em 1433 o pai de Beatriz foi nomeado major da vila de Campo Maior, em Portugal, para onde se mudou com toda a família. Em Portugal, portanto, a futura santa viveu os tempos da sua infância e juventude, cultivando as qualidades exaltadas da sua alma privilegiada e preparando-se para as provações futuras. A experiência do sofrimento físico e moral, como prova de amor, é frequente no caminho para aqueles a quem o Senhor deseja dar a coroa da vida, prometida a quem o ama (cf. Tg 1, 12).
Em 1447, com cerca de vinte anos, Beatriz acompanhou a Infanta Isabel de Portugal como dama de companhia, por ocasião do seu casamento com João II de Castela. A corte de Castela, que na época se localizava em Tordesilhas, caracterizou-se pela intriga e pela cortesia, em meio às quais a jovem se sentia inquieta. Sua beleza e virtude atraíram os nobres castelhanos, que lutaram por sua amizade e amor. Isso despertou o ciúme de Isabella que a maltratava, até que ela a trancou em um baú trancado por três dias, sem lhe dar comida ou bebida, colocando-a em risco de perder a vida.
Durante o seu confinamento, Beatriz invocou a Nossa Senhora, que lhe apareceu vestida de branco e azul, convidando-a a fundar uma ordem religiosa que apoiasse a sua Imaculada Conceição, cujos membros usariam um vestido semelhante ao dela. Para retribuir esse dom, a jovem optou por fazer o voto de virgindade perpétua no mosteiro de San Domenico, onde se dedicou exclusivamente a Deus durante trinta anos.
Após estes 30 anos de dedicação a Deus decidiu fundar um novo mosteiro e a Ordem da Imaculada Conceição, em honra do Mistério da Imaculada Conceição e para a propagação do seu culto.
Para o efeito obteve o apoio da Rainha Isabel, conhecida como Católica, filha de João II e Isabel de Portugal. O soberano deu-lhe o palácio da Galiana em Toledo, com a vizinha igreja de Santa Fé, pelo que Beatriz, em 1484, mudou-se para a nova residência com doze companheiros, constituindo assim uma nova família monástica, aprovada pelo Papa Inocêncio VIII, 30 de abril 1489 com a bula "Inter Universa".
A data de sua morte é incerta: algumas fontes afirmam que ela morreu em 17 de agosto de 1490, sem fazer votos. Outros, por outro lado, declaram que ela morreu em 1492, depois de tê-los emitido junto com as primeiras irmãs. Seu projeto de fundação foi realizado por seus discípulos e pelos Frades menores.
Fonte: causesanti.va
Santa Beatriz da Silva, rogai por nós!