Catecismo
Por que católicos não devem assistir ao Big Brother Brasil?
por Thiago Zanetti • Você e mais 817 pessoas leram este artigo Comentar
Tempo de leitura: 6 minutos
O Big Brother Brasil 25 será exibido na maior emissora de TV do país, como ocorre todos os anos, na próxima semana.
Católicos, assim como qualquer outro cristão, não deveriam assistir ao BBB. Em vez disso, dediquem-se a algo produtivo que não venha a prejudicar suas almas. Sei que uma defesa como essa, nos dias atuais, soa como piada, moralismo exacerbado ou até mesmo carolice. Dizem que “dar uma espiada” não define o caráter de ninguém, que isso não comprometerá a santidade. Esse é o famoso “o que é que tem?”.
Mas esta não é uma questão de moralismo barato. Trata-se de lógica e postura. Abster-se do BBB e de programas semelhantes — isto é, aqueles que apelam para o sensacionalismo, a sensualidade, o erotismo, o grotesco, o bizarro e o deletério — não é nada além de uma atitude sensata.
Faça a si mesmo as seguintes perguntas: isto é contra ou a favor do cristianismo? Insulta a moral cristã ou a confirma? A resposta orientará sua conduta.
A diversão, o lazer e o entretenimento fazem parte da condição humana e são necessários para a saúde física e psicológica. Não estamos promovendo uma “caça às bruxas”, tampouco afirmando que tudo no mundo é anticristão.
Alimente sua alma com conteúdo edificante
Existem muitos programas de TV, conteúdos de streaming, canais no YouTube, filmes, músicas e livros que, embora não sejam religiosos, carregam mensagens de paz, amor e solidariedade, exaltando valores cristãos, defendendo a vida e a família.
Sou a favor da arte e da cultura. Contudo, o entretenimento não deve, em hipótese alguma, ferir os princípios cristãos ou os ensinamentos de Jesus. Não pode contradizer a Palavra de Deus.
Embora o aspecto jurídico não seja o foco deste artigo, vale mencionar que a Constituição Brasileira de 1988 assegura o “direito à pessoa e à família de se defenderem de programas ou programações de rádio e televisão que contrariem os princípios de preferência por finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas, bem como o respeito aos valores éticos e sociais”.
O Big Brother Brasil infringe esses princípios? Bem, deixo essa resposta para você.
Por um lado, se nada fazemos contra a exibição desse tipo de programa, confirma-se a máxima de que “a sociedade tem a TV que merece”. Por outro lado, cabe a cada um de nós, como parte da sociedade civil organizada, escolher o que é melhor para si.
O BBB é um programa abertamente apelativo. Ele incita, sobretudo os jovens e adolescentes, a adotarem uma vida sexual fora do casamento. Além disso, é deplorável não apenas do ponto de vista sexual, mas também cultural, ético e moral.
O que se aprende assistindo participantes tomando banho seminus, fofocando, criando intrigas e participando de conversas levianas? Dizer que “é só um programa de TV” e que se aprende sobre comportamento humano dessa forma é um equívoco. Aprende-se muito mais sobre a condição humana por meio de bons livros e bons filmes do que com essa panaceia.
Eis a fórmula: seduzir e te levar a pecar
A fórmula do Big Brother Brasil é sempre a mesma: colocam na casa pessoas das mais variadas etnias, indivíduos de diferentes regiões do país, pessoas com orientações sexuais diversas, além de participantes que exibem corpos esculturais e atraentes, incitando ao pecado contra a castidade. Alguns desses participantes defendem abertamente a prática homossexual. A Igreja, embora ame a pessoa homossexual, não aprova a prática. Sobre isso, veja o que diz o Catecismo da Igreja Católica:
“Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves, a tradição sempre declarou que ‘os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados’. São contrários à lei natural. Fecham o ato sexual ao dom da vida. Não procedem de uma complementaridade afetiva e sexual verdadeira. Em caso algum podem ser aprovados” (CIC, §2357).
As cenas de pessoas seminuas na piscina, no banho ou, em alguns casos, de sexo explícito atentam contra a santidade, a castidade, a pureza e as Virtudes Cardeais da prudência e da temperança, virtudes que todo cristão é chamado a buscar.
“A pureza exige o pudor. Este é uma parte integrante da temperança. O pudor preserva a intimidade da pessoa. Consiste na recusa de mostrar aquilo que deve ficar escondido” (Catecismo da Igreja Católica, §2521).
Não é preciso ser moralista para afirmar que o BBB é apenas um desfile de corpos, fofocas, intrigas, brigas e cenas de apelo sexual.
Dar audiência a programas como esse é um atestado de que se faz pouco uso das faculdades intelectuais.
Se surgir a vontade de “dar uma espiada”, resista. Essa é a melhor atitude. Reze o Santo Terço com o aplicativo Pocket Terço (iOS e Android), leia a Bíblia (acesse aqui) ou o Catecismo da Igreja Católica (acesse aqui). Assista a um bom filme ou explore canais católicos. Navegue por redes sociais que edifiquem sua alma, como o Instagram do Pocket Terço (acesse aqui). Converse com um amigo de fé pelo WhatsApp. Caminhe ao ar livre. Faça qualquer coisa, menos assistir ao Big Brother Brasil.
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Por Thiago Zanetti
Jornalista, copywriter e escritor católico. Graduado em Jornalismo e Mestre em História Social das Relações Políticas, ambos pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). É autor dos livros Deus é a resposta de nossas vidas (Palavra & Prece, 2012) e O Sagrado: prosas e versos (Flor & Cultura, 2012).
Acesse o Blog: www.thiagozanetti.com.br
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