6ª feira da 34ª Semana do Tempo Comum
Antífona de entrada
Vernáculo:
É de paz que o Senhor vai falar a seu povo e seus fiéis, e aos que a ele se converterem. (Cf. MR: Sl 84, 9) Sl. Favorecestes, ó Senhor, a vossa terra, libertastes os cativos de Jacó. (Cf. LH: Sl 84, 2)
Coleta
Levantai, Senhor, nós vos pedimos, o ânimo dos vossos fiéis, para que, fazendo frutificar com solicitude a obra da salvação, recebam maiores auxílios de vossa paternal bondade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Ap 20, 1-4. 11– 21, 2
Leitura do Livro do Apocalipse de São João
Eu, João, 20, 1vi um anjo descer do céu. Nas mãos tinha a chave do Abismo e uma grande corrente. 2Ele agarrou o Dragão, a antiga Serpente, que é o Diabo, Satanás. Acorrentou-o por mil anos 3e lançou-o dentro do Abismo. Depois, trancou e lacrou o Abismo, para que o Dragão não seduzisse mais as nações da terra, até que terminassem os mil anos. Depois dos mil anos, o Dragão deve ser solto, mas por pouco tempo.
4Vi então tronos, e os seus ocupantes sentaram-se e receberam o poder de julgar. Vi também as almas daqueles que foram decapitados por causa do Testemunho de Jesus e da Palavra de Deus e aqueles que não tinham adorado a besta, nem a imagem dela, nem tinham recebido na fronte ou na mão a marca da besta. Eles voltaram a viver, para reinarem com Cristo durante mil anos.
11Vi ainda um grande trono branco e aquele que estava sentado nele. O céu e a terra fugiram da sua presença e não se achou mais o lugar deles. 12Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, em pé diante do trono. Foram abertos livros, e mais um outro livro ainda: o livro da vida. Então foram julgados os mortos, de acordo com sua conduta, conforme está escrito nos livros.
13O mar devolveu os mortos que se encontravam nele. A morte e a morada dos mortos entregaram de volta os seus mortos. E cada um foi julgado conforme sua conduta. 14A morte e a morada dos mortos foram então lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte: o lago de fogo. 15Quem não tinha o seu nome escrito no livro da vida, foi também lançado no lago de fogo. 21, 1Vi então um novo céu e uma nova terra. Pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. 2Vi a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, de junto de Deus, vestida qual esposa enfeitada para o seu marido.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 83(84), 3. 4. 5-6a e 8a (R. Ap 21, 3b)
℟. Eis a tenda de Deus, no meio do povo!
— Minha alma desfalece de saudades e anseia pelos átrios do Senhor! Meu coração e minha carne rejubilam e exultam de alegria no Deus vivo! ℟.
— Mesmo o pardal encontra abrigo em vossa casa, e a andorinha ali prepara o seu ninho, para nele seus filhotes colocar: vossos altares, ó Senhor Deus do universo! Vossos altares, ó meu Rei e meu Senhor! ℟.
— Felizes os que habitam vossa casa; para sempre haverão de vos louvar! Felizes os que em vós têm sua força, caminharão com um ardor sempre crescente. ℟.
℣. Levantai vossa cabeça e olhai, pois a vossa redenção se aproxima! (Lc 21, 28) ℟.
Evangelho — Lc 21, 29-33
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Lucas
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 29Jesus contou-lhes uma parábola: “Olhai a figueira e todas as árvores. 30Quando vedes que elas estão dando brotos, logo sabeis que o verão está perto. 31Vós também, quando virdes acontecer essas coisas, ficai sabendo que o Reino de Deus está perto. 32Em verdade, eu vos digo: tudo isso vai acontecer antes que passe esta geração. 33O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Bonum est confitéri Dómino, et psállere nómini tuo, Altíssime. (Ps. 91, 2)
Vernáculo:
Como é bom agradecermos ao Senhor e cantar salmos de louvor ao Deus Altíssimo! (Cf. LH: Sl 91, 2)
Sobre as Oferendas
Acolhei, Senhor, os sagrados dons que mandastes oferecer ao vosso nome; e, para que eles nos tornem agradáveis aos olhos da vossa paternal bondade, fazei-nos sempre obedecer a vossos mandamentos. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Ou:
Eis que estarei convosco todos os dias até o fim do mundo, aleluia. (Mt 28, 20)
Vernáculo:
Jerusalém, cidade bem edificada num conjunto harmonioso; para lá sobem as tribos de Israel, as tribos do Senhor. (Cf. LH: Sl 121, 3. 4)
Depois da Comunhão
Deus todo-poderoso, nós vos pedimos, não permitais que se separem de vós aqueles a quem concedeis a alegria de participar da vossa vida. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 29/11/2024
“Minhas palavras não hão de passar”
“Ficai sabendo que o Reino de Deus está perto. Em verdade, eu vos digo: tudo isso vai acontecer antes que passe esta geração. O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar”.
Nosso Senhor, dando continuidade ao seu discurso sobre o fim dos tempos, nos diz no Evangelho de hoje que temos de prestar atenção aos sinais, pois assim como identificamos por sinais que a figueira está dando brotos, assim também devemos reconhecer que o Reino de Deus está próximo. Em seguida, Ele faz aquela afirmação extremamente consoladora: “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar” (v. 33). Eis a maravilha de todas as maravilhas: a verdade não passa. Quando olhamos para as coisas deste mundo, o que vemos? Vemos coisas passageiras por sua própria natureza. O conhecimento — o primeiro conhecimento, mais superficial — que nós temos das coisas é o sensível. Abram-se os olhos e vê-se; mas tudo o que se vê é passageiro: não há nada que os olhos sejam capazes de captar que seja eterno. Você já parou para pensar nisso? Já parou para pensar que tudo o que você vê com os olhos irá passar, tudo o que você ouve com os ouvidos — o barulho, o rumor… —, tudo isso passa? Tudo aquilo que você sente com as mãos, tudo aquilo que você degusta com a boca, tudo aquilo que você cheira com o nariz, todas essas realidades passam, porque são realidades materiais.Não somente isso: o conhecimento que os sentidos lhe dão é muito superficial, é o mesmo conhecimento que um animal, cachorro ou macaco, tem. Existem, aliás, certos animais que percebem mais e melhor do que o homem. Não somos capazes, por exemplo, de ouvir os pequenos barulhos de que um cão é capaz; não somos capazes de farejar os odores minuciosos de que um cachorro é capaz; não somos capazes de ver com a penetração de uma águia… Os nossos sentidos ou, antes, o nosso conhecimento a partir dos sentidos pode ser até menos aguçado que o dos animais, mas a nossa inteligência (seja pela luz natural da razão ou pela luz da fé que a ilumina) é capaz de alcançar a verdade, e a verdade que não passa, a que é invisível aos olhos: os princípios, o fundamento das coisas segundo as idéias eternas de Deus. Isso os animais não veem, por não terem alma intelectual. E há coisas que os pagãos tampouco veem, por não terem espírito, isto é, uma inteligência elevada pela graça e pela fé. Iluminados pela luz de Cristo, somos capazes de enxergar a verdade sólida que não passa: “céus e terra”, o conhecimento sensível, “passarão”, mas o que conhecemos de Deus não há de passar.Daí a importância, para a nossa vida, da oração. Por quê? Porque Jesus disse a Marta: “Marta, Marta, tu te inquietas e te agitas com muitas coisas […]. Maria escolheu a melhor parte, a única que não lhe será tirada” (cf. Lc 10, 41s), o único necessário, que não lhe será tirado, a saber: seu relacionamento com Cristo, sua escuta da Palavra, da Verdade eterna. Eis a única coisa que não lhe será tirada. O resto, o esforço louco que temos para conseguir uma casa bonita, um carro de último modelo, a roupa da moda, um corpo cheio de saúde… Tudo isso lhe será tirado, porque tudo isso são coisas sensíveis e materiais. Existe, porém, a Palavra eterna, invisível aos olhos humanos, mas perceptível pela inteligência dos que são dóceis e dispostos a contemplar a verdade de Deus. Eis o que não passa, a verdade eterna de Cristo Senhor: “As minhas palavras não hão de passar”.
Deus abençoe você!
Santo do dia 29/11/2024
São Saturnino de Toulouse (Memória Facultativa)
Local: Toulouse, França
Data: 29 de † c. 250
Saturnino, bispo de Toulouse, é um dos santos mais populares na França e na Espanha, onde é considerado o protetor das corridas (não se diz, porém, se protege o toureiro, o touro ou o povo que assiste). A Paixão de Saturnino é além de tudo documento muito importante para o conhecimento da antiga Igreja da Gália. Conforme o autor da paixão, que escreveu entre 430 e 450, Saturnino fixou sua sede em Toulouse em 250, sob o consulado de Décio e Grato. Naquela época, refere o autor, na Gália existiam poucas comunidades cristãs, compostas por um exíguo número de fiéis, enquanto os templos pagãos ferviam de gente que sacrificavam aos deuses.
Saturnino que há pouco tempo tinha chegado a Toulouse, provavelmente proveniente da África (esse nome é africano) ou do Oriente, como se lê no Missal Gótico, havia já colhido os primeiros frutos da sua pregação, ganhando para a fé de Cristo bom número de concidadãos. O santo bispo, para chegar a um pequeno oratório de sua propriedade, passava todas as manhãs diante do Capitólio, isto é, do principal templo pagão, dedicado a Júpiter Capitolino, onde os sacerdotes pagãos ofereciam em sacrifício ao deus pagão um touro para obter as respostas aos pedidos dos fiéis.
Ao que parece a presença de Saturnino emudecia os deuses e os sacerdotes culparam disso o bispo cristão, cuja irreverência teria irritado a susceptibilidade das divindades pagãs. Um dia o povo cercou ameaçadoramente Saturnino e lhe impôs sacrificar um touro no altar de Júpiter. O bispo recusou imolar o animal, que pouco depois seria o instrumento do seu martírio; mais ainda, os pagãos consideraram provocante ultraje à divindade o fato de Saturnino ter afirmado que não tinha medo algum dos raios de Júpiter, impotente porque inexistente. Enfurecidos, pegaram-no e amarraram-no ao pescoço do touro, aguilhoando depois o animal que fugiu enraivecido escada abaixo do Capitólio, arrastando atrás o bispo.
Saturnino, com os membros despedaçados, morreu pouco depois e seu corpo foi abandonado no meio da estrada, recolhido por duas piedosas mulheres, dando-lhe sepultura em uma fossa muito profunda. Sobre esse túmulo, um século mais tarde, santo Hilário construiu uma capela de madeira, que foi logo destruída, e por algum tempo, perdeu-se até sua lembrança. No século VI o duque Leunebaldo, reencontrando as relíquias do mártir, fez edificar no lugar a igreja dedicada a são Saturnino (em francês, Saint-Sernin-du-Taur), que em 1300 assumiu o nome atual de Nossa Senhora do Taur.
Referência:
SGARBOSSA, Mario; GIOVANNI, Luigi. Um santo para cada dia. São Paulo: Paulus, 1983. 397 p. Tradução de: Onofre Ribeiro. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
São Saturnino de Toulouse, rogai por nós!