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2ª feira da 2ª Semana da Páscoa

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Memória Facultativa

São Pedro Chanel, Presbítero e Mártir ou São Luís Maria Grignion de Montfort, Presbítero

Antífona de entrada

Cristo, ressuscitado dos mortos, não morre mais; a morte já não tem poder sobre ele, aleluia. (Rm 6, 9)
Accípite iucunditátem glóriae vestrae, allelúia: grátias agéntes Deo, allelúia: qui vos ad caeléstia regna vocávit, allelúia, allelúia, allelúia. Ps. Atténdite pópule meus legem meam: inclináte aurem vestram in verba oris mei. (4 Esdr. 2, 36. 37; Ps. 77)
Vernáculo:
Acolhei a alegria da vossa glória dando graças a Deus, que vos chamou ao seu reino celestial, aleluia. (Cf. MR: 4Esd 2, 36-37) Sl. Escuta, ó meu povo, a minha Lei, ouve atento as palavras que eu te digo. (Cf. LH: Sl. 77, 1)

Coleta

Deus todo-poderoso, que nos renovastes pelos remédios pascais, fazei que, libertos da condição do homem terreno, sejamos transformados à imagem do homem celeste, Jesus Cristo. Ele, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

Primeira Leitura — At 4, 23-31


Leitura dos Atos dos Apóstolos


23Naqueles dias, logo que foram postos em liberdade, Pedro e João voltaram para junto dos irmãos e contaram tudo o que os sumos sacerdotes e os anciãos haviam dito. 24Ao ouvirem o relato, todos eles elevaram a voz a Deus, dizendo: “Senhor, tu criaste o céu, a terra, o mar e tudo o que neles existe. 25Por meio do Espírito Santo, disseste através do teu servo Davi, nosso pai: ‘Por que se enfureceram as nações, e os povos imaginaram coisas vãs? 26Os reis da terra se insurgem e os príncipes conspiram unidos contra o Senhor e contra o seu Messias’. 27Foi assim que aconteceu nesta cidade: Herodes e Pôncio Pilatos uniram-se com os pagãos e o povo de Israel contra Jesus, teu santo servo, a quem ungiste, 28a fim de executarem tudo o que a tua mão e a tua vontade haviam predeterminado que sucedesse.

29Agora, Senhor, olha as ameaças que fazem e concede que os teus servos anunciem corajosamente a tua palavra. 30Estende a mão para que se realizem curas, sinais e prodígios por meio do nome do teu santo servo Jesus”. 31Quando terminaram a oração, tremeu o lugar onde estavam reunidos. Todos, então, ficaram cheios do Espírito Santo e anunciavam corajosamente a palavra de Deus.

— Palavra do Senhor.

— Graças a Deus.


Salmo Responsorial — Sl 2, 1-3. 4-6. 7-9 (R. cf. 12d)


℟. Felizes hão de ser todos aqueles que põem sua esperança no Senhor.


— Por que os povos agitados se revoltam? Por que tramam as nações projetos vãos? Por que os reis de toda a terra se reúnem, e conspiram os governos todos juntos contra o Deus onipotente e o seu Ungido? “Vamos quebrar suas correntes”, dizem eles, “e lançar longe de nós o seu domínio!” ℟.

— Ri-se deles o que mora lá nos céus; zomba deles o Senhor onipotente. Ele, então, em sua ira os ameaça, e em seu furor os faz tremer, quando lhes diz: “Fui eu mesmo que escolhi este meu Rei, e em Sião, meu monte santo, o consagrei!” ℟.

— O decreto do Senhor promulgarei, foi assim que me falou o Senhor Deus: “Tu és meu Filho, e eu hoje te gerei! Podes pedir-me, e em resposta eu te darei por tua herança os povos todos e as nações, e há de ser a terra inteira o teu domínio. Com cetro férreo haverás de dominá-los, e quebrá-los como um vaso de argila!” ℟.


https://youtu.be/RC7vF5cxJHU
℟. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
℣. Se com Cristo ressurgistes, procurai o que é do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus Pai. (Cl 3, 1) ℟.

Evangelho — Jo 3, 1-8


℣. O Senhor esteja convosco.

℟. Ele está no meio de nós.


℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 

℟. Glória a vós, Senhor.


1Havia um chefe judaico, membro do grupo dos fariseus, chamado Nicodemos, 2que foi ter com Jesus, de noite, e lhe disse: “Rabi, sabemos que vieste como mestre da parte de Deus. De fato, ninguém pode realizar os sinais que tu fazes, a não ser que Deus esteja com ele”.

3Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade te digo, se alguém não nasce do alto, não pode ver o Reino de Deus”. 4Nicodemos disse: “Como é que alguém pode nascer, se já é velho? Poderá entrar outra vez no ventre de sua mãe?”

5Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade te digo, se alguém não nasce da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus. 6Quem nasce da carne é carne; quem nasce do Espírito é espírito. 7Não te admires por eu haver dito: Vós deveis nascer do alto. 8O vento sopra onde quer e tu podes ouvir o seu ruído, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim acontece a todo aquele que nasceu do Espírito”.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.


Antífona do Ofertório

Angelus Dómini descéndit de caelo, et dixit muliéribus: quem quaéritis, surréxit, sicut dixit, allelúia. (Mt. 28, 2. 5. 6)


Vernáculo:
Um anjo do Senhor desceu do céu. Então o anjo falou às mulheres: Ele não está aqui! Ressuscitou, como havia dito! (Cf. Bíblia CNBB: Mt 28, 2. 5. 6)

Sobre as Oferendas

Aceitai, Senhor, os dons da vossa Igreja em festa e concedei o fruto da eterna alegria a quem destes motivo de tão grande júbilo. Por Cristo, nosso Senhor.



Antífona da Comunhão

Jesus entrou e pondo-se no meio deles disse: A paz esteja convosco, aleluia. (Jo 20, 19)
Spíritus ubi vult spirat: et vocem eius audis, allelúia: et nescis unde véniat, aut quo vadat, allelúia, allelúia, allelúia. (Io. 3, 8; ℣. Ps. 77, 1. 3-4a. 23. 24. 25. 27)
Vernáculo:
O vento sopra aonde quer e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai. (Cf. Bíblia CNBB: Jo 3, 8)

Depois da Comunhão

Senhor, olhai com bondade o vosso povo e fazei chegar à incorruptível ressurreição da carne aqueles que renovastes pelos sacramentos da vida eterna. Por Cristo, nosso Senhor.

Homilia do dia 28/04/2025


Fé humana não basta!


“Em verdade, em verdade, te digo, se alguém não nasce do alto, não pode ver o Reino de Deus”.

No Evangelho de hoje, vemos o encontro de Jesus com Nicodemos, chefe dos judeus, e esse diálogo nos irá acompanhar durante os próximos dias, neste belíssimo capítulo 3 do evangelho de S. João. Para entendê-lo, vejamos antes o contexto. Nicodemos é um dos chefes dos judeus e ele procura Jesus durante a noite. Por quê? Porque ele já crê em Jesus, mas sua fé ainda não é sobrenatural. Ele crê que Jesus, de alguma forma, vem de Deus. Ele mesmo o diz no início do Evangelho: “Sabemos que viestes como mestre da parte de Deus porque ninguém pode realizar os sinais que tu fazes a não ser que Deus esteja com ele”. Nicodemos professa aqui uma fé sincera, mas ainda humana. Essa é, com efeito, uma das características da fé humana: que ela se baseia em sinais e evidências. É a fé de quem acredita em algo por ter argumentos a favor disso, é a fé que prestamos, por exemplo, às revelações privadas, isto é, às que não pertencem à revelação pública feita por Deus. Nicodemos já começou a entender que Jesus vem de Deus. Afinal, ele viu os milagres. No entanto, Jesus, em resposta a Nicodemos, indica-lhe que essa fé não é suficiente: “Em verdade, em verdade eu te digo: se alguém não nasce do alto, não pode ver o Reino de Deus”, quer dizer: “Nicodemos, tua fé é boa, mas humana; ela fez-te reconhecer que venho de Deus, mas tu ainda não sabes quem sou” porque, para enxergar o Reino de Deus, que não é senão o próprio Cristo, Verbo encarnado, é necessário algo mais — é necessário nascer do alto. Ora, a palavra “do alto” que, em grego, é usada pelo evangelista S. João (ἄνωθεν) pode ser entendida de duas maneiras diferentes. Com ela, Jesus pode estar dizendo tanto “nascer do alto” quanto “nascer de novo”. É por isso que Nicodemos fica perplexo. Ele ouve a expressão, mas não a interpreta como “do alto”, mas como “de novo”. Diz então a Jesus: “Como alguém pode nascer de novo se já está velho? Como um homem crescido vai entrar de volta na barriga da mãe?” Jesus explica-lhe o que é nascer do alto: “Trata-se de nascer da água e do Espírito”. Jesus se refere claramente ao sacramento do Batismo, como se dissesse: “Há uma forma de nascer de novo, nascer do alto, que é nascer de Deus”. Como? Ora, quando nascemos, nascemos filhos do homem: somos filhos de nossos pais, que são seres humanos; mas quando somos levado às águas batismais, tornamo-nos filhos de Deus: o Espírito Santo nos une a Jesus e passamos a ser filhos no Filho, membros do Corpo místico de Cristo. Ora, Cristo é Deus eterno — Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro —, e é esta a fé que nós católicos professamos. Cremos que Jesus é Deus eterno que se encarnou, ou seja, que criou para si um corpo e uma alma, uma natureza humana. É isso que Nicodemos não pôde enxergar. Nicodemos viu em Jesus um grande profeta, um mestre vindo de Deus para ensinar uma doutrina, porque, como os profetas antigos, também Ele faz milagres… Mas, para que a fé seja sobrenatural, é necessário que o Espírito toque o coração humano e o ilumine, levando-o a enxergar em Cristo não só um “homem iluminado”, um “profeta do alto”, mas o próprio Deus altíssimo. Isso, Nicodemos não o viu, mas precisa ver. Em seguida, Jesus acrescenta que o Espírito sopra onde quer. A palavra “espírito”, πνεῦμα em grego, quer dizer “sopro”; logo, o Espírito Santo é como o vento: não se sabe de onde Ele vem e nem para onde vai, mas ouve-se-lhe o ruído. E a palavra “ruído”, em grego, usada por Jesus é φωνὴν, ou seja, “voz”. É preciso, portanto, ouvir o Espírito Santo, é dele que vem a fé. Quando começamos a ouvir Jesus de fato, começamos a notar que é o próprio Espírito de Deus quem fala em nosso coração, e nossa fé se transforma. Não é mais uma fé baseada em argumentos bons, válidos etc., mas no toque da graça de Deus. Só ela nos permite ver que Jesus é o próprio Deus feito homem. Jesus conclui com um ensinamento maravilhoso. Ele diz: “Não é só o Espírito que não se sabe de onde vem nem para onde vai, senão que isso acontece com todo aquele que nasce do Espírito”. O que Jesus está dizendo é: nós, ao nascermos de novo, ganhamos a liberdade do Espírito Santo, porque foi para isso que Cristo nos resgatou, para a liberdade de poder obedecer a Deus e amar livremente. É o pecado que nos escraviza e nos amarra. Enquanto estamos amarrados às coisas do mundo, não podemos alçar voo; mas, se nos desapegamos, somos como folhas soltas da árvore, que podem voar levadas pelo vento. A folha presa à árvore não voa para lugar nenhum. É a transformação interior que Jesus espera de nós. Nos próximos dias, iremos meditar sobre isso de forma mais detida e minuciosa, o importante porém é ter claro desde já: a Páscoa nos é dada para crescermos na fé, em contato com Jesus ressuscitado, que não é um homem que foi elevado até Deus, mas o próprio Deus que desceu até os homens para, na sua humanidade, ser exaltado acima de toda criatura. Somente à luz da fé sabemos verdadeiramente de onde Jesus é. Professemos essa fé, firmemo-la em Cristo neste tempo pascal. Jesus é Deus — Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro. Sim, Ele está ressuscitado, mas sua ressurreição nos leva para ainda mais alto. Como S. Tomé, a quem vimos no Evangelho de ontem ver o Ressuscitado e crer no invisível. Digamos igualmente ao Senhor: “Meu Senhor e meu Deus”! Aumentemos nossa fé, professemos nossa fé. Creiamos, assim veremos o Espírito Santo fazer-nos nascer de novo!

Deus abençoe você!

Nossa Missão
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Santo do dia 28/04/2025

São Luís Maria Grignion de Montfort, Presbítero (Memória Facultativa)
Local: Saint-Laurent-sur-Sèvre, França
Data: 28 de Abril † 1716


Luís nasceu em Montfort, França, em 1673. Na crisma ele acrescentou Maria no seu nome, tornando-se um dos maiores Apóstolos da devoção a Nossa Senhora. Na família eram dezessete filhos, dos quais quatro se consagraram a Deus na vida religiosa ou sacerdotal.

Na idade de iniciar os estudos, Luís foi enviado ao colégio dos jesuítas de Rennes. Sabiamente dirigido pelos mestres, Luís avançava rapidamente no caminho da santidade, dando provas de vocação para o estado eclesiástico. Este caminho não lhe foi fácil. Inicialmente, por ser pobre, não foi aceito no famoso seminário de São Sulpício, em Paris. Ingressou numa pequena instituição, dirigida pelo Abbé de la Barmondière. Com a morte do Abbé, ele se transferiu para um estabelecimento ainda mais precário, onde reinava verdadeira penúria. Luís acabou adoecendo. Curado, finalmente, foi aceito no Colégio São Sulpício para terminar os seus estudos eclesiásticos. Foi escolhido como um dos alunos exemplares que eram enviados anualmente em peregrinação a algum dos santuários de Nossa Senhora que, desta vez, foi Chartres. Depois de sua ordenação, passou um breve período de tempo em Nantes, com um sacerdote que treinava pessoas para missões internas, antes de se dirigir a Poitiers, onde foi nomeado capelão do hospital. Fez um belo trabalho, sobretudo em favor dos pobres. Pelos ressentimentos provocados devido aos seus melhoramentos na Instituição, foi obrigado a renunciar a seu posto. Imediatamente começou a pregar missões aos pobres que acorriam em multidão para escutá-lo, mas o bispo de Poitiers, instigado pelos críticos de Pe. Grignion, proibiu-lhe de pregar em sua diocese. Seus métodos eram certamente um pouco estranhos e singulares. Sem desanimar de seu ideal de missionário entre os pobres, foi a Roma, onde foi recebido e incentivado pelo papa Clemente XI a continuar. Foi enviado de volta à França com o título de missionário apostólico. Como Poitiers permanecia fechada para ele, voltou à sua Bretanha, onde iniciou uma série de missões que ele continuou quase ininterruptamente até à morte. Embora a maioria das paróquias recebesse São Luís de braços abertos, as críticas dos adversários continuaram a perseguir seus passos e ele se viu excluído de certas igrejas, e mesmo de dioceses, por eclesiásticos de tendências jansenistas. Além do mais, seus métodos algumas vezes se chocavam com o convencional e o estabelecido.

A característica do santo missionário era sua singular devoção a Nossa Senhora. Em Maria Santíssima ele tinha a mãe protetora e auxiliadora. Incentivava a devoção a Nossa Senhora, particularmente o santo Rosário. Sobretudo a partir de sua canonização, em 1947, tornou-se conhecida sua obra Verdadeira devoção à Santíssima Virgem Maria, aconselhando, inclusive, a consagração a Maria como livre escravidão, a fim de que ela, como Mãe de Deus, nos considere como sua propriedade. O lema de João Paulo II, Totus tuus, é a chave desta espiritualidade. Seriam os escravos de Jesus em Maria, como já propunha São Luís nos tempos de seminarista. Certamente por essa sua devoção, São Luís Maria foi reintroduzido no Calendário universal por João Paulo II na terceira edição típica do Missal romano em 2002.

Hoje, a Congregação do Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos aconselha a evitar o termo "consagração a Nossa Senhora", pois a consagração é feita somente a Deus. Prefere-se dizer entrega a Maria ou confiar à sua proteção. Isso vale também para a chamada "consagração a Nossa Senhora" após o batismo.

São Luís Maria é fundador da Companhia de Maria e da Congregação das Filhas da Divina Sabedoria.

São Luís Maria aparece como discípulo e testemunha de Cristo, revelando o zelo missionário e o lugar e o papel da Virgem Maria na história da salvação e na vida da Igreja.

A Oração coleta é bem objetiva. Não entra na questão de escravo e de consagração. Deus quis dirigir os passos do presbítero São Luís no caminho da salvação e do amor de Cristo, na companhia da Virgem Maria. Concedei que, a seu exemplo, meditando os mistérios do vosso amor, procuremos, incansavelmente, edificar a vossa Igreja.

Curiosamente temos uma segunda Oração coleta opcional. Creio que é caso único em comemorações de santos. Na oração opcional se realça o caminho da espiritualidade de São Luis. Diz que Deus tornou São Luís eximia testemunha da plena dedicação a Cristo pelas mãos de sua Mãe Santíssima, Deus nos conceda que, trilhando o mesmo caminho espiritual, possamos estender, ao mesmo tempo, o seu Reino.

Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.

São Luís Maria Grignion de Montfort, rogai por nós!



São Pedro Chanel, Presbítero e Mártir (Memória Facultativa)
Local: Futuna (ilha), França
Data: 28 de Abril † 1841


Futuna é pequena “expressão geográfica”, minúscula ilha, indicada nos atlas com um pontinho entre o Equador e o Trópico de Capricórnio no imenso oceano Pacífico, fragmento das ilhas Figi. Hoje, possessão francesa, meta de turistas amantes do exótico, a população inteiramente católica tem vida pacífica. Mas há cento e quarenta anos, precisamente a 12 de novembro de 1827, quando aí desembarcou providencialmente o missionário marista Pedro Chanel, em companhia de um confrade leigo, a pequena ilha, dividida em duas por uma montanha central e por duas tribos perenemente em guerra, não era decerto refúgio turístico.

Só a coragem e a caridade de homem de Deus podiam escolher aquela meta com todos os riscos que comportava. Aqui de fato Pedro Chanel teria concluído a sua aventura de evangelizador, morto a pancadas de bastão a 28 de abril de 1841, pelo genro do cacique, Musumusu, irado porque entre os convertidos ao cristianismo estavam já alguns membros de sua família.

Pedro Chanel nasceu na França, em Cuet, a 12 de julho de 1803. Aos doze anos, seguindo os conselhos de zeloso pároco, Trompier, iniciou os estudos no seminário. Foi-lhe concedido entrar, em 1824, no seminário maior de Bourg, onde recebeu, três anos depois, a ordenação sacerdotal. Gostaria de ter partido logo para as terras de missão, mas o seu bispo estava com muita carência de padres. Foi vigário de Amberieu e de Gex, unindo-se a um grupo de sacerdotes diocesanos, os maristas, que traduziam no próprio âmbito paroquial o ideal missionário, sob a guia de P. Colin.

A Sociedade de Maria, aprovada pelo papa em 1836, teve entre os primeiros membros Pedro Chanel, que no mesmo ano embarcou de Le Havre, perto de Valparaíso, com destino à Oceania. Quando o navio tocou Futuna, Pedro Chanel foi convidado a descer em terra e ficar, em companhia do irmão leigo, Nicézio, de 20 anos.

Foi uma lenta e paciente penetração no pequeno mundo daquela gente tão diferente em costume e mentalidade. O anúncio do Evangelho começou, porém, a repercutir na geração jovem. Mas este sucesso fez com que se aguçassem as hostilidades dos mais velhos. O tributo de sangue de são Pedro Chanel foi o preço para abrir, enfim, as portas de toda a ilha à evangelização. O novo mártir cristão, beatificado a 17 de novembro de 1889, foi inscrito no álbum dos santos a 16 de junho de 1954 e declarado padroeiro da Oceania.

Referência:
SGARBOSSA, Mario; GIOVANNI, Luigi. Um santo para cada dia. São Paulo: Paulus, 1983. 397 p. Tradução de: Onofre Ribeiro. Adaptações: Equipe Pocket Terço.

São Pedro Chanel, rogai por nós!


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