6ª feira da 33ª Semana do Tempo Comum
Memória Facultativa
Dedicação das Basílicas de São Pedro e São Paulo, Apóstolos
Antífona de entrada
Vernáculo:
Meus pensamentos são de paz e não de aflição, diz o Senhor. Vós me invocareis, e hei de escutar-vos, e vos trarei de vosso cativeiro, de onde estiverdes. (Cf. MR: Jr 29, 11. 12. 14) Sl. Favorecestes, ó Senhor, a vossa terra, libertastes os cativos de Jacó. (Cf. LH: Sl 84, 2)
Coleta
Senhor nosso Deus, fazei que a nossa alegria consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos felicidade completa servindo a vós, o criador de todas as coisas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Primeira Leitura (Ap 10, 8-11)
Leitura do Livro do Apocalipse de São João
8Aquela mesma voz do céu, que eu, João, já tinha ouvido, tornou a falar comigo: “Vai. Pega o livrinho aberto da mão do anjo que está de pé sobre o mar e a terra”. 9Eu fui até ao anjo e pedi que me entregasse o livrinho. Ele me falou: “Pega e come. Será amargo no estômago, mas na tua boca, será doce como mel”. 10Peguei da mão do anjo o livrinho e comi-o. Na boca era doce como mel, mas quando o engoli, meu estômago tornou-se amargo. 11Então ele me disse: “Deves profetizar ainda contra outros povos e nações, línguas e reis”.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial (Sl 118)
℟. Como é doce ao paladar vossa palavra, ó Senhor!
— Seguindo vossa lei me rejubilo muito mais do que em todas as riquezas. ℟.
— Minha alegria é a vossa Aliança, meus conselheiros são os vossos mandamentos. ℟.
— A lei de vossa boca, para mim, vale mais do que milhões em ouro e prata. ℟.
— Como é doce ao paladar vossa palavra, muito mais doce do que o mel na minha boca! ℟.
— Vossa palavra é minha herança para sempre, porque ela é que me alegra o coração! ℟.
— Abro a boca e aspiro largamente, pois estou ávido de vossos mandamentos. ℟.
℣. Minhas ovelhas escutam minha voz, eu as conheço e elas me seguem. (Jo 10, 27) ℟.
Evangelho (Lc 19, 45-48)
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Lucas
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 45Jesus entrou no Templo e começou a expulsar os vendedores. 46E disse: “Está escrito: ‘Minha casa será casa de oração’. No entanto, vós fizestes dela um antro de ladrões”. 47Jesus ensinava todos os dias no Templo. Os sumos sacerdotes, os mestres da Lei e os notáveis do povo procuravam modo de matá-lo. 48Mas não sabiam o que fazer, porque o povo todo ficava fascinado quando ouvia Jesus falar.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
De profúndis clamavi ad te, Dómine: Dómine, exáudi oratiónem meam: de profúndis clamavi ad te, Dómine. (Ps. 129, 1. 2)
Vernáculo:
Das profundezas eu clamo a vós, Senhor, escutai a minha voz! Das profundezas eu clamo a vós, Senhor. (Cf. LH: Sl 129, 1. 2)
Sobre as Oferendas
Concedei, Senhor nosso Deus, que a oferenda colocada sob o vosso olhar nos alcance a graça de vos servir e a recompensa de uma eternidade feliz. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Ou:
Em verdade eu vos digo: o que pedirdes em oração, crede que o recebereis, e vos será concedido, diz o Senhor. (Mc 11, 23. 24)
Vernáculo:
E disse-lhes: “Está escrito: ‘Minha casa será chamada casa de oração’. Todo aquele que pede, recebe; quem procura, encontra; e para quem bate, a porta será aberta. (Cf. Bíblia CNBB: Mt 21, 13a; 7, 8)
Depois da Comunhão
Tendo recebido em comunhão o Corpo e o Sangue do vosso Filho, concedei, ó Deus, possa esta Eucaristia, que ele mandou celebrar em sua memória, fazer-nos crescer em caridade. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 18/11/2022
A santa ira de Cristo
No Coração de Cristo estão presentes, de modo sublime e ordenado, as nossas paixões e sentimentos, inclusive a ira, expressão belíssima de seu infinito amor aos homens.
Pela assunção da natureza humana na unidade de sua divina pessoa, o Filho de Deus encarnado tomou para si uma alma racional e sensitiva com todos os seus movimentos passionais, sem contudo o que neles pode haver de pecaminoso, desordenado e imperfeito. É o que vemos, de modo particular, nos dois episódios narrados no Evangelho de ontem, em que o Senhor, tocado de terníssimo amor, chorara a indiferença de Jerusalém, e no do de hoje, em que, acendido de santa ira, expulsa do Templo uns vendilhões sacrílegos. Não devemos pensar, no entanto, que a cólera de Cristo seja como a nossa, irracional e desmedida; antes, a ira de Deus é precisamente uma expressão de seu infinito amor. Os chicotes que Jesus empunha hoje não são mais do que uma última tentativa de corrigir os que não se quiseram atar pelos laços de sua caridade. Ele se apresenta aqui como um pai que, depois de tantos conselhos e repreensões, já vê outro meio de evitar a ruína do filho senão pelo castigo, pela dureza, pelo trato rigoroso, mas contido, moderado. Em todas as obras de Deus, com efeito, justiça e misericórdia andam juntas, de maneira que, por amar-nos, Ele não nos priva dos castigos devidos e, ao castigar-nos, não nos deixa nunca de amar, ao ponto de permitir que soframos muito menos do que merecíamos. O Jesus que chora por nós é, pois, o mesmo que pega do látego para converter-nos, reivindicar os direitos do Pai e a santidade do seu Templo. Que saibamos corresponder aos sentimentos de seu SS. Coração e, em tudo submetidos à sua vontade, não procuremos nunca desprezar o seu tão imenso amor por nós.
Deus abençoe você!
Deus castiga, sim, mas castiga porque ama. Ele chora copiosamente sobre sua amada Jerusalém e ao mesmo tempo, num último gesto de misericórdia, expulsa do Templo com um chicote de cordas os vendilhões e trocadores que ali profanavam a casa de seu Pai. Assim ele age conosco, quando julga necessário: envia-nos dores que não compreendemos, mas que Ele sabe que são não somente justas, mas convenientes à nossa conversão e salvação.Assista à homilia do Padre Paulo Ricardo para esta sexta-feira, dia 18 de novembro, e descubra a doce e pacífica bondade com que o Senhor purga hoje o Templo de Jerusalém.
Santo do dia 18/11/2022
Dedicação das Basílicas de São Pedro e de São Paulo (Memória Facultativa)
Local: Roma, Itália
Data: 18 de Novembro† 1626, 1854
Nas comemorações de dedicação de igrejas sempre se comemora o mistério da Igreja formada de pedras vivas, os cristãos, que, por sua vez, formam o templo de Deus.
As quatro basílicas papais de Roma possuem comemorações de aniversário de dedicação. A dedicação de São João do Latrão é comemorada em nível de festa no Rito romano universal. A Basílica de Santa Maria Maior ou Nossa Senhora das Neves a 5 de agosto, em nível de memória facultativa. A 18 de novembro celebra-se em nível de memória facultativa a dedicação das Basílicas de São Pedro e de São Paulo.
Já no século XII se celebrava, na Basílica vaticana de São Pedro e na de São Paulo na Via Ostiense, o aniversário das respectivas dedicações, basílicas mandadas construir pelos papas Silvestre e Siríaco no século IV. Esta comemoração estendeu-se, posteriormente, a todas as Igrejas do rito romano.
Assim como no aniversário da Basílica de Santa Maria Maior se celebra a Maternidade da Santíssima Virgem Mãe de Deus, assim neste dia se veneram os dois príncipes dos Apóstolos de Jesus Cristo. Meta de incessante romaria através dos séculos, estas basílicas são sinal de unidade e da apostolicidade da Igreja de Roma.
Com esta comemoração estamos como que diante de uma terceira festa de São Pedro e de São Paulo apresentados na leitura patrística por Leão Magno como germes e patronos da Igreja de Roma. Todos os textos expressam esta dupla dimensão: São Pedro e São Paulo, as colunas da Igreja, sinais da unidade e da verdade e testemunhas e missionários da Igreja de Cristo. Se for feita a comemoração, é normal que se tomem também as leituras próprias.
A Oração coleta traduz bem o sentido da comemoração: Ó Deus, guardai sob a proteção dos Apóstolos Pedro e Paulo a vossa Igreja, que deles recebeu a primeira semente do Evangelho, e concedei que por eles receba até o fim dos tempos a graça que a faz crescer.
Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.