4ª feira da 34ª Semana do Tempo Comum
Antífona de entrada
Vernáculo:
É de paz que o Senhor vai falar a seu povo e seus fiéis, e aos que a ele se converterem. (Cf. MR: Sl 84, 9) Sl. Favorecestes, ó Senhor, a vossa terra, libertastes os cativos de Jacó. (Cf. LH: Sl 84, 2)
Coleta
Levantai, Senhor, nós vos pedimos, o ânimo dos vossos fiéis, para que, fazendo frutificar com solicitude a obra da salvação, recebam maiores auxílios de vossa paternal bondade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Ap 15, 1-4
Leitura do Livro do Apocalipse de São João
Eu, João, 1vi no céu outro sinal, grande e admirável: sete anjos, com as sete últimas pragas. Com elas o furor de Deus ia-se consumar. 2Vi também como que um mar de vidro misturado com fogo. Sobre este mar estavam, de pé, todos aqueles que saíram vitoriosos do confronto com a besta, com a imagem dela e com o número do nome da besta. Seguravam as harpas de Deus. 3Entoavam o cântico de Moisés, o servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: “Grandes e admiráveis são as tuas obras, Senhor Deus, Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das nações! 4Quem não temeria, Senhor, e não glorificaria o teu nome? Só tu és santo! Todas as nações virão prostrar-se diante de Ti, porque tuas justas decisões se tornaram manifestas”.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 97(98), 1. 2-3ab. 7-8. 9 (R. Ap 15, 3b)
℟. Como são grandes e admiráveis vossas obras, ó Senhor e nosso Deus onipotente!
— Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios! Sua mão e o seu braço forte e santo alcançaram-lhe a vitória. ℟.
— O Senhor fez conhecer a salvação, e às nações, sua justiça; recordou o seu amor sempre fiel pela casa de Israel. ℟.
— Aplauda o mar com todo ser que nele vive, o mundo inteiro e toda gente! As montanhas e os rios batam palmas e exultem de alegria, ℟.
— na presença do Senhor, pois ele vem, vem julgar a terra inteira. Julgará o universo com justiça e as nações com equidade. ℟.
℣. Permanece fiel até a morte, e a coroa da vida eu te darei! (Ap 2, 10c) ℟.
Evangelho — Lc 21, 12-19
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Lucas
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 12“Antes que estas coisas aconteçam, sereis presos e perseguidos; sereis entregues às sinagogas e postos na prisão; sereis levados diante de reis e governadores por causa do meu nome. 13Esta será a ocasião em que testemunhareis a vossa fé. 14Fazei o firme propósito de não planejar com antecedência a própria defesa; 15porque eu vos darei palavras tão acertadas, que nenhum dos inimigos vos poderá resistir ou rebater. 16Sereis entregues até mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e amigos. E eles matarão alguns de vós. 17Todos vos odiarão por causa do meu nome. 18Mas vós não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça. 19É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!”
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Bonum est confitéri Dómino, et psállere nómini tuo, Altíssime. (Ps. 91, 2)
Vernáculo:
Como é bom agradecermos ao Senhor e cantar salmos de louvor ao Deus Altíssimo! (Cf. LH: Sl 91, 2)
Sobre as Oferendas
Acolhei, Senhor, os sagrados dons que mandastes oferecer ao vosso nome; e, para que eles nos tornem agradáveis aos olhos da vossa paternal bondade, fazei-nos sempre obedecer a vossos mandamentos. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Ou:
Eis que estarei convosco todos os dias até o fim do mundo, aleluia. (Mt 28, 20)
Vernáculo:
Jerusalém, cidade bem edificada num conjunto harmonioso; para lá sobem as tribos de Israel, as tribos do Senhor. (Cf. LH: Sl 121, 3. 4)
Depois da Comunhão
Deus todo-poderoso, nós vos pedimos, não permitais que se separem de vós aqueles a quem concedeis a alegria de participar da vossa vida. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 27/11/2024
A última provação da Igreja
“Antes da vinda de Cristo”, ensina o Catecismo, “a Igreja deverá passar por uma prova final, que abalará a fé de numerosos crentes”.
O Evangelho de hoje, seguindo o tom escatológico típico desta última semana do Ano Litúrgico, fala-nos da perseguição que devem padecer os seguidores de Cristo. Não se trata de uma novidade dos nossos tempos, mas de uma realidade que acompanha a Igreja desde as suas origens e que irá recrudescer à medida que se forem aproximando os derradeiros momentos da história. A Igreja, lembra-nos o Catecismo (cf. nn. 675-677), será submetida a uma prova final; haverá uma impostura do Anticristo, ou seja, a instauração de uma falsa religião, que dirá trazer à humanidade a solução de todos os seus problemas, à custa, porém, da apostasia da verdade. Será nesse clima de pseudo-messianismo que a Igreja, cujo triunfo final, à semelhança de Cristo, só se dará depois de uma Páscoa de dores e perseguições, verá seus bancos praticamente vazios; os cristãos de verdade, fiéis ao Senhor até o extremo, serão reduzidos a um número tão irrisório que o último desencadear do mal (cf. Ap 20, 7-10) fará com que a Igreja pareça morta aos olhos do mundo, como se houvera desaparecido de uma vez para sempre. Mas Cristo, que nos deu a garantia de que as portas do inferno não hão de prevalecer contra ela, fará descer do céu, em glória e majestade, a sua Esposa, a Jerusalém celeste e sem fim (cf. Ap 21, 2-4). Enquanto aguardamos esses acontecimentos, nós cristãos devemos continuar rezando pela conversão do maior número possível de almas, sacrificando-nos por inteiro a Deus, que permite sejamos perseguidos e odiados para que, configurados ao seu Filho crucificado, entremos com Ele na glória da Ressurreição. Roguemos, pois, à Virgem SS., Rainha dos mártires, que nos faça perseverar firmes na fé e preparar o nosso coração para o triunfo glorioso e definitivo de Nosso Senhor.
Deus abençoe você!
Santo do dia 27/11/2024
São Virgílio (Memória Facultativa)
Local: Salzburgo, Áustria
Data: 27 de † 784
Entre os monges irlandeses, grandes viajantes, desejosos de peregrinar por Cristo, ao lado de Columba, Columbano, Quiliano, Gallo, encontramos são Virgílio, apóstolo de Caríntia e padroeiro de Salisburgo. Foi um dos bispos mais insignes, pela doutrina e pelo zelo pastoral e missionário. Irlandês, nascido no início do século VIII, monge e depois abade do mosteiro de Aghaboe, em 743 deixou a ilha para empreender no continente sua grande viagem missionária, concluída na Caríntia. Morou alguns anos em Kiersy junto a Pepino, o Breve, que em 745 o enviou para evangelizar a Baviera. Aqui o duque Odilon designou-lhe a abadia de são Pedro de Salisburgo e pouco depois, a sucessão do bispo João.
Aquela designação parece ter dado motivo de atrito entre dois santos. São Bonifácio, legado papal na Alemanha, desaprovou não a escolha de Virgílio mas a designação do candidato à sede episcopal feita por Odilon sem havê-lo consultado. Virgílio foi consagrado bispo somente em 755, após a morte de Bonifácio. Entre os dois santos não faltaram divergências de ideias também no campo doutrinal.
Virgílio, homem de profunda cultura, versadíssimo em ciências matemáticas, tanto que mereceu o apelido de geómetra, sustentava no setor cosmológico, a teoria dos antípodas, segundo a qual em contraposição ao nosso mundo (estamos a oito séculos de Galileu e Copérnico) existia outro mundo, habitado por homens e iluminado por um sol diferente do nosso. No campo doutrinal negava, como consequência, a unidade do gênero humano, afirmada pela Escritura.
Na controvérsia, Bonifácio defendia a doutrina tradicional, apoiado pela aprovação do papa Zacarias, que numa carta a ele dirigida definia como perversa a nova teoria. Felizmente no monge irlandês a versatilidade cultural andava junto com a humildade. Deixou de lado as disputas acadêmicas para dedicar-se com zelo à organização da diocese de Salisburgo, inaugurando em 774 a primeira catedral da cidade para onde fez transferir as relíquias de são Ruperto, primeiro bispo daquela sede. Mas não limitou sua ação somente à diocese de Salisburgo, dedicando-se à evangelização da Caríntia, da Estíria e da Panônia. Entre as suas numerosas fundações monásticas está a de Innichen (hoje são Cândido no Alto Adige). O mosteiro, erigido em 769, foi colocado sob a regra beneditina. A morte colheu o infatigável missionário a 27 de novembro de 784, em Salisburgo, em cuja catedral foi sepultado.
Referência:
SGARBOSSA, Mario; GIOVANNI, Luigi. Um santo para cada dia. São Paulo: Paulus, 1983. 397 p. Tradução de: Onofre Ribeiro. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
São Virgílio, rogai por nós!