Sábado da 1ª Semana do Advento
Memória Facultativa
São Nicolau, Bispo
Antífona de entrada
Vernáculo:
A vós, meu Deus, elevo a minha alma, e confio em vós. Que eu não seja envergonhado, nem se riam de mim os meus inimigos! Pois não será desiludido quem em vós espera. (Cf. MR: Sl 24, 1-3) ℣. Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos, e fazei-me conhecer a vossa estrada! (Cf. LH: Sl 24, 4)
Coleta
Ó Deus, que enviastes a este mundo o vosso Unigênito para libertar a humanidade da antiga escravidão, concedei, aos que esperamos com devoção a sua vinda, alcançar o prêmio da verdadeira liberdade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Is 30, 19-21. 23-26
Leitura do Livro do Profeta Isaías
Assim fala o Senhor, o Santo de Israel: 19“Povo de Sião, que habitas em Jerusalém, não terás motivo algum para chorar: ele se comoverá à voz do teu clamor; logo que te ouvir, ele atenderá.
20O Senhor decerto dará a todos o pão da angústia e a água da aflição, não se apartará mais de ti o teu mestre; teus olhos poderão vê-lo 21e teus ouvidos poderão ouvir a palavra de aviso atrás de ti: ʽo caminho é este para todos, segui por eleʼ, sem desviar-vos à direita ou à esquerda.
23Ele te dará chuva para a semente que tiveres semeado na terra, e o fruto da terra será abundante e rico; nesse dia, o teu rebanho pastará em vastas pastagens, 24teus bois e os animais que lavram a terra comerão forragem salgada, limpa com pá e peneira.
25Haverá em toda montanha alta e em toda colina elevada arroios de água corrente, num dia em que muitos serão mortos com o desabamento de seus torreões.
26A lua brilhará como a luz do sol e o sol brilhará sete vezes mais, como a luz de sete dias, no dia em que o Senhor curar a ferida de seu povo e fizer sarar a lesão de sua chaga”.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 146(147A), 1-2. 3-4. 5-6 (R. Is 30, 18)
℟. Felizes são aqueles que esperam no Senhor!
— Louvai o Senhor Deus, porque ele é bom, cantai ao nosso Deus, porque é suave: ele é digno de louvor, ele o merece! O Senhor reconstruiu Jerusalém, e os dispersos de Israel juntou de novo; ℟.
— ele conforta os corações despedaçados, ele enfaixa suas feridas e as cura; fixa o número de todas as estrelas e chama a cada uma por seu nome. ℟.
— É grande e onipotente o nosso Deus, seu saber não tem medida nem limites. O Senhor Deus é o amparo dos humildes, mas dobra até o chão os que são ímpios. ℟.
℣. É o Senhor nosso juiz e nosso Rei. O Senhor legislador nos salvará. (Is 33, 22) ℟.
Evangelho — Mt 9, 35–10, 1. 6-8
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Mateus
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 35Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino, e curando todo tipo de doença e enfermidade.
36Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. Então disse a seus discípulos: 37“A Messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. 38Pedi pois ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!”
10, 1E, chamando os seus doze discípulos deu-lhes poder para expulsarem os espíritos maus e para curarem todo tipo de doença e enfermidade.
Enviou-os com as seguintes recomendações: 6“Ide, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel! 7Em vosso caminho, anunciai: ‘O Reino dos Céus está próximo’. 8Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar!”
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Ad te Dómine levávi ánimam meam: Deus meus, in te confído, non erubéscam: neque irrídeant me inimíci mei: étenim univérsi qui te exspéctant, non confundéntur. (Ps. 24, 1-3)
Vernáculo:
A vós, meu Deus, elevo a minha alma, e confio em vós. Que eu não seja envergonhado, nem se riam de mim os meus inimigos! Pois não será desiludido quem em vós espera. (Cf. MR: Sl 24,1-3)
Sobre as Oferendas
Possamos, Senhor, oferecer-vos sem cessar este nosso sacrifício, para que, ao celebrarmos o sacramento que nos destes, realizem-se em nós as maravilhas da salvação. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
O Senhor nos dará tudo o que é bom, e a nossa terra nos dará suas colheitas. (Cf. MR: Sl 84, 13)
Depois da Comunhão
Imploramos, Senhor, vossa clemência, para que estes divinos auxílios nos purifiquem dos pecados e nos preparem para as festas que se aproximam. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 06/12/2025
Um bom pastor é um advento de Cristo
Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. Então disse a seus discípulos: “Pedi ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!”
1. O Pastor de Israel. — O Evangelho de hoje nos mostra a compaixão de Jesus para com o seu povo, feito como “ovelhas sem pastor” (v. 36). É importante lembrar que Deus, no Antigo Testamento, preparou o seu povo, e Ele, como Pastor dos pastores, nos recorda no salmo: “O Senhor é o pastor que nos conduz” (cf. Sl 22). Ora, por que o pastor é necessário? Porque as ovelhas são animais indefesos que podem desviar-se facilmente, cair em perigos, abismos, ser atacados por lobos. Daí ser necessário um pastor disposto a colocar a vida em risco para protegê-las dos perigos, estar com elas e orientá-las. A voz do pastor é importante, e a ovelha tem a capacidade de distinguir a voz e o chamado dele e ir ao lugar em que o pastor a convoca. Pois bem, essa realidade é um símbolo para dizer que “Deus é o verdadeiro pastor de Israel”. No entanto, no Antigo Testamento Deus instituiu certos ungidos, “cristos” seus encarregados de conduzir o mesmo povo. Quem eram esses “cristos”? Eram os sacerdotes, os profetas e os reis. Eram três classes, três funções de ungidos pelo Espírito Santo, ungidos por Deus para guiar o povo: o sacerdote na santificação, nos sacrifícios, na oração e na intercessão; os profetas, dando ao povo a palavra que vinha diretamente de Deus; e os reis, governando, pondo a todos em ordem e protegendo-os dos perigos que tinham de enfrentar. Ora, acontece que esses ungidos, esses “cristos” do Antigo Testamento, foram quase todos caducando pouco a pouco, porque não corresponderam ao chamado de Deus. O profeta Ezequiel traduz claramente a lamentação de Deus pelos pastores de Israel, que, ao invés de servir as ovelhas, se serviam delas. Jesus, aqui, vê essa mesma realidade: os líderes religiosos de sua época maltratavam o povo, disperso como ovelhas sem pastor, presas de Satanás. Jesus é o arquipastor, para usar a linguagem da Primeira Carta de São Pedro, o Pastor supremo que vem cuidar do seu povo e dar a vida pelas ovelhas. É isso que diz o próprio Jesus no capítulo 10 do Evangelho de S. João.
2. É preciso pedir bons pastores. — No entanto, Jesus nos recorda no Evangelho de hoje que Ele não quer desempenhar essa função sozinho: Ele quer instrumentos, novos pastores, ou seja, os sacerdotes do Novo Testamento. Ele diz: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos; pedi, pois, ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita” (v. 38). E chamando os Doze, “deu-lhes poder, enviou-os para ensinar” (cf. Mt 10,). Notemos como Jesus instituiu esses novos pastores. Ao longo dos séculos, a Igreja que, com a providência de Cristo, sempre teve pastores, também teve seus momentos de crise, principalmente quando os pastores falham na sua missão. Estamos vivendo um período semelhante, em que, infelizmente, os que deveriam ser pastores não têm a intimidade e a amizade com Cristo necessárias ao seu serviço. Assim, o povo termina sem quem lhes oriente, aponte o caminho, diga o que é o certo e errado, ensine o que fazer para salvar a própria alma… Parece que, de fato, vivemos um tempo de castigo, com ausência de pastores e muitas ovelhas tresmalhadas. Como resolver o problema? Nosso Senhor no-lo diz no Evangelho: “Pedi, pois, ao Senhor da messe”. Peçamos a Deus, insistentemente, sacerdotes segundo o S. Coração de Jesus e o Imaculado Coração de Maria. Sim, porque o sacerdote é uma forma da presença de Deus, é um advento de Deus. Um bom padre é um advento de Deus, é uma parousia do Senhor, é uma presença divina na vida dos outros. Rezemos, supliquemos, peçamos sacerdotes conforme o Coração de Deus!
Deus abençoe você!
Santo do dia 06/12/2025
São Nicolau de Mira (Memória Facultativa)
Local: Mira, Turquia
Data: 06 de Dezembro † s. IV
Como em outros casos, estamos diante de um santo de intensa devoção popular, envolto nas brumas do legendário. Sobre a história do culto a São Nicolau se poderia escrever com facilidade um livro. Sobre sua vida a única coisa que se sabe de certo é que foi bispo de Mira, atual Dembre Maritima na Turquia, durante o século IV. Consta que, como Bispo, participou do Concilio de Niceia em 325.
São Nicolau é conhecido e venerado, sobretudo, pela extrema caridade para com os pobres. Teria distribuído entre eles a fortuna herdada de seus pais. Em sua vida registra-se o caso de três moças, cujo pai pobre, não podendo fornecer dotes para o casamento, aconselhava as filhas a se entregarem à prostituição. Nicolau, ao saber disso, jogou pela janela da casa das moças três bolsas com o dinheiro suficiente para os dotes das jovens.
Ele é particularmente venerado na Rússia e em todo o Oriente. É padroeiro de incontáveis localidades e igrejas; é também padroeiro dos marinheiros e navegantes. Seu culto difundiu-se também na Itália no século XI, quando em Bári lhe foi dedicada uma basílica. Para lá, anos mais tarde, foram trasladadas suas relíquias.
Em lendas surgidas no século VI, São Nicolau aparece realizando estupendos milagres. No século XII, surgiu o costume de representar São Nicolau dando doces às crianças, na vigília de sua festa, talvez numa transposição do milagre do bispo que, conforme a lenda, teria ressuscitado três meninos assassinados e salgados, ou do dote providenciado para as três jovens. Mais tarde, esse costume se desenvolveu por influência dos mitos germânicos da natureza.
E no século IX, no norte da Alemanha, o folclore pagão substituiu São Nicolau pelo "Homem do Natal" (Weihnachtsmann), mudando seu nome para "Santa Klaus", Sint Klaeg ou para o velho e ridículo "Papa Noël" dos franceses. Nos países nórdicos europeus ou de origem nórdica, Sankt Nikolaus, Santa Klaus, é o santo bispo de barbas brancas, que traz presentes às crianças no dia 6 de dezembro. Aos poucos ele é travestido de "Papa Noël" e, mais tarde, comercialmente instrumentalizado para promoção da festa do Natal, sobretudo, nos Estados Unidos da América. Hoje o personagem principal não é mais Jesus Cristo, o Messias que nasce, mas o "Papai Noel", uma deturpação da figura de São Nicolau.
A Oração coleta não entra nos meandros das lendas. São Nicolau é invocado contra todo perigo, para que se abra diante de nós, sem obstáculo, o caminho da salvação. Estamos, portanto, diante de um bispo que exerceu a função de bom pastor.
Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
São Nicolau de Mira, rogai por nós!


